La Luna- Reescrita escrita por Lua Stew


Capítulo 6
Locked Room


Notas iniciais do capítulo

Olá! Olá! Como estão?
Voltamos com um pouco de La Luna



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—Não caralho, estamos presos.

Eu olhei para ele, os olhos arregalados e a raiva já tomando conta de todo o meu corpo. Só poderia ser brincadeira do destino.

Sentei no sofá e respirei fundo tentando me acalmar e pensar em uma solução para sair. Ficar presa com o Cullen durante toda a noite não estava nos meus planos da noite. Da vida na verdade.

—Já que vamos esperar mesmo. –Edward foi em direção às mesas e pegou algumas tolhas e estendeu no chão em frente a grande janela. Veio ao sofá e pegou algumas almofadas e fez uma cama improvisada. Depois de tirar o sapato, deitou como se fosse a cama mais confortável. –Tomara que não esteja esperando um convite formal, Swan. A não ser que prefira o sofá.

—Acho que prefiro o sofá. Mais confortável e não durmo perto de você.

—Com medo que eu te agarre durante a noite? –Ele perguntou, o sorriso malicioso surgindo nos lábios e eu rolei os olhos.

—Acredito que você não é tão louco assim, Cullen. –Falei piscando para ele e tirei os saltos indo pegar uma toalha para me cobrir.

—Sabe Swan, tenho que admitir que você escolheu muito bem esse lugar. Essa vista é de tirar o fôlego de qualquer um.

—É meu lugar favorito aqui. –Falei sorrindo e deitei no sofá de uma forma que conseguisse ver a vista também. Passamos alguns minutos apenas olhando a vista, o pensamento longe.

—Já que vamos ter que ficar aqui, podemos dá uma trégua e conversar um pouco, certo? –Edward questionou depois de um tempo. –Você já parou para pensar em quão pequeno somos em relação a todo esse universo? Olha, são vários prédios e várias luzes acessas e em cada casa tem um mundo, uma história...

—Acredita em Deus ou em algo maior?

—Em Deus, sim. –Ele respondeu e depois continuou. –Mas também acredito na nossa capacidade de alterar nosso futuro, fazer um pouco mais por nós além do que possivelmente está predestinado.

—Pelos outros também, fazer mais por alguém e consequentemente para si próprio, porque a sensação que disso provém é enorme. E sobre os prédios, mesmo que a gente conheça a pessoa a gente nunca vai saber tudo sobre ela.

—Cada pessoa possui um próprio universo.

—Exatamente.

—Foi difícil pra você? Abrir o La Luna e as portas dele também

—Talvez tivesse sido mais fácil se aceitasse a ajuda financeira dos meus pais e tudo o mais, porém não me arrependo de nada do que passei.

—Eu entendo perfeitamente. Posso perguntar por que escolheu esse nome para o restaurante?

—Eu sempre gostei muito da lua, suas fases, seus mistérios e tudo o mais. Até pensei em colocar o nome do restaurante apenas lua, mas achei muito simples. –Suspirei me lembrando de tudo, parecia que não tinham passado poucos dias, mas já haviam anos. –Eu sempre gostei de fazer muitos cursos pelo mundo e viajava bastante para conhecer a cultura e em uma dessas viagens eu fui para Espanha. Conheci um rapaz lá que me mostrou bastante sobre a culinária local e até me ensinou algumas palavras em espanhol, uma delas foi la luna.

—É um belo nome e combina bastante com o restaurante, suas fases e importâncias. –Sorri com isso.

—Porque escolheu vir para New York? –Levantei por um impulso e deitei ao lado dele no chão que apenas olhou para mim e voltou a olhar a vista.

—Sabe que eu não sei bem. –Ele suspirou pesadamente e continuou. –Talvez porque meu irmão estudava por aqui, não sei... Mas meu sonho sempre foi me formar em Paris. A gastronomia francesa sempre me fascinou.

—Está fazendo seu projeto final baseado na França?

—Por incrível que pareça, não. Eu ando fazendo o que sempre pensei que não iria fazer. –Ele virou para mim e sorriu piscando o olho. - Apesar de ter algumas características da gastronomia francesa, eu fiz algo mais voltado para a Itália.

—Poderei te ajudar com mais propriedade então, me formei na Itália.

—Como você conheceu a Kate e Garrett?

—Eu estava no primeiro ano da faculdade e Billi administrava uma rede de cursos de gastronomia e bom, Kate trabalhava como assistente de pâtisserie lá. –Sorri com a lembrança. –Consegui um tempinho da faculdade pra fazer um curso rápido e acabei caindo na sala com ela. E o resto é de se imaginar vindo de Kate.

—E o Garrett?

