Pieces of You escrita por Foster


Capítulo 1
Hair


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Será que alguém ainda me acompanha? haha
Por incrível que pareça, percebi que ainda recebo alguns comentários em fanfics minhas. Fico muito lisonjeada, mesmo! E, talvez, depois de tantos anos, talvez eu tenha recuperado minha vontade de escrever. Mas, é claro, relendo tudo o que uma jovem eu de 13/14 anos escreveu, acho que muitas mudanças seriam necessárias. Por que não então começar direito? Bora escrever uma nova história (mais uma pra coleção).
Estou buscando inspiração, reescrevendo capítulos, fazendo alterações... Sabe-se lá quanto tempo isso vai demorar. Enquanto isso, Pieces of You vem como um conforto pro coraçãozinho. Quem não adora uma Scorose romantiquinha? Aqui estão algumas lembranças de Scorpius. Espero que gostem :)
Boa leitura.



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Muitos conhecidos meus relatam a primeira visão de Hogwarts como a lembrança mais marcante de suas vidas escolares. Eu também nunca me esqueci do meu primeiro dia letivo. Mas o que me marcou de fato foram, especificamente, os momentos que antecederam a chegada ao majestoso castelo que eu passaria os próximos 7 anos da minha vida. Anos esses que foram determinantes para minha formação. E não estou falando academicamente.

Eu olhava tristemente o nevoeiro que preenchia a plataforma 9 ¾  da estação de King’s Cross pela janela do trem. Procurava meus pais no meu da multidão tentando ignorar os passos pesados e o falatório no corredor. Fiquei aliviado ao ver minha mãe acenando entusiasmada. Ela havia mantido a palavra de não ir embora até que o trem tivesse partido. Meu pai estava ao seu lado, com um semblante sério. Meu primeiro ano em Hogwarts parecia uma enorme incógnita assustadora e opressora - e na realidade, todos os outros sempre me pareceram igualmente misteriosos.

Sempre tive poucos amigos. E, quando finalmente fazia alguns, eles descobriam meu sobrenome e eu ficava sozinho novamente. Quando comecei a entender o porque de temerem meu sobrenome meu medo de ir para Hogwarts apenas aumentou. Torci inúmeras vezes para que a magia não se manifestasse em mim e que eu acabasse sendo um aborto. Minha mãe ficou extremamente preocupada por eu não ter demonstrado nenhum indício de magia. Eu podia jurar que, por ter desejado tanto, ela realmente não existia em mim.

Até que a carta chegou. Mamãe e papai ficaram extremamente aliviados, enquanto eu passava pelo pior momento da minha pouca infância. Não queria ir para um lugar em que todos me excluiriam e julgariam. Eu estava muito bem, obrigado, tendo apenas minha mãe como melhor amiga.

Eu estava a caminho do que era a morte para minha versão de onze anos. E estava certo disso. Fiquei em paz por meia hora com as cortinas fechadas, até que um furacão invadiu a cabine.

— Finalmente um lugar vazio! – exclamou uma garota com enormes cabelos ruivos encaracolados. Ela me olhou com seus enormes olhos azuis e sorriu minimamente. – Olá! – não falei nada, ainda assustado pelo timbre alto da voz dela. Aparentemente minha falta de resposta a irritou, pois ela semicerrou os olhos e deu uns passos em minha direção. – Meu nome é Rose Weasley. – Ela estendeu a mão. – E o seu? – olhei para aquela mão estendida como se fosse algo totalmente fora da realidade, o que para mim era também.

Ela realmente deve ter me achado estranho. Olhei para seu rosto e depois para sua mão várias vezes, como se não acreditasse. Ela franziu o cenho e colocou a mão quase que na minha cara. Engoli em seco e peguei desajeitadamente.

— Hyperion. - sussurrei. Eu sabia que ela provavelmente sabia quem eu era. Nossas famílias eram rivais. Por que diabos justamente uma Weasley entrou na minha cabine? Se ela não tivesse escolhido justamente aquela cabine, de certo, muitas coisas teriam sido evitadas. Mas isso fica para depois.

— Desculpe, não ouvi.

— Hyperion. – falei com a cabeça baixa, ainda sem soltar a mão dela.

