Aprendendo a Recomeçar escrita por Lelly Everllark


Capítulo 27
Epílogo II.


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Voooooltei!
Não disse que voltava? Então, voltei mesmo!
Espero que gostem do capítulo e BOA LEITURA :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/768710/chapter/27

“Você é o primeiro pensamento do meu dia,

Se eu não te vejo quase morro de agonia.

Sou dependente desse amor, seu beijo vicia,

Eu quero todo dia!

 

A noite cai, o meu sonho é você,

Dizer te amo já tá virando clichê.

Mas eu tô repetindo pra você saber,

Que eu adoro amar você!”

Clichê — João Neto e Frederico.

  Alice

  Uma pilha de nervos, era como eu estava. Eu não conseguia parar de andar de um lado para o outro no meu quarto na casa de tia Beth, eu já tinha até tirado os saltos depois que quase tropecei na barra do meu vestido branco e enorme.

  Olhei-me outra vez no espelho e sorri. Meus cabelos estavam presos num penteado elaborado, a tiara e o véu eu fiz questão, assim como fiz questão das mangas de rendas que iam até o meu pulso. A saia do meu vestido de noiva não era tão ampla quanto à de Cordélia foi, mas eu estava me sentindo uma princesa do mesmo jeito.

  A pouco mais de um mês a construção da minha casa tinha ficado pronta e Lilly me garantiu que já tinha “Voltado a caber em um vestido de madrinha”, palavras dela, não minhas, então eu e Hugo finalmente tínhamos marcado a data do casamento. Eu só não imaginei que um mês fosse passar tão rápido e que eu teria tantas coisas pra resolver.

  Cordélia realmente se vingou de mim agora, por que até sobre as fitas de prender os arranjos de mesa ela me perguntou, e ela estava adorando me encher com essas pequenas coisas, eu via pelo divertimento em seus olhos, Lilly nem disfarçava. Felizmente no fim deu tudo certo e eu consegui planejar e organizar meu casamento, com ajuda - ou não - de Cordélia sem surtar. E tinha ficado lindo. A cerimônia seria na capela da vila e a festa aqui na fazenda, eu tinha realmente amado a festa de Lilly. 

  - Como está minha noiva favorita? - minha amiga pergunta entrando no quarto com o filho no colo. Cordélia estava usando um vestido verde tomara que caia com uma fenda na perna esquerda, seus cabelos, que agora alcançavam o meio das costas, estavam soltos.

  - Estou com saudades do meu afilhado lindo. Oi Guto, a dinda estava com saudades - fiz uma vozinha mais fina e o bebê com todos os seus três meses gargalhou. Os olhos azuis e as bochechas gordinhas garantiam a Guto meu amor incondicional. Não só o meu, todos nessa fazenda e fora dela, o senhor Ricardo e a dona Cíntia inclusos, eram apaixonados pelo bebê.

  - Oi pra você também, Alice - Cordélia ironizou e fiz menção em pegar José Augusto, mas ela não deixou. - Não vai pegá-lo de jeito nenhum, já pensou se meu filho fofo e muito babão mancha seu vestido a essa altura do campeonato? Ia ser um desastre, deixa para mimá-lo amanhã, e depois e depois, você vai ter a vida toda pra isso, mas hoje melhor não.

  - Isso tudo é por que eu não cumprimentei você? - me fiz de magoada com a mão sobre o peito e Lilly riu. - Você é muito rancorosa.

  - Rancor não, meu amor, eu só guardo informações importantes para usá-las mais tarde quando eu precisar.

  A explicação elaborada de Cordélia e suas caras e bocas me fizeram rir também, era bom poder aliviar a tensão de estar trancada num quarto esperando meu tio vir me buscar para irmos para a igreja. Ainda era meio surreal o fato de eu estar me casando com o meu amor platônico da juventude, era surreal, incrível e encantador e eu não via à hora de sermos finalmente, marido e mulher.

  - Muito ansiosa? - Cordélia perguntou depois de se sentar na beirada da cama e ajeitar Guto, muito estiloso em sua roupa social, em seus braços.

  - Demais, você também ficou assim?

  - Achei que fosse morrer antes de me encontrar com Theo, mas foi tranquilo - ela brinca me fazendo sorrir.

  - Será que ainda vai demorar muito? - pergunto e como se só estivessem esperando a deixa tia Beth e tio Jorge entram no quarto.

  Minha tia usa um vestido salmão com mangas longas de renda e tem o cabelo preso num coque elaborado, está linda e é estranho ver meu tio de terno.

