Free Fallin' escrita por MrsSong


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Capítulo de LARS vem essa semana ainda. Sou que nem o SBT e emendo uma coisa na outra.

Mais uma vez, se flopar nunca existiu.



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Ela recusou o próprio filho. Ela sabia que tinha errado, mas o coração doía e a mente parecia desconectada do próprio corpo. Queria gritar, queria chorar, mas estava sufocada em seus sentimentos conflituosos. Irene secou as lágrimas e abraçou o corpinho de seu filho recém-nascido, ele não merecia viver com o fardo que ela carregava.

— Você tem certeza? - a enfermeira lhe perguntou enquanto lhe removia o filho dos braços. A ausência de seu menino fez com que o coração doesse mais e mais.

Não aguentando, estendeu os braços na direção de seu filho. Lágrimas escorriam em cascata de seu rosto. Não podia ficar sem seu menino, seu Fabinho.

— Não. - ela respondeu e a enfermeira abriu um sorriso compreensivo.

— Acho que posso te ajudar, minha querida.

Irene e seu menino encontrariam um lar. Eles teriam um lugar só deles, sem Plínio e sem Bárbara. Mas uma família, porque um teria o outro e era tudo o que precisavam naquele momento.

X

— Bento, esta não é aquela modelo famosa, a Amora Campana? - Malu perguntou observando uma fotografia de infância de Bento.

— Ela morou aqui antes de ser adotada pela Bárbara Ellen. - ele explicou, dando de ombros.

— Não sabia disso. - a universitária comentou, contendo as expressões. Não queria que ele percebesse que seu interesse era mais do que acadêmico.

— É, a Bárbara transformou a adoção da Amora em um circo, mas ela morou aqui na infância. - ele não explicou mais nada e Malu percebeu que ele não entraria em detalhes sobre a amiga de infância.

— E quem é esse, Bento? - ela perguntou apontando para o segundo menino na foto.

Bento abriu um sorriso radiante que Malu prontamente correspondeu. Ele parecia tão solar e radiante quando sorria que Malu teve certeza de que poderia se apaixonar perdidamente por ele. Mesmo que fosse como flores amam o sol.

Fazia sentido Bento amar as flores quando ele era tão luminoso, mesmo que não fosse uma análise que constaria em sua pesquisa. Porque, como acadêmica, ela tinha que se manter razoavelmente afastada de seu objeto de pesquisa e já estava em uma situação pessoal, por mais que tentasse se iludir.

— Esse é o Fabinho, meu melhor amigo desde menino.

— Ele foi adotado? - ela questionou tentando pensar em mais perguntas que pudesse fazer e assim manter Bento para si.

— Não, ele e a mãe moram aqui na Casa Verde. Ele só passava muito tempo no lar do tio Gilson. - Bento riu como se essa fosse uma história engraçada. - Uma vez, uma senhora muito rica tentou adotá-lo e o Fabinho, achando graça da situação, aceitou que ela o adotasse. - Bento gargalhou. - A Irene quase morreu do coração quando ficou sabendo. Eu nunca a vi ficar tão estressada antes.

Malu deu uma risadinha ao mesmo tempo que encarava a fotografia. Alguma coisa na fotografia atraía sua atenção. Talvez fosse a pureza da irmã adotiva. Amora Campana e inocente não eram palavras que estavam em sentenças afirmativas na cabeça de Malu.

— Bento, vamos logo que estamos atrasados, cara! - uma voz feminina gritou do lado de fora da casa e Bento gesticulou indicando que ele tinha que ir trabalhar.

— Quem é essa? - uma garota que não podia ter saído da adolescência pelas roupas e postura entrou na casa e encarou Malu como se a analisasse e concluísse que não era uma pessoa relevante.