— Que tipo de nome é Hyperion? – ouvi uma risada atrás de Rose Weasley. Um garoto que aparentava não ser mais velho que nós dois falou enquanto tirava os cabelos encaracolados da cara. Ele me olhou rindo e depois ficou sério. – Você não é filho dos Malfoy?

Rose Weasley me olhou com o cenho franzido e soltou minha mão ao perceber que eu ainda a segurava.

— Scorpius Hyperion. – falei simplesmente. – Malfoy. – abaixei a cabeça de novo ao ouvir a risada do garoto de cabelos encaracolados.

— Isso vai ser divertido. Vamos achar outro lugar.

— Eu vou ficar aqui mesmo, James. – levantei a cabeça ao ouvir uma terceira voz. Era um garoto miúdo de cabelos pretos. O tal garoto chamado James apenas riu e empurrou o outro para dentro da cabine.

— Namore a vontade, Albus. – James então saiu, com pelo menos mais quatro pessoas. Rose Weasley permaneceu de pé enquanto suspirava.

— Vou ficar com vocês. – ela puxou Albus e eles se sentaram de frente para mim.

— Sou Albus. – o garoto estendeu a mão. Não demorei uma eternidade dessa vez e apertei a mão dele. – Potter. – ele falou quase que se sentindo culpado. Olhei de Weasley para Potter. Se aquilo não era uma enorme ironia eu não sabia o que era. – Desculpe pelo meu irmão. Ele é bem babaca. – apenas assenti, sem saber muito o que dizer.

— Você é bem quieto. – constatou a Weasley. – Não parece muito como um Malfoy. Você tem esse jeito. – ela fez um gesto na minha direção. Não acredito que ela tenha dito isso como um elogio. – Bom. Não sou de julgar pelas aparências. - percebe-se.  

— Eu sei que sou estranho. – comentei meio sem graça. Ela e o primo se entreolharam. – Não costumo ter muitos amigos. Todos dizem que sou estranho, que sou um Malfoy, entre outras coisas. - acabei me mexendo desconfortavelmente no lugar. Não queria fazer a vítima. Quem gostaria de ser amigo de um patético garoto que fica se lamentando pelos cantos?

— Eu sou o estranho da minha família também. – Potter disse, dando de ombros. Olhei-o incrédulo. – Não tenho os mesmos interesses que meu irmão. Acredito que minha irmã vai ser bem diferente de mim também quando for mais velha. Acho que todos nos sentimos um pouco estranhos. - ele sorriu e isso, de certa forma, me tranquilizou.

— Fale um pouco sobre você, senhor Malfoy estranho. – a Weasley cruzou os braços me encarando.

— Eu gosto de coisas trouxas. – falei depois de pensar um pouco. Ambos arregalaram os olhos.

— Nossa. Isso é realmente... Inesperado. – ela falou enquanto colocava os cabelos atrás da orelha. Ou pelo menos tentava, pois eles saltavam de volta na direção do rosto dela, o que a deixava claramente irritada. – Trouxas possuem coisas bastante interessante, como você obviamente sabe. Meu avô é fascinado por coisas assim, então tenho bastante contato. Hoje em dia é bem normal, claro que para um sangue puro como você que... – ela parou, refletindo sobre o que dizia. O Potter claramente cutucou-a, como se estivesse repreendendo-a. – Enfim, existem muitas coisas boas e legais. E coisas toscas, como por exemplo realitys shows e animes. – ela torceu a cara ao dizer isso. – Não sei como alguém consegue gostar daquilo.

— Eu gosto de animes. – falei simplesmente enquanto mostrava minha mala que possuía um adesivo de Ao No Exorcist. A Weasley ficou nitidamente constrangida enquanto Albus tentava, sem sucesso, controlar o riso.

— Como eu dizia, os realitys... Horríveis. – ela riu nervosamente enquanto corava. Suas bochechas e seu nariz estavam praticamente da cor de seus cabelos. Eu ri com a cena, o que a deixou ainda mais sem graça.

No geral eu não tinha muito a ver com nenhum dos dois. Eles tinham gostos bem parecidos, que eram total oposto de mim. A Weasley havia entrado basicamente em uma competição para tentar saber se eu tinha algo em comum com algum dos dois.