—Eles já namoravam nessa época então eu sempre o via quando ele ia buscar Kate e fui fazendo amizade com ele também. Assim que terminou o curso eu tive que voltar para Itália e mantínhamos contato apenas por mensagens e vez ou outra eu ligava para eles, mas eles sempre estavam por mim assim como contrário. –Suspirei. –Eles estavam comigo nos momentos ruins, estavam nos momentos bons e nos momentos decisivos, assim como eu estava com eles em todos os momentos, inclusive fui a madrinha do casamento.

—Eles são fantásticos, se não fosse por eles eu já teria surtado e te enfiado uma faca.

—Eu sou tão ruim assim? –Questionei divertida e ele me olhou de canto de olho.

—Completamente cretina.

—Como e quando começamos a nos odiar? –Questionei sem pensar. Seu corpo virou totalmente de lado e ele arqueou as sobrancelhas.

—Acho que você poderia responder isso com mais propriedade do que eu. Só sei que chegou ao ponto de eu pensar em largar tudo, mas depois decidi apenas entrar no seu jogo e te irritar.

—E conseguiu né? –Falei rolando os olhos e ele riu baixo.

—Mas acho realmente que você pode dar essa resposta. Como começamos a nos dar tão mal? Porque eu não te odeio, mas também não te amo. –Suspirei alto e passei a mão no rosto, uma forma de tentar clarear a mente e achar uma resposta. Resposta essa que buscava de todas as formas em minha mente desde o dia que conversei com Kate.

—Sinceramente, eu não sei como lhe responder. Eu sei que venho tentando mudar minhas atitudes com você, deixar o que minha mente criou de lado e ser profissional... fazer jus as minhas palavras. –Suspirei de novo. Me incomodava ter que deixar meu orgulho de lado e admitir meu erro e pedir perdão a quem realmente tem que ouvir, mas precisava ser feito. –Eu lhe devo desculpas por isso. Creio que não fui justa com você, profissionalmente falando, já que não te dei a oportunidade de crescimento que merecia.

—Esse momento realmente me emociona, deve estar sendo difícil para você admitir o erro.

—Não faça eu me arrepender, Cullen. –Bufei alto.

—Desculpe. –Ele riu. –Só não sabia muito bem o que falar.

—Tudo bem... Sabe, você é um ótimo profissional, Cullen. Não perca isso nunca.

—Já que estamos nesse momento piegas, preciso te confessar que em meio a toda provocação há muita admiração. Você comanda isso aqui como ninguém e seus pratos são realmente sensacionais.

Passamos a conversar sobre nossa volta por alguns países em busca de conhecimento. Era louco como tínhamos tantas coisas em comum, tantos planos e pensamentos e me peguei pensando como era certo está ali. Como parecia natural a forma que a conversa fluía, a forma que agíamos e nem parecia que de alguma forma não nos dávamos bem.

Não percebi quando pegamos no sono, mas acordei com a luz intensa que entrava pelas janelas da varanda. Meu corpo doía um pouco por estar deitada no chão, mas nada muito grave.

Olhei para o lado e Edward ainda dormia, seu rosto transmitia uma tranquilidade imensa e poderia até perceber um sorriso em seus lábios. Os cabelos estavam ainda mais revoltos que lhe deixava com um jeito fodidamente sexy.

Mas eu só poderia estar maluca mesmo para estar olhando como essa blusa deixa os músculos bem desenhados. Minha imaginação fervilhava de imagens que envolviam um sexo intenso com Edward.

Eu definitivamente preciso transar com alguém que não seja o Cullen. Não era porque estávamos nos dando bem que eu iria dá para ele.

Bufei e virei para o outro lado, coloquei meus braços sobre os olhos e tentei dormir novamente. Era a única coisa que poderia fazer já que iria demorar um pouco até Garrett vim abrir o restaurante.

Acordei de novo com a porta batendo com força e levantei alarmada sendo seguida por Edward. A cabeça deu um giro com o movimento rápido e gemi apoiando minha cabeça nas mãos.

—Então os pombinhos dormiram aqui? –Kate constatou, o divertimento estampado na cara.

—Não tem pombinhos e só dormimos aqui porque ficamos trancados. –Edward explicou e foi se levantando.

—Juntos? –Kate debochou e eu quis bater nela.

—Pegamos no sono enquanto a gente conversava. –Justifiquei.

—Conversa, sei... –Ela riu baixo. –Dada as conjunturas, acredito que todos dois vão para casa, então eu vou trabalhar que não tenho esse luxo.

Rolei os olhos e levantei para arrumar as coisas. Dobrei as toalhas com a ajuda de Edward e coloquei as almofadas no lugar. Depois sentei ao lado dele no sofá para calçar os pés também.

—Pode pegar o dia de folga. Aproveita para tentar repor a aula que perdeu hoje. –Informei a Edward e me levantei pegando minhas coisas e as toalhas que levaria para a lavanderia do restaurante.

Eu não estava com clima para as brincadeiras de Kate, sentia que não tinha dormido nada, por isso o cansaço estava mais do que instaurado em mim.

