DAN POV

Dan volta até o local do crime e conversa com Ella.

— O que diabos aconteceu aqui?

— Não sei, Dan.. Mas nunca vi algo assim antes. Encontrei penas ensanguentadas, alguns corpos espalhados e muita munição deflagrada. Os policiais conseguiram prender um homem a poucas quadras daqui que não falava nada coerente. Dizia que tinham atacado um anjo.

— Mais um daqueles casos estranhos! E o tenente?

— Ele foi morto com uma faca muito estranha. Consegui tirar algumas impressões digitais, vou levar para o laboratório. Os legistas já chegaram para levar o corpo.

— Ok. Me mantenha informado. Vou levar Chloe para casa. Já liguei para Dra. Linda, que deve ir até lá.

— Pode deixar. Cuide bem de Chloe.

Quando chego ao carro, Chloe está adormecida.  Pego meu casaco e coloco sobre ela.

Chego a casa dela, a tiro do carro em meu colo, a levando para dentro. Ela continua dormindo. Assim que entramos, Linda chega.

— Daniel. Ella me ligou e me contou algumas coisas. O que aconteceu na verdade?

— Vou coloca-la na cama. Já volto.

Quando retorno, me lembro de Trixie.

— Droga! Tenho que buscar Trixie na escola.

—Ah, não se preocupe! Maze foi buscá-la e depois iria sair com ela para um parque de diversões ou algo assim.

—Sente-se, dra.  A história é longa! Conto alguns detalhes, inclusive da armadilha armada por Pierce para Lucifer e Chloe. – E Pierce está morto!

—Morto? Como? Ele não poderia ser morto e...

Olho para a Dra. Linda com uma interrogação. – Como assim?

—hmmmm... é... acho que essa parte Lucifer vai ter que lhe contar. E aliás, onde ele está?

— Bem, não o encontramos por lá. Tinha muita munição deflagrada, sangue e acredite, até penas, mas nada de Lucifer ou o corpo dele.

Ela suspira aliviada.

—Imagino que no momento certo ele deve aparecer. 

— Você pode ficar com Chloe? Tenho que retornar à delegacia, lá deve estar uma loucura!

— Sim