HiNoIshi @hinoishiofficial

Vocês pediram e nós atendemos! Liberadas algumas das fotos do novo ensaio para a Teen Vogue http://t.co/dk8tY9bL

FAMOUS @famousmagazine

Que o @uzumakinaruto e o @sasuke_uchiha são lindos de morrer todo mundo sabe, mas e a coletiva de imprensa cancelada? Hmm #explicaHNI

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Amor e ódio, só que mais ódio

— Revista nojenta. – Sakura grunhiu, jogando o celular longe enquanto rolava na cama. O ventilador de chão estava ligado a todo vapor, mas o pequeno quarto continuava insuportavelmente quente – Sério, Hina, precisava mesmo trabalhar na Famous?

— Não, Saki. Eu podia simplesmente deixar a gente morrer de fome. – retrucou, mal-humorada. Sakura lhe jogou uma almofada, e Hinata, meio rindo, meio xingando, desviou. As duas estavam deitadas, conversando e ouvindo o último álbum da Hinoishi que a Haruno tinha comprado; Hinata estava ouvindo contra a sua vontade, uma vez que o dormitório de um único cômodo não lhe permitia fugir daquela tortura.

— Eles são uns sanguessugas, isso sim. E ainda tinham que mencionar os meninos! Isso mancha a timeline deles. – continuou a tecer reclamações, enquanto Hinata fingia entender do que ela estava falando.

— Por que você sempre me pede para trazer as revistas, então? – a morena ergueu uma sobrancelha.

— Para eu ler as matérias sem precisar financiar essa indústria exploradora e sensacionalista. – deu a língua, e Hinata riu – Amanhã é a apresentação no The Good Morning, coitados. Mal tem tempo para descansar. – suspirou como uma mãe preocupada.

— Coitados, ganhando milhões para apresentar uma música. Realmente, uma vida sofrida. – respondeu sarcástica apenas para disfarçar.

Hinata mordeu a língua. Não tinha contado sobre a cobertura especial que faria a pedido de Tsunade. Sakura era sua melhor amiga, a garota que fazia o jantar e sempre estava animada – e também a fã número um daquela banda estúpida. Se soubesse que ela teria um passe livre para o auditório do programa, imploraria por uma entrada. Não seria difícil conseguir, mas, internamente, Hinata tentava se convencer de que era apenas uma estagiária, e não estava em posição de pedir favores à equipe da revista; seu alterego, por outro lado, não a deixava esquecer que o verdadeiro motivo talvez fosse egoísmo – e isso a deixava culpada como o inferno.

Por isso, prometeu que conseguiria algumas fotos exclusivas e daria de presente para a amiga, como pedido de desculpas. Ninguém daria falta de algumas das milhares de cópias que eram encaminhadas diariamente para a impressão das tiragens populares entre as adolescentes, principalmente depois de se tornar uma espécie de perseguidora oficial da banda. A redação estava uma loucura naquele fim de semana. Além da apresentação, uma entrevista no programa da Ellen Degeneres e o photoshoot da Teen Vogue duplicaram a quantidade de café que Hinata tinha que preparar – mais um dos infinitos motivos que a faziam odiar aqueles garotos desgraçados.

— Ah, preciso atualizar a conta com as fotos novas! – Sakura exclamou, sentando-se rápido e puxando o celular. Hinata rolou os olhos.

— O fã clube vai bem? – provocou, apenas para rir quando ela levantou o dedo médio.

— Respeita meu fã clube, garota. Chegou a quarenta e dois mil seguidores ontem. – desviou os olhos o suficiente para erguer a sobrancelha, vitoriosa – Bem que o horóscopo dessa semana dizia que sagitário estaria insuportável. — Hinata levantou da cama, procurando pelos chinelos e lhe dando as costas.

— Chega! Isso é o máximo que eu posso aguentar. – resmungou, indo até a pequena copa montada de maneira improvisada. Puxou uma panela e colocou água para ferver, enquanto Sakura continuava a rir da sua cara, tweetando e cantarolando aquela batida melosa.