— Qual seu time de quadribol? - Albus perguntou, entrando também na brincadeira.

— Caerphilly Catapults. - comentei e eles se entreolharam, torcendo o nariz. - E vocês?

— Somos 100% Harpies! - exclamou Rose. - Tia Gina é sensacional! Sinto saudades de vê-la jogar. - comentou emocionada e Albus concordou.

— Ok... - Rose pareceu pensativa e entusiasmou-se com o que pareceu uma pergunta genial. - Você gosta de garotos ou garotas? – ela perguntou como alguém que quer saber seu sabor favorito de sorvete e eu senti meu rosto esquentar.

— Rose! – Albus repreendeu-a, claramente envergonhado.

— Ah, qual é! – ela olhou pra mim, bufando. – Se você gostar de garotos vai ter algo em comum comigo e se gostar de garotas vai ter algo em comum com o Albus.

— Rose isso é ridículo. – Albus colocou a mão no rosto. Ela piscou, recompondo-se.

— Tem razão. Somos jovens demais. Nossa sexualidade pode acabar sendo descoberta no decorrer dos anos, pois…

Rose Weasley era louca. Olhei atônito para Albus Potter, que dava de ombros. Ela falava demais, era quase impossível acompanhar. E ela ficou ainda mais falante quando fui selecionado para a Grifinória  junto com Albus, enquanto o chapéu havia ficado indeciso entre colocá-la na Sonserina ou na Grifinória.

— Como assim ele tinha certeza absoluta que os colocaria na Grifinória?  Vocês, teoricamente, possuem muito mais tendência a ir para a Sonserina do que eu! – ela falava exaltada. – Eu, Sonserina? Ele ficou tipo, dez longos minutos tentando decidir! – ela fechou o livro com força, colocando o cabelo atrás da orelha, que voltou a cair em seu rosto.

— Rose, supera. – Albus falou pela milésima vez, revirando os olhos. – Duas semanas já se passaram. Você está na Grifinória e pronto. - sim, ela ficou muito mais falante. Por longas duas semanas.

— Eu não consigo aceitar que ele tenha tido tanta dúvida assim. – ela resmungou e apoiou o rosto na mão. – Eu tenho características tão sonserinas assim? – eu e Albus nos entreolhamos.

Rose Weasley podia ser extremamente fria quando queria. Era extremamente competitiva e ambiciosa. Mas de uma forma positiva. Sabia ser extremamente irritante, entretanto. Ela olhou acusatoriamente para nós dois.

— Vocês acham que tenho características sonserinas!

— Esqueça isso Rose. – Albus estava claramente irritado.

— Mas é evidente que não!

— Rose! – Albus fechou o livro com força, fazendo com que eu me sobressaltasse na cadeira. Rose, entretanto, não moveu um músculo. – Você está ofendendo a mim e ao Scorpius quando diz que temos mais tendência a ir para a Sonserina do que você. E isso, por si só, é claramente uma atitude Sonserina. Olhe para você e olhe para Scorpius. – ela me fitou profundamente com seus olhos azuis. Engoli em seco. Me sentia estranho toda vez que ela me encarava assim. – Ele parece ter algum traço Sonserino? E se tivesse também, ser da Sonserina não é ruim. Eu teria bastante orgulho de ir para lá.

— Realmente. Scorpius é um pouco mosca morta. – ela falou mais para si do que para nós. Fiquei profundamente ofendido, incrédulo que ela estivesse realmente dissesse isso. Espero que ela se desculpasse, mas ela não o fez. - Eu tenho bastante ambição. Mas de uma forma saudável, oras. Quem não quer ser bem sucedido em suas escolhas? – ela ainda ponderava, ignorando-nos completamente.

— Rose. – Albus pegou a mão da prima, que voltou a atenção a ele. – É uma coisa muito boa ter características das duas casas. Foque nisso.

Rose apenas semicerrou os olhos, como se não estivesse totalmente convencida. Esperei que ela dissesse algo, mas ela apenas voltou a ler seu livro.

— Só acho que não me pareço com uma sangue puro arrogante e metida. - ela resmungou e eu bufei, agora, de fato, profundamente ofendido. Albus arregalou os olhos para Rose, que não parecia nem um pouco arrependida.

