Hades e Perséfone- A historia que ninguém contou. escrita por Natália Barros


Capítulo 2
Capitulo 2




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Acordei um pouco atordoada, respirei fundo e senti o cheiro de pedras molhadas, devia haver algum rio aqui por perto, me sentei na cama colocando a mão na cabeça, abri os olhos e me assustei. Onde eu estava? E que lugar era esse? Estava deitada em uma cama enorme, com lençóis de seda preto e vermelho, o chão era revestido de madeira, assim como toda a mobília em volta era revestida de madeira pura de cor preta, havia uma mulher ao pé da cama, o que me fez dar um gritinho e recuar.

—Perdoe-me senhora- a menina, que devia ter a minha idade se apressou em falar- Não quis assustar- Sua cabeleira era negra, cabelos longos e negros que batiam na sua cintura, era perfeita de corpo, os olhos eram puxados de coloração azul cristalina, e a pele quase translucida que parecia brilhar.

—Você é uma ninfa!-disse e tinha certeza disso, eu vivi com muitas ninfas na terra, e elas eram idênticas. Um risinho envergonhado saiu dela.

—Sou sim, pode me chamar de Daira senhora- me ajeitei na cama.

—Na onde estou?- Lá fora estava escuro, não conseguia identificar onde eu estava.

—Está no submundo senhora- meu coração quase parou de bater. Agora me lembrava de tudo, Hades havia me raptado.

—Quero sair daqui agora!- me levantei da cama com tudo.

—Não minha senhora- Daira se apressou em me conter- Não fique nervosa, não faremos mau algum a você!- me senti mau pela pobre criatura, ela parecia ser boa.

—Por que me chama de senhora? Pode me chamar de Perséfone!- ela sorriu de canto soltando mais um daqueles sorrisinhos envergonhados.

—Ordens do senhor Hades- Ah, falando na criatura.

—Exijo falar com ele agora!- ela pareceu ficar mais branca do que o normal.

—Senhora, devo alerta-la que ele não gosta de ser convocado, e sim ele que convoca- ah ótimo, agora eu teria que esperar aquele deus babaca me chamar- Eu já estava aqui esperando a senhora acordar, ele te espera para jantar- eu ri sem humor.

—E ele ainda quer que eu jante com ele após tudo que fez? Ele deve ser muito seguro de si mesmo- botei minhas mãos na cintura e bati o pé contra o assoalho de madeira.

—Venha senhora, vamos tomar um banho, tirar essa roupa, e colocar uma mais confortável, meu senhor deseja conversar tranquilamente com você, quer explicar o que aconteceu lá em cima- Eu a olhei e ela sorriu para mim, não iria ser mau educada com a pobre alma, e que não devia ser alvo do meu mau humor, apenas assenti cansada e a segui, ela me levou para um imensa banheira branca, onde derramou agua morna, e o cheiro de amêndoas soltou pelo ar, suspirei sorrindo, era o meu cheiro preferido depois de lavanda. Me despi e adentrei na banheiro, massageei minha clavícula e suspirei, logo senti mãos me auxiliando com o cabelo e apenas deixei que Daira fizesse seu serviço, uma vontade enorme de chorar por saudade e medo me arrebatou, porém não queria deixar isso transparecer, eu não poderia ser fraca, se eu quisesse sair daqui eu teria que ser firme e forte. Suspirei e fiquei uns 15 minutos ali, Daira já me esperava com a tolha, e um vestido preto estava descansado na cadeira a minha espera. Me sequei e o vesti. Me olhei no espelho e admirei a visão, e realmente não estava nada mau, ele me vestia como se fosse uma segunda pele, e beijava cada curva minha, suspirei e assenti.

—Estou pronta- Daira assentiu e abriu a porta do quarto. Com certeza após alguns minutos de caminhada, eu precisaria da ajuda dela para voltar , pois eu não tinha noção alguma de como eu iria voltar para o meu quarto, se claro eu voltasse. Paramos em frente a uma imensa porta dupla de ouro, com dois guardas com elmos parecidos com de Hades, porém esses davam para ver o rosto dos guardas.

—Lembre-se, não o atice, ele é explosivo, não o retruque, ou o ofenda- Assenti sentindo o meu corpo de arrepiar todo com a possibilidade daquele deus se alterar comigo- Perséfone deseja entrar- anunciou Daira e os guardas puxaram as porta revelando um salão grande e majestoso- Boa sorte-sussurrou ela para mim e eu sorri em agradecimento, com passos suaves entrei no salão, a minha frente havia uma enorme mesa farta de alimentos, varias frutas, doces e salgados, parecia muito apetitosa, meu estomago roncou baixo em harmonia ao ver aquela mesa.

