Steve acordou com um barulho intenso na porta da frente. Ele desceu as escadas vestindo a camiseta. Abrindo a porta de frente, ele viu Danno com Grace na porta em sua mochila de joaninha.

— Eu posso saber o que é isso? – Steve olhou para Grace. – Gracie, pegue alguns biscoitos no pote. Comece.

— Bem, Rachel precisou sair da cidade às pressas. – Danno explicou. – E eu preciso viajar para Jersey. Aparentemente meu pai está sendo pressionado a comprar uma casa na praia e eu preciso convencer minha mãe a não fazer.

— Você vai ficar muito tempo? – Steve viu Grace se lambuzar com o biscoito de chocolate. – Eu não tenho nada contra ficar com sua filha, mas eu realmente preciso saber.

— Pretendo ficar uma noite. – Danny olhou para a filha. – Mas se eu precisar de mais dias eu te ligo.

— Ok. – Steve fechou a porta e respirou fundo ao ver Grace tentando pegar outro biscoito. – Grace, gostaria de dar uma volta pela praia?

— Vai ter golfinhos, tio Steve? – Grace falou, lambendo o chocolate dos dedos. – Ou algum tipo de peixe?

— Podemos ver se conseguimos encontrar um por aí. – Steve olhou para a menina. – Mas primeiro, boné e protetor solar, senão vai virar uma torrada.

Grace colocou o boné, mas não conseguia colocar o protetor então, Steve colocou um pouco nas mãos e começou a espalhar. Os dois riram enquanto Steve fazia círculos pelas bochechas de sua “sobrinha”.

Eles pegaram algumas garrafas de água e foram caminhar juntos. Parando em frente à praia, Steve viu Grace correr para a borda do mar e ele foi para junto dela. Um golfinho pulou, fez um rodopio e voltou a mergulhar no mar.

— Você viu, tio Steve? – Grace sorriu quando viu o mesmo golfinho fazer outra pirueta. – Vamos fazer um castelinho de areia?

— Vamos fazer O CASTELINHO. – Steve focou na palavra. – Vamos lá.

Os dois acabaram passando quase o dia todo na praia, construindo coisas de areia e brincando. Steve colocou boias nos braços de Grace a impedindo de se afogar quando ela estivesse nadando.

No final, os dois foram para casa, tomaram leite com chocolate e acabaram dormindo. Grace ficou na cama que pertencia a Mary enquanto ficou no quarto. Uma mensagem acordou o comandante. Era de Danno. Rachel ainda estaria em Nevada e ele não conseguiu convencer os pais.

No dia seguinte, Steve preparou Grace para a escola e a levou e no final do dia, ele a buscou na escola.

— Certo, aparentemente, Danno não vai conseguir voltar cedo. – Steve mostrou a Grace uma bolsa de maquiagem antigas.

— O que é isso, tio Steve? – Grace se levantou e abriu a bolsa. – É igual da mamãe.

— Sim, essas aqui eram da tia Mary e apesar de elas ainda não estarem vencidas, eu não tenho utilidade. – Steve viu o olhar de Grace. – O que você esta tramando?  

— Eu vou te maquiar, tio. – Grace pegou primeiro a sombra de olhos e viu que havia uma sombra forte com uma cor azul. – Perfeito.

Steve se abaixou até o nível de Grace e deixou que ela maquiasse ele. Ele se sentiu estranha, mas ele sempre tinha vontade de fazer isso.

— Você ficou lindo, tio. – Grace tentou reprimir uma risada. – Agora, batom.

Pegando o tubo vermelho, Grace o girou e começou a aplicar em Steve. Ele se sentiu diferente, um pouco mais poderoso. Ele só esperava que Danno não o visse assim.

Danny desceu no aeroporto. No final, ele convenceu sua mãe a não comprar a tal casa alegando que eles não poderiam morar por lá o ano todo e para comprar, eles teriam que vender a casa atual.

Pegando o camaro no estacionamento do aeroporto, Danno começou a dirigir para a casa de Steve, esperando que sua filha ainda estivesse viva. Ele entrou na rua da casa de Steve e suspirou quando viu uma mulher com sua filha.

— Ei, senhora! – Danno chamou, mas parou quando viu quem era. – Steven?

Steve sorriu para seu melhor amigo e viu Grace rindo copiosamente.

Logo depois do batom e da sombra azul mar, Steve achou que era hora de descobrir como ficaria sendo uma mulher. Ele passou a máscara de cílios, pintou as unhas de rosa e passou blush no rosto.

Ele tinha uma peruca loira e um vestido antigo de sua mãe. Ele só não colocou os saltos. Pegando a mão de Grace, ele foi fazer o teste final.

Foi quando ele viu o camaro de Danno e seu amigo, que deveria estar em Jersey agora.

— Ei, senhora! – Steve se virou quando o amigo chamou por ele. – Steven?

— Danny. – Steve se virou e ouviu uma câmera clicar. – O que vai fazer com a foto?

— Ter provas. – Danno salvou a foto na nuvem. – Agora, o que está fazendo assim?

— Grace e eu estávamos brincando de maquiagem. – Steve retirou a peruca e voltou a ser meio homem. – Uau, as mulheres realmente são guerreiras em usar essas armadilhas de salto.

— Pai, tio Stevie ficou bonito de mulher, né? – Grace correu para o colo do pai. – Ele pode trabalhar naqueles clubes elegantes.

— Não olhe para mim. – Steve colocou as mãos para cima. – Ela com certeza não ouviu isso de mim.

— Certo, tia McGarrett. – Danno brincou. – Mas garanta que ela não sabe sobre o que esteja até uns 46.

— Uns 46, 50 e 16. – Steve sorriu. – E como foi com sua mãe?

— Bem, eu precisei mentir. – Danno bufou. – Disse a ela que as pessoas não podiam morar nas casas de praia o ano todo, mas mesmo assim ela pareceu incrivelmente determinada a querer morar por lá.

— Papai, tio Steve me levou para a praia. – Grace mostrou a concha que ela e Steve conseguiram. – Você gosta dela?

— Uau, eu vou colocar ela no nosso jardim. – Danno viu a filha correr para pegar suas coisas dentro da casa de Steve. – Eu nem como agradecer você, Steve.

— Me agradeça pagando uma bebida cara. – Steve sorriu. – Aliás, quer cerveja? Eu tenho mais quatro horas de direito com sua filha e planejo aproveitar, mesmo que você esteja aqui.

— Vamos lá. – Danny entrou e viu Grace pintando na mesa da cozinha de seu amigo. – Rachel não quer mais cuidar de Grace. Ela quer se mudar para Las Vegas com Stan.

— Mas ela é a mãe de Grace. – Steve sorriu para a criança. – Se eu tivesse a chance de ter minha mãe por perto eu não cresceria tão longe do meu pai. E Mary nunca teria ido embora.

— Rachel quer desistir da guarda dela. – Danno estava sentado em frente ao pôr do sol. – Por mais ruim que eu ache, seria mais fácil do que eu ir embora.

— Está dizendo que gosta de mim? – Steve colocou a mão no coração de brincadeira. – Estou comovido.

— Bem, apesar de não aprovar grande parte dos seus métodos, eu gosto de ficar por aqui. – Danno pegou Grace nos braços quando ela chegou com um desenho. Que bonito. Foi você quem fez?

— Sim. – A garotinha apontou para o desenho. – Eu, você e tio Steve.

Steve passou uma garrafinha de suco de laranja para Grace e os três estavam sentados no pôr do sol brincando e sobre tudo sendo colegas. Aquela parte da vida de Danno finalmente começando a melhorar.