— Vamos, coloca ali! – Alya apontou para que o namorado arrastasse um vaso de flores nativas do vilarejo que seria usado na decoração. – Não, acho que ali fica melhor. – Nino revirou os olhos e arrastou para o outro lado – Espera! Volta!

— Meu Deus do céu mulher! Se decide! – Chloé estava do lado fazendo anotações e riu da cena, pois Nino estava verdadeiramente indignado.

— Mas eu preciso ver pra decidir. – o moreno suspirou – Você está fazendo um trabalho incrível, meu amor. Agora coloca a decoração no lugar que eu mandei.

— Cof, cof! – a loira fez barulho de tosse falsa.

— Digo, no lugar que eu pedi. – Alya corrigiu.

— Alya, eu te amo, mas você é insuportável! – disse rindo da namorada que colocou a língua para ele.

— Que casal, meus amigos! – Chloé comentou sem tirar os olhos das anotações – Que casal!

***

Adrien estava se olhando na frente do espelho e ajustando o seu... Terno. Não sabia bem como chamar, mas segundo Ali, suas roupas vermelhas eram vestes tradicionais de Qiji. Eram muito parecidas com os trajes tradicionais de casamento chineses, porém um pouco mais modernizado e baseado na cultura do vilarejo.

— Você está nervoso? – Nino chegou de surpresa, fazendo o Agreste dar um pulo.

— E-Eu? N-Não... Normal super eu estou. – arregalou os olhos, fazendo Nino rir.

— Cara, você tá parecendo a Marinette quando se apaixonou por você e mal conseguia falar. – sorriu, lembrando de que nessa época as coisas eram muito menos complicadas.

Não que sentisse saudade porque mal falava com a sua lady por trás da máscara, e sim que suas preocupações eram ir para a escola, fazer as atividades extracurriculares, o trabalho como modelo e a vida como Chat Noir.

Agora estava prestes a casar – o que definitivamente não era ruim, apenas uma grande responsabilidade – e que precisava se preocupar com uma guerra milenar e treze guerreiros que estavam no seu pé e nos dos seus amigos. Não tinha mais Plagg, não era mais Chat Noir. Mas pelo menos, tinha seus amigos e sua namorada... Noiva. E em breve, esposa.

— É, pareço mesmo.

***

— Marinette, você está linda! Pode parar de colocar defeitos em si mesma agora? – Alya repreendeu a amiga que ficava na frente do espelho arrumando “imperfeições” que na verdade nem existiam.

A garota ajeitava o vestido, ajeitava o cabelo. Estava visivelmente nervosa.

— Não posso, eu acho que esse vestido não ficou bom o suficiente. Eu fiz de última hora e...

— Pode parando! – Chloé levantou as mãos, fazendo sinal para que ela parasse de falar – Você está incrível! A roupa do Adrien, as nossas roupas, todas ficaram incríveis!

— É, você não precisa se preocupar com isso. – Lila disse dando de ombros – Está tudo certo, é só ir até lá e dizer “sim”. – as amigas riram.

— Parece tão simples falando assim. – Alya se aproximou da amiga e parou atrás dela, segurando seus ombros enquanto ela se olhava no espelho.

— E na verdade é. Você ama o Adrien, não ama? – Marinette assentiu – E está certa sobre casar com ele?

— Nunca estive tão certa.

— Então, é só dizer isso. Vocês se amam e querem se casar, simples assim.

Marinette encarou seu reflexo e o da amiga, sorrindo por ter o apoio de alguém tão maravilhosa como Alya.

Chloé e Lila também eram muito importantes para si, não podia negar. Mas Alya esteve com ela desde o início. Aguentou seus surtos por não conseguir falar com Adrien, deu seu ombro para a azulada chorar, deu conselhos e o mais importante, nunca saiu do seu lado. Mesmo quando estavam em equipes separadas na guerra civil, se importavam imensamente uma com a outra.

— Obrigada, Alya. Eu amo você. Amo todas vocês. – as garotas sorriram e se uniram em um grande abraço coletivo.

— Também amamos você.

***

O casamento aconteceria no pátio do palácio, aonde teria espaço o suficiente para as pessoas do vilarejo participarem. E pelo que Chloé tinha dito, quase todos estavam ali.

Marinette estava extremamente nervosa, pela tradição, iria entrar sozinha no meio de todas aquelas pessoas.

— Você consegue! – Alya deu um abraço apertado na amiga e entrou.