A Hyuuga colocou a massa de macarrão para cozinhar, enquanto puxava uma lata de extrato de molho pronto. Costumavam almoçar cedo quando não tinha aula e podia preparar algo decente, além de comida tailandesa e fast-food. Quer dizer, Sakura se esforçava; ela fazia panquecas de queijo como ninguém. Mas, na maioria das vezes, estavam tão atoladas de seminários, provas e matérias para escrever que nem se davam ao trabalho de preparar algo.

O cheiro estava aceitável, e, a essa altura, Hinata já estava cantarolando a letra da música que tocava do computador. Era a mesma de um clipe que tinha lançado há algumas semanas; Sakura tinha visto incessantemente durante um dia inteiro, deixando em looping no volume mais alto. Depois de algumas horas, a morena não podia ser culpada de saber o refrão.

— Eu estou louca ou alguém está cantando “Rock Me”? – Sakura chegou de fininho, dependurando-se pelos ombros da mais alto. Hinata revirou os olhos, ainda de costas.

— Você está louca. Completamente louca. – retrucou, e a de cabelo rosa soltou uma gargalhada, acomodando-se em um dos dois bancos que usavam na mesa.

— Qual o problema de admitir que gosta da Hinoishi? Metade do mundo é fã deles.

— Eu não sou fã. – ressaltou, buscando dois pratos – Eu só sei as letras porque você está me fazendo lavagem cerebral. – grunhiu.

— Você só diz isso porque não achou a música perfeita para você. – pontuou, com tom falsamente superior.

— Aquelas coisas industrializadas? – fingiu um tremor, enquanto Sakura preparava um xingamento – Fala sério, Saki, são todas iguais. O mesmo remix, as mesmas batidas, as letras sem sentido. Eles só fazem sucesso porque tem um rostinho bonito. – seu celular tocou bem no momento em que a outra encheu a boca de ar para mais um de seus discursos de fangirl — Segura esse pensamento, linda. – prendeu uma risada, enquanto buscava o aparelho, em cima da cama – Alô?

— Você precisa correr aqui na redação, tipo, agora.

— Tenten? O que aconteceu?

— Duas palavras: Naruto Uzumaki.

Estava indo tudo bem. Estava mesmo. Naruto conseguiu dormir por oito horas inteiras antes de ser acordado por um Sasuke muito agitado – e, como Sasuke nunca era agitado, aquilo foi o suficiente para fazê-lo levantar sem precisar de mais broncas –. Tomou um café da manhã decente – o guarda-costas deles buscou um frapuccino e rosquinhas – e colocou roupas limpas. Nenhum deles parecia realmente feliz com a sessão de fotos antes do meio dia, mas depois teriam uma entrevista gravada, o que significava besteiras cortadas e imagem limpa; consequentemente, um diretor executivo menos histérico e, quem sabe, uma folga, se tivessem muita sorte.

Não tinham.

As fotos ficaram ótimas. Mei fez um ótimo trabalho com as olheiras e aquele lance do cabelo arrepiado de maneira estratégica. Gaara caprichou no lápis de olho – claro que tinha sido para irritar Danzou, mas as fãs gostavam, e isso que importava –, e Sasuke aceitou usar o moletom com jaqueta, embora afirmasse, enfaticamente, que fosse ridículo. Interagiram, fizeram poses e riram. Os diálogos foram naturais, e, por um único minuto, puderam esquecer que era mais um photoshoot publicitário de milhares de dólares, e serem realmente a Hinoishi.

Claro que a alegria não durou.

Engoliram qualquer coisa do M Grill para seguirem até o estúdio da NBC. A entrevista duraria uma ou duas horas, algumas perguntas básicas. Shikamaru assumiria a liderança, eles falariam sobre a tour que estava por vir – nada de álbum novo, aparentemente – e como eram gratos por tudo que tinham conquistado. Esperavam pela terceira indicação ao Grammy, embora a opinião oficial, para todos os efeitos, fosse uma humilde expectativa.