Fechei o livro com força e levantei da mesa, assustando os dois. Não me dei o trabalho de falar nada e fui para o salão comunal.

Eu sabia que não era nenhum destaque, não era corajoso e muito menos ambicioso. Foi um choque para a escola inteira eu ter ido para a Grifinória. O medo do meu sobrenome já não existia mais. Eu agora era apenas um garoto bobo e estranho. Um Malfoy na Grifinória? Era a piada do século. Ninguém queria de fato ter muita proximidade. Minhas notas também não eram as melhores e eu sequer me esforçava. Depois da quinta carta de meus pais reclamando sobre meu desempenho escolar Albus e Rose resolveram me dar aulas de reforço, contra minha vontade.

— Scorpius você não vai jogar seu futuro no lixo por causa de pessoas imbecis! – Rose falava brava, enquanto eu rabiscava qualquer coisa no pergaminho. – A prova de herbologia é na semana que vem e você precisa ir bem! Quer repetir de ano e ficar preso nessa escola pra sempre?

Era o mesmo discurso, todos os dias. Eu não tinha vontade de aprender. Não me esforçava pra nada. E, para piorar, Rose sequer tinha me pedido desculpas por, praticamente, ter me ofendido.

— Não sabia que você possuía tanto interesse em ajudar um sangue puro. - comentei amargo. Ela bateu os livros na mesa.

— Você se sente ofendido por ser chamado de puro sangue? Você sabe quantas vezes minha mãe teve que ouvir ofensas por ser nascida trouxa? Caso você não saiba, seu pai fez o inferno na terra para minha mãe.

— Rose. Pare. - Albus alertou. Fiquei com um misto de raiva e arrependimento. Não gostava do que meu pai havia feito aos pais de Rose e Albus, mas eu não era ele. E uma coisa não anulava a outra.

— Eu não sou meu pai. - pontuei cada palavra com toda a raiva guardada em mim. - Não estou ofendido por ter me chamado de sangue puro. Mas sim pela intenção por trás disso. Não sou arrogante, mesquinho ou maldoso. E nem mosca morta. E se eu tenho tantas más qualidades assim, por que então ser minha amiga? Ninguém nunca foi mesmo. - esbravejei, pegando minhas coisas e saindo dali sem dar tempo de resposta para algum dos dois.

Segui em direção à floresta proibida. Só gostaria de ficar sozinho com meus pensamentos. Estava quase me arrependendo de tudo o que falei. É óbvio que eles não iriam querer ser meus amigos depois daquilo. Já era um milagre e tanto essa amizade ter durado um mês. Foi puramente coisa de começo de aula. Ouvi algumas risadas e ergui a cabeça, procurando-as.

— Você é realmente patético, Malfoy. – um garoto da Sonserina pelo menos uns dois anos mais velho que eu apareceu acompanhado de outros dois. – Não se lembra de mim? – franzi o cenho e cerrei os olhos, tentando enxergar melhor. – Seu serzinho insignificante. - gelei quando percebi quem era: Sebastian Zabini.

Ele foi um infeliz que me fez bullying durante a infância toda. Nossos pais eram antigos amigos de escola e atuais colegas de trabalho, então vez ou outra eu tinha que vê-lo. Ele sempre fazia questão de dizer como eu era esquisito e não merecia o sobrenome que tinha. Fora todas as vezes que quebrou minhas coisas. Ainda tenho pesadelos com as infinitas horas que ele me trancava no guarda roupa do quarto de hóspedes mais sombrio da casa.

— Eu me lembro. – falei a contragosto.

— Como é? Diga mais alto. – ele me puxou pelo colarinho, erguendo-me. – Aquela na biblioteca era sua namoradinha? Que coisa mais tosca. Como se você fosse alguma coisa. Até ela sabe o quanto você é desprezível. Tão desprezível que deixa uma sangue ruim como ela te ofender por ter sangue puro! Patético. – ele riu, preparando para sacar a varinha. Eu fechei os olhos, esperando pelo pior, quando de repente sinto Zabini largando minhas vestes. Abri os olhos e me deparei com Rose apontando a varinha para ele, que agora estava com o rosto inteiro coberto de furúnculos. Albus vinha ofegante logo atrás dela, empunhando a varinha contra os outros dois.

