With all the love escrita por SouumPanda


Capítulo 20
A New Camille




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Custou a todos entenderem que tinha terminado a relação com Aidam, minha madrinha estava inconsolável, mas teria que superar. Após o intimo aniversário que fizemos para Matteo de três anos me despedi da presença de Aidam, ele permitiu que continuasse com Zoe e compartilhamos a guarda das crianças, mas o contato se restringia a telefonemas avisando horários, meu pai intermediava tudo desde que tinha se aposentado da fazenda, o trabalho tinha facilitado a minha vida com as crianças, tendo os finais de semanas de folgas e geralmente ficando em horário comercial no hospital. Eu sentia falta de Aidam ainda, mas cada dia o sentimento de ser autossuficiente me preenchia e por hora bastava, e com a rotina corrida era difícil parar e pensar em tudo que aconteceu, até que um dia deixei de ver ele no hospital e mesmo curiosa, hesitei em perguntar.

— Sua madrinha disse que ele pediu um afastamento, que vai ir se especializar em cardiologia pediátrica agora. – Meu pai comentava me ajudando a tirar a mesa do jantar.

— Vi que ele sumiu de lá, fiquei curiosa o que pudesse ter acontecido. – Suspirei. – E preocupada. – Sorri e nos olhamos sorrindo.

— Se sente falta dele, vá falar com ele minha filha. – Meu pai disse parando próximo ao balcão e me olhando de forma autoritária.

— A questão é que estou bem assim, e não quero procurar Aidam papai, foi apenas uma curiosidade. – Dei um riso baixo. – Logo vocês vão ver que falei sério em não querer mais nada.

— Só acredito quando vocês se verem de novo e conseguir ficar longe um do outro. – Ele disse bem-humorado saindo da cozinha e subindo as escadas. – Nem que demore anos, como demorou da outra vez. – Revirei os olhos escutando meu pai e ri do comentário. Comecei a lavar os pratos com o pensamento distante e olhando todo o apartamento e acho que uma mudança para uma casa seria ideal.

Eu procurei me ocupar de muitas maneiras, no serviço, com as crianças e agora procurando uma casa do meu gosto que tenha uns cinco quartos pelo menos, e por ser difícil saberia que a procura seria longa e me consumira tempo, que era o que precisava. Quando deitava meu corpo estava tão pesado que apagava, muitas vezes com a roupa do corpo, sem banho ou por pijamas, de toalha mesmo. Os dias voavam diante dos meus olhos, ser chefe de setor era maravilhoso, mas era muita burocracia a ser seguida, papeis e mais papeis. Katarina estava a semanas de ter o seu filho e pediu afastamento e hoje era seu ultimo dia, Eliza resolveu fazer um chá de fraldas para ela e assim, permiti usarem minha sala para que apenas os Neurologistas pudessem aproveitar e se despedir, Craig obviamente estava presente e mais radiante que nunca, apaixonado que nunca e eu feliz por ele, mais que nunca.

— Estou feliz por vocês, esse bebê é muito amado e por favor, no que precisar em relação a cuidados, estou aqui Katarina. – Disse cordialmente a abraçando. – Sei como isso vai mexer com você então se precisar surtar e alguém que vai entender, me ligue. – Tornamos se abraçar  e eu realmente nutria um amor pela doce Katarina e por cuidar tão bem de Craig que era importante na minha vida, o abracei por uns instantes e senti ele cheirando meu cabelo por uns momentos e logo nos afastamos.

— Como você está? – Ele disse me olhando discretamente de cima à baixo e eu franzi a testa.

— Muito bem, acredite. – Falei sorrindo. – Estou com outro tipo de perspectiva de vida Craig, e é linda. – Tomei um gole do suco que servimos. – Estou procurando casa, quero sair do apartamento, meu pai está comigo agora e com três crianças e pensando no futuro preciso de uma casa realmente grande.

— No nosso condomínio tem uma enorme, se te interessar. Posso te passar o contato e é muito tranquilo. – Katarina se intrometeu na conversa e eu sorri animada afirmando. – Algumas quadras de casa, você vai amar Camille. Vou te passar já. – E ela passou, e eu terminei o suco pegando o celular, olhando e sorrindo educadamente.

 – Bom, se me dão licença preciso resolver uns problemas. – Saí da festa que estava se encerrando e fui terminar meu plantão resolvendo tudo que estava pendente. Tinha dado um mobile para o filho deles, Craig tinha comentado que não achavam para comprar e conhecidamente eu consegui achar, então aproveitar em dar de boas-vindas, era de uma paz absurda ver Craig realizado, ele mais do que ninguém na minha vida merecia, ele foi um bom namorado e um excelente amigo, se não o melhor. E acho que amar a pessoa é isso, estar feliz com todas as conquistas da pessoa na vida e melhor ainda quando te incluem como eles me incluíram e se tornamos todos unidos, amigos, família.