  - Você está linda, meu amor - tia Beth diz com um sorriso emocionado depois de me esmagar em um abraço.

  - A senhora também, tia.

  - Uma verdadeira princesa - tio Jorge sorri e agradeço o elogio. - Seus pais ficariam muito orgulhosos da mulher que você se tornou.

  - Você acha? - pergunto num sussurro me lembrando deles e é tia Beth a concordar.

  - Tenho certeza, agora nada de chorar, hoje é dia de festa - ela limpa as lágrimas que não cheguei a derramar e me beija o rosto.

  - Agora que ela já está em boas mãos eu vou atrás do meu marido - Cordélia anuncia ficando de pé fazendo seu vestido se mexer e mostrar a fenda, ela definitivamente era uma mulher linda e nem precisava se esforçar muito pra isso. - Não chore antes da hora pra não borrar a maquiagem e nos vemos daqui a pouco na capela. Dá tchau para os vovôs e a dinda, Guto - ela pegou a mão do bebê e balançou no ar antes de dar um sorriso divertido e sair.

  - Lilly é mesmo uma figura - tia Beth sorriu e concordei, mas minha questão principal era outra.

  - Nós já vamos? - perguntei ansiosa e meus tios riram.

  - Vamos sim - minha tia concordou. - Pronta?

  - Com certeza. Bem, mais ou menos - ri levantando a barra do vestido mostrando meus pés cobertos com a meia branca e descalços. - Só preciso dos sapatos.

  Meus tios gargalham e eu me sento na cama para calçar os sapatos. Depois disso não demora até estarmos os três no carro do meu tio na estrada de terra em direção à capela. Posso ver Cordélia no carro a nossa frente, ela tinha ficado para organizar uns últimos detalhes da festa e Theo tinha ido ajudar Hugo com a recepção na igreja, no fim acho que ela não encontrou o marido.

  É estranho pensar que essa é a última vez que passo por essa estrada como a garota órfã cuja única família são os tios e o primo que a acolheram, quando eu voltar eu e Hugo seremos uma família, nossa pequena família que eu pretendo fazer com que fique maior, afinal, ainda quero dar muitos primos a Guto, talvez não agora, mas isso com certeza está nos planos.

  Quando chegamos à capela posso ver a movimentação de convidados na entrada, vejo Cordélia andando com elegância em direção a Theo com Guto no colo, só ela mesmo para conseguir parecer elegante com um bebê no colo. Vejo também seu Ricardo e dona Cíntia, meus tios saem e minha tia me instrui a nem se quer me mexer de onde estou. Posso ver todo mundo, menos Hugo. Há sorrisos e felicitações por todo lado, não escuto o que dizem, mas gosto de olhar todas as pessoas que vieram celebrar meu casamento, meu amor e minha felicidade.

  Não demora até minha tia mandar todos entrarem e entrar ela mesmo na capela, escuto de forma abafada as músicas e no fim sobramos apenas eu e meu tio, ele de pé perto da porta de madeira dupla e eu ainda no carro. Mas até agora nada de Hugo, será que meu noivo está lá me esperando?

  - Vamos? – tio Jorge me chama depois de abrir a porta e o olho começando a ficar nervosa.

  - Tio, seja sincero, Hugo está lá no altar me esperando, ou não?

  A gargalhada do meu tio me deixa um pouco mais aliviada e eu aceito sua mão estendida e deixo que ele me ajude a sair do carro.

  - É claro que está, Alice. Extremamente nervoso andando pra lá e pra cá. Ele perguntou o mesmo sobre você. Vocês são muito ansiosos. Mas fique tranquila, vai dar tudo certo – ele sorri. – Vamos?

  - Vamos – digo confiante aceitando seu braço. Aperto o buquê com uma mão e o braço do meu tio com a outra. Agora é realmente oficial.

  Quando as portas se abrem e a marcha nupcial começa não vejo mais nada, nem ninguém, só ele sorrindo pra mim com olhos emocionados no fim do corredor. Hugo me encara e quero correr até ele, mas sei que não posso, afinal, todos esperam que a noiva faça sua caminhada com graça e beleza, e, ironicamente, me jogar nos braços do meu noivo, é a única coisa que quero fazer.

  Tio Jorge garante que eu não fuja correndo em direção à Hugo e quando finalmente o alcanço tenho a sensação que essa minha caminhada durou uma eternidade.