Ellen foi um amor. Recebeu os meninos, fez brincadeiras legais, mostrou alguns vídeos diários da época do Japão – Sasuke corou e Gaara riu muito –. O auditório estava receptivo, reagindo bem às músicas. Tudo indo as mil maravilhas. Naruto chegou a acreditar que daria certo, tipo, de verdade. Foi então que surgiu a pergunta.

— E então, garotos. Contem sobre as últimas férias. Vocês conheceram o Hawaii, certo?

— Ah, sim! Foi ótimo. – Naruto se apressou, sorrindo para a câmera – É lindo, eu nunca nadei em um mar tão azul! – risadas – Mas foi incrível. A comida era picante, o hotel ficava na beira da praia, as garotas... – abriu um meio sorriso cafajeste, trocando um high-five com Gaara. Ellen riu e passou para Shikamaru, que falou da cultura local impressionante.

Naruto demorou dois minutos para entender seu erro.

E agora ele esperava naquela maldita sala de reuniões.

Não tinha sido sua intenção – ele jamais ferraria as coisas de propósito –. Só estava respondendo a pergunta, e escapou. É claro que Danzou não acreditaria naquela, e agiria como um belo canalha, impondo algum castigo que acabaria com o ânimo de toda a banda. Como se as coisas já não estivessem indo de mal a pior.

Atrás das suas costas, toda a imensidão da bela e ensolarada Los Angeles nunca deixava de impressionar. Naruto rodou na cadeira de rodinhas, escorregando para perto da janela com quase o dobro da sua altura. A verdadeira cidade que nunca dormia estava abaixo dos seus pés, e sempre o lembrava do tamanho de seus sonhos. De tudo que ele tinha conquistado. O garoto japonês que postava covers no YouTube agora colecionava prêmios da Billboard. Tão livre, e tão preso— todas as coisas horríveis que tinha feito para estar ali.

Puxou o celular do bolso e abriu o bloco de notas protegido por senha. Uma lista de anotações se abriu. Trechos confusos, melodias inexistentes. Pedaços de si.

Eu sou uma prostituta vendendo músicas, e meu cafetão é a minha gravadora.

— Sinceramente, Naruto. Eu achando que não tinha como ser pior. – ele fechou o celular e a cara. Voltou para a mesa. Sem seus companheiros, a sala parecia muito maior e ameaçadora. A voz engasgada e as gotículas de cuspe atravessaram o ar em sua direção. Danzou apoiou contra a mesa, do seu lado. A gravata apertava o pescoço quase inexistente, deixando a pele vermelha e irritada. Os olhos saltados e os lábios finos compunham uma imagem grotesca; mesmo assim, aquele homem estava no topo das listas de empresários bem-sucedidos – Eu te dei uma chance, e você faz merda! – cuspiu. Um segurança esperava na porta, mas nem Kakashi pôde entrar. Só ele e o demônio.

— Escapou antes que eu pudesse pensar. – grunhiu. Ficava com raiva sempre que Danzou intimidava a ele, ou seus amigos – Qual é, Danzou, é uma entrevista gravada. É só pedir para cortar essa parte e pronto.

— Você é burro ou o quê, moleque? – ironizou, fazendo o garoto cerrar os punhos por baixo da mesa – Era um programa com auditório, cacete! Tinha centenas de garotas lá, garotas com celulares. Você acha que, a essa hora, seu pequeno deslize já não está em toda bosta de site de fofocas? – gritou. Ele sempre gritava, gesticulando como um boneco de ar. Eles sempre esperavam pelo próximo aneurisma, porque seu rosto inchava e ficava arroxeado – Como sempre, tive que consertar suas merdas. – resmungou com sarcasmo. Chamou o segurança que esperava por ele. O brutamonte se aproximou, trazendo uma pasta elegante – A senhorita Yamanaka nos dará a graça da sua presença novamente.

— O quê?

Pôs-se de pé em um ímpeto de cólera, como sempre acontecia. Quando ficava com muita raiva, seus ombros tremiam, e seus olhos estreitavam; tudo que via era vermelho. Não importava quanto tempo demorasse, Naruto continuamente voltava para aquele buraco nojento. Danzou prezava demais pela própria imagem e de suas galinhas dos ovos de ouro.

