E feito o vulcão interpestivo que sempre fora, que Giane adentra a Chash mídia sem ver quem estava na frente.

— "Senhora, espera aí. A senhora tem que ser anunciada." Uma afoita Carol vinha ao encalço da moça.

— "Anunciada é uma pinoia. Eu vou falar com esse ai,e ninguém vai me impedir não." 

Fabinho que havia escutado a algazarra,sai de sua sala,e nota a pobre Carol tentando conter o furacão de olhos de borboleta que ele conhecia muito bem.

— "Ora,ora se não é,Maria Machadão tudo bem ?"

— "Qual é babaca ?"

— "O que devo a honra da sua digníssima presença ?" Fabinho se aproxima dela, pegando em seu brinco. - "Tomou um banho de loja,tudo isso é pra mim ?"

Giane ri incrédula.

— "Se enxerga seu babaca."

— "Mas sabe que cê continua o mesmo macho mal acabado que cê era né ? Não se fala em outra coisa."

— "Você vai ser o que o macho mal acabado vai fazer com você,seu panaca." 

Giane avança pra cima de Fabinho,mais ele, esperto a impede de fazer qualquer coisa. E a segura. 

— "Tá nervosinha ? Que que é ? Tudo isso é porque eu vou casar com a sua cunhadinha é ?"

— "Você é um cretino. O Bento nunca vai deixar você casar com a irmã dele.

— "Quem disse que eu preciso da autorização do Bento ? A Mel é maior de idade,faz o que quer."

— "Você não gosta dela."

— "Não preciso gostar dela. Preciso que ele goste de mim,seja sua parente,viva no seu círculo social,e te faça ter que olhar na minha cara,e ter que me engolir a cada reunião de família. Você,e aquele otario do Zé florzinha seu marido."

Giane se afasta um pouco dele.

— "Então é isso ? É vingança ? Como você pode usar uma garota inocente como a Mel num plano sórdido desse ?"

— "Ah moleque,qual é. Até parece que eu vou obrigar a Melzinha a fazer alguma coisa. Aquela garota é louca por mim. O que só mostra que só tem Zé Mané nessa cidade,que o primeiro cara interessante, ela caiu em cima. E que você,minha cara Maria Machadão,fez a pior merda da sua vida, não fugindo comigo a anos atrás como devia. Agora, você vai ter que me ver casado com a sua cunhada. E saber que é ela,que deita comigo na minha cama,que me tem todas as noites,que é ela que eu faço todas as noites minha mulher." Ele fala,frio,gélido, olhando pra ela.

Giane olha pra ele com os olhos cheios de lágrimas, tentando não embargar a voz ao falar.

"Eu te odeio Fabinho. Te odeio com todas as minhas forças." 

Ouvindo aquelas palavras saírem da boca da mulher que amava, Fabinho a puxa com impetuosidade pra si,com violência,e gruda seu corpo ao dela.

 – "Não odeia não. Você me ama. Me ama,ama tanto. Que tá aqui, fazendo esse papel ridículo, desesperado por que eu vou casar com a sua cunhada e você não quer me perder. Achou que eu tinha voltado por sua causa né ?

— "E não voltou ?"

Fabinho olha bem nos olhos dela,olhando aqueles olhos de jabuticaba que sempre foram sua perdição.

— "Não. Voltei porque eu quero vingança. É só isso que me importa."

— "E o nosso amor ? O amor que você sempre sentiu por mim ?"

— "Não me interessa. Seu amor não vale mais de nada pra mim. Da ele pra quem queira. Pro seu maridinho com cara de lerdo. Só o que eu quero agora é te ver sofrer. É ruína,caos."

— "Como você pode dizer que me ama, dizendo tudo isso pra mim. Que quer me destruir."

— "Quem disse que te amo ? Não sinto mais nada por você. Nada. Você matou tudo dentro de mim aquele dia, qualquer sentimento, qualquer coisa boa. Agora só tem trevas aqui. Eu só tenho ódio. Até por você."

Giane pega no rosto dele desesperada.