Dirigi para casa com cautela, mas o mais rápido que poderia e quando fui pegar minhas coisas no carro, percebi o celular de Edward no banco. Mandei mensagem para Kate assim que meu celular pegou uma carga, enquanto tomava banho, ela disse que ele iria passar na minha casa pra pegar pela tarde.

Coloquei uma blusa de Jasper que cobria o necessário, uma calcinha e fui descansar antes de ter que levantar e começar a trabalhar novamente.

Pov. Edward

O que tinha acontecido naquela noite? Eu não tinha noção, mas de alguma forma nós tínhamos nos aproximado. Foi o momento de algumas coisas serem expostas de uma forma mais amena.

Isabella tinha um lado extremamente sensível perante as coisas, sensível na forma de identificar as minuciosas coisas. Ela tinha uma força e determinação que me fez admira-la um pouco mais e fiquei realmente impressionado com a força de vontade dela de construir tudo sozinha sem a vantagem do dinheiro da família.

Fui para casa de táxi depois de combinar com Garrett que iria passar na casa dele de noite para pegar meu carro e passar um tempo conversando com todos da praça antes deles entrarem para cozinha, o que foi bom já que deu tempo de Isabela ligar lembrando do meu celular que ficou no carro. Depois de tomar banho e comer algo, mandei um e-mail para o professor solicitando a reposição da aula de hoje para a tarde. Acabei indo estudar um pouco enquanto ele não respondia, quando passou das 1h eu resolvi ir fazer outras coisas já que provavelmente hoje eu não conseguiria mais repor a aula.

Arrumei a casa toda, coloquei algumas roupas para lavar e resolvi ir logo buscar meu celular na casa de Isabella.

Tomei um banho rápido, coloquei a primeira roupa que achei e peguei um taxi. Entreguei ao motorista o papel que Kate havia me entregado com o endereço de Isabella. Ela morava em um luxuoso apartamento próximo ao centro, o que não era de se estranhar. Esperava uma cobertura, mas ela morava nos primeiros andares.

Dei dois toques na porta e ouvi algumas risadas até a porta abrir somente uma fresta e o rosto de Isabella aparecer nela.

—Ah, oi Edward. -Ela falou um pouco surpresa. O rosto um pouco vermelho e os cabelos um pouco bagunçados.

—Bells, é a pizza? Estou faminto. -Uma voz soou de algum canto da casa e reconheci ser de Jacob. Isabella abriu a porta para eu passar e deu pra ver a roupa que ela estava. Somente uma blusa que ia até um pouco a cima da metade das coxas. Engoli em seco vendo como ela estava incrivelmente sexy e tentei ignorar os pensamentos sujos. Mas logo fiz uma careta ao lembrar que ela estava assim sozinha com Jacob.

Eu não tinha porque me incomodar com isso, já que não tínhamos nada de nada, mas aquilo me incomodou como inferno.

Entrei na sala prestando atenção na decoração e assim como no escritório dela, a casa tinha um ar bastante alegre com quadros e fotografias.

—Desculpe vir sem avisar, mas meu celular está aqui. -Falei sorrindo fraco.

—Tudo bem, desculpe pelos trajes. Vou buscar seu celular, fique à vontade. -Ela falou e seguiu pelo longo corredor.

—Eai, cara. -Jacob veio e apertou minha mão. Talvez, só talvez eu tenha apertado com mais força do que a necessária.

—Olá Jacob. -Ele sorriu pra mim, claramente se divertindo com algo.

Isabella voltou em poucos minutos com uma roupa diferente e meu celular em mãos. Mesmo mudando a roupa ela ainda parecia muito sexy e tentar não olhar para o seu corpo era mais difícil do que parecia quando minha mente estava ainda cheia de imagens dela só de blusa.

—Obrigado. –Agradeci assim que ela me entregou o celular. –Tenho que ir, desculpe o incomodo.

—Não precisa se desculpar. –Ela falou sorrindo. –Pedimos uma pizza, se você quiser pode ficar e comer conosco.

—Hm, obrigado, mas eu realmente tenho que ir. –Falei tentando reprimir a careta que já queria se formar. Eu não ficaria ali segurando vela para Isabella.

Me despedi de Jacob e de Isabella novamente e ela me levou até a porta. Acabamos dando de cara com o entregador. Enquanto ela pegava sua pizza eu corria para o elevador, tentando evitar as imagens que se formam na minha mente de Isabella só com aquela blusa e os pensamentos raivosos dela somente com essa roupa sozinha no apartamento com Jacob.


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Notas finais do capítulo

Edward com ciúmes, é isso mesmo? Será que ele já está ficando caidinho pela nossa Bellinha?
E então o que estão achando dessa relação de Ed e Bellinha?
Comentem bastante o que estão achando da história até aqui, cês tão desanimados pra comentar, mas é importante pra mim saber o que estão achando. O que eu posso melhorar ou manter.
Muitos beijos e até o próximo. ♥



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