Dusk Till Dawn escrita por dracromalfoy


Capítulo 5
Capítulo Cinco




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/762208/chapter/5

DUSK TILL DAWN

Capítulo V

 

Sexta-feira à noite. Se fôssemos pensar nas minhas sextas de volta em Hogsmeade, quando eu ainda morava com minha mãe, eu provavelmente estaria deitada na cama assistindo algum filme no computador – que com certeza era baixado ilegalmente na internet. Ou então eu estaria na casa de James jantando com a sua família, depois iríamos dar uma volta na cidade, que estaria movimentada, mesmo para os seus padrões. James me levaria para casa, ficaríamos juntos mais um pouco antes dele ir embora.

A diferença entre minhas sextas de Hogsmeade e minhas sextas em Nova Haven? Bem, resumindo, Marlene McKinnon. A questão era, na verdade, que Marlene era uma pessoa muito simpática e aberta à novas amizades, o que significava, basicamente, que ela não precisou de muitos dias para se acostumar com a minha presença, ela fez mais que isso: ela me tomou como melhor amiga em questão de horas. Em poucas semanas morando juntas, ela já me apresentava para quem ia à sua casa como “minha nova amiga”.

Eu não sei dizer se ela apenas estava carente de uma figura feminina para chamar de amiga ou se esse era simplesmente o jeito dela, mas, desde que cheguei aqui, Marlene tem tentado me carregar para todos os cantos.

— Como você poderia, pelo amor de Deus, ficar em casa numa sexta à noite? – Exigiu saber, cruzando os braços na frente do peito e me encarando largada na cama com o notebook aberto no colo. – Você estava realmente ponderando sobre isso?

— Ponderando? – Dei risada, sentando-me na cama. – Eu faço isso desde sempre, qual o problema?

— O problema é que não é hora para isso, nem dia. Vamos, Lily, vai ser legal, você vai conhecer pessoas novas, poder conversar com alguém que não seja eu...

— Eu estou bem conversando apenas com você, Lene. – Respondi sarcástica. Marlene revirou os olhos e, em seguida, me olhou com fogo nos olhos. Eu não ousaria contrariá-la. – Supondo que eu fosse com você, onde iríamos?

Marlene sorriu e me lançou um olhar de aprovação enquanto se sentava na beirada da minha cama.

— Amos Diggory. – Informou ela, como se eu pudesse, possivelmente, saber de quem se tratava. – Ele é aluno de alguma das engenharias da vida. É o tipo de nerd estiloso, sabe? E também é ele quem costuma dar a maioria das festas na Yale. Junto com os seus amigos. Então, vamos?

— Eu fui convidada?

Marlene fez uma careta e riu.

— Esse tipo de festa geralmente não precisa de convite, Lily. Aliás, você vai estudar na Yale, o que te torna uma convidada, acredito.

— Eu não tenho o que vestir.

— Isso não é um problema, Evans. Meu guarda-roupa é seu guarda-roupa. Vamos, levante daí. Temos uma festa para comparecer.

A última festa da qual eu havia comparecido tinha sido a festa de formatura do último ano na escola. James foi comigo, junto de Remus e Mary, Sirius e Emmeline Vance e, também, Peter e Amelia Bones.  Foi uma noite muito divertida porque conhecíamos todo mundo, podíamos ser nós mesmos – devo dizer que nunca fomos pessoas normais, principalmente em público – e fizemos da festa uma verdadeira bagunça.

Esse era meu histórico de festas – pequeno e nada peculiar. Eu já tivera vontade de ir a algumas, é claro, mas nunca me dei ao trabalho de realmente fazê-lo. Eu apenas imaginava como era a vida das pessoas que saíam todos os finais de semana para beber e dançar; voltavam durante a madrugada para casa e depois ria das atrocidades que eram feitas devido ao álcool. Sirius e Emmeline eram uma dessas pessoas e eu sempre adorava ouvir suas histórias hilárias sobre isso.

Naquele dia, Marlene me convenceu a ir à festa que antecedia o início das aulas na Yale University, eu já havia ouvido falar muito sobre festas universitárias, então ao mesmo tempo em que sentia receio, sentia-me ansiosa.

Antes de mesmo de sairmos de casa, fiz uma nota mental de que, talvez, contar para James sobre isso não fosse uma opção. Não que fosse errado, até porque era apenas uma festa e eu não faria nada de errado, mas mesmo assim eu não queria que ele ficasse pensando coisas sobre isso, não queria que brigássemos por causa de algo fútil e sem sentido, principalmente estando longe um do outro.