A azulada esperou o momento certo, e assentiu para os guerreiros que abriram a porta do palácio para ela, fazendo com que todos visualizassem a noiva.

Adrien sabia que ela estaria linda como sempre, mas assim que teve a visão da amada vindo em sua direção com o vestido vermelho mais lindo que ele já tinha visto, seu coração disparou mais ainda. Estava hipnotizado pela beleza de Marinette e não podia acreditar na sorte que tinha se casando com alguém tão extraordinária quanto ela.

Já a Dupain-Cheng deixou o nervosismo em segundo plano quando seus olhos azuis encontraram os olhos verdes de Adrien. Naquele momento ela se deixou ser guiada pelo seu coração, sem tirar os olhos do loiro.

Assim que chegou em frente a ele, deu seu buquê para Alya e teve suas mãos seguradas pelo Agreste.

— Uau! – ele sussurrou – Achei que era impossível você ficar mais bonita, mas pelo visto eu me enganei! – Marinette sorriu.

— Você está incrível!

— Podemos começar? – Mestre Fu questionou os noivos. Como Grande Guardião, ele tinha permissão para casar os demais guerreiros e tinha feito questão de se oferecer para isso.

— Sim.

— Claro.

— Sejam todos bem-vindos para a celebração de um casamento mais do que especial. Marinette Dupain-Cheng e Adrien Agreste. Também conhecidos por um período de tempo como Ladybug e Chat Noir. Eu os conheci separados e os conheci juntos e devo dizer que quando lutaram entre si, ambos se mostraram muito poderosos. No entanto, agora que estão juntos e em total equilíbrio, são ainda mais poderosos. O verdadeiro Yin e Yang. – sorriram um para o outro – Quando dei as joias para os dois, algo me diziam que eles tinham sido feitos um para o outro. Muitos não acreditam no destino, mas se ele não existisse, como teríamos chegado a esse momento presenciando duas pessoas feitas uma para a outra celebrando o seu amor? O destino não é o fim, como muitos acreditam. Pode ser só o começo de algo muito maior. Marinette e Adrien tem uma coisa que muitos casais buscam até mesmo depois de muitos anos juntos, eles têm certeza. Certeza no que acreditam, certeza de que querem passar a vida inteira juntos e certeza de que se amam. – Mestre Fu fez o sinal e Chloé alcançou as alianças. O casal as pegou e Fu assentiu, dando permissão para que fizessem os votos.

— Marinette, você é a garota mais incrível que eu conheço em todos os sentidos! – o loiro começou – Passamos por inúmeros altos e baixos e confesso que muitas vezes eu pensei em desistir, pensei em largar tudo. Mas você sempre esteve lá por mim, sempre esteve comigo. Eu nunca fui tão feliz quanto eu sou quando estou com você. Você me trouxe de volta a vida e faz isso todos os dias. Eu amo você! – colocou a aliança na amada, que tinha seus olhos cheios d’água mas não queria chorar.

— Adrien, todo esse tempo que estivemos juntos nós passamos por tantas coisas. Sei que é injusto basear nossa felicidade em apenas uma pessoa, afinal, o que nos faz feliz é um grande conjunto de fatores. Mas eu posso afirmar com toda certeza de você é o maior motivo da minha felicidade. Você é a pessoa a última pessoa que eu imagino ver à noite e a primeira que eu quero ver de manhã. Eu faria qualquer coisa por você. Eu te amo! – colocou a aliança no dedo do Agreste, que estava quase chorando também. Os dois ficaram de mãos dadas encarando um ao outro.

— Adrien Agreste, você aceita Marinette Dupain-Cheng como sua esposa? Na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?

— Eu aceito.

— Marinette Dupain-Cheng, você aceita Adrien Agreste como seu marido? Na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe? – ela sorriu para o noivo, prestes a chorar.

— Eu aceito.

— Então eu os declaro marido e esposa, até que a morte os separe. E bom, pode beijar a noiva.

Ambos sorriram um para o outro e Adrien se aproximou da amada, levando a mão direita até seu rosto e o acariciando de leve.

— Eu vou beijar você, tá? – ela riu.

— Você ainda pergunta? – Marinette segurou a gola dele com as duas mãos e o puxou para si, em seguida, selando os lábios e fazendo todos os presentes comemorarem.

Assim que terminaram o beijo, encostaram as testas e ficaram ali parados.

— Esse é o dia mais feliz da minha vida! – ela disse.

— O da minha também, Bugaboo!