East End - Jaminique escrita por Aurora Blackburn


Capítulo 5
Hogwarts Express


Notas iniciais do capítulo

Bom gente, como vocês podem perceber essa história claramente não é movida por comentários, já que eu quero muito terminar ela HUSAHSASHAU mas eu adoraria que as pessoas que estão marcando para ler e acompanhando dessem opiniões! Ai vai mais um, boa leitura.



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Eu ainda estava no meio do corredor central quando o trem saiu da estação. Olhei pela janela, vendo minha família acenar e ficar cada vez menor, cada vez mais distante. 

Bill me pegou de surpresa falando aquelas coisas. Por mais que nossa relação seja muito conturbada, eu não o odeio e sei que no fundo (bem no fundo) ele quer o melhor para mim e para os meus irmãos. Sei também que não deveria ter dito que eu escreveria para todos eles, porque sei que vou me arrepender no momento em que eu sentar para começar a carta, mas isso é uma preocupação para outra hora.

Alguns alunos andavam pelos corredores, olhando para dentro das cabines e procurando seus amigos. Outros, provavelmente do sétimo ano, brincavam com as varinhas fazendo pequenos feitiços, já que a maioridade em Londres é apenas no último ano, então provavelmente era a primeira vez que podiam usar magia sem supervisão.

Comecei a procurar uma cabine vazia, indo cada vez mais fundo no trem. Passei por um espaço aberto, sem cabines, que eu julguei ser da Sonserina pelas cores das roupas e malões que estavam lá. Quando já estava quase no final do corredor, a porta abriu de supetão, fazendo com que eu caísse no chão, derrubando minha bagagem de mão e batendo meu braço em uma das mesas que estava lá. 

— Ei, porque não olha para onde anda? - gritei, instintivamente, sem nem ver quem tinha me derrubado. Bufei, massageando meu cotovelo e pegando minha bolsa que tinha voado com o impacto, ainda sem olhar para o meu agressor. 

— Por Merlin, eu realmente não vi! Me desculpe! - o rapaz loiro estendeu a mão, me ajudando a levantar e pegando rapidamente algumas coisas que haviam caído em volta de mim. 

Ele tinha a pele extremamente pálida, com olhos claros e o cabelo mais claro ainda. Era pelo menos cinco centímetros mais alto do que eu e parecia ter por volta de 16 e 17 anos. 

— Você é nova, não é? Nunca te vi em Hogwarts. - ele me olhou, dos pés a cabeça, sorrindo com o canto dos lábios quando falou de novo - é, eu definitivamente lembraria de ver você por aqui. 

Eu ri, olhando diretamente nos olhos dele, que não desviou o olhar. Ele era bonito e sabia disso. Passou mais alguns segundos olhando diretamente para mim, antes de dizer: 

— Sou Scorpius Malfoy, monitor da Sonserina. - ele apontou para a insígnia que tinha nas vestes de Hogwarts, estendendo a mão direita para me cumprimentar. Só então reparei que ele já estava de uniforme e usava uma gravata verde e prata, confirmando o que ele disse. 

— Dominique Delacour, sem casa determinada por enquanto. - eu ri, apertando a mão dele por mais tempo do que o necessário.

— Nick? - a voz de Albus Potter surgiu, enquanto ele colocava a cabeça para fora de uma das poltronas que estavam espalhadas pelo vagão. Albus agora estava no sexto ano e eu tinha visto ele mais cedo na plataforma, mas acho que ele não reparou que eu estava lá. Ele usava uma blusa e calça preta, e óculos muito parecidos com os do pai. - Dominique! 

Ele levantou sorrindo, vindo em minha direção. Me abraçou, animado, 

— Eu não acredito que você está aqui! - ele riu, ainda um pouco confuso - Porque ninguém da família disse que você vinha? Faz o quê, uns cinco anos que você não vem para Londres? 

— Ah não. - Malfoy bateu na testa, rindo nervoso. - Não me diga que você é uma Weasley. Não, não, não! 

— Oh sim! - Albus gargalhou, batendo nos ombros do amigo. - nem começa, Malfoy, regras são regras! - ele virou, sorrindo - Dominique Weasley, o que você faz em Hogwarts? 

— Beauxbatons vai sediar do Torneio Tribruxo esse ano. Você sabe como nossos pais são quando o assunto é esse… 

Albus concordou, começando a tagarelar sobre como Harry Potter estava bravo que outras escolas Europeias iam participar do torneio mesmo depois da morte de Cedrico Diggory. Ele e Malfoy sentaram uma das mesas, cada um de um lado, esperando que eu me sentasse com eles. Scorpius ainda estava segurando minha bolsa, então sentei ao seu lado e comecei a arrumar meus pertences. 

