With all the love escrita por SouumPanda


Capítulo 19
Now that I know what happened, goodbye




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Quando cheguei no setor na neurologia, vi Eliza conversando com Katarina e as duas sorrindo, mas eu estava extasiada com o que acabava de acontecer, quando Katarina virou o corpo totalmente vi uma barriga um pouco grande e não podia acreditar que ela estava gravida. Lindamente grávida e mesmo conversando com Craig acho que nunca dei abertura para falar disso comigo, mas o que importava isso agora, meu pensamento apenas voava no setor de cardiologia, o que estava acontecendo? Porque Carrie estava aqui? Passei por elas forjando um sorriso e entrei na minha sala, logo elas me seguiram enquanto eu colocava a bolsa na mesa e rodeava a mesma sentando.

— Estamos tão felizes com sua volta Dra Davis. – Eliza falava sorrindo, mostrando todos os dentes e Katarina confirmava com a cabeça e eu voltava aos poucos a si deixando Carrie e Aidam para depois.

— Estou feliz em voltar. – Falei de forma fraternal. – Nossa Katarina, parabéns pela gravidez, eu realmente não sabia. – Falei sorrindo e realmente feliz pelo acontecido, Craig merecia, ela merecia e eles estando felizes eu ficaria também.

— Obrigada Camille, tenho certeza que Craig queria te contar pessoalmente. – Ela disse timidamente e eu sorri, realmente estava feliz por eles, mas meu pensamento ainda vagava por Aidam, se ele sabia de Carrie, o porque não tinha me falado, o que estava acontecendo, quando ele começou a me esconder as coisas. – Bom, parece que está se readaptando a rotina, depois venho te passar os pacientes e todos os prontuários em abertos para ficar por dentro das situações. – Katarina disse e foi saindo, eu apenas estava avoada por não entender o que estava acontecendo com meu noivo não com meu serviço.

— Antes de mais nada Dra Davis, o senhor Williams, diretor do hospital pediu para ver a senhora assim que chegasse. – Eliza completou se juntando a Katarina em retirada da sala.

— Obrigada meninas, vou ir ver ele e assim que voltar conversamos Katarina. – Completei e elas saíram, coloquei a minha bolsa no armário, pegando o celular e colocando meu jaleco por cima da roupa e o celular no bolso. E sai indo até a diretoria do hospital que era dois andares a cima. Quando cheguei logo fui recepcionada por Guilda uma senhora que era tão antiga quanto o hospital e secretária do diretor que me anunciou e quando entrei ele abriu um sorriso. – Queria me ver Senhor Williams?

— Camille, está ainda mais linda mãe de duas crianças. – Ele falava vindo ao meu encontro e me abraçando cordialmente e eu sentindo o rosto corar agradecendo. – Sente-se, aceita uma água, café? – Ele disse oferendo no aparador ao lado e eu apenas neguei com um riso sem graça. – Bom, espero que seu retorno esteja sendo agradável. – Eu sorri concordando, mas obvio que não, o que Carrie fazia aqui? – Algumas semanas atrás conversei com toda diretoria que na sua ausência o chefe do seu setor se aposentou, ficou sabendo disso?

— Sim, fiquei. Uma pena não estar aqui para a despedida. – Comentei sorrindo e com a respiração descontrolada, será que mal tinha chegado e iriam me dispensar? O sonho de Aidam e minha madrinha iria prontamente se realizar em ter que ser mãe e dona de casa?

— Sim, e antes da sua saída ele citou seu nome em substituição como chefe do setor. – Ele disse de forma cordial e formal. – E após a reunião a sua aprovação foi mais que 100%, por todo seu comprometimento e cirurgias com alto índices de boas recuperações. Queria ver o que acha do cargo de chefe, lembrando que o salário seria maior, o tempo de serviço menor e de cirurgias também, você apenas iria cuidar das burocracias do setor e claro que um talento como o seu em casos especiais, recorreríamos a você. – Quando ele acabou de falar minha boca estava aberta, eu esperava uma dispensa honrosa mas não uma promoção e era tudo que eu precisava, para ficar mais tempo em casa com as crianças sem as obrigações de finais de semanas no hospital. Acho que percebeu a surpresa e o brilho dos meus olhos.

— Eu não sei o que dizer, estou petrificada com a notícia. – Eu falei em êxtase. – Tantas pessoas boas trabalham naquele setor e eu, ser cotada para ser chefe. É uma honra que não sei nem se sou digna, eu trabalho para crescer na minha área, porque amo o que faço. Mas quando isso acontece, eu não sei o que responder Senhor.