— Eu disse que não ia mais fazer isso! – argumentou, espalmando contra a mesa. O diretor executivo sequer piscou diante do estrondo que reverberou pelas paredes polidas. Soltou um bocejo elegante.

— Devo lembrar das cláusulas do seu contrato, Naruto? – as sobrancelhas sagazes ergueram-se em vitória. Não tinha como lutar contra aquele trunfo. Ele quis gritar, quis chorar. Contudo, mordeu a língua, até sentir gosto de sangue. Baixou a cabeça, frustrado – Foi o que eu imaginei. Agora, assine e rubrique nas linhas pontilhadas. Vamos começar com a promoção hoje mesmo.

— Você disse que eu não precisaria mais fazer isso. – murmurou com um rosnado.

— É, é, eu falo várias coisas mesmo. A culpa foi toda sua, Naruto. – baixou o indicador em sua linha de visão – Nós lutamos todo santo dia para manter a imagem de vocês. Como líder, você não pode ser visto como um mulherengo!

Naruto engoliu em seco, fechando os olhos por um instante. Em seguida, respirou fundo, puxando a pasta com força. Não ousou erguer o rosto e ver a expressão satisfeita no rosto do homem. Apenas assinou em todas as linhas, sem ler o que as três páginas de texto em letra miúda continham. Já sabia, de qualquer maneira. A mesma merda de sempre, em um dia diferente.

Naruto @narutouzumaki

your heart’s against my chest... http://t.co/kp9Ynh4Fw

— Naruto!

Entraram como um furacão. Gaara vinha na frente, com Sasuke em seu flanco. Shikamaru caminhava com calma, dando o espaço que os outros dois certamente não dariam. Uma figura feminina, escondida, completava a comitiva hiperativa.

O vocalista, por outro lado, não se manifestou. Desde que tinha chego, entocou-se na cozinha, raramente usada senão por Sasuke, que gostava de cozinhar. Duas garrafas jaziam vazias na sua frente, e uma terceira a caminho. Mesmo resistente ao álcool, o rancor tornava a cerveja mais amarga, e seu humor, menos tolerante.

— Ah, Naruto. – o Uchiha suspirou, sentando-se ao lado do amigo – Nós vimos. O que aconteceu na reunião?

— Danzou não quer que eu tenha imagem de um mulherengo. – ironizou, amargurado – Acho que eu estou namorando de novo.

— Nós sentimos muito. – Gaara se apressou, abraçando o amigo pelos ombros. Naruto os deixou cair, exausto. Não tinha sido ele a postar a foto, uma das milhares tiradas há alguns meses, e nunca revelada. Eram estratégicas, nos melhores ângulos, com os melhores sorrisos.

— Foi culpa minha, de qualquer maneira. – suspirou – Eu e a minha boca grande. – riu sem humor. O clima estava tenso e obscuro. Quanto mais temiam aquela atmosfera, mais presente ela estava se tornando.

A figura feminina desvencilhou-se do balcão, dando a volta e aparecendo do outro lado da mesa.

— Oi, Naruto. – surpreso, seus olhos se ergueram, e ele se levantou, um tanto vacilante.

— Ino, oi.

Se jogou, um pouco desajeitado, nos braços da loira. Ela o rodeou pelas costas, com carinho. Muitas modelos mal eram reconhecidas fora da internet – Ino não. Ela era exatamente igual. Linda nas fotos e pessoalmente. Nem um fio dourado fora do lugar, o rosto com a maquiagem perfeita e as roupas de grife tornando elegante até mesmo o look mais casual. Contudo, quem não a conhecia, se apaixonava por sua aparência; os que tinham esse privilégio, se apaixonavam por sua personalidade.

