Apenas Escritos escrita por Th Roberta


Capítulo 12
Apenas 11


Notas iniciais do capítulo

Bom dia, bom dia, pessoas ^.^Tenham um ótimo dia e uma boa leitura S2



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Já não sou eu. Nunca mais fui o mesmo depois de te conhecer.  E como não te conhecer? Você tem um ímã que atrai meu coração; todos os meus caminhos me levam a você, mesmo quando tento me perder de ti. No fim de todos eles acabo por te encontrar. Ou será que é você que me encontra? Acho que é a última opção, visto que tudo conheces de mim e do mundo. Me encantei por sua presença e tinha medo de ver a verdade. E a verdade é que nada sou sem ti. Assim como os pulmões necessitam do oxigênio e como o filho clama pelo aconchego materno, meu ser te deseja ardentemente, inconscientemente, incontrolavelmente.

Já não sei viver sem te sentir, sem te ver, sem ouvir sua voz. Já não sei como viver meus dias se, ao acordar, não te dou pelo menos um bom dia. Já não sei viver sem seu carinho, seu amor, suas correções, suas lições. E até mesmo quando não quero fazer aquela leitura diária que você me recomendou eu sinto falta, a diferença que aquela leitura aparentemente insignificante faz para mim. Apenas porque queres que eu leia, os livros não me dizem o que está escrito, mas o que você quer que eles digam. E eles me ensinam como se você estivesse a me ensinar indiretamente. Lendo eu te entendo e te descubro e, quando penso que posso te conhecer por completo, você vira o jogo e mostra como aquelas lições não tinham nada de ti, mas tudo de mim. Tinham mesmo algum traço seu? Sinceramente, não sei; depois que você vira o jogo, nunca consigo te ver ali, mas me ver. E vejo minha miséria, minha pequenez, meus pobres sonhos, minhas desistências. E ao meu lado vejo você. Mas você não está ali de qualquer jeito... Você está com sua melhor roupa, com os cabelos soltos ao vento, o sorriso mais reconfortante que já vi, aquele que só você sabe fazer. Aquele que tem a chave para os meus segredos mais profundos. Mas nem importa a roupa que você esteja usando, já que de qualquer forma você brilha. É isso, você brilha na escuridão do meu céu, sempre nublado e tempestuoso.  E como a mais bela estrela que brilha no meu céu, você transforma minhas lamentações em canções e baila comigo ao som delas. A tragédia que minhas tristezas formavam se transformam em obras jamais vistas e criadas pelo homem, apenas na sua presença. Você tem domínio sobre mim, garota. Será que você tem consciência disso?

Quantas vezes cheguei estressado em casa, querendo desaparecer e sumir do mundo, estrangular uma e outra pessoa para me tranquilizar. Quantas vezes quis surtar e sua voz me acalmou... Você me acalma, me tranquiliza. Você é minha paz, meu porto seguro após a tempestade. E quando meu barco está em alto mar, perdido pelas ondas raivosas, você, com um único gesto, as acalma e me tira de lá. E eu saio envergonhado, sem saber como agir. Como você conseguia? Como você tinha tanta autoridade? E como se eu fosse criança, tu me pegavas nos braços, naquele doce abraço e tudo desaparecia. Você tem o poder de fazer sumir minhas tempestades. E na minha raiva, na turbulência dos estresses do dia, você me faz enxergar o sol, a lua e as estrelas. Me mostra a beleza dos ventos e da vida, das árvores e das músicas, dos pássaros e das palavras. Você me mostrava tudo.

E quantas vezes eu duvidei de ti... E me arrependo por cada vez que te disse palavras duras, que disse não acreditar, que quis desistir. E na minha ignorância, pensava que somente o silêncio podia me acalmar e me devolver a paz, a consciência das coisas. Nunca a encontrei senão em ti, meu bem, porque nem mesmo o silêncio é completo e sábio sem sua presença, mesmo que silenciosa ou adormecida no sofá. A diferença era você. Sempre foi você. E de diferente nunca fiz nada além de achar que eu sabia demais, quando na verdade não sabia nada. E meu erro sempre foi duvidar de quem cuida completamente de mim, de quem me quer bem, de quem me ama. Meu erro foi duvidar de você, te afastar de mim. Logo eu, que necessito de ti! Mas acho que é assim mesmo... A pobre criatura humana não sabe reconhecer aqueles que o destino nos manda para permanecer eternamente ao nosso lado.

Eterno... O eterno me parece pouco para aproveitar sua companhia. Pois se a cada dia aprendo mais de ti e mais de mim, e ainda perco alguns desses dias com minhas birras, como o eterno pode ser suficiente para nós? Como diria um poeta, “que seja eterno enquanto dure”. Não desejo que seja eterno enquanto dure, mas que dure eternamente nosso amor, sem sombras de dúvidas ou brigas, de desentendimentos ou conflitos. Que seja eterno e que nada interfira. Que seja eterno e eu aproveite cada momento contigo. Que seja eterno e só.