— Que aceita é um ótimo começo. – Ele disse rindo da minha reação e eu apenas confirmei abrindo um sorriso que mostrava todos meus dentes. – Sua sala, será a central do setor, e se quiser pode continuar com sua secretária que também terá um aumento.

— Claro que aceito. Eliza precisa disso, e eu com as crianças em casa preciso também. – Eu disse animada e ele se levantou esticando a mão para um aperto e assim eu fiz também. – Obrigada, farei meu melhor.

— Você já faz, continue assim. – Ele disse e me despedi dele e saí rindo para as paredes brancas do hospital, todos que me olhavam percebia a bochecha vermelha pela emoção, os olhos brilhando, quando cheguei no setor e contei a Eliza o que acabara de acontecer, parecíamos duas adolescentes pulando de mãos dadas na recepção. O resto da manhã acabou sendo corrido, em me inteirar dos prontuários, ler meu novo contrato de emprego e os planos que começaram a se formar na minha cabeça. Mal consegui pensar na vida, nas crianças em casa, que com certeza estariam bem, ou em qualquer outra coisa. Desci com Eliza para o almoço e enquanto pegávamos a comida, Aidam entrou e me olhou com um olhar preocupado e eu desviei o olhar assim que vi Carrie chegar por trás dele sorrindo e colocar a mão no seu ombro e ele a olhar. Eliza percebeu e apenas abaixou a cabeça,  e eu fiz o mesmo sentando com ela enquanto Aidam retirava a comida seguida pela Carrie.

— Ela é apenas uma carniceira Dra. – Eliza falava baixo e olhei para ela. – Enquanto você estava de licença, ela chegou. Dizem que é a ex namorada dele de Londres verdade? – Eu apenas confirmei e coloquei a salada na boca para manter a mesma fechada, não queria falar, mas Eliza não queria entender isso. – E o assunto foi que as coisas entre vocês não estavam bem, acho que ela mesmo espalhou, você tinha abandonado Aidam para ficar com as crianças e ele estando abandonado, ela cravou as unhas nele. – Enquanto Eliza falava, coloquei mais da salada na boca e respirei fundo olhando para baixo, não sabia o que pensar, poderia ser apenas fofoca de um ambiente de trabalho muito grande e uma coisa pequena se tornou estrondosa, mas poderia não ser. Nos primeiros meses da Maddison realmente deixei Aidam abandonado, mas depois nos acertamos e desde então estávamos sempre juntos. – Claro que quem começou a fofoca foi ela, só pode. –Eliza completou, logo Craig chegou com Katarina se juntando a nós e quando Aidam chegou e tornamos a nos olhar, meu coração ia sair pela boca, não queria dar nenhum espetáculo a ser assistido e acho que era o que todos esperavam, pois parecia que todos nos olhavam, então peguei minha comida e saí, pegando apenas o pote de gelatina e deixando o refeitório com todos me olhando. Enquanto dava os passos apressados para o elevador uma erupção tomava meu corpo e uma vontade de chorar imensa. Entrei apertando o 7º andar para o meu setor e vi Aidam virando vindo na direção do mesmo, o olhei e a porta se fechou e pude escutar meu nome ecoar pelo corredor, encontrei na parede do elevador que subia e despenquei a chorar, um choro alto e corrosivo, quanto mais chorava mais controle eu perdia, eu queria abraçar e contar sobre a minha promoção, mas nessa altura não saberia se ele ficaria feliz com isso. Quando o elevador parou para mais pessoas entrarem tentei me controlar e limpar as lagrimas e sorrir cordialmente, logo cheguei no setor, um tanto vazio pelo almoço e entrei na minha sala batendo a porta e procurando o ar enquanto andava de um lado para o outro, não demorou muito para Aidam abrir a porta e eu o fuzilar.

— Camille, eu posso explicar. – Ele começou a falar e eu apenas o fuzilei e neguei com a cabeça. Eu sabia que ele teria uma explicação, só não sabia se queria ouvir ela.

