Ronnie, me faz uma limonada? escrita por Mel de Abelha


Capítulo 1
Por favor


Notas iniciais do capítulo

Não acredito que demorei tanto tempo pra postar essa história no Nyah! porque não sabia que a categoria estava disponível. Obrigada, administradores do site, aliás, por dar auxílio à noob aqui :p

Boa leitura!



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— Mason, não faça uma festa.

— Já disse que não vou – Falou Mason para minha mãe.

— Ronnie, não o mate – Disse ela, se virando para mim.

— Não prometo nada.

Dois minutos mais tarde minha mãe virava a rua em seu carro, indo em direção à Califórnia para resolver uns assuntos pendentes da série. Fechei a porta e Mason ainda estava parado no mesmo lugar, olhando o celular. Ele tinha um pouco de demência, vamos combinar.

Subi para o meu quarto e me joguei na cama com o notebook, coloquei os fones e mergulhei no mundo das séries. Uns minutos depois, Mason abriu a porta do meu quarto, falou alguma coisa e eu disse “Aham” só para fingir que tinha entendido, ele me olhou meio estranho, deu de ombros e saiu. Voltei a prestar atenção na tela do computador, mas um som invadiu meus ouvidos, mesmo através dos fones pude ouvir a música que vinha do andar de baixo.

— Mas o que…?

Fechei a tampa do notebook e desci as escadas, então paralisei. Umas quinze pessoas estavam na sala, algumas vindas da cozinha. A porta estava escancarada e mais gente entrava. Eles traziam garrafas nas mãos e eu podia apostar que não era nenhuma limonada. A TV estava conectada ao karaokê e Karen cantava uma das músicas de Boston Boys, enquanto várias outras garotas cantavam junto. Vi os cabelos de Mason antes de ver seu rosto, ele estava saindo da cozinha com dois copos vermelhos nas mãos.

— Mason! - Praticamente gritei, enquanto terminava de descer os degraus correndo. Ele se virou para a cozinha novamente, mas consegui puxá-lo para um armário de tralhas embaixo da escada – O que é toda essa gente aqui?

— Ronnie, será que você é tão antissocial que nem sabe reconhecer uma festa quando vê uma?

Meu sangue ferveu e se eu fosse um personagem de desenho animado, provavelmente sairiam faíscas dos meus olhos.

— Mason, minha mãe vai te matar! Tira essa gente daqui.

— Ah, Ronnie, relaxa. Sua mãe não vai descobrir. E se descobrir, quem vai levar a culpa vai ser você.

— Ah, mas não vou mesmo. Eu nem sabia disso.

— Sabia sim e eu tenho um vídeo como prova.

— Quê?

Mason me empurrou um copo de refrigerante e pegou o celular no bolso da calça, abriu a galeria e me mostrou o vídeo. A porta do meu quarto foi aberta, eu estava na cama com os fones no ouvido. Isso tinha sido há menos de dez minutos. “Ronnie, posso chamar um pessoal da escola para cá para fazermos uma festa?”, disse Mason no vídeo, então virei para ele e murmurei “Aham”.

— Nem vem. Eu não entendi uma palavra do que você disse, só concordei para me livrar de você.

— Mas sua mãe não sabe disso – Respondeu ele, pegando o copo da minha mão. - Ah, vai Ronnie. Sua mãe nem vai descobrir. Sai um pouco daquela caverna que você chama de quarto e vem viver de verdade.

Não tive tempo de ficar ofendida com o comentário, porque uma garota abriu a porta do armário e puxou Mason pra fora, batendo a porta na minha cara. Saí do armário bufando e reconheci vários rostos da escola. Eu não podia expulsar ninguém dali, primeiro porque não dariam a mínima, segundo porque ficaria conhecida como a chata que acabou com a festa dos Boston Boys.

Apenas subi as escadas e até então ninguém tinha invadido nenhum cômodo do andar superior. Tranquei as portas. Quando virei em direção ao meu quarto vi Jenny vindo em minha direção, ela estava arrumada e me olhava com um misto de surpresa e nervosismo.

— Ronnie, mal pude acreditar quando recebi a mensagem do Mason convidando, mas aí ele me mandou um vídeo seu confirmando. Fiquei mais surpresa ainda, tive que vir. Pelo que vejo você não estava realmente sabendo disso tudo.

Contei tudo para minha amiga.