Quantas vezes, com meus planos toscos, pensava ser o dono do mundo e tu me pedias para deixá-los e te acompanhar. Eu te olhava com desconfiança e abraçava meus planos. Planos vazios, que para mim significavam tudo. E você permanecia com a mão estendida, aquele seu sorriso reconfortante. Aquele sorriso... Por que você dava aquele sorriso? Seus olhos me transmitiam confiança, mas, com medo e inseguro pelo futuro, hesitava em segurar sua mão e te acompanhar. Tímida e vagarosamente me desgrudava dos meus “filhos” – chamava meus planos de filhos – e, com uma força sobrenatural, aceitava te obedecer. Você era impaciente? Se era, sabia disfarçar muito bem, pois nunca vi os sinais da impaciência te dominarem. Fato é que você tinha muita paciência com minhas incessantes perguntas. “Já chegamos?”, “Quais são os planos que você quer me mostrar?”, “Vai demorar muito?” Eu não teria essa calma e mandaria a mim mesmo que fosse pastar por aí. Mas você apenas apertava minha mão e continuava andando. E seguíamos por caminhos que nem sabia quais eram, trilhas que nunca havia visto, montanhas que jamais pensei que existissem e que escalamos juntos. Não conhecia nada daquele lugar, mas te seguia. Você devia saber para onde estávamos indo. Você sempre sabia de tudo. E quando eu me cansei completamente, o primeiro plano se mostrou concreto. “Mas como?”, eu me perguntava e você apenas admirava o plano concreto, mil vezes melhor que todos os meus juntos. Um plano perfeito e que eu jamais pensaria para mim. Algo belo e criado por ti, feito perfeitamente para mim. Algo nosso. Quem sabe agora não o chame meu “filho”, mas nosso “filho”, nosso plano, feito exclusivamente para nós dois?

Com o tempo observei que aqueles caminhos percorridos, as trilhas desconhecidas, as montanhas altas fizeram parte da minha vida. E sua companhia naquela primeira travessia me ajudou a vencê-los depois, a correr pelas trilhas sem medo de me perder, a mudar os caminhos, a escalar as montanhas e pular delas, até mesmo voar. Mas só com a sua presença eu podia voar; sem ti eu nem pensava em tal ideia. Mas já podia escalar a montanha e dizer “sou um vencedor!” Até nisso você pensou...

Havia momentos em que você desaparecia. Ou será que eu é que deixava de te ver? Você me dizia que sempre estaria ao meu lado... O problema era eu. Sim, o problema era eu. Mas as montanhas se tornavam mais altas, as trilhas se confundiam diante de mim, os caminhos eram duvidosos... E a única coisa que eu sabia era que tinha que atravessá-los. Como, sem você por perto? Como, se não podia te ver? Como, se não tinha você? Mas você dizia estar ao meu lado e eu tinha que seguir, mesmo sem te ver. Que porcaria de doença era essa que eu tinha que não conseguia mais te ver junto a mim? Tudo queria sair do controle novamente, o mar queria voltar a ser tempestuoso, meu barquinho se perdia nas águas revoltosas mais uma vez. Meu céu se apagava, as estrelas sumiam. Tudo por não poder te ver. E o problema era comigo! Por que essas coisas acontecem? Você devia saber a resposta, mas nunca me respondia. E nunca achei necessária a resposta. Entretanto, confesso que nessas horas eu queria saber, queria entender e acabar com essa “cegueira” que me impedia de te ver. Queria você...

Impulsionado por nossas memórias e incerto quanto ao que estava fazendo, dava um passo de cada vez. A estrada se fazia indiferente a minha presença, o caminho nada me dizia, nem uma dica sequer. Eu o atravessava sem saber por onde ir, mas não desistia. Você não gostava da ideia de desistência, queria que eu me esforçasse, tentasse. E eu tentava.

“E se eu errar?”, eu perguntava.

“É normal errar”, você me respondia.

Meu ser ficava confuso, não entendia e não aceitava a ideia de um erro.

“Você não acha que nascemos sabendo, não é?”

Eu olhava para o chão, sem resposta e com a palavra “erro” amargando a garganta. Seus olhos chamavam os meus, como aqueles ímãs que disse agora a pouco. Eu levantava o olhar para ver seus olhos lindos, amáveis sobre mim. Eram profundos, entravam no meu mundo interno; não eram curiosos e nem vasculhavam meus pensamentos, apenas acalmavam as dúvidas que cismavam crescer dentro de mim.

“Errar é normal. Sei que não gosta da ideia, que isso te amedronta. Mas se você não errar, não vai saber o que fazer para melhorar. Errar faz parte”, você me dizia com aquele sorriso lindo.

“Mas e se as pessoas...”, eu começava, mas você nem me deixava terminar essa frase, já conhecida por ti: ela estava estampada na minha testa.

“As pessoas não têm domínio sobre a sua vida. Elas comentam o que veem de fora, mas não sabem o que se passa aqui dentro”

Você colocava a mão em meu peito. Um gesto normal, mas os meus hormônios estavam em uma montanha-russa dentro de mim. Meus pensamentos queriam voar, mas sua voz me chamava.