— Eu sinto muito, Naruto. – ela o afastou, sem medo de fitar o fundo de seus olhos – Eu também assinei aquele contrato ridículo, e não tive como dizer não. Você sabe que eu jamais aceitaria, se não fosse obrigada. – aquele biquinho chateado fez Naruto rir, lamurioso.

— Está tudo bem. Nós já fizemos isso antes. – arriscou uma brincadeira. Seu espírito pareceu melhorar ligeiramente, e ele finalizou a terceira cerveja, antes do almoço.

Da primeira vez, foi ideia da gestão. A Hinoishi tinha acabado de se lançar no cenário americano, e precisavam reafirmar a imagem de bons moços. É claro que Sasuke se recusou terminantemente. Gaara fez um escândalo, e Shikamaru já namorava, na época. Naruto, como líder, deslumbrado e ansioso, não viu problemas – foi quando ele e Ino se conheceram. Ino Yamanaka era uma angel realizada, digital influencer e milhões de seguidores no Instagram. Loura, alta e linda, com dezesseis anos ela já conquistava as passarelas. Em um acordo multimilionário, a gestão da Vocal Records e a agência concordaram em sustentar alguns meses de namoro falso. Quando as carreiras deslancharam, eles pensaram que fosse o fim.

Não foi.

Ino se tornou a beard oficial de Naruto, e eles “voltavam” e “terminavam” várias vezes ao ano, para o prazer orgásmico dos tablóides. Fotos no twitter, passeios públicos, presenças em shows e desfiles, apoio mútuo. Se tornaram, afinal, grandes amigos. Todos da banda adoravam Ino, e ela se tornou confidente e uma boa presença no apartamento masculino deles. Todavia, nenhum dos dois suportava mais aquela situação – e continuavam a ser obrigados a fazer, de novo, e de novo, e de novo. Afundando mais naquele nojo.

— Achei que só te veria amanhã. – comentou, a voz um pouco arrastada. Não se importou em ser simpático, ao menos, naquele momento.

— Eu vou no The Good Morning também, mas eles me ligaram – olhou para Sasuke e Gaara, que desviaram, culpados – para vir aqui. Imaginaram que precisaria de ajuda. – sugeriu, segurando a boca da garrafa com a ponta de dois dedos. Naruto ignorou o comentário, arrastando os pés para fora da cozinha. Se jogou no primeiro sofá, cobrindo os olhos com os braços – Eu adorei a foto, a propósito. Bem inteligente usar uma das suas músicas na legenda. – Ino era incansavelmente positiva.

— É, agradeça à gestão. – rebateu, mal humorado. Pensou ter ouvido os amigos se aproximarem também, ou talvez não. Estava cansado demais para saber.

— Nós precisamos sair dessa gravadora. – Sasuke comentou, amargo. Ele gostava de Danzou e sua equipe tanto quanto Naruto.

— Nosso contrato tem mais seis meses, se lembram? – Shikamaru não gostava de ser o estraga-prazeres, e estava tão insatisfeito quanto. Todos eles estavam.

No início, ter uma empresa do porte da Vocal Records patrocinando seu lançamento na mídia era surreal. Uma banda japonesa não tinha chances no cenário musical americano, e precisariam de um bom produtor – e muita sorte. Quando Danzou fez sua oferta, não tinha como recusar. Ele era rico, influente e famoso. Gravaram a demo com as originais e, logo em seguida, lançaram o clipe da primeira música em inglês. Uma entrevista aqui, algumas fotos ali, e boom. A Hinoishi nasceu.

Claro que nenhum deles leu as cláusulas pequenas, no meio de tantos parágrafos. Eram ingênuos, e, sobretudo, impressionados. No começo, não perceberam o que se tratava de abuso ou não. As redes sociais monitoradas, as roupas que podiam usar ou não, a exigência cada vez maior de músicas, os shows esgotados, a vida na estrada. As namoradas falsas. O cansaço. As multas bilionárias. As ameaças.

Naruto só queria cantar.

— Depois do Grammy, estaremos livres. – murmurou. Em dezembro saía a lista dos nomeados, e se a terceira indicação seguida viesse, seria o suficiente para aplacar Danzou, por enquanto. Naruto não esperava realmente que vencessem, não com seu repertório atual.