— Bem, mas agora não tem como fazer muita coisa, a festa já tá acontecendo. E sabe, acho que o Mason está certo, não em fazer uma festa, mas em você ficar trancada no quarto. É bom sair um pouco, viver a nossa vida, em vez de assistir outros adolescentes vivendo a vida deles numa ficção.

— Mas Jenny…

— Só estou dizendo que, como não há outra opção, você podia entrar na brincadeira também. Vamos comer umas porcarias, dançar e falar com uns meninos. Tem vários bonitinhos do time de natação lá embaixo!

Medi as possibilidades. Eu poderia ficar a noite inteira montando guarda e checando se ninguém estava quebrando a TV ou podia me divertir enquanto vigiava. Entre o trabalho sério e o trabalho divertido eu preferia a segunda opção. Jenny me arrastou para o quarto, onde me forçou um vestido florido que marcava minha cintura e um par de coturnos pretos. Ajeitei meu cabelo, que não tinha sido penteado ainda naquele dia, passei um batom por insistência da minha amiga e desci com ela, decidindo deixar a Ronnie chata no quarto e apenas levando comigo a Ronnie adolescente com sede de festa.

///

— Você está linda – Disse uma voz atrás de mim. Me virei e vi Henry. Sem os óculos que ele usava na série seus cílios longos destacavam muito mais seu rosto.

— Obrigada.

Então começou a cantar Macarena na caixa de som e o pessoal gritou, abrindo espaço pela sala para fazer a coreografia. Pude ver Ryan dançando errado no meio de várias garotas. Se a Mary estivesse aqui expulsaria todas elas! Karen passou por nós puxando Henry para o meio das pessoas. Eles podiam se tratar como cão e gato na maioria das vezes, mas naqueles raros momentos que ficavam juntos civilizadamente eu torcia para que rolasse alguma coisa, porque ficavam muito fofos juntos.

Jenny veio para meu lado dançando, acompanhada por Piper, que tinha abandonado seu tradicional coque apertado no topo da cabeça por duas tranças longas. Eu não tinha a melhor coordenação motora do mundo, mas acompanhei as meninas na coreografia.

— TRENZINHO! - Gritou Ryan, e foi acompanhado pelo cômodo por um embolado de gente em uma fila indiana muito da desorganizada.

Entrei no final da fila, atrás de um menino bonitinho que estava cantando a Jenny. Duas mãos se posicionaram em meus ombros e virei para ver quem era. Encontrei o seu rosto perto demais.

— Então resolveu ouvir meu conselho e veio se divertir?! - Exclamou Mason.

— Desde quando ouço o que você diz?

— Não seja má, Verônica.

— Não me chame assim! - Virei contra ele para ralhar.

— Deixa disso, Ronnie. Ah, olha! Estão fazendo túnel, vem!

A fila de pessoas se dividiu em duas e eles estavam fazendo uma espécie de túnel com os braços, duas pessoas passavam por baixo. Mason me puxou para a fila e segurou minhas mãos, levantando nossos braços para formar o túnel. Assim que ficamos na ponta, era nossa vez de passar por baixo, então ele entrelaçou os dedos de uma de suas mãos na minha e me puxou túnel adentro.

Dançamos muito, pisei no pé de várias pessoas e quase derrubei o abajur que até então ninguém tinha encostado. Mason não parava de implicar comigo pela minha falta de noção de espaço, mas, ainda assim, me diverti muito enquanto dançávamos.

— Ronnie, me faz uma limonada?

— Quê?

— Eu queria uma limonada.

— Mason, temos todo tipo de bebida, inclusive suspeito que alguém tenha trazido alguma coisa batizada pra cá e você me pede para fazer limonada? No meio da festa?!

Por favor.

Revirei os olhos e fui em direção a cozinha. Abri a geladeira e peguei alguns limões.

— Aqui sua limonada, majestade – Falei, enquanto servia o suco em dois copos.

Mason tomou um grande gole e abriu um sorriso para mim. Eu tinha que admitir, apesar dele ser irresponsável e inconsequente, e de me chatear para fazer limonada todos os dias, eu tinha aprendido a gostar daquele seu jeito. E era impossível não achá-lo fofo enquanto bebia a limonada e sorria para mim.

— Energia renovada. Vamos dançar! - Exclamou, pegando minha mão e me puxando de volta para a festa.


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Notas finais do capítulo



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