L is for the way you look at me

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A dor de cabeça irritante penetrava cada vez mais o crânio de Konohamaru, que mesmo com um analgésico, ainda precisaria trabalhar durante aqueles vinte minutos que ele demoraria para fazer o efeito. Passou dois dias de cama, aparentemente visitar a filha de Naruto enquanto ela estava doente não foi a melhor das ideias, ainda mais que teve que aturar as pegadinhas de Boruto para chamar a atenção do pai.

     O Sarutobi escrevia a ficha de cada aluno da sala de Shino Aburame, que por sua vez estava em lua de mel com seu marido Kiba Inuzuka, consequentemente deixando todo o trabalho para outros professores da academia. Konohamaru pensava em largar aquele computador e correr de volta para casa, mas sabia que sentiria mais dor ainda por conta do peso da consciência e provavelmente do soco que Shino lhe daria na semana seguinte.

     Cansado e incomodado, Konohamaru se deu ao luxo de parar um pouco e abrir a internet. As crianças estavam falando muito sobre um jogo recentemente, mas sempre que Konohamaru chegava perto para puxar conversa, todos os pirralhos mudavam de assunto e corriam para longe. A curiosidade pode ter matado o gato, mas ao Sarutobi nunca; ele abriu um novo site de vídeos e procurou pelo nome que havia ouvido falar: “Eclipse Warriors”. Um gameplay logo apareceu na tela, Konohamaru clicou.

      No momento que o vídeo começou, Konohamaru apenas viu um RPG básico, nem mesmo tão violento para as crianças esconderem de seus professores, no entanto, todas as dúvidas foram sendo sanadas no momento que mais personagens femininas apareceram. As mulheres usavam armaduras mais vulgares e nada protetoras. Não era algo pornográfico, mas com certeza alguma mãe mais severa reclamaria ao ver uma dessas garotas no console do filho. Konohamaru riu ao pensar em Hinata e Temari. O jogo, apesar de tudo, era bastante divertido e com certeza fazia sentido a criançada gostar dele; Konohamaru continuou com sua pesquisa.

      Haviam se passado dez minutos, Konohamaru já havia descoberto o nome de alguns jogadores profissionais. Já esquecendo de todo trabalho e com o analgésico fazendo efeito, O Sarutobi só continuava a navegar pelas áreas mais profundas do jogo, isso se a porta não tivesse sido aberta subitamente.

      — Yo, Konohamaru! — Uma morena abriu a porta. Aquela voz energética era conhecida.

      Usando uma roupa bem simples do que ela costumava usar, com uma camisa e calça pretas, Hanabi entrou no cômodo mexendo nos seus enormes cabelos castanhos, que se mantinham presos a um penteado clássico. Konohamaru travou, trocando a página do navegador na hora.

      — Hanabi! — O Sarutobi urrou. — Cara, você me assustou.

      -— Desculpe, desculpe. Estava treinando um pouco aqui por perto e soube que você estava fazendo trabalho extra. — Hanabi foi se aproximando da mesa. - Também soube que você estava doente esses dias, então não se esforce demais, ok?

       — E-eu já estou bem, obrigado. — corou.

       Com uma velocidade suspeita, Hanabi Hyuga se aproximou consideravelmente de seu parceiro de trabalho. Seus olhos perolados fitaram os castanhos de Konohamaru, penetrando sua alma até um ponto aonde ele sentiu seu ar escapar um pouco. Mesmo sem o Byakugan, O Sarutobi sentiu que estava sendo lido canto por canto, pronto para receber algo incerto para ele.

       - De verdade? - a voz feminina só fez com que o rosto de Konohamaru intensificasse no rubor. - Digo, você está vermelho.

       O jeito que ela olhava para ele.... Aquilo fazia seu coração acelerar de alguma forma misteriosa. Por que isso? Era só a Hanabi.

       — De verdade! — O coração de Konohamaru não aguentou mais, ele levou uma das mãos ao ombro de Hanabi e deu uma leve empurrada. — Estava com dor de cabeça e minha temperatura estava abaixo do trinta e sete quando saí de casa!

       — Ora, ora. — Hanabi riu. — Então é só não se esforçar demais, tá bom?

       — S-sim... — Konohamaru suspirou.

       — Até mais então! — Hanabi deixou a zona de Konohamaru. Ele sentiu como se uma alma tivesse saído de seu corpo, mas sentia-o vazio após o exorcismo.

        Konohamaru encarou a aba do site de vídeos e suspirou; ele tinha muito o que fazer.

       — Acho que o remédio fez efeito, vamos ao trabalho.

       Ainda faltavam 8 minutos para o analgésico fazer efeito.