— "Isso é mentira.Olha pra mim,olhando no meu olho,e me fala de novo tudo isso. Que você me odeia. Que quer me destruir e principalmente,que não me ama. " Fabinho olha pra ela hipnotizado. Giane sorri. - "Você não consegue né ? Sabe porque ? Porque a gente é amor. Você me ama,como eu te amo,como nunca deixei de te amar." Ela se declara enquanto roça o nariz pelo rosto dele,como foi no primeiro beijo dos dois,o torturando. Quando ela finalmente para e os olhares se encontram o beijo é inevitável. Eles se misturam num só,e era como se anos de distância nunca tivesse e existido. Eles puxavam um ao outro, como se quisessem impedir a todo custo aquilo de acabar. Ela acaba cortando o beijo, respirando ofegante,mas Fabinho mal da tempo dela se recompor,com a mão que sobe pela sua nuca a puxa de novo pra si,e a próxima parada, era a janela da sala fechada aonde as persianas batem em suas costas. Os beijos de Fabinho desciam pelo pescoço,e Giane não tinha forças nem queria resistir. Era estar de novo nos braços do homem que amava,e só isso importava. Ela joga os braços e as pernas envolta do corpo dele,e isso o faz sair com ela dali a guiando até o sofá de sua sala, voltando aos beijos que agora se iniciam na barriga,aonde ele vai abrindo a saia, a puxando e a jogando por ali, enquanto sobe a blusa, subindo beijos pela barriga dela. Quando seus rostos voltam a se encontrar, ele olha pra ela,que segura as lapelas de sua jaqueta,e desabotoando sua blusa. Ela leva a mão ao peito dele e essa é a deixa pra ele avançar pra um beijo intenso,que ela corresponde,com eles se entregando enfim, fazendo amor.

***

— "Eu vou falar com o Bento." Ela comenta com os braços dele envolta de sua cintura.

— "Não perde seu tempo."

— "Que ?"

— "Continua casadadinha com seu maridinho corno, que eu não vou desistir da minha vingança."

— "Você me usou ? Giane coloca sua blusa sobre o peito pra não mostrar sua nudes. 

Fabinho ri.

— "Vai dar uma de virgenzinha inocente agora ? Cê esqueceu que fui que tirei sua virgindade ? Lá naquela praia lembra ? Não ia colar pra mim."

Ela bufa, levantando do sofá e começando a caçar suas roupas,a colocando.

— "Te odeio sabia ?" 

Fabinho ri, se vestindo também

— "De novo isso ? Não era bem o que você tava me mostrando a alguns minutos atrás." 

Ela termina de por sua roupa.

— "Quer saber ? Esquece. Esquece tudo o que aconteceu aqui. Me esquece, esquece qualquer coisa que já ouve entre a gente. Afinal você já fez isso todos esses anos."

Fabinho ri debochado.

— "Fui eu que fiz né ? Como você é cretina."

— "Cretino é você. Eu aqui achando que você ainda me amava, não né ?"

Fabinho ri.

— "Você é muito idiota se acha que uma transa vai fazer eu esquecer tudo o que eu passei. Tudo o que sua maldita família me fez passar." "

—"Achei que o meu amor te bastasse."

— "Não basta mais."

— "Então me esquece. Casa com a Mel. Destrói mesmo a vida de todo mundo que tá a sua volta. A minha,a sua,a da idiota da Mel se for burra o suficiente pra ficar com você. Por que eu sei que você nunca vai amar ela. Seu coração é meu,e sempre vai ser."

— "É seu sim. E vai ser pra sempre assim mesmo. Mas você nunca mais vai voltar a ter ele. Nunca mais. 

Giane olha pra ele,ainda tentando encontrar aquele menino da infância cujas as amarguras eram menores que agora. 

— "Então adeus Fabinho."

— "Adeus não, Até logo, cunhadinha."

— "Vai se ferrar cretino" Giane fala antes de sair pela porta. 

Fabinho olha com satisfação a irá a qual ela vai embora. Mas logo muda a expressão, achando ter perdido mais uma vez a mulher que amava. A única que um dia iria amar. O que ela disse, tinha razão,seu coração era dela,e jamais deixaria de ser. Mas Fabinho também, não havia mentido,era dela. Mas ele não sabe,como ou se um dia, voltaria a ser.  Se poderia entregar a ela de novo, puro e sem mágoas como era quando se apaixonaram. Mas dela, jamais deixaria de ser.

***