Aracnídeo: Sangue Perdido escrita por Gabriel Souza, WSU


Capítulo 16
Epílogo




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— Devemos beber? — Enrique questionava enquanto todos se reuniam na mesa de um dos poucos bares ainda intactos da cidade.

— Somos menores de idade — Jonas respondeu sério.

— Qual é, deixa de ser certinho um pouquinho, acabamos de sobreviver a um exército corrompido, é hora de comemorar. — Enrique colocava algumas garrafas de cerveja e de Vodka sobre a mesa.

— Tou dentro — Rafael estava ansioso pela oportunidade de beber pela primeira vez. Encheu um copo e levou a boca fazendo uma careta forte quase cuspinho o líquido de volta — Queima!

Todos à mesa deram risada.

— Da próxima vez, não bebe slova como se fosse água — Enrique ria-se bastante.

— Tá tudo bem? — Jonas percebia o quão desconexa estava Andressa, ele sabia que ela havia perdido um grande amigo, um irmão àquele dia — Quer conversar?

— Não, eu tou bem — Andressa mentiu — Só estou exausta, você sabe como meus poderes drenam minha energia, só preciso me recarregar.

— Vem — Jonas respondeu já de pé segurando o braço dela — Você precisa falar com alguém.

Meio relutante Andressa concordou e se distanciou da mesa ao lado de Jonas, mesmo que estivesse envolvido com Serena, ele ainda era o cara a qual ela se sentia segura junto.

— Eu sei que...

— Eu sei que sabe — Andressa cortou Jonas — Mas tudo bem, ele havia se tornado um cretino doente, não era mais o Bernardo que eu amava como um irmão.

— Eu não sei se isso ajuda em alguma coisa para você, mas gostaria que soubesse que no fim, ele se arrependeu, foi ele quem tirou a própria vida para livrar a todos de seu poderes.

— É... — Andressa forçava um sorrido, um velho mecanismo de defesa emocional — Isso não apaga o que ele fez.

— Você tem razão, mas o arrependimento dele no fim foi mais importante do que tudo de ruim que ele fez.

— Talvez — Esfregava seu rosto — Mas isso não apaga as coisas que ele fez.

— Não, não apaga, mas pelo menos mostra que no fim, ele fez algo certo.

 

 

 

***

 

Marco Reus driblou Umtiti e meteu uma bomba que Ter Stegen não foi capaz de defender. 3x2 para o Borussia Dortmund em cima do Barcelona. Aquele era o placar que se podia ver na partida de FIFA entre dois jovens amigos que só queriam relaxar após semanas consecutivas de estresse.

— Reus o melhor, assim como eu. — Jonas gabava-se.

Rafael deu uma gargalhada.

— Vai sonhando, quem tem Messi não quer saber do Reus.

— Não subes…

— Ei meninos. — Uma jovem de cabelos ruivos estava encostada na porta do quarto. — Podem fazer menos barulho?

— Desculpa serenata. Não foi a nossa intenção interromper seu momento de serenidade.

A ruiva apenas fitou Rafael com cara de indignação. Jonas deu-lhe uma leve cotovelada.

— Cara, essa piada foi horrível.

— Mal aí? — Rafael desculpou-se.

Serena riu.

— Péssimo. — falou antes de voltar para o corredor.

— Depois que eu te vencer aqui, vou te dar umas aulas, precisa melhorar essas piadas. — Jonas comentou tirando o jogo da pausa.

— Qual é, você só tá falando isso por que ela é sua mina.

— Vai nessa. Essa foi ruim mesmo.

Rafael se lamentou após perder uma boa oportunidade de gol.

— E então. – Rafael puxou assunto. — Ela se mudou mesmo pra cá?

— Fazer o que né, não gosto da ideia dela sozinha. Gosto dela por perto. — Se lamentou quando fez um passe errado e Rafael chegou mais uma vez com perigo ao ataque. — E afinal de contas, a gente tinha um quarto livre.

Rafael sorriu, seu amigo estava apegado à alguém.

— Tá gamadão nela né.

— Tou sim…

 

 

***

 

A quadra de basquete do colégio, um lugar sagrado para Jonas Ferreira, inúmeras lembranças estavam guardadas naquele lugar, os treinos, as brincadeiras, os esporros, muita coisa havia acontecido nos últimos quatro anos naquele espaço dedicado ao esporte que Jonas amava.

— Se sentindo nostálgico? — Serena caminhava pela quadra, passava pela linha de três.

— É, muita coisa aconteceu ultimamente — Jonas fitava a tabela, ele já havia quebrado ela umas três vezes, o aro outras duas — Esse lugar foi uma das poucas coisas constantes na minha vida.

Serena deitou-se à seu lado também olhando para a tabela.

— Já tá sentindo saudades?

Jonas bocejou.

— Mais ou menos, amanhã será meu último jogo aqui e não sei se conseguirei jogar na faculdade, ser o Aracnídeo tem suas consequências negativas também.

Serena o abraçou.

— Faça o que lhe faz bem.

— E se eu te disse que eu sonhava em ser jogador? Tipo, o Kobe Bryant brasileiro...

— Sonhava?

— É, agora eu não sei o que eu quero.

— Eu também não — Serena deu-lhe um beijo na bochecha — Que tal descobrirmos juntos?

— Seria ótimo — Jonas retribuiu com um selinho — Já pensou que seria bom a gente fazer parte de uma equipe?

— Tipo a Frente Unida? — Serena questionou já pensando em como não queria ficar muito próxima de um cara que fala com cabeças.

— Não. Algo mais íntimo, jovial, talvez, um grupo de pessoas unidas de verdade, não só um bando de desajustados, um grupo que está sempre junto, não só para situações grandiosas demais.

— Isso é medo de ficar sozinho?

— Talvez... — admitiu.

— Relaxa meu ferreiro — Serena o abraçou novamente — Se depender de mim você não fica sozinho de jeito nenhum... — aproximou sua boca do ouvido de Jonas — Só se for sozinho comigo.

 

                              Fevereiro 2019

 

Três figuras se materializavam em meio à movimentada Agamenon Magalhães, um homem alto na casa dos vinte e poucos anos e duas jovens, um pouco mais baixas, o trio tinha marcas de brigas visíveis em seus rostos.

— Chegamos? — A garota de cabelos negros questionou.

O homem esticou seu braço esquerdo e uma data surgiu na palma de sua mão, a data daquele dia.

— Sim, a viagem foi um sucesso — guardou seu arco roxo na aljava em suas costas e seguiu para a calçada acompanhado de ambas

— Agora temos que encontrá-los.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigado por ler até aqui.
Te aguardo nas próximas histórias do WSU.



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