— Não quero te ouvir nesse momento Aidam, quero ser profissional aqui, já me deixei chorar no hospital, não posso mais me permitir a isso. – Respirei fundo, controlando as lagrimas e a respiração. – Eu quero apenas aproveitar o resto do meu plantão com a mesma alegria que senti durante toda manhã no meu retorno sabe porquê? Porque sou chefe do meu setor inteiro, eu trabalhei por isso, eu mereço isso, mereço ser realizada profissionalmente. E estou sendo, então. – Respirei fundo e soltei o ar lentamente e abri um sorriso irônico. – Sua explicação eu vou ouvir, mas vou agir da melhor maneira possível porque é isso que todos esperam de mim.  – Quando terminei de falar, me sentei na minha cadeira e Aidam, se aproximou sentando na cadeira do outro lado, nos olhamos e eu tornava a tentar controlar as emoções com a respiração.

— Primeiro eu não falei da Carrie, porque não achei uma brecha a ser dito. Eu quis te falar, destes cinco meses que ela está aqui. – Ele falava desviando o olhar do meu, por saber que está errado e são cinco meses, cinco míseros meses dela nesse hospital e ninguém teve a decência de me contar. – E sei como se sente em relação a ela, por conta do Matteo. – Ele fez uma pausa e fixamos o olhar um no outro, eu trinquei os dentes e sabia que meu olhar o matava e era exatamente isso que eu queria, matar ele.

— Isso não é justo comigo Aidam, por tudo. Pelo nosso relacionamento e principalmente nossa família. Sei que tem que aguentar Craig que é meu ex por aí, mas ele está constituindo família. E ele nunca quis separar a gente, pelo contrário ele abriu mão do nosso relacionamento, para que eu e você pudéssemos nos permitir a ter um. – Tornei a respirar fundo, e ele abaixou o olhar, engoli seco, minha garganta pedia água. – O comentário que está no hospital, preciso saber até que ponto isso é verdade.  – Ele me olhou, seus olhos marejados e logo os meus se encheram de lagrimas, que escorriam lentamente pelo meu rosto de expressão fria. Meu coração doía, se Aidam me olhava com esse olhar de culpado eu sabia o que viria a seguir, então sussurrei baixo. – Preciso saber de você Aidam.

— Uma vez Cami, uma única vez. – Ele disse com lagrimas escorrendo e aquilo parecia que partia meu coração, limpei as lágrimas do meu rosto duramente sem tirar o olhar dele. – Estávamos distantes, você me deixava para dormir no quarto das meninas, eu me sentia sozinho e ela me pegou vulnerável, como em Londres e aconteceu, na sala de repouso dos médicos e uma enfermeira deve ter visto. – Ele se lamentava e naquele momento nenhuma lagrima escorreu pelo meu rosto, eu não conseguia expressar nada e nem sabia direito o que sentir. – Me perdoe, mas a culpa foi sua também.

— Saí daqui. – Falei duramente e quando ele me olhou, e ia falar algo, alterei o tom de voz. – Saí daqui, agora. – Acabei gritando e ele me ouviu, se levantando e indo em direção a porta, antes de sair me olhando e eu virando minha cadeira para a parede atrás de mim e despencando a chorar, fiquei ali inerte por alguns minutos, meu peito se comprimia com a dor que sentia, quando Eliza abriu a porta que havia voltado do almoço me dei conta que fazia quase uma hora que estava chorando, limpei o rosto e ela apenas entendeu o porquê e me deixou sozinha, me levantei indo até o banheiro do consultório, ajeitando o rosto, maquiagem e pegando o batom na bolsa e passando, ajeitei minha roupa e desamassei meu jaleco, e sai do consultório batendo a porta, Eliza apenas olhou de cabeça baixa e peguei o elevador para o setor de cardiologia, girava minha aliança no dedo enquanto o elevador descia, quando abriu, respirei fundo e pisava fortemente no chão fazendo barulho com meu salto, todos olharam, meu olhar era frio, meu peito apesar de dolorido e pesado estava em paz com o que eu iria fazer, a secretária de Aidam me viu e quando pegou o telefone para me anunciar eu neguei com a cabeça já abrindo a porta e nem me importei se tinha paciente ali. Mas era apenas ele e novamente a Carrie, sentada ereta e com um riso diabólico no rosto. – Nos dê um minuto. – Falei pra ela e ela fez uma careta. – Depois ele é todo seu. – Eu falei duramente e ela se levantou passando por mim e fechando lentamente a porta, eu sabendo que ela queria escutar estaria atrás da mesma. Caminhei até a mesa e nela depositei minha aliança e Aidam se levantou.

— Não faz isso Camille. – Ele sussurrou e eu abri um sorriso que demostrava dor ao invés de qualquer outro sentimento.