— Pare de atazanar meu amigo, seu idiota. Sou uma Weasley, conheço inúmeros truques e não tenho medo de usá-los! – ela falava com firmeza. Os amigos do idiota tentaram atacá-la. Saquei a varinha para desarmá-los, mas Albus fora mais rápido.

— Saiam daqui. - vociferou ele, ateando bombinhas em seus pés. Sebastian encarou Rose com ódio e saiu dali apressado com os outros dois, não sem antes dizer:

— Traidora do sangue de merda.

Rose soltou o ar que prendia e passou a mão na testa. Ela estava nervosa afinal.

— Ele é o triplo do nosso tamanho, por Merlin! Por sorte a azaração deu sorte. Imagina se algo sai errado e ele resolve duelar até a morte comigo? – ela sentou-se respirando fundo. – Ou pior. Eu poderia ter sido expulsa!

— Prioridades... – comentei sentando-me também enquanto olhava fixamente para minha mais nova heroína. – Obrigado. – falei corando um pouco. Rose me olhou e sorriu, prendendo o cabelo em um coque. Albus sentou-se conosco, respirando fundo. Lancei-lhe um sorriso amarelo, ainda envergonhado pela última conversa. Parecia totalmente sem sentido agora.

— É por isso que você precisa se esforçar! Se não fosse por mim hoje você teria se dado mal. Eu me preocupo com você. – ela colocou a mão em meu ombro. Senti algo estranho no estômago. Talvez o choque da quase surra não tivesse passado ainda. Ela abaixou a cabeça, de modo que seus cabelos se desfizeram do coque e caíram em seu rosto. - E também… - ela colocou o cabelo atrás da orelha enquanto corava. – Me desculpe por tudo, sabe… Não quis te ofender. Você é… Diferente dos outros. E um diferente bom. - engoli em seco, sem saber o que dizer. Ambos ficamos em silêncio e Albus pigarreou.

— Resumindo... É melhor você se manter são e salvo até o sétimo ano! Estamos com você, cara. Somos seus amigos. –  Albus sorriu para mim. Rose também fez o mesmo e eu assenti, me sentindo aliviado. Sorri levemente enquanto fitava meus pés. Rose suspirou, aliviada também, e abriu a mochila. – Podemos começar a estudar?

Desde aquele dia algo mudou. Rose era um tanto quanto arrogante, mas era uma boa amiga afinal. Tudo o que mais prezava era o bom histórico escolar, então ter feito algo que comprometesse isso apenas para me defender foi uma prova e tanto de amizade. Me esforcei muito depois daquele dia, indo em todas as aulas de reforço, estudando até tarde em meu dormitório, tudo para poder agradecer Rose e Albus pela amizade. Amizade. Uma palavra totalmente nova em minha vida.

 

— Estamos na última semana de provas. Depois disso acho que vou morrer por duas semanas na cama. – Albus falou enquanto se espreguiçava. Eu não estava aguentando mais de sono. Até mesmo Rose que era a mais resistente do trio estava visivelmente cansada.

Em algum ponto acabei cochilando na biblioteca. Acordei com algo roçando no meu nariz e tive uma forte vontade de espirrar. Abri os olhos e vi uma imensidão ruiva. Afastei um pouco os cabelos de Rose para que eu pudesse respirar um pouco e travei. O cheiro doce de melancia era forte em seu cabelo. Inalei um pouco mais de tão inebriante que era. A textura dele era incrível. Seus cachos eram macios e quando eu percorria meus dedos pela extensão de seus fios eles se desmanchavam para voltarem ao lugar logo quando eu os soltava. Não sei ao certo quanto tempo fiquei daquele jeito até que Rose começou a se mexer e eu tirei minha mão de seu cabelo rapidamente, fingindo que estava dormindo.

Aquela foi a primeira de muitas noites de cochilos na biblioteca e também a primeira de muitas que eu ficava acordado apenas mexendo no cabelo de Rose. Havia algo naquela rebeldia que minha versão de onze anos não compreendia, mas gostava.


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Notas finais do capítulo

É isso! Espero que tenham gostado um pouquinho haha Nesse feriadão tem mais um capítulo prontinho pra sair. Mas quero opiniões sobre esse começo! Beijos de luz ♥



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