Celle, o retorno escrita por Nany Nogueira


Capítulo 36
Gemeos




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Eddie e Nick haviam cortado relações no campus universitário. Cada um ficava no seu setor, sem fazer questão de ver o outro nas horas livres, como antes faziam.

Valentina havia entrado em contato com o Eddie pelas redes sociais, tentando entabular conversas, mas, ele se sentia culpado ao corresponder a ela. Então, certo dia resolveu mandar o seguinte texto:

“Se a minha felicidade é a infelicidade de meu irmão, não posso continuar com isso. Desejo que você seja muito feliz, Valentina, mas, não poderá ser comigo”.

Depois disso, a moça cessou o contato. Eddie sentia falta de conversar com ela, mas, sentia-se ainda mais triste ao pensar que Nick poderia odiá-lo para sempre por causa de Valentina. Pensou que talvez o irmão estivesse mesmo certo, afinal, não acreditara nos sentimentos sinceros dele pela ruiva ou não quisera acreditar para poder ficar com ela, julgando o seu gêmeo como alguém sem sentimentos.

Em meio a esses pensamentos repetitivos e aflitivos, Eddie recebeu uma mensagem de Isabelle, pedindo que voltasse para casa nas férias por um motivo muito relevante.

Os 3 meses que separavam Eddie das férias passaram rapidamente. Estava no vôo de volta à Seattle.

Isabelle, aos 6 meses de gestação, admirava o quartinho dos gêmeos, enquanto acariciava a própria barriga, já bem saliente.

 

Cris entrou e a abraçou por trás, depositando um beijo no pescoço dele, fazendo-a se arrepiar. Ele perguntou:

— Feliz?

— Muito! O quartinho está incrível! Mal posso esperar para ver os dois aqui!

— Quando a Ellie nasceu, pouco dormiu no quartinho que fizemos para ela com todo capricho! Acredito que nossa cama parecerá bem mais acolhedora aos gêmeos nos primeiros meses ou anos – rindo.

— Isso é verdade! Por falar na Ellie, onde ela está?

— Mabel a levou.

— Mas, hoje não é dia de visita.

— Eu deixei ela levar, estou evitando me indispor com ela. Quero tentar um acordo. A audiência da guarda dela já foi remarcada e está próxima. Será daqui a pouco menos de um mês. Meu advogado disse que não tenho muitas chances, o melhor seria mesmo o acordo.

— E você acredita que Mabel vai ceder?

— Não custa tentar.

— Cris, eu nunca quis me meter nessa história, porque sempre pensei que do jeito que Mabel está com raiva de mim, eu só iria piorar a situação. Mas, ela ainda é minha prima. Crescemos muito próximas, ela foi praticamente minha irmã quando morou com os meus pais. Talvez seja o momento de eu conversar com ela.

— Belinha, você está grávida, não quero que se aborreça, isso pode fazer mal para os bebês.

— Não vou me aborrecer, só vou conversar com a minha prima. Você pode vir junto se quiser.

— Está bem. Quando você coloca uma coisa na cabeça ninguém tira mesmo.

Os dois deram um beijo estalado nos lábios. O celular da moça tocou e ela viu que era um alarme:

— Preciso ir para o aeroporto.

— Eu te levo.

Sam e Freddie já estavam no aeroporto quando Isabelle e Cris chegaram. Após os cumprimentos, foram todos para o portão do desembarque.

Eddie estava aguardando a sua mala aparecer na esteira rolante quando olhou para o lado e teve a impressão de que ali havia um espelho, mas era Nick, que também se surpreendeu:

— O que faz aqui?

— Estou voltando para casa. A Belinha me chamou. E você?

— Ela também me chamou. Mas, a mim, por um bom motivo. Creio que a sua vinda foi desnecessária.

— Eu também vim por um bom motivo.

— Duvido.

Os dois pegaram cada qual a sua mala e saíram. Viram os pais, a irmã e o cunhado aguardando com sorrisos nos rostos.

Os gêmeos cumprimentaram a todos e Nick logo questionou a irmã:

— Por que chamou o Eddie se eu vou ser o padrinho do seu filho?

Eddie se manifestou:

— Espera aí! A Belinha convidou a mim para ser o padrinho do bebê!

A moça sorriu e respondeu:

— Os dois serão os padrinhos, porque eu estou esperando dois bebês!

Eddie e Nick se surpreenderam. Ela continuou:

— Se vou ter gêmeos, para quem mais eu os daria em batismo senão aos meus irmãos gêmeos?

Eddie disse:

— Nossa, mana! Isso é muito legal!

— Espero que um deles não avacalhe o outro – falou Nick, jogando indireta para Eddie – Boa sorte para vocês – olhando para Isabelle e Cris.

Nick pegou a sua mala e saiu andando. Sam o chamou:

— Filho, aonde vai?

— Para um hotel.

— Por que? Você tem casa!

— Não tenho tanta certeza disso – afastando-se.

Freddie ainda chamou o filho, mas ele se foi sem olhar para trás.

Isabelle se entristeceu e cochichou para Cris:

— Eu tinha certeza de que o meu plano daria certo – tristonha.

— Ainda vai dar, meu amor. Confia.

Eddie seguiu com a família para o Bushwell.

Nick fazia o check-in no hotel quando viu uma ruiva esperando o elevador. Assim que terminou dirigiu-se ao mesmo lugar. Quando ela se virou, ele não teve dúvida, era Valentina. Ele a cumprimentou:

— Olá, Valentina.

— Olá, Nick.

Ele mesmo se impressionava com a capacidade dela de não confundi-lo com Eddie como a maioria das pessoas fazia.

— Eddie está no aparamento de nossos pais.

— Bom pra ele.

— Não está aqui por causa dele?

— É claro que não. Vim para um Congresso de bioquímica, minha área de estudo.

— Você e Eddie não têm se falado muito?

— Eddie não quer mais falar comigo em respeito aos seus sentimentos. Mas, eu não sou objeto que pode se negociado entre dois irmãos. Também não vou ficar com você, só porque Eddie quer desse jeito.

O elevador chegou ao andar do quarto de Valentina e ela saiu com o semblante irritado, sem se despedir de Nick.

Nick se deu conta do quanto poderia estar sendo injusto com Eddie.

Na manhã seguinte, Isabelle acordou cedo e tirou Cris da cama cedo também. Iriam buscar Ellie naquela manhã e era oportunidade perfeita para a conversa com Mabel.

 

 


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