Chegamos a uma casa – lê-se mansão – um pouco mais afastada do centro de Nova Haven. Na entrada, havia luzes coloridas piscando e uma música alta tocava. Marlene estacionou o carro e olhou-se no espelho, arrumando os cabelos que já estavam perfeitamente penteados.

Saímos do carro e eu olhei para mim mesma um pouco insegura. Eu usava um vestido vermelho colado no corpo com uma jaqueta de couro preta por cima e salto alto. Eu não tinha esse tipo de roupa no meu guarda-roupa, embora achasse bonita. Era estranho, porque, naquele momento, eu me sentia realmente bonita e atraente. Era uma sensação diferente e inusitada.

— Amos pode ser um pouco irritante de vez em quando – começou a explicar Marlene, enquanto entrávamos no terreno pouco iluminado. Um segurança abriu o portão para nós duas e eu me perguntei se ele sabia quem iria àquela festa ou se ele apenas deixava que qualquer pessoa entrasse. – Ele gosta de se vangloriar por causa de tudo que faz. Caso você o conheça, tenha certeza de que ele vai te dizer todas as vezes em que fez um projeto incrível na faculdade e tirou nota máxima. Na maioria das vezes o tal projeto nem é tão interessante. Talvez ele também comece a se vangloriar por ter feito algo que qualquer outra pessoa comum faria. Ele é muito disso.

— Você não parece gostar muito dele. – Comentei rindo. Marlene apenas bocejou e fez careta.

— Ele é meu melhor amigo. – Declarou, sorrindo de lado. – Você se acostuma com tudo isso com o tempo.

— McKinnon! – Ouvi uma voz masculina gritando e passos se aproximando, um rapaz baixinho e de cabelos cacheados se aproximando de nós duas com um copo nas mãos. Ao lado dele, mais dois garotos, um bem alto e o outro de estatura média. – Pensei que não viria.

— E falando nele... – Marlene colocou-se na minha frente e abraçou o rapaz baixinho, depois cumprimentou os outros dois, voltando-se para mim em seguida. – Amos Diggory, Elifas Doge e Dedalus Diggle. Vocês – Ela apontou para cada um deles. – Essa é minha nova amiga Lily Evans. Vai estudar...

— Direito. – Disse eu, sorrindo.

— Uau! Olhe só para ela! – Zombou Amos, rindo junto de seus amigos. – Direito é o curso dos playboys, talvez depois de conhecer sua turma você esqueça as minhas festas. Devo avisar que isso me deixaria muito ofendido.

— Pode deixar, Amos, Lily tendo a mim como amiga não irá se enfiar em qualquer biboca daqueles advogados. Não é, Lily? – Marlene me encarou sorrindo e eu apenas concordei, sem entender muito bem do que estavam falando. – Onde vocês estavam indo?

— Nenhum lugar importante. Vamos entrar?

Dei alguns passos antes de sentir meu celular vibrar dentro da bolsa que carregava comigo. Avisei Marlene que precisava atender e ela apenas acenou e continuou andando. Encarei a tela do aparelho e pude sentir um frio percorrer minha espinha. James.

Imediatamente eu me senti mal. Não avisara a ele sobre onde iria, principalmente porque não havia nem mesmo me lembrado de ligar antes de sair.

Claro que não era uma obrigação, eu não tinha que avisá-lo de todos os lugares que iria, mas, por algum motivo, ler seu nome na tela de chamada e depois olhar em volta para o lugar onde eu estava me fez sentir-me um pouco culpada. Corri até o portão, o qual o segurança abriu para que eu passasse, e atravessei a rua às pressas para tentar me distanciar um pouco do barulho da música alta.

— Alô? – atendi um pouco ofegante. O barulho ainda estava alto e eu tinha certeza que James podia ouvir o som abafado.

Lily? Está tudo bem? Eu liguei três vezes. — Disse ele, sua voz estava distante, mas desconfiei que o barulho apenas me atrapalhava um pouco.

— James, oi... É, sim, eu... Eu não ouvi, mas está tudo bem. E você, como está? – Enrolei-me totalmente ao falar, ficando nervosa.

Tudo bem. Você está... Quer dizer, a ligação está estranha, o que é esse barulho?

Fiquei em silêncio por dez segundos, olhando em volta como se ali ao meu lado fosse aparecer uma resposta.

— O vizinho! – Respondi às pressas. – O vizinho está dando uma festa aqui no condomínio, Marlene já ligou para reclamar do barulho, mas...

