Celle, o retorno escrita por Nany Nogueira


Capítulo 41
Los Angeles




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Cris desembarcou em Los Angeles, sentia o seu coração bater acelerado. Sabia que poucos dias haviam se passado desde a ida de Ellie, mas, a sua saudade fazia senti-la como há anos, como se fosse a encontrar a sua pequena ainda mais crescida e ainda mais esperta, sentindo uma pontada no peito por não ter acompanhado cada instante dessa evolução.

Pegou um táxi na saída do aeroporto e foi para o hotel, assim de entrou no quarto, ligou para Isabelle:

— Oi, meu amor! Cheguei! Como você está e os nossos bebês?

— Oi, amor! Estamos bem, quietinhos, como mandou o médico. Já entrei na licença maternidade, porque farei de tudo para nossos filhos nasçam no tempo certo e com saúde. Aprendi que não devo sacrificar meus bens mais preciosos pelo trabalho, não vale à pena.

— Essa é uma boa lição.

— Você já viu a Ellie?

— Ainda não. Acabei de chegar ao hotel. Vou tomar uma ducha, ficar bem perfumado como a minha pequena gosta e vou para a nova casa do Richard e da Mabel.

— Faça isso. E não se esqueça do meu beijo e dos meus votos de felicidades para ela.

— Não vou me esquecer. Um beijo, amor da minha vida, na boca!

— Por telefone não vale, espero esse beijo ansiosamente na sua volta! Tchau.

— Tchau.

Pouco tempo depois, Cris apertava a campainha de uma confortável casa em Los Angeles. Jade abriu a porta, para surpresa do rapaz. Ela não foi nem um pouco cordial:

— Me avisaram que você vinha, por mim nem entrava, mas, meu filho quer, se ele não se incomoda, falo nada. Mas, não sou obrigada a olhar para cara daquele que roubou a noiva do meu filho – empurrando-o e saindo, deixando a porta aberta para que ele entrasse.

Cris entrou, meio temeroso, mas a sua tensão se desfez quando Ellie correu na sua direção, gritando:

— Papai!

O rapaz pegou a menina no colo e a encheu de beijos nas bochechas, dizendo:

— Feliz aniversário, minha princesinha! Trouxe um presente – mostrando o pacote que tinha em uma mão.

A menina logo pegou o pacote e o abriu, vendo uma boneca.

— Obrigada, papai – beijando-o na face.

Mabel e Richard apareceram. A mulher falou:

— Vamos deixá-lo brincar com a Ellie pela tarde, mas, depois você deve ir, porque preparamos uma pequena comemoração para ela.

Ellie se insurgiu:

— O papai não vai à minha festa?

Mabel se adiantou e respondeu:

— Ele não pode, tem que voltar para Seattle ainda hoje, ele tem a mulher e os filhos dele lá.

Cris falou:

— O papai gostaria muito de ir à sua festa, mas, tem que trabalhar amanhã bem cedo. Você é importante demais para mim, por isso, dei um jeito de vir aqui te ver nesse dia tão especial em que você completa 4 anos no meio da semana. Assim que eu puder, eu volto, eu prometo. Quero que se divirta muito na festa! Promete?

— Sim, papai.

Os dois se abraçaram mais um vez.

Richard falou:

— Fique à vontade na minha casa, Cris! Estaremos lá em cima – puxando Mabel pelo braço para que o acompanhasse na subida das escadas.

Mabel comentou com Richard na suíte do casal:

— Qual foi a sua de ficar bonzinho com o cara que te roubou a noiva?

— Eu tenho todos os motivos para ter raiva dele, mas, ele é o pai da Ellie.

— Não é não.

— É sim, Mabel. A identidade afetiva é maior que a biológica. Você não tem prestado atenção na sua filha, mas eu sim.

— O que está insinuando?

— Ellie anda tristonha desde que chegou aqui. É saudade do Cris. É cruel com uma criança tirar a paternidade de outra pessoa e impor a minha. Quero que ela goste de mim, mas do jeito certo.

— Realmente não te entendo, Rick! Você me colocou a maior pilha para pegar a Ellie e virmos morar com você aqui em Los Angeles...

— Percebi que a minha raiva e o meu sentimento de vingança causaram a tristeza de uma inocente.

— Aonde quer chegar?

— A lugar nenhum, apenas acredito que possamos vir a conviver pacificamente com Cris e Isabelle pelo bem da Ellie.

— Você perdeu o juízo de vez! Não quero esses dois perto da minha filha nunca mais! Só tolerei o Cris dessa vez por insistência da minha mãe, isso parecia muito importante para ela e nem sei por que. Ainda terei uma boa conversa com a Dona Melanie sobre isso.

— Mabel, você realmente gosta de mim?

— Que pergunta! Eu larguei a minha vida para vir viver aqui com você!

— Fez isso por amor a mim ou por ódio ao Cris?

— Não posso sentir as duas coisas?

— Não, porque há uma linha tênue entre o amor e o ódio. Se você odeia o Cris é porque ainda nutre sentimento forte por ele, logo, não pode me amar.

— Psicologia de botequim?

— Não, experiência de vida. Eu me apaixonei de verdade por você e o meu ódio da Isabelle e por consequência do Cris, que a tirou de mim, desapareceu. Posso até desejar a felicidade da minha ex-noiva. Se você não é capaz de fazer o mesmo, talvez tenha sido um grande equívoco ter vindo morar comigo.

— Está me dispensando?

— Não, estou fazendo constatações. Bel, você mora comigo, mas está casada com aquele homem lá em baixo no papel, recusa-se a dar o divórcio. Percebi que não adianta eu impedir o meu rival de entrar na minha casa, quando ele ainda mora no seu coração.

Richard se levantou da cama e se dirigiu à porta da suíte. Mabel perguntou:

— Aonde vai?

— Assistir à televisão no quarto de hóspedes. Aliás, vou passar um bom tempo lá.

Mabel deitou-se na cama deixando as lágrimas rolarem, sabia que precisava repensar a sua vida.

Cris passou a tarde toda brincando com Ellie, mas o aperto no peito voltou na hora da despedida, pegou a pequena no colo, deu o último beijo e o último abraço, chamou Richard e Mabel para ficarem com ela e se foi.

No avião, as lembranças das brincadeiras e a dor da saudade.

Isabelle vibrou com o retorno de Cris e contou, contente, que os gêmeos tinham aguentado esperar o retorno do pai, embora, sentindo algumas pontadas vez ou outra, temesse que não fossem capazes de aguardá-lo.

Naquela semana, Cris recebeu uma correspondência de Los Angeles, cujo remetente era de Mabel. Abriu curioso e mal acreditou no que viu. A ex-esposa estava lhe dando a “alforria”, ela havia assinado o divórcio e autenticado em cartório. Ele estava só, Isabelle havia ido ao apartamento dos pais. Não conteve um grito de alegria que poderia assustar os vizinhos mais próximos, mas nem se importou.

Quando Isabelle colocou os pés em casa, Cris correu para ela e a abraçou forte, ela até reclamou:

— Assim vai me sufocar!

— Só não te levanto e a giro no ar, por causa do seu estado avançado de gestação!

— A que devemos tanta alegria?

Ele se ajoelhou diante dela, tirou uma pequena caixa do bolso da calça, abriu-o, mostrando um lindo e delicado anel de diamante e pediu:

— Isabelle Puckett Benson quer se casar comigo?


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