Celle, o retorno escrita por Nany Nogueira


Capítulo 35
E o sexo do bebê?




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O anúncio da médica não foi uma surpresa para os futuros pais, que já tinham se entendido só pelo olhar, mas, mesmo assim, sorriram mais uma vez ao ouvi-la dizer, com empolgação:

— São gêmeos!

— Isso é demais! Alegria em dose dupla! – comemorou Cris.

— É bom que o trabalho vem todo de uma vez e depois já podemos fechar a fábrica, 3 crianças é um bom número – observou Isabelle.

A médica perguntou:

— Vocês já têm um filho?

— Ele tem uma filha, mas é minha também – contou Isabelle, sorrindo.

Cris não agüentou a ansiedade e perguntou:

— Qual o sexo dos bebês?

A médica observou atentamente e disse:

— Eles estão numa posição difícil de ver, virados um para o outro, encolhidos, escondendo o jogo – brincou ela.

— Não acredito que vamos sair daqui ainda curiosos! – observou Isabelle.

— Um deles, dá pra ver... é um menino!

Cris vibrou, erguendo os braços:

— Vem um garotão por aí!

— E a outra é menina? – quis saber Isabelle.

— Pode ser e pode não ser. Realmente não está claro. A posição do feto não ajuda – explicou a médica.

Isabelle tentou falar com o bebê:

— Bebê da mamãe, vira um pouquinho pra gente te ver... – sem sucesso.

— É, não vai ser dessa vez. Sugiro que comprem roupas em tom neutro – aconselhou a médica, rindo.

Cris e Isabelle saíram radiantes da clínica, embora ainda estivessem curiosos pelo sexo do segundo bebê.

— Eu aposto que é menina – disse ela, no carro.

— Se isso vai te fazer feliz, meu amor, eu também aposto que é. Seria incrível termos uma mini Belinha, fazendo bullyng com o nosso garoto, como você fazia comigo quando éramos crianças – rindo.

— Mas, pelo visto, você gostou do bullyng, tanto que não desgruda de mim até hoje!

— Teremos dois filhos que nos unirão para sempre. Mas, eu ainda não desisti de me casar com você.

— Então, convença a doida da sua ex-mulher a assinar os papéis.

— Eu quero mesmo conversar com a Mabel, mas de boa. Estou realmente preocupado com ela.

— Boa sorte pra você. Vê se consegue colocar algum juízo naquela cabeça desmiolada.

— Você não vem comigo?

— Prefiro ir ao shopping, começar o enxoval dos nossos filhos.

— Mas, ainda não sabemos o sexo de um deles.

— Não ouviu a médica? Cores neutras!

— Está bem. Como quiser.

Cris deixou Isabelle no shopping e foi ao apart hotel onde estava hospedada Mabel, afinal, precisava buscar Ellie, mas queria aproveitar para conversar com a ex-esposa. Melanie não estava e ele aproveitou a oportunidade perfeita. Sentou-se na beirada da cama, enquanto Ellie brincava por perto.

 De frente para Mabel, sentada na poltrona, iniciou a conversa:

— Como você tem passado, Bel?

— Você realmente se importa? Não veio aqui só pegar a menina? Leva de uma vez!

— Eu vim sim buscar a nossa filha. Ela sempre será a nossa filha, ainda que você diga que não. Mas, se a Ellie existe, é graças a você. E ela te ama muito! Você é importante pra ela e pra mim também. Então, você deve pensar nisso e cuidar de você.

— Já entendi! Todo esse rodeio pra falar o óbvio: que eu estou gorda! Não precisa mais se preocupar com a minha forma física, não é mais comigo que você dorme, não é mesmo?

— Não me importo com a sua forma física, não me importaria nem se ainda fosse a minha mulher. Eu me importo com a sua saúde...

— Ah, claro! O papinho de que nada contra ser gorda, mas isso faz mal pra saúde.

— Não estou nem me referindo a sua saúde física, Bel, mas, principalmente à sua saúde emocional. Você saiu de uma depressão, esteve numa clínica de recuperação, não está agora descontando toda a sua angústia na comida?

— E se for? O que você tem com isso? Ou melhor, o quanto você colaborou para isso?

— Se te fiz tanto mal, peço perdão, nunca foi a minha intenção.

— Eu não vou te dar a guarda da Ellie, nem assinar o divórcio só por causa do seu arrependimento barato.

— Eu não estou dizendo tudo isso com esse objetivo.

— Sei... Cris, pega logo a Ellie e vai embora. Eu estou esperando uma visita.

— Está bem, não quero incomodar mais – pegando a filha no colo, que carregava uma boneca.

Ellie deu um beijo na bochecha da mãe em despedida. Mabel abriu a porta e deu de cara com Richard, para a surpresa de Cris:

— Rick, o que faz aqui, cara?

— Eu não lhe devo satisfações – disse ele, entrando no quarto.

Mabel acenou para a filha mais uma vez e fechou a porta. Cris ficou desconfiado e perguntou à Ellie:

— Você conhece o amigo da mamãe? Ele já veio aqui antes?

— Não, papai – respondeu a pequena, balançando a cabeça em sentido negativo.

Mais tarde, Isabelle, Cris e Ellie jantavam com Sam e Freddie. A moça contou a novidade para os pais e Freddie não se conteve de alegria ao saber que pelo menos um dos bebês era menino, já que lhe fora prometida a escolha do nome. Sam logo se vangloriou:

— Foi o que eu disse: as Puckett têm útero forte e são muito férteis. Quando pega barriga, vem dois. É assim há gerações.

Freddie perguntou:

— Seus pais estão contentes, Cris?

— Muito, nem imaginam a empolgação da minha mãe, principalmente.

Sam disse:

— Ah, imagino! Conheço a minha amiga. Aposto também que ela está torcendo que o segundo bebê seja uma menina, assim ela vai poder embonecar como fez com a Belinha e com a Sophie.

— Não posso negar que ele tem uma tendência nesse sentido – confirmou Cris, rindo.

— Seria bonitinho um casalzinho – falou Isabelle – Mas, cresci vendo Eddie e Nick idênticos e é muito fofo também.

O comentário da filha fez Sam entristecer-se e ficar séria. A moça quis saber mais ao perceber a expressão da mãe:

— O que houve com Eddie e Nick? Eles foram embora tão de repente, nem se despediram de mim...

Freddie respondeu:

— Houve um pequeno desentendimento, mas, somos uma família, tudo ficará bem, como sempre.

Sam manifestou-se:

— Cuide muito bem dos seus filhos, Belinha. Faça com que não exista diferença entre eles, que nenhum se sinta desprestigiado em relação ao outro e, principalmente, que entendam no berço que irmãos que nascem juntos, nunca devem brigar e se separar durante toda a vida.

Todos ficaram constrangidos diante das palavras de Sam, ainda mais porque ela não era dada a expor os seus sentimentos tão facilmente. A briga dos gêmeos a havia afetado sobremaneira e todos perceberam isso.

Isabelle acariciou a própria barriga, desejando que algo assim nunca acontecesse com os seus pequenos. Teve uma ideia de como chamar os irmãos de volta a Seattle ao mesmo tempo e fazê-los se entender.


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