— Essa é a Malu, Giane. Ela está fazendo uma pesquisa sobre o lar do tio Gilson. - Bento explicou e Giane cumprimentou Malu com um aperto de mão forte, sem desviar os olhos da outra mulher. Um desafio quase masculino, mas ao mesmo tempo de uma mulher defendendo o território. - Malu, conheça a Giane, minha melhor amiga e parceira.

— Prazer em conhecer. - Giane disse em um tom monótono e com uma expressão de tédio.

— O prazer é meu. - Malu disse e Giane sorriu debochada.

— É claro que é.

Antes que mais alguma coisa fosse dita, Giane arrastou Bento para fora de casa enquanto lembrava o sócio de que estavam atrasados.

 

X

 

— Ai, Fabinho, nunca mais vamos nos divertir juntos agora que eu vou casar! - Tina exclamou com um sorriso aéreo e Fabinho revirou os olhos, já estava acostumado com o assédio de Tina. 

— Seus sonhos não são realidade, Tina querida. Quantas vezes vou ter que dizer isso? - sem tirar os olhos do computador, ele fazia edições em seu projeto.

As mulheres da Class Midia cacarejavam entre si e ele só sentia dor de cabeça. Ele precisava terminar o projeto até o fim do dia ou Natan ia querer sua cabeça e não estava afim de se safar por um golpe de sorte no último segundo. Precisava ficar ali por tantos motivos que mal conseguia enumerá-los.

O celular vibrava em seu bolso, mas não iria olhar. Podia ser tanto alguma peguete que ele não daria condições no momento quanto Bento informando sobre alguma manifestação que queria que ele ajudasse. Salvar as Marmotas do Cerrado, talvez?

Bento tinha muitas causas importantes e urgentes para cuidar. Às vezes, precisava filtrar a quantidade de pautas de salvação da humanidade que o amigo tinha. Giane que fosse a pessoa que comparece em todas elas... Ela que segurasse a barra quando a polícia fosse acionada. E ela ia.

Mesmo que as chances daquela maloqueira ser a pessoa perigosa do protesto fossem altas, Fabinho colecionava pequenas cicatrizes de fugir com aquele moleque de rua antes que os dois fossem presos. Podiam ser explosivos juntos e eles bem sabiam disso.

Por isso tinham Bento, o extintor dos dois. E também a única coisa que tinham em comum: a amizade de Bento, por mais que um julgasse que o outro fizesse mal para o melhor amigo. Fabinho acreditava que Giane atrapalhava a vida de Bento, sempre marcando território sem nunca expor o que sentia e Giane achava que Fabinho estimulava Bento a se divertir mais com as mulheres erradas.

Enquanto continuava seu trabalho. Viu com o canto dos olhos, a adorada amiga de infância entrando na empresa como se fosse dona do lugar (ela seria daqui alguns meses, repetiu para si mesmo). Como sempre, ignorou qualquer pessoa que a tivesse conhecido antes de seu golpe de sorte.

Bento precisava se esquecer da perfeita Amora Campana, porque ela não poderia fazê-lo feliz, Fabinho sabia disso e evitava comentar que frequentemente via a it girl no trabalho porque não queria que Bento percebesse quão difícil era a verdadeira Amora, quão distante ela era daquela menina que os dois se apaixonaram na infância.

Notando mais um erro, Fabinho começou a corrigir enquanto Julia choramingava para Cleo que mais um carinha tinha cancelado um encontro e a outra revirar os olhos enquanto observava Érico como se fosse um pedaço de carne.

Renata que se cuidasse, porque aquela dali estava faminta por Érico.

Decidiu ler a mensagem que recebeu, revirando os olhos ao notar que era mais um protesto organizado pelos amigos de infância. Bento ia acabar com sua reputação de pessoa que não se importa com os outros de tanto que Fabinho participava de flashmobs. Uma mensagem da maloqueira apareceu logo em seguida:

 

Vai dar o ar da graça dessa vez, filhinho da mamãe?

 

Nem que seja só para rir quando você acabar presa por desacato, moleque de rua.

 

 

 


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