Comecei a ver o lado bom da vida, comecei a tentar ver coisas lindas até nos problemas que me eram apresentados, meu coração estava em paz. Meus filhos crescendo. Ver Matteo já assumindo uma personalidade, estava mais tranquilo, educado e me ajudava com as irmãs, Maddison e Zoe eram como gêmeas bi vitelinas. Uma loira com olhos verdes, outra morena com olhos verdes, mas os traços os mesmos. Todos os filhos de Aidam conseguiam absurdamente ter os traços deles, o maxilar marcado, o nariz perfeitamente empinado, os olhos, Matteo e Zoe loiros como Aidam, e Maddison apresentava o cabelo mais escuro como o meu, mas do resto era o Aidam e não sei se isso me alegrava ou me entristecia em alguns momentos, ele realmente acabou que indo para Austrália dessa vez, ele queria a especialização na última visita, meu pai acabou contando que prometeu a Aidam manter o contato por vídeo e eu disse que a promessa era dele, ele que cumpriria. Estava sentada no chão da sala com as crianças e minha madrinha no sofá nos observando, ela mais presente que nunca após a partida de Aidam se consolava nos netos.

— Aidam disse que lá é lindo Camille, poderia ir para lá o surpreender. – Ela comentava sem aceitar a nossa separação tão próxima do casamento. E nos olhamos e ela viu meu olhar de descontentamento com seu comentário. – Eu sei que você sente a falta dele, e que ele errou com você, mas não justifica arruinar uma família por isso querida.

— Eu não arruinei nossa família me separando do Aidam, ele arruinou nossa família quando me traiu, a separação foi consequência de um ato dele, e isso é culpa somente dele. E estou bem agora, quero começar a me descobrir para a vida, já tenho três filhos, uma carreira que caminha perfeitamente bem, preciso começar a viver, não sou mais nenhuma menina de 20 anos e acho que ter 33 anos e não ter vivido o que precisava viver me entristece. – Comentei e ela escutou atentamente tudo que falei e engoliu seco ao me escutar culpar Aidam por nossa ruina, mas no fundo ela sabia que eu tinha razão.

— Poderia deixar levar as crianças então e você sair com suas amigas. – Ela comentou e eu por um breve momento relutei, mas como eu tinha acabado de dizer, eu precisava viver mais, sair mais e começar a ver todo lado bom da vida pessoal.

— Não seria uma má idéia. – Falei abrindo um sorriso que mostrava todos meus dentes. E assim peguei o celular e mandei mensagem para uma nova cirurgiã geral que tinha feito amizade recentemente no refeitório e a chamei para tomar uns drinks em um barzinho. – Tem certeza que quer ficar com eles? São três crianças que pode vir a te enlouquecer.

— São meus netos e com toda certeza quero ficar com eles. – Ela disse me animando ainda mais. – Agora vá se arrumar e saia um pouco desse seu casulo. – Ela disse em tom bem humorado e eu ri, me levantando e subindo para me arrumar. Quando terminei de me arrumar, Matteo já tinha subido para o quarto para deitar, passei por ele, e o beijei dando boa noite e ele sorrio.

— Está linda mamãe. – Ele disse com os olhos brilhando e abrindo o sorriso mais apaixonado que já vi.

— Obrigada meu príncipe, eu vou sair. Mas qualquer coisa pede para a vovó me ligar tudo bem? E você é o homem dessa casa, então cuide das suas irmãs. – Ele sorrio e afirmou com a cabeça e assim eu fui, deixando meus filhos e querendo ser uma pessoa sociável pela primeira vez na vida.

Do encontro para os drinks, tinha se tornado uma regra semanal sair com Brie, toda sexta feira uns drinks, alguns sábados quando ela folgava, balada Tinha feito um grupo de amigos com residentes, enfermeiros e médicos que saímos sempre. Após 6 meses até resolvi dar uma chance em tentar ficar com alguém, nada muito sério mas comecei a sair com um clinico geral que fazia todo atendimento de famílias de baixa renda, Walter era um homem completo, um ser humano incrível.e absurdamente lindo, pele clara, cabelo bem escuro e olhos tão azuis quanto o meu, mas não conseguia nada mais sério, desde que larguei de Aidam, um bloqueio de relacionamentos se instalou em mim, e não queria apresentar alguém que não saberia se teria futuro para meus filhos e os confundir.

— Já faz mais de 1 ano que rompeu seu relacionamento e uns 8 meses que estamos saindo. – Walter comentava na minha sala, encostado na estante de livros. – Não acha que temos que dar um passo a mais?

— Eu não consigo funcionar sobre pressão Walter, eu acho que estamos nos dando bem assim. – Falei rigidamente e ele trincou os dentes. Nesse meio tempo, meu celular notificou algumas mensagens e eu respirei fundo olhando as notificações do meu pai. “ Aidam já foi embora, embarcou disse que provavelmente volta daqui 6 meses.” Olhei para Walter que estava tenso e sorri rigidamente. – Se gosta de mim como diz que gosta, não queira estragar as coisas e termos que terminar isso que temos, ou é isso, ou mais nada. – Ele me penetrou com os olhos azuis e pisquei algumas vezes.