“Você é o dono da sua história, não elas. Se você for ouvir o que cada uma tem a dizer sobre ti, nem vai sair mais de casa. Você deve apenas filtrar essas palavras e decidir o melhor para você. Mesmo que você precise errar. Porque se você errar, estará fazendo-o no intuito de acertar, de encontrar uma forma de continuar e não parar no caminho”

Eu teimava:

“Mas errar é tão ruim...”

“E você não iria nem mesmo tentar?”

Eu pensava e chegava à conclusão de que o melhor era tentar. Tentar para errar e errar para acertar. Alguma hora daria certo.

E tentando eu continuava a andar pelo caminho estranho, as trilhas confusas, as montanhas altas. Não sabia onde poderia chegar, se estava fazendo o certo, mas estava tentando. E depois de passar por eles, buscava tomar o controle do meu barquinho no mar agitado. Por vezes fui lançado ao mar, e confesso que quis me deixar afundar naquelas águas. Sua voz dentro de mim não me deixava desistir. Nadava e lutava contra o frio, me agarrava a tudo o que podia segurar no barco para não cair. O vento me atrapalhava a ver o mar, mas eu não desistia. E quando o barco atracava em uma terra desconhecida, esperava a chuva passar; não passava. No escuro e no frio, contra o pavor, tinha que explorar a ilha para montar um abrigo. E quando conseguia, dormia tremendo: as roupas molhadas me davam calafrios e os trovões me assustavam. Pensando em você, o sono vinha e me embalava com cobertores e canções de ninar.

Tamanha foi a minha surpresa ao acordar e ver a luz do sol iluminando o céu, as águas mansas do mar, a brisa suave revirando a areia. “Explore a ilha” era o que você me dizia ou o que eu pensava ouvir de você, já que ainda não te via. E adentrava a mata observando sua beleza não vista na noite passada. Via as árvores e falava com elas, cantava com os animais e dançava com as folhas que voavam com o vento. A alegria voltava para mim. E quando te vi no meio do rio a me observar com aquele sorriso... Ah, a alegria transbordava, não tinha como descrever. E você flutuava até mim, os cabelos lindos como sempre, seu sorriso cativante, seus olhos profundos, sua calma... Palavras não tenho para descrever aquele abraço, mas posso tentar, se você quiser. Se não quiser, pule o próximo parágrafo, leitor. Tu és testemunha de tudo o que descrevo e escrevo, mas não precisas se submeter a tantas descrições. Se te aborrece a leitura, deixe-a e volte outra hora, sim? Vamos à  descrição do abraço.

Era a melhor coisa do mundo me sentir em teus braços novamente. Ouvir sua voz, te ver... Te ver! Eu podia ver-te! Sabias o quão precioso isso era pra mim? Senti seus cabelos, tão sedosos, tão perfeitos... Tudo em ti me transmitia calma. Eu sou de natureza teimosa, tu sabes: queria dar broncas e fazer cobranças, saber por onde você esteve, por que foi tão difícil atravessar o caminho que antes atravessamos juntos, as montanhas que antes escalamos, o mar que você acalmou. Mas sua quietude me acalmava e as perguntas sumiam de mim. Olhando em seus olhos, deixei que você visse tudo o que quisesse dentro dos meus: minhas perguntas e teimosias, mas acho que você viu apenas a felicidade que transbordava de mim. Pensando melhor, você deve ter visto tudo e chego a esta conclusão pelo o que você me disse:

“Você conseguiu... Não desistiu e olha só onde chegou!  Eu sabia que conseguirias passar sozinho por tudo o que passou, embora eu te visse de longe e acompanhasse teus passos. Você é mais forte do que pensa. Tenho orgulho de ti”

Aquela frase me levou a galáxias distantes, a alegria em mim era maior ainda. Você conseguia fazer o impossível na minha vida. Como podia a alegria me dominar daquela forma? Era você... Era você a diferença na minha vida.

Todas estas coisas penso enquanto caminho por novas trilhas. Todos os caminhos que percorro me levam até você. Ainda assim consigo me perder de ti. Como? Não sei. Se você tem o dom de me acalmar, de fazer impossíveis em mim, eu tenho o dom de me perder e fazer loucuras. E nem são loucuras bonitas, são loucuras feias. Como se perder de alguém que significa tanto para você? Eu consigo e isso é uma loucura feia. Ainda aprenderei contigo como melhorar neste aspecto. Fato é que uma só coisa eu sei: preciso te encontrar. Meu ser clama por ti, meu mundo está vazio sem a sua presença. Preciso de ti. Preciso de teu abraço, teus olhos, do teu perfume, da tua voz. Preciso de seu riso, das suas lições, de suas músicas, das suas histórias. Preciso do teu amor, da tua companhia, do teu olhar, da tua amizade. Preciso de ti e isso me basta. Porque você é meu amor, minha vida, minha paz, minha alegria. Você é o meu eterno.


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Notas finais do capítulo

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