—Sinta-se à vontade minha querida, para comer o que quiser- Aquela voz me provocava arrepios, ele estava vindo em minha direção, porém agora sem o elmo, soltei um suspiro contido, rezando para que ele não tenha percebido. Ele era o deus mais lindo que Perséfone havia posto os olhos. Seu cabelo era curto e negro, mais negro que o próprio carvão, suas sobrancelhas eram grossas e arqueadas suavemente, lábios generosos e cheios, e aqueles par de olhos cinzas, tão claro que parecia o fim de uma fumaça, sua blusa mostrava um pouco do seu peitoral, esculpido parecendo rocha. Seu sorriso era quase venenoso quando olhou para mim- Pela sua cara vejo que não espera encontrar um deus tão bonito- o sorriso presunçoso ainda continuava em seu rosto.

—Não esperava nada de você, apenas mais um deus arrogante, só que fora do olimpo- Não sei como minha voz saiu firme. Seu sorriso se alargou.

—Demeter pelo visto não lê deu aulas de etiqueta, não é assim que se responde ao deus do submundo-Agora era a minha vez de sorrir de um modo venenoso.

—Não me dá outra opção a não ser dar-lhe respostas ardidas meu querido soberano, já que vim para teu reino contra a minha vontade- Ele me avaliou de cima a baixo, eu parecia carne fresca posta para um leão faminto, seus olhos se encontraram com o meu de um jeito perigoso.

—Ardilosa para a pouca idade- Seu sorriso não vacilou- Achei a esposa perfeita- franzi o cenho para o mesmo.

—Não me casarei com você!- minha voz se elevou umas dez casas mais graves, e ele notou.

—Não quer se sentar e comer primeiro, para depois conversamos- ofereceu um assento para mim e eu ri sem humor.

—Acha que eu sou tola Hades?- Pela primeira vez vi a confusão em seus olhos- Sei que se comer qualquer coisa daqui, jamais poderei voltar para o olimpo ou para o mundo acima- Ele passo o polegar por seus lábios e sorriu.

—Sua coisinha cruel e ardilosa, adorarei doma-la, será meu hobbie predileto-Estava me enfurecendo com esse homem.

—Não sou um cavalo para domar Hades, quero ir embora, e agora- A escuridão me envolveu e soltei um grunhido brava- Faça a luz voltar agora mesmo – Uma risada grave saiu da garganta dele.

—Não voltará para cima, é minha esposa a partir de agora, queira ou não, aceite seu destino, pare de agir com uma criança sua pequena tola. Você é minha e de mais ninguém- Odiava aquela escuridão, não conseguia enxergar nada.

—Não sou sua, faça a luz voltar agora Hades!- a risada dela arrepiou cada parte do meu corpo.

—Você não manda em mim, e muito menos na minha escuridão – Me irritei de vez com ele, sem pensar dei as costas, e nas escuras fui indo pela minha memória onde ficava as portas pela qual eu entrei, em segundo ouvi um estrondo que devia ser as portas se fechando, xinguei baixo e de repente a luz retornou, Hades estava a centímetros de mim- Não se atreva a me desafiar- sua voz era baixa e sombria, por algum motivo eu não tinha medo algum dele.

—Eu não tenho medo de você- ele ergueu as suas perfeitas sobrancelhas.

—Pois devia- ameaçou ele.

—Não consigo- Foi sincero, por mais que eu quisesse eu não tinha medo dele, meu corpo reagia sim a sua presença, mais não era de maneira ruim. Ele abriu a boca para falar algo mais fechou de novo.

—Coma algo, e vá descansar- Não era um pedido, era uma ordem!- Foi um dia longo para nos dois- e assim me deixando parada ali.

—Não vou comer nada daqui- o mesmo continuou a andar.

—Pode comer, nada aqui te impedira de subir, só se comer a romã , que é minha oferta de casamento, e que eu mesmo te darei, de resto pode comer tudo, não ficará presa por isso- e parecia ser sincero.

—Como posso acreditar em sua palavra- o mesmo parou por cima dos ombros.

—Eu juro pelo rio estige que tudo que comer aqui, exceto pela romã, não te impedira de subir para o olimpo ou para o mundo dos mortais- Jurando assim, ele saiu, sem falar mais nada. E então eu me sentei e comecei a comer pensando em como eu sairia dali,. 


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