— Se quer continuar no seu mundo fingindo que não sente mais nada, nesse seu coração de gelo Camille, continue. – Ele disse baixo. – Mas eu realmente gosto de você e prefiro não ter nada do que ter isso que temos. – Ele disse se dirigindo para a porta, parou ao abrir a mesma e me olhou. – Melhor pararmos de se ver, não quero ser sua foda de consolação. – Walter bateu a porta e pela grande janela com as persianas meio abertas o vi se afastar e respirei fundo meu coração parecia que ia saltar pela boca, mas fiz o que era melhor para todos. Não poderia levar isso adiante e permitir meus filhos se envolver com alguém que não sei qual é o futuro na minha vida, já não bastava o pai deles longe vindo a cada 6 meses. Terminei meu dia com uma cirurgia emergencial que tive que fazer, ao sair passei na casa de Eliza para deixa-la e acabamos tomando uma cerveja ali mesmo.

— Sabe doutora, como consegue não ver o Aidam? – Ela perguntava enquanto colocava uma grande quantidade de salgadinhos na boca e eu fiz uma careta ao ver a cena e virei um breve gole da cerveja.

— Acabo que quando ele liga por Facetime, meu pai que está com as crianças, quando ele vem, eu estou trabalhando e meu pai e a mãe dele faz o intermédio. Se temos que resolver algo, eu até ligo para ele, mas raramente acontece. Algumas mensagens até troco com ele a respeito das crianças, mas nada demais. Mas ver ele, como ele está faz mais de um ano, bom desde que ele saiu do hospital. – Comentei dando mais um grande gole na cerveja e molhando a garganta seca pelo assunto e respirei fundo. – Bom, preciso ir e liberar as babás. – Coloquei a garrafa na mesinha e me levantei e se despedindo da Eliza fui para casa.

Zoe estava deitada no meu colo, e eu acariciando seus cabelos loiros parecido com Florence, e a saudade apertou e ao mesmo tempo olhei para Matteo que colocava música para Maddison no tablet  e sentados no tapete e meu coração apertou pensando no que Aidam perdia, mas não podia me martirizar pelo rompimento, sempre tentando dar uma razão para quando sinto algo e a culpa é dele. Sempre será dele. Continuei ali acariciando o cabelo de Zoe com o pensamento longe, pensando em Walter e tudo que tinha me dito, eu não tinha um coração de gelo, apenas estava magoada demais para me permitir a ter outro relacionamento, tirando base que o tínhamos era algo, mas só não era o que ele queria. Meu celular não parava de chegar notificação, eu vi que era Walter falando sobre o que sentia e apenas ignorei, eu sabia que era a melhor opção para ambos, eu não podia usar ele como escape como foi com Craig. Eu não podia construir um relacionamento para ignorar Aidam e fingir que não sinto nada, eu sempre o amarei. Um dia me permitirei a algo de novo, mas agora não era o momento queria apenas aproveitar o que não tive a vida inteira e um novo relacionamento não estava incluso. Olhei para baixo, Zoe acabou dormindo após tanto cafuné e sorri com a cena, pegando ela no colo e levando para o quarto. Quando desci meu celular tocava incansavelmente e acabei atendendo e era Brie totalmente exaltada.

— Camille, precisa vir até Baytown. – Ela estava quase gritando desesperada.

— E porque eu preciso ir até a ponte? – Perguntei mantendo a calma e ela começou a chorar.

— Walter estava bebendo no bar, não sei porque ele estava vindo nessa direção, mas ele perdeu a direção e caiu no rio, conseguiram tirar o Brian que estava com ele, mas ele ainda está lá embaixo. – Enquanto escutava ela chorando, apenas fui pegando minhas coisas e fazendo sinal para meu pai que precisava sair e assim fui, correndo com o carro para ponte, cheguei lá, Walter estava sendo atendido consciente na ambulância, passei por todos e quando ele me viu nos olhamos e o abracei passando pelos paramédicos. E fiquei ali alguns instantes.

— Como você está? – Perguntei segurando o rosto dele e selando nossos lábios. – O que aconteceu Walter? – Eu peguei a lanterna do paramédico examinando a pupila dele e logo depois me afastando e cruzando os braços.

— Estou bem. – Ele disse calmamente. – Sei que vai falar sobre eu ter bebido Camille, mas não foi minha culpa. Um caminhão invadiu a pista contraria eu tentei desviar mas derrapamos e quebramos a barreira caindo no rio, Brian está bem? Ele perguntava olhando Brie que chegava atrás de mim.

— Sim está. – Ela completou. -  E o motorista do caminhão está sendo autuado e irá para delegacia. – Olhamos e lá estava o motorista entrando no carro dos policiais. – E você como está?

— Bem de verdade, foi apenas um susto. – Ele comentou rindo e eu respirei fundo e abracei ele. – Deveria mergulhar mais de pontes se assim você vai demonstrar sentimentos nem que seja de preocupação por mim. – Walter completou rindo enquanto me abraçava e ficamos ali sentados abraçados enquanto toda movimentação ia sessando e meu coração acelerado e preocupado ia se acalmando naquele abraço.


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