Internato Madraio bell escrita por Legendary


Capítulo 2
O Primeiro Dia




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/772372/chapter/2

https://www.deviantart.com/batatinhadechocolate/art/O-Primeiro-Dia-779390969?ga_submit_new=10%3A1546459487

Os sinos das igrejas tocavam. Uma coluna de fumaça se estendia no céu daquela tarde vermelha.Chamas consumiam a praça e o feno das estacas. As tochas eram erguidas com os gritos que praguejavam ódio, a multidão com sangue nos olhos.

Suas mãos delicadas escondiam os próprios olhos em lágrimas. Não sabia para onde correr com toda a aldeia em sua volta. Eles gritavam seu nome, xingavam sua imagem e amaldiçoavam com toda a amargura lhe ferindo com correntes e espinhos. Foices eram apontadas para a sua cabeça na medida que flechas de veneno eram miradas ao alvo.

A herege deve ser queimada, assim o padre ordena, e que assim o faça.

...

Os olhos de Madre Artemísia se abriram com uma expiração forte preenchendo o peito. Havia tido um pesadelo mais uma vez.

Ela desperta olhando em volta do seu escritório e a luz caramelada projetada na cortina lhe indica que dormiu até o sol se pôr. A freira respirou fundo voltando a se acalmar.

A tarde estava sendo cheia para as crianças no castelo e não cessavam correr por todos os lados naquele lugar que jamais parecia terminar. Cada cômodo possuía uma beleza estonteante.

Após percorrerem aquele labirinto encantado, as meninas se reencontraram ao mesmo tempo num extenso corredor sustentado por colunas. Elas riram alegres e juntas descobriram que ali se encontrava a porta do dormitório por fim.

Ao entrarem viram que o quarto exibia paredes de cores claras como o rosa bebê e o branco neve. Uma enorme e única janela tomava conta de uma parede que projetava os raios avermelhados do pôr-do-sol.

Todas correram explorando cada cantinho até pararem surpresas. Avilyn se remexeu entre as meninas mas foi Ailsa que indagou:

— Está faltando uma cama!

Os olhos contavam e apenas restavam cinco camas. As pequenas procuravam a sexta cama pelo quarto todas confusas.

Vital pulava de cama em cama afundando os colchões animada até erguer seus olhos e ficar completamente espantada.

— Olhem! Eu achei a cama! Eu achei a cama!

Lá estava a outra cama do dormitório, pousada naturalmente...no teto.

Avilyn abriu um grande sorriso revelando suas presas. Ela caminhou do chão até a parede agora parando no teto perto da cama. A cama fora posicionada com cuidado no cantinho do teto, ângulo este que luz alguma do dia passasse por lá.

As fadas se alegraram juntamente voando até ela virando de ponta cabeça como Avilyn – Brigit subiu com ajuda da irmã.

A  vampirinha viu um bilhete ao lado de um grande guarda-chuva sobre a cama. Ela o pegou para lê-lo até Cino enxerida espiar por trás e soltar um berro animada.

— UM PRESENTE DE MADRE ARTEMÍSIA!!

Avilyn caiu na cama assustada com o grito. Ela foi incentivada com as amigas a usar o presente e sorriu o pegando. Tudo o que dizia no bilhete estava certo. A sombra que o guarda-chuva projetava não era uma simples sombra, mas uma pesada treva opaca!

A densa escuridão engoliu Avilyn que o segurava para testá-lo. As fadas admiravam encantadas com o queixo caído.

— Teste no sol! Teste no sol! – A pequena Vital bateu as asas animadinha.

Avilyn desceu as paredes acompanhada pelas fadas com o presente nas mãos. Ela estava ficando nervosa, seria sua primeira olhada para o sol sem precisar da armadura de gesso.

Com um pequeno passo, seu sapato tocou o chão próximo a janela, logo depois já estava com o rosto grudado no vidro hipnotizada pelo sol poente descendo o horizonte.

Todas se emocionaram com a cena: Avilyn em segurança com sua sombrinha ladeada pelos raios de luz.

Cino arriscou chegar perto dela.

— Cino, não!! – Assustou-se Serine.

Mas Cino já estava compartilhando a sombrinha ao lado da vampira. Por segundos todas pensaram o pior, de modo que naquele instante ficaram mesmo era absolutamente pasmas.

Avilyn estava completamente muda enquanto Cino a encarava mais surpresa ainda.

O brilho próprio de Cino não era nada naquela escuridão!

As meninas riram da luz ocultada da fada até caírem no chão.

Aquele dia terminaria lentamente, pois Madre Artemísia ajustava seu relógio no escritório, e em poucos segundos já se encontrava na porta do dormitório das meninas.

Se reuniram caladas para os avisos que a freira daria naquele instante, como os velhos tempos no Reino de Thamedal.

— Vejo que gostaram do presente de nossa amiga. – Sorriu a moça ao observar as fadas brincando com a sombrinha da vampira – Bem, nosso dia começa hoje!

E iria iniciar, o primeiro passeio naquela Terra, naquele lugar dito pelos humanos como “O Mundo Real”.

A freira organizou as crianças no quarto e as presenteou com o uniforme do novo internado.

O Internato Madrale Bell.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Internato Madraio bell" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.