— Assim espero. – silêncio por um momento – Vamos montar a playlist do show de amanhã, que tal? – Naruto se levantou, suspirando. Seria bom trabalhar de verdade, para variar. Sua cabeça estava pesada, e Gaara, sentado logo ao seu lado, o observava com preocupação. Tinha bons amigos. Ino se acomodou confortavelmente na poltrona, pronta para dar opinião.

— Ino, nossa playlist é sigilosa, sabia? – o Uzumaki alfinetou, e ela riu.

— Não se preocupe, amor. Só vou postar alguns stories.

APÓS ENTREVISTA POLÊMICA, NARUTO UZUMAKI E INO YAMANAKA POSTAM FOTO JUNTOS

Por: Redação

#NaruIno voltou e isso não é um treinamento!

O casal iô-iô mais famoso das redes sociais declaram oficialmente a retomada do namoro, que, entre idas e vindas, completa mais de um ano.

Naruto Uzumaki deu o que falar na entrevista realizada nesta sexta-feira, no programa The Ellen DeGeneres Show. Em uma das perguntas sobre as férias, o vocalista da banda Hinoishi fez um comentário curioso sobre “as garotas” do Hawaii, lugar onde passaram sua última folga. Segundo nossas fontes, que estavam na plateia durante a gravação, Naruto e Gaara Sabaku, baterista, trocaram um cumprimento e risadas. A entrevista continuou normalmente.

Horas depois, um tweet mais que revelador de Naruto ferveu a internet. Ele postou uma nova foto com a modelo da Victoria Secrets, Ino Yamanaka, e uma legenda para lá de fofa – um dos versos de Kiss Me, balada romântica lançada pela banda em 2014.

As HiNoIshers, nome dado ao fandom da banda, se dividiram quanto à suposta volta do casal. Muitos tweets de congratulações acompanharam a foto, e algumas fãs, não tão felizes, fizeram comentários sobre a ‘beard’ – nome popularmente dado a uma garota que estaria sendo contratada para fingir ser namorada de um famoso – e o ‘casal publicidade’, que, curiosamente, “só surge quando Naruto comete uma burrada”. Confira as melhores reações sobre a volta de NaruIno!

Além da foto no Twitter, fontes afirmaram ter visto Ino entrando no condomínio privado onde Naruto mora com os outros integrantes da banda. Minutos depois, a modelo postou diversos stories no que parecia uma sala de estar, onde podemos ver Naruto com o computador ligado, e Gaara, ao fundo, falando algo incompreensível.

Seja como for, sabemos que NaruIno voltou com força total. A presença da Yamanaka já é esperada no show de amanhã, no programa The Good Morning. Ela também foi parte da lista vip de convidados do aniversário de Naruto, na última quarta-feira, e fãs supõem que a reaproximação surgiu na festa. Ao que parece, Ino não parece se incomodar com as polêmicas do vocalista ou com as ‘garotas’ do Hawaii.

Desejamos felicidades ao – antigo – casal!

Quer ficar sabendo em primeira mão – quando – se Naruto Uzumaki e Ino Yamanaka terminaram de novo? Nos siga nas redes sociais!

Dez casais que não passaram de puro contrato

Relembre os melhores momentos de Naruto Uzumaki e Ino Yamanaka

‘Little Things’ foi escrita para Ino Yamanaka? As melhores teorias #NaruIno do Tumblr

Hinata bocejou de novo, disfarçando algumas lágrimas. Estava irritada, e com sono. Ficou até tarde na redação da Famous— embora a legislação trabalhista dos estagiários só permitisse seis horas diárias e trinta horas semanais –, e, em casa, não conseguiu dormir direito, de ansiedade. Agora, estava plantada no corredor de acesso, esperando a equipe terminar a checagem do som, enquanto amaldiçoava a indústria midiática com todas as suas forças.

