Ali estava mais uma vez…o típico momento de silêncio constrangedor ao qual já havia me acostumado. Eu a observei, tentando de alguma maneira ler seus pensamentos, mas sua expressão era nula.

“Por favor, diz o que tá acontecendo.” Pedi pela bilionésima vez naquele dia. Ela manteve-se quieta e simplesmente desviou o olhar, evitando contato visual. “Katy, vamos.” Gemi em frustração. Foi quando notei como ela estava batucando com as mãos contra a superfície da minha cama, demonstrando o quanto estava se sentindo desconfortável naquele momento. Coloquei a mão em seu ombro. – Poderia jurar que a senti tremer por esse simples toque.

“Sabe...é exatamente isso que eu odeio.” Ela voltou a olhar para mim, de repente com uma expressão séria em seu rosto. – Instintivamente soltei seu ombro e lhe lançei um olhar confuso.

“O que?!” Ela suspirou e olhou para baixo. – Isso não ajudou em nada minha confusão.

“O que você faz comigo.” Sua voz havia sido dominada por agonia. “Você...simplesmente não entende, Hayles...você é cega demais pra perceber o que tem passado pela minha cabeça.” Naquele segundo suas mãos se fecharam em volta do meu cobertor. Olhei-a com curiosidade.

“Qual é o problema?” Perguntei. Preocupação havia tomado conta de mim, transformando minha voz em um sussurro. – Nunca a havia visto tão nervosa...normalmente ela diria as coisas para a cara das pessoas.

Mais um momento de silêncio se passou, e ela finalmente me encarou, fazendo nossos olhos se encontrarem. Os dela, de um azul hipnotizante, estavam cheios de hesitação.

“Katy...?” Eu tinha que admitir: o jeito que ela estava me olhando começou a me deixar nervosa.

Ela levantou o braço e colocou sua mão em minha bochecha, acariciando-a. - Foi minha vez de tremer. – Seus dedos desceram até meu pescoço e eu senti minha respiração começar a ficar mais pesada. Não sabia direito o que estava acontecendo, ou o que deveria fazer. Só sabia que ela estava muito perto. E que, por algum motivo, eu estava gostando disso. “Katy...”

“Shhh...” Senti um frio na barriga quando ela se aproximou mais, quase encostando seus lábios nos meus. Podia escutar sua respiração, que estava tão ou mais acelerada que a minha. – Era quase como se ela estivesse pedindo minha permissão.

Algo me fez ceder.

Meus olhos se fecharam instintivamente ao sentimento de sua boca se movendo lentamente contra a minha. Ela me puxou ainda mais para perto pela cintura, fazendo-me soltar um gemido, desta vez de prazer.

O que estou fazendo?! – Pensei.

Mas por algum motivo eu não queria parar.

Taste of her chery chapstick…Com certeza ela fazia jus à música.