Há! Marlene não me parecia alguém que reclamaria de uma festa. — Brincou James, rindo. Forcei uma risada e senti uma pontada no peito. Eu estava mentindo para ele. Omiti sobre minha inscrição para Yale e agora menti sobre onde eu estava. – De qualquer forma, eu liguei apenas para ter certeza de que você estava bem, não nos falamos a semana toda. E, bem, eu sinto sua falta, você sabe.

Eu sabia, pelo tom da sua voz, que James estava, provavelmente, deitado na sua cama com as pernas para o alto reclamando sobre alguma coisa poucos segundos antes de me ligar.

— Também sinto sua falta, meu amor. Eu mal posso esperar para ver você de novo.

James suspirou fundo, por alguns segundos, esqueci-me completamente da música alta e do que acontecia dentro daquela casa desconhecida. Foquei apenas na sua voz e em como eu gostaria que ele estivesse ali.

Eu me lembrei, então, de quando Emmeline dizia que nunca iria para fora do país namorando – não que ela já tivesse namorada em algum momento da sua vida – pois ela argumentava que se fosse, gostaria de aproveitar cada momento sem estar presa a ninguém. Eu sempre brincava sobre como ela apenas dizia aquilo porque nunca tinha tido um namorado, mas, naquele momento, parecia compreensível.

Eu não estava presa a James, eu o amava. Queria aproveitar, sim, tudo que a America e a universidade tinha a me oferecer, mas queria poder aproveitar com ele. E sem mentiras, sem omissões. Com ele.

— James, preciso ir agora. Ligo para você amanhã, tudo bem? Prometo.

Tudo bem, Lily. Falo com você depois então.

James desligou o celular e eu não soube decifrar se ele apenas tinha desligado normalmente ou se algo naquela conversa tinha deixado-o chateado. Alguma coisa sobre a forma como ele dissera “tudo bem, Lily” me deixara apreensiva.

Deixei os pensamentos de lado e entrei novamente dentro do terreno da festa. Totalmente sozinha e sem saber para onde ir, eu apenas segui o caminho em frente e pedi aos céus que eu encontrasse Marlene logo. Aparentemente, para minha sorte, todos estavam ocupados demais dançando e bebendo para prestar atenção em mim – a deslocada da festa – andando entre eles como se fizesse ideia do que estava fazendo.

Peguei meu celular novamente e entrei na caixa de mensagens. Pensei em enviar algo bonitinho para James, apenas para tentar aliviar a tensão que eu achava que tinha causado. Enquanto procurava pelo nome dele, trombei de frente com alguém. Amos Diggory.

— Oi de novo. – Disse eu sem pensar. Amos sorriu e levantou o copo na altura do rosto.

— Evans. Amiga de McKinnon. – Disse ele, como se estivesse lembrando a si mesmo de quem eu era. – Como vai?

— Bem? – respondi rindo, ele parecia bêbado. – E você?

— Um pouco bêbado, eu acho.

— Já? Vocês são rápidos.

Amos soltou uma risada alta e pegou o copo de bebida da mão de um rapaz que passou por nós, provavelmente um amigo dele.

— Tome. Beba também. Você me parece meio abatida.

Olhei para o conteúdo do copo e soube que era cerveja, eu evitava bebidas alcoólicas porque controle não era muito minha área, mas bebi um gole mesmo assim.

— Você está bem? Eu falei sério sobre o “você parece meio abatida”.

— Eu estou bem, só... Acho que acabei de fazer uma coisa ruim e ainda não sei como me sentir em relação a isso.

— Bem, não acho que você possa ter feito algo tão terrível assim nos quinze minutos que ficou sozinha. De qualquer forma, esqueça isso agora, vamos nos divertir! – Ele levantou as mãos para o alto num gesto de entusiasmo que me fez rir. – Olhe só, você fica linda sorrindo. Venha, vamos encontrar a louca da sua amiga McKinnon. – Ele pegou na minha mãe e me guiou no meio das pessoas. – Marlene não é uma pessoa confiável em festas, você deve saber disso.

— Vocês são realmente amigos? – Perguntei. – É uma amizade bem incomum, você sabe, falando um do outro assim.

— Aposto que Marlene falou mal de mim pra você. Conhecemos bem demais os defeitos um do outro.

Amos piscou pra mim e eu sorri novamente, deixando-o me guiar para onde a festa realmente acontecia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Amos e Lily? Será?
Comentem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Dusk Till Dawn" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.