  - Cuide dela – meu tio pede a Hugo e meu noivo sorri para mim depois olha pra ele.

  - Sempre.

  Depois de se cumprimentarem eu finalmente entrelaço meus dedos aos de Hugo e sorrio pra ele.

  - Eu te amo – sussurro.

  - Amo você também, desde que pus os olhos na garota descabelada com um cesto nas mãos – ele sorri e já estou chorando antes mesmo do padre começar.

 Há aquele discurso sobre amor, respeito, companheirismo e reciprocidade, mas não presto atenção em muita coisa. Estou nervosa e feliz demais para me concentrar em qualquer outra coisa que não seja os olhos escuros de Hugo e nossas mãos entrelaçadas. Estou chorando e não me importo, é de emoção, felicidade. Finalmente o padre chega à parte mais importante, e presto atenção a cada uma de suas palavras.

  - Eu, Alice Azevedo, recebo-te, Hugo Tavares, por esposo, e prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias de nossas vidas – repito o discurso do padre e deslizo a aliança pelo dedo de Hugo. – Te amo, desde sempre e para sempre.

  - Eu, Hugo Tavares, recebo-te, Alice Azevedo, por esposa, e prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias de nossas vidas – ele também diz às palavras que são uma promessa para toda vida e desliza o aro brilhante pelo meu dedo anelar. Hugo beija minha mão e sorrio em meios as lágrimas de emoção. – Amo você. No momento em que a vi sabia que não teria outra a ocupar o espaço que você ocupa no meu coração.

  - Então eu vos declaro marido e mulher – o padre diz por fim com um sorriso emocionado. – Pode beijar a noiva.

  Hugo não precisa de mais nenhuma palavra antes de me puxar para um beijo daqueles que só ele sabe me dar, de deixar as pernas bambas e o coração acelerado, ele me gira no ar e quando me coloca outra vez no chão há palmas e assovios mesmo que eu não saiba se isso é permitido ou não na igreja. Por fim entrelaçamos nossos dedos e seguimos para a saída juntos, do mesmo jeito que faremos tudo a partir de agora, como uma família.

  Theo se oferece para nos levar de volta a fazenda e somos nós quatro e Guto na velha caminhonete, rindo e nos implicando. Contando histórias e relembrando que alguns meses atrás estávamos os quatro desse mesmo jeito voltando do casamento de Lilly e Theo, e sinceramente naquela época eu não achava que o meu fosse acontecer tão rápido, mas felizmente aconteceu. E eu não podia estar mais feliz, a vida pode ser encantadora e maravilhosa às vezes, é só termos paciência para esperar.

  Quando chegamos outra vez à fazenda é que eu realmente paro para observar a decoração em branco e verde, com luzes por todo lado, mesas de madeira, um bolo lindo e pista de dança. Infelizmente eu não posso fazer como Lilly e simplesmente ir me sentar, tenho que cumprimentar os convidados, tirar milhares e milhares de fotos, quando me canso, simplesmente sento-me em uma das mesas, tiro os sapatos e o véu e faço Hugo conseguir um parto de comida pra mim. Ele ri e assim o faz, estamos os dois jantando quando Lilly e Theo passam por nós, agora sem Guto, ele, no mínimo, deve estar sendo paparicado por alguns dos avós, ou por todos eles. O casal nos cumprimenta e segue para a para a pista de dança.

  - Me daria à honra, minha esposa? – Hugo pergunta depois de ficar de pé e me estender à mão.

  - Sim, meu marido – sorrio aceitando sua mão estendida. – Pra você, sempre vai ser sim.

  Nós dançamos, mais rimos e rodopiamos pela pista que qualquer coisa, alguém grita para eu jogar o buquê e assim o faço, há uma comoção e muitas risadas, depois disso cortamos o bolo, tomamos champanhe e quando a lua já está alta no céu e a festa parece muito longe de terminar Hugo me olha divertido, no casamento de Lilly e Theo fomos literalmente os últimos a sair, mas dessa vez, quando meu marido me pega no colo, comigo rindo em seus braços, somos os primeiros, enquanto ele vai correndo em direção à nossa nova casa, a nossa nova vida. 

  Espero que nossa pequena bolha de felicidade possa durar para sempre, cada vez mais encantadora e divertida, com brigas, desastres, mas sempre com muito amor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e agora realmente acabou e foi isso, mas deu ao menos pra matar a saudade desse pessoal, não deu?
Comentem!
Beijocas e até a próxima, Lelly ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aprendendo a Recomeçar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.