Draco Malfoy foi segurado pelas mãos de sua esposa que tentava esconder o sorriso sabichão, afinal o diretor da Sonserina não conseguia acreditar no que seus olhos enxergavam... Será que fui enfeitiçado? Aquela não pode ser a minha filhinha...

— Eu avisei, papai. – Scorpius pronunciou num tom zombeteiro, os olhos repletos de satisfação maliciosa. - Eu disse que Rose ficava suspirando pelos cantos por Fred...

— Fique quieto, Scorp. – Hermione mandou, olhando com censura para o filho caçula que era uma perfeita cópia do pai, porém com seus olhos castanhos. – Não há nenhum problema sua irmã gostar de alguém...

— Como assim não há nenhum problema?! – O bruxo virou-se para a mulher com uma expressão ultrajada. - Rose Jean Granger-Malfoy é uma criança...

— Ela não é. – Hermione arqueou uma sobrancelha descontente, odiava ser interrompida. - Nossa filha tem dezesseis anos e possui plenas capacidades de decidir se quer começar um namoro ou não. – Levantou a mão sinalizando que ainda não tinha terminado. - Além disso, todos já sabíamos que Rose e Fred se gostavam há muito tempo. – Sorriu para o beicinho que o marido fazia.

— Ainda sim, ela poderia esperar mais alguns anos. – Draco resmungou com os braços cruzados. - O fedelho nem veio pedir minha autorização.

— Ele é filho de George,... O que você esperava? — O sorriso debochado de Hermione irritou ainda mais o sonserino. - Deixe-os em paz, amor. – A bruxa tocou o ombro do esposo com carinho e riu abertamente da feição contrariada do loiro. - Vamos entrar? Eu posso pensar em algumas coisas que tirariam essa careta da sua cara... – Sugeriu com malícia e Draco sorriu em retorno dando uma última olhada para o casal no jardim de sua residência.

— Eca!— Scorpius reagiu com os olhos arregalados e os pais apenas riram.

Alguns metros dali, Rose mantinha suas mãos enfiadas entre os fios lisos e rubros de Fred, seus pés estavam levantados tentando descontar a diferença de altura entre eles e seus lábios mexiam-se prazerosamente contra os do bruxo. Por Morgana, seu namorado beijava tão bem. Afastou-se com um sorriso bobo que foi copiado pelo ruivo.

— Eu adoro como seu cabelo bagunça fácil enquanto eu brinco com ele. – Fred pegou um dos cachos escuros, seus dedos longos passando rapidamente sobre a pele aveludada da namorada e causando um arrepio nela. - Você é tão linda, baby. – Os olhos azuis da garota brilharam com o elogio, eles não eram raros e sempre faziam o coração dela derreter um pouco mais pelo jovem.

— Desista, Weasley. – O sorriso doce transformou-se em atrevido. - Eu já sou sua, não há como gostar mais de ti do que já faço. – Piscou dando um selinho longo no adolescente que mantinha um sorriso convencido no rosto.

— Graças a Merlin. – Ele a surpreendeu puxando seu corpo para o alto e girando com ela. – Que sorte a minha, a bruxa mais bonita e esperta de Hogwarts é a minha garota! – Ele gritou com um sorriso amplo e apaixonado, Rose somente gargalhou, sentindo-se livre e feliz nos braços dele.

A porta da casa abriu-se num rompante e por ela, um bruxo loiro e imponente saiu com as feições vermelhas de fúria. Hermione e Scorpius corriam atrás com ar exasperação e risos. Quem diria que, Draco Malfoy, seria um pai tão ciumento?

— Rose não é sua garota, pirralho! – Berrou o homem. - Ela é minha filha, a minha perfeita garotinha... – Puxou o ar para os pulmões com a raiva que o consumia.

— Papai! – A aluna da Corvinal soltou-se do namorado que tinha os olhos arregalados e ligeiramente assustados. - Eu sempre serei sua menininha, porém isso não me impede de namorar Fred. – Argumentou com um sorriso meigo igual que sua mãe usava para ‘dobrar’ o diretor da Sonserina.

— Por que Rose... Por quê? – Malfoy puxou a filha para um abraço sufocante dando um olhar gélido para o genro... Ela nunca deveria namorar, pois seu pobre coração não aguentava ser trocado assim...

Scorpius dobrava os joelhos com a vontade de gargalhar, em sua opinião Fred era o melhor cara para namorar sua irmã: ele era descolado, leal e realmente respeitava Rose. Além disso, sempre dava descontos nos produtos da Gemialidades para ele e o ajudava no quadribol. 

— Oras! Pare imediatamente com esse drama, Draco Malfoy! – Hermione revirou os olhos com impaciência. - Até parece que Fred é um criminoso que está roubando a nossa filha... Por Merlin, vimos esse menino crescer. – Lançou as mãos para cima com irritação, seus olhos apertados em fendas encarando o esposo que engoliu em seco, entretanto ainda não parecia convencido.

— Esse moleque não me pediu...

— Eu não sabia que ia namorar o senhor. – Fred interrompeu com um tom de voz leviano e sarcástico.

Rose afastou-se dois passos para admirar a expressão homicida de seu pai ‘Fred não sabe quando ficar quieto’, refletiu bem humorada. Hermione surrupiou discretamente a varinha do marido ciente que ele poderia facilmente mandar o grifinório para o Sant. Mungu’s e a risada de Scorpius podia ser ouvida por todo o terreno.

— Você tem cinco segundos, amorzinho. – A voz divertida de Rose arrancou do ruivo aquele sorriso endiabrado idêntico ao do pai.

— Eu te vejo amanhã, baby. – Piscou maliciosamente para a namorada que sufocou a risadinha vendo que seu pai começava a sair do estado de torpor após ser afrontado. - Até mais, sogra amada. – Mandou um beijo estalado para Hermione que sorriu amorosamente. - Scorp, já separei aquele produto que pediu. – Trocou um sorriso maroto com o cunhado enquanto agarrava com firmeza a vassoura que estava largada no chão. - Até mais, sogrão! – Subiu na vassoura assistindo o loiro mais velho buscar a varinha na capa, não conseguiu evitar uma última provocação,... Ele não tinha conserto. – Espero que aprenda a dividir a atenção da nossa garota porque eu não vou larga-la tão cedo. – E quando Draco Malfoy se precipitou em sua direção como um touro enxergando vermelho, Fred Weasley II ganhou os céus com uma gargalhada.