— Eu faço Aidam, porque você não tem culhão para ser homem e ter uma família, você realmente ficou ali do meu lado compreensivo em partes, mas a troco de que? Da gente. Acha que ter filho é mole? Só se for para o homem, eu passei o inferno para ter seus dois filhos, e não me arrependo porque eles são os amores da minha vida. Mas me arrependo de achar que o adolescente imaturo, teria crescido e se tornado homem. Seu corpo pode ter se desenvolvido, mas sua mente não. – Eu falava duramente com o olhar fixo no dele. – E quer saber, foi lição. Eu estou terminando com você com o pouco de amor que você deixou aqui intacto, porque tivemos momentos bons, mas você jogou isso fora e o pior disso tudo é você querer me culpar por um ato seu, eu estava em casa, com seus filhos, com a nossa família, cuidando da gente, quando eu te deixava de lado, você deveria dar graças a Deus que eu estava cuidando das nossas meninas, do nosso filho, com todo amor que eu tenho. – Respirei fundo. – E você se sentindo sozinho porque eu não estava em baixo de você ou te dando a atenção que o garoto da mamãe queria? Se na sua próxima vida você vier como ser humano, porque não acho que tenha evolução espiritual nem para isso, espero que venha como mulher, espero que seja mãe, aí você vai saber o que é solidão materna. – Eu falava rigidamente e podia ver que ele engolia seco cada palavra. – Espero que entenda que a solidão que sentia, será mil vezes pior agora, sem sua família por perto e espero de verdade que a Carrie preencha isso também. – Fiz uma pausa e o silencio reinou e fui em direção a porta, parei e o olhei ali de cabeça baixa. – E quando perguntarem porque não demos certo com três filhos e o casamento a menos de um mês, você fala que foi porque você fez sexo com outra e a doce Camille não quis entender isso. – Sorri ironicamente e abri a porta e Carrie estava ali parada sem reação por tudo que escutou.

— Camille, por favor. – Aidam sussurrou e eu apenas sai e não olhei para trás porque saberia que se olhasse eu poderia voltar a trás de tudo que eu disse e pela primeira vez, eu estava em paz comigo. Voltei para minha sala, terminei tudo que tinha a ser feito e comecei a sorrir um pouco mais verdadeiramente, eu estava quebrada por dentro, mas em paz que não tinha feito nada, apenas o que foi melhor para mim. Não foi minha culpa a falta de decência de Aidam e Carrie e a Carrie por todos os defeitos, não tinha plenamente culpa, já que quem me devia o respeito era Aidam, evitei sair dali, acertando tudo para a troca de sala, e assim evitar cruzar com Aidam, mesmo sabendo que ele iria em casa. Meu psicológico estava preparado, minha vida também. As vezes achamos que somos destinados a ficar com a pessoa, que ela é o grande amor das nossas vidas, que ter filho é sim o suficiente para a pessoa ser sua para sempre. Mas não é. A pessoa pode muito bem ser o grande amor da sua vida e vocês terminarem separados, porque tem que ser assim. E as vezes o papel era esse, por um determinado tempo, aprender determinada lição e amadurecimento e a vida te mostrar que você é capaz sim de ser o que quiser sozinha, porque eu sei que sou. Ali escolhendo a reforma que eu queria fazer na minha nova sala, vi que eu precisava também de uma boa reforma na minha vida. Ali escolhendo a cor da nova parede, escolhi a cor da minha vida, ali vendo Dallas pela janela do 7º andar, vi a imensidão do mundo e que a muitos amores a ser conhecidos, a muitos Aidams, muitas Carries e muitas Camilles. Sorri com meus pensamentos perdidos pelo por do sol magnifico que abrilhantava meu olhar e numa saudosa lagrima sei que a muitas Florences doentes para serem amadas por caras que não vale a pena. Com três filhos pequenos, uma carreira indo para onde trilhei, eu estava em paz comigo, estava feliz e liberta. Aidam foi a parte linda da minha vida, foi a parte feia da minha vida, passamos por tudo que precisávamos passar, ficamos até onde precisávamos ficar e acabou ali, junto com a reforma de uma sala imensa. Fechei a porta da nova sala, vazia e cheia de coisas a serem feitas e fui embora para casa, peguei um táxi, não avisei Aidam, apenas fui. Abracei fortemente meu filho, beijei minhas filhas e as ninei. Conversei com Matteo de forma que entendesse o que estaria para acontecer e da forma dele, ele entendeu. E eu agora também entendia.


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