— Marinette, é muito lindo! – Chloé elogiou o esboço do vestido de noiva desenhado pela azulada. Obviamente era simples e não muito exagerado, mas de qualquer maneira era incrível.

— Como vai conseguir os tecidos?

— Mestre Fu disse que tem uma senhora no vilarejo que produz tecidos de maneira tradicional. Ele disse para eu ir lá. Também vou precisar de ajuda pra costurar. Geralmente eu faço sozinha, mas nesse caso não temos muito tempo.

— Eu posso te ajudar na parte da costura. – Lila se ofereceu – Acho que a Chloé e a Alya podem cuidar mais da parte da cerimônia em si. – a loira e morena bateram as mãos.

— Pode deixar, vai ser um prazer!

— Exatamente!

***

— Eu me sinto mal por não estar ajudando a Marinette e as garotas. – Adrien disse, enquanto arrumava as lenhas trazidas por eles.

— Mas nós vamos ajudar, só que com o que elas mandarem a gente fazer. O planejamento é uma coisa que elas adoram, principalmente a Alya. – Nino disse.

— É, vamos ajudar de qualquer forma. – Ali preparou a fogueira e assim que estava pronta, os três sentaram nas raízes de árvore em volta dela.

— Então eu começo falando os motivos pelos quais eu propus a Marinette em casamento? – o príncipe assentiu.

— E tudo falado aqui fica entre nós pela tradição. A menos que decidam contar, já que não estamos no meu país.

 - Entendi. – disse o loiro – Bom, eu vou ser sincero com vocês. Eu amo a Marinette mais do que tudo na minha vida, ela é de longe o que me faz mais feliz. No entanto, eu não pensava em casamento. Quero dizer, eu imaginava que fôssemos nos casar sim, mas não agora. Acontece que eu me dei conta do que estamos enfrentando e da gravidade dessa guerra. Eu confio a minha vida na equipe, de verdade. Mas e se...? – Ali e Nino encaravam o loiro atentamente, refletindo sobre sua fala – Sinceramente eu não vejo um final onde a gente perde, mas ele pode acontecer e essa possibilidade não pode ser ignorada. Então eu propus a Marinette em casamento porque quis selar a nossa união antes que algo possa acontecer. Eu a amo demais.

— Wow! – Nino exclamou emocionado – Isso é bem maduro e sensato da sua parte! Eu confesso que não cheguei nem a pensar nessa possibilidade e que você realmente não está errado em imaginar isso.

— Eu pensei. – Ali admitiu – Até conversei com a Lila sobre, me ajudou a clarear as ideias.

— Entendo que pra você deve ser difícil, afinal, você tem a responsabilidade de um país. – Adrien comentou.

— Sim, mas eu parei para refletir que temos a responsabilidade do mundo nessa guerra. E se não houver o máximo de ajuda possível, se o seu “e se...?” vir a acontecer, o meu país não terá paz, Paris não terá paz, a China não terá paz, ninguém terá paz.

— Precisamos da nosso máximo então! – Nino concluiu e os três ficaram em silêncio, pensando.

— Desculpem por fazer esse rito pré-nupcial ser o mais triste da história! – o loiro quebrou o silêncio, fazendo os amigos rirem.

— Não, não. – Ali balançou as mãos – O rito é exatamente sobre isso, sobre os amigos se conectarem e refletirem. Não necessariamente são sobre conversas animadas e divertidas, afinal, é uma etapa importante e nada conecta mais as pessoas do que conversas sinceras.

— Você tem razão! – Nino concordou – Somos incríveis! – os três riram.

— Então é isso. Agora podemos jogar um pôquer.

— Sério? – Lahiffe questionou o loiro surpreso.

— Claro que não. – riram novamente – Mas podemos conversar mais um pouco, o que acham?

— Perfeito.

— Por mim tudo bem.

***

— Qual é a situação dos nossos exércitos? – o homem perguntou enquanto analisava a estratégia de batalha montada pelos chefes da guarda.

— Estão a postos para qualquer emergência e assim que o senhor der a ordem, iremos passar a estratégia.

— Acredito que essa estratégia esteja impecável. Mas obviamente precisamos de planos de contingência.

— Está no verso da folha, senhor. – o homem virou o papel.

— Oh nossa! Gosto da sua eficiência, Meng. – sorriu de lado. – Se os planos de contingência derem errado, o que não podemos descartar, acredito que os seus conhecimentos podem nos conduzir da melhor maneira. – Meng apenas assentiu, como um agradecimento silencioso – Infelizmente, teremos uma desvantagem por não estarmos com nenhum dos Miraculous sobre nossa posse. Mas acho que o treinamento dos guerreiros pode dar conta disso até que consigamos.

— Eu espero que sim, não será uma batalha fácil.

— Não será mesmo. No entanto, não teria graça nenhuma se fosse.

***

Marinette bateu na porta da senhora que Mestre Fu tinha indicado para buscar os tecidos, a garota estava acompanhada de Lila, que ia a ajudar com o vestido.

— Olá minha jovem, você deve ser a Ladybug que vai se casar! – disse a senhora com um sorriso simpático, após ter aberto a porta.

 - Olá, sou eu sim. Bem, tecnicamente não mais Ladybug.

— Uma vez Ladybug, sempre Ladybug. – a mulher falou dando uma risadinha e Marinette retribuiu com um sorriso – Podem entrar, me acompanhem.

A senhora, que disse se chamar Leen, levou as duas até a sala, aonde haviam inúmeros tecidos espalhados pelo chão da sala – deixando principalmente a azulada, totalmente encantada.

— Nossa! – Marinette e Lila se entreolharam, cada tecido era mais bonito que o outro.

— Fiquem à vontade e escolham tudo que precisarem.

— Não precisamos de muito, não se preocupe.

— Podem levar. Os portadores nos servem, portanto servimos a eles. – Leen foi até Marinette e segurou suas mãos – É uma relação de troca. – a garota sorriu. Não conhecia muito as pessoas que moravam no vilarejo, mas e todas eram como Leen, o lugar deveria ser maravilhoso.

— A senhora é incrível!

Depois de conversarem mais um pouco, Marinette mostrou o desenho do vestido para Leen, procurando por uma opinião de qual tecido usar.

— Este vestido ficaria muito lindo mesmo com tecido branco, mas porque não tenta algo mais temático?

— Como assim? – a senhora andou até a sua prateleira e pegou um livro, que depois Marinette e Lila viram que se tratava de um álbum de fotos.

— Esta é minha filha, Haylin. Ela também foi a Ladybug e agora é novamente, deve conhece-la. – Marinette arregalou os olhos e quase se engasgou com a saliva, fazendo Lila ter que segurar o riso – Este foi o casamento dela, ela e o noivo usaram vestes tradicionais de Qiji.

Marinette podia não gostar da filha de Leen, mas que ela estava linda no vestido vermelho tradicional, ela estava. Tinha que reconhecer isso.

— Não sabia que ela era casada. – Leen fechou o livro e suspirou.

— Seu casamento virou uma história trágica que não vale a pena ser relembrada. Mas enfim, o que acha de usar esses tecidos em tom vermelho?

Marinette olhou para seu desenho, imaginando que a mudança poderia dar certo. Só precisava adicionar alguns detalhes. Então parou para refletir e concluiu que não seria uma má ideia.