Quando a bomba estourou, todos foram convocados, e o editorial se tornou um verdadeiro inferno. Telefones tocando, pessoas berrando, correria, as impressoras estalando e cuspindo folhas e mais folhas de texto para serem publicados na primeira edição da manhã. Tenten, coitada, estava sendo engolida pelos redatores, que exigiam cada mínima linha de informação contida no bando de dados especial da revista. Assim que desligou o celular, Hinata sabia que condenaria a existência de Naruto Uzumaki até sua quarta geração.

O idiota tinha que voltar com aquela modelo no meio do dia. Não podia esperar para anunciar no programa, quando todos estariam reunidos, e facilitar seu trabalho. Redatores furiosos consumiam uma quantidade assustadora de cafeína, e ela não era paga para aquilo. Foi obrigada a escrever notas e mais notas sobre o vocalista, procurar por fotos e pela linha temporal daquele relacionamento estranho. Quer dizer, parecia até sacanagem dois loiros, lindos e milionários, ficarem com aquela palhaçada de romper e voltar o tempo todo. Ino Yamanaka era famosa por si só, e todos simplesmente a adoravam. Ela não precisava daquele tipo de publicidade negativa – ao contrário do Uzumaki, que parecia gostar de ter os tablóides pegando no seu pé.

De qualquer maneira, não eram nem seis horas quando ela chegou no estúdio – e entendeu porque bebiam tanto café –. Usava, orgulhosamente, uma tag de reconhecimento de imprensa, e se certificou de não acordar Sakura enquanto se vestia. Tentava secar as mãos suadas na calça jeans, segurando o microfone um tanto trêmula. Tinha repassado todas as perguntas mentalmente algumas dezenas de vezes, mas, por algum motivo, sempre que abria a boca sua voz saía esganiçada.

A comoção começou quase duas horas depois que a equipe tinha chego. A essa altura, todas as maiores empresas de comunicação já tinham se posicionado, e estavam esperando pela banda. Hinata tremia – de ansiedade e de irritação. Todo o esquema do programa tinha sido alterada por algum ataque de estrelismo ridículo, provavelmente do vocalista. Garoto idiota.

De repente, ouviu-se os gritos. A morena se assustou, ligando o microfone para capturar qualquer coisa útil que não fosse aquela histeria coletiva. O espaço de show reservado às – poucas – fãs sortudas estava abarrotado de garotas que usavam camisetas, faixas e sacudiam bastões de luz com o logo da banda. Os jornalistas eram autorizados a ficar em uma repartição próxima ao palco, a fim de melhorar a qualidade das imagens e do som, contudo, não ajudava muita coisa; aquelas garotas realmente tinham muita potência.

Os apresentadores anunciaram a atração principal, e eles entraram, um a um. Hinata revirou os olhos, enquanto sua equipe tirava fotos ensandecidamente. Os instrumentos já estavam posicionados, e eles tomaram seus lugares. Em fila indiana, o primeiro a aparecer foi o baterista ruivo. Ele usava umas roupas legais, com uma blusa de flanela e jeans rasgados. Hinata gostava do lápis de olho e de como ele parecia rebelde sem causa nas redes sociais – não, ela definitivamente não era stalker; Sakura quem era. Depois, veio o moreno mais velho, com cara de sono e o cabelo preso. Ele acenou e pegou o baixo, ajeitando as cordas. O segundo moreno veio logo em seguida, o cabelo caindo sobre os olhos e uma jaqueta jeans. Com a guitarra, Hinata não se surpreendia que ele fosse o preferido das fãs – quer dizer, o cara realmente era como um sex symbol.

E, por fim, ele. Com o cabelo desarrumado e um sorriso exibido, Naruto entrou correndo e acenando. Usava roupas coloridas, com um cinto e botas. Apesar de tudo, parecia como um modelo estúpido. Os flashs não paravam de pipocar.

— Bom dia, América! Nós somos a Hinoishi! – gritou no microfone, e os primeiros acordes soaram pelo estúdio, dando introdução a uma das músicas do álbum que Sakura ouvia sem parar.

Foi então que Hinata percebeu que alguma coisa estava errada.