— Mas qual o problema de eu ser uma Weasley? - perguntei, quando Albus havia mudado de assunto. 

Scorpius bateu as mãos na mesa, nervosamente, virando o rosto para a janela. Os dois se olharam, rindo, provavelmente lembrando de alguma memória. 

— Antes que explique, eu só quero deixar bem claro quando eu concordei com isso, eu achava que já conhecia todas as suas primas...

— Bom… - o Potter começou, segurando a risada novamente. - Depois do incidente Rosie, Scorp aqui - ele olhou chutou o amigo por baixo da mesa - está proibido de ficar, flertar e principalmente namorar qualquer garota Weasley. 

— Incidente Rose? Tipo, Rose Weasley? Filha de Rony eu-odeio-os-Malfoy Weasley? - e gargalhei, imaginando Tio Rony tendo a mesma reação que tio Harry teve na plataforma. 

— Ei! Eu não fico te lembrando dos seus erros do passado, fico, Potter? 

— Você tá chamando a minha prima de erro? 

Eles discutiram por alguns segundos, claramente em tom de brincadeira e depois explicaram que Rose Weasley e Scorpius Malfoy, ambos melhores amigos de Albus, tentaram ficar juntos por alguns meses mas que não deu certo. Quando Rony descobriu, por meio de Hugo (durante uma briga sobre seu namoro com Lily) eles já não estavam mais juntos, o que fez com que Scorpius continuasse vivo para contar a história. 

Para quem achou que faria a viagem toda sozinha, até que foi bom encontrar com Albus. Ele entende como é não fazer parte da panelinha da família, já que foi o primeiro a entrar em outra casa. Passamos mais algumas horas conversando, com Scorpius se controlando para não soltar nenhuma cantada ou brincadeirinha em respeito ao amigo, o que eu achei extremamente fofo.

— Tenho que começar a revistar as cabines antes que o insuportável do seu irmão venha me buscar pessoalmente. - Scorpius disse, se levantando e colocando a capa que tinha tirado alguns minutos antes. 

Calma, irmão? Eu tenho certeza que Louis, que acabou de sair do terceiro ano, não é monitor de nenhuma casa

— James já deve estar te procurando a essa hora - riu Albus - se eu fosse você, começaria a ronda perto dos alunos da Lufa-Lufa. Merlin sabe que James vai sempre acusar o pessoal da Sonserina de trazer coisas proibidas, então logo logo está aqui. 

Demorei alguns segundos para assimilar o que eles disseram: James era monitor. Provavelmente da Grifinória, pela lógica. E não só isso, eles iriam revistar o trem todo. E provavelmente vão começar pelo lugar onde eu estou agora. 

— Preciso me trocar também! - disse - A diretora McGonagall me chamou para uma reunião na sala dela assim que eu chegar. Melhor começar a me arrumar! 

Aproveitei a deixa de Scorpius e me levantei em seguida. Quando eu estava prestes a chegar na porta, quase fui atingida mais uma vez. Malfoy me puxou para o lado bem na hora que a porta abriu.

— Malfoy, a gente te procurando há quase meia hora! A reunião já acabou. Francamente, como que colocaram você como monitor da Sonserina? 

Uma garota baixa, com olhos verdes e cabelos pretos disse, parando em frente a nós dois com as mãos na cintura. Possuía vestes da Grifinória e a mesma insígnia dos outros monitores. Ela era familiar, mas não sei dizer de onde. 

A mão de Scorpius ainda estava próxima da minha cintura, já que ele tinha impedido que eu batesse de cara na porta de novo. 

— Mas é claro que você tem outras prioridades, não é mesmo? 

— Para a sua informação, Carter— ele revirou os olhos, se afastando e cruzando os braços em frente ao peito - Eu comecei a ronda bem antes de vocês. Inclusive, já revistei toda a cabine da Sonserina, sozinho. 

Mentira. Vi Albus soltar um risinho pelo nariz, fingindo um espirro em seguida para não ficar tão óbvio. A garota passou por nós dois, olhando para os outros alunos ali dentro. 

— E você realmente acha que vou confiar em você rondando a sua casa? 

— Se não acredita, pode olhar de novo. Te garanto que não vai encontrar nada. - ele disse com uma falsa confiança. - Agora se me dá licença, estou fazendo o meu trabalho de monitor e introduzindo as regras da escola para a nova aluna. - ele olhou para mim, indicando com os olhos que eu o ajudasse no teatro que ele estava fazendo para não tomar bronca. 

Carter, ou qualquer que seja o nome dela, bufou, começando a revistar os alunos novamente. Tentei não rir enquanto ele me oferecia seu braço e abria a porta para nós dois passarmos.

— Espera aí… Nova aluna?  - a garota disse, se virando para nós. Ela, como todas as outras pessoas até agora, me olhou de cima a baixo, examinando minha figura. - Realmente está bem diferente, Dominique. McGonagall me disse que você estaria aqui hoje. 

Travei. Como ela sabia meu nome, se nem meus primos me reconheceram de primeira? Demorei alguns segundos pensando de onde eu a conhecia. Carter? Eu não conheço nenhuma garota chamada Carter, muito menos em Londres. A menos que…

— Alisson Carter? - reconheci a garota com quem estudei há muitos anos atrás. Ela estava mais velha, mas os olhos maldosos continuavam iguais. 

Alisson foi uma das amigas que James escolheu quando parou de falar comigo, antes mesmo de entrar em Hogwarts e eu sempre tive um pressentimento ruim sobre ela. Ela veio de uma família trouxa, então sempre estava perguntando coisas sobre o mundo bruxo, sempre querendo saber demais sobre tio Harry e querendo ir para a casa dos Potter. Talvez eu tenha uma impressão errada por tudo que estava acontecendo na época, mas simplesmente sentia uma coisa negativa vindo dela. 

— Em carne e osso. - ela riu com escárnio. - Tudo bem, Malfoy, pode levar ela para o seu tour. - disse, maldosamente - Merlin sabe que é melhor do que vocês acabarem encontrando James e ele ter que lidar com isso de novo. 

Scorpius me puxou para fora da cabine antes que eu tivesse a chance de responder. Senti o bracelete queimando no meu braço conforme eu ia ficando mais nervosa com o que ela disse. Como assim “lidar com isso”? 

— Por Merlin, me desculpa te colocar no meio dessa enrascada! - ele passava as mãos pelos cabelos nervosamente, falando consigo mesmo - eu só espero que o pessoal não tenha nada na bagagem de mão dessa vez…

Olhei para o garoto que estava na minha frente. Ele estava nervoso e arrependido pela mentira que contou, me olhando esperando que eu o desculpasse. Em outros tempos, Scorpius seria exatamente o que eu procuraria em um garoto: educado, bonito, bem humorado e alguém que, com certeza, meu pai odiaria. Mas eu não estava aqui para arrumar mais brigas, muito menos para ficar com o ex namorado de uma das minhas primas. 

— Tá tudo bem, Scorpius. Não fiquei brava com você. 

— Ótimo, ser um Malfoy não me ajuda a fazer muito amigos então não posso gastar possíveis amizades, não é mesmo? 

Ri, acompanhando Scorpius pela “ronda” que ele tinha que fazer. Depois de alguns minutos, resolvi finalmente ir me trocar, pegando meu uniforme que estava na pequena bolsa que eu tinha colocado um feitiço extensor. Coloquei o uniforme sem gravata e sem capa, pois não sabia para qual casa eu iria e achei uma cabine vazia para passar o resto da viagem. 

Acabei caindo no sono e só acordei quando o trem já estava quase parando. Comecei a ajeitar meu uniforme e meu cabelo para poder sair da cabine. 

— Vamos pessoal, antes que o trem saia da estação! 

Ouvi batidas nas portas e vozes gritando. Uma das vozes era, com certeza, a de Malfoy, o que significava que os outros monitores também estavam por ali. Sai da cabine, seguindo o fluxo de pessoas que ia em direção as carruagens que levavam para o castelo. 

Hogwarts era linda, assim como o castelo da minha antiga escola. Parei no meio do caminho, sem saber muito bem o que fazer. Olhei os estudantes entrando nas carruagens e pensei que seria uma boa ideia fazer o mesmo, mas quando cheguei lá, quase todas já tinham saído. Quanto tempo eu fiquei parada olhando a vista? 

— Dominique, aqui! - ouvi a voz de Albus chamar minha atenção, da porta da última carruagem. Sorri, indo em direção a ele. Pelo menos alguém da família era amigável. 

Quando entrei no veículo, três dos assentos já estavam ocupados: Albus, Scorpius e uma menina ruiva que pela descrição, acredito ser Rose. Ela estava do lado de Al,  então me sentei ao lado de Malfoy, que deu um sorriso feliz fazendo seu melhor amigo lhe dar mais um chute nas canelas. 

— Ah, você tem que estar brincando… - A voz de Carter preencheu o ambiente, enquanto ela entrava na carruagem. Aquele era o último veículo, então ela não tinha escolha. 

Estranhei quando ela se sentou ao meu lado, sendo que ainda tinha um lugar em minha frente, ao lado de Albus, mas tudo ficou claro quando uma última pessoa entrou na carruagem. 

A pessoa que me fez não querer vir para Hogwarts. A razão do meu primeiro surto de mágica. 

Com os olhos ridiculamente claros, os cabelos escuros e bagunçados e um sorriso que se desfez assim que ele percebeu quem estava na carruagem: 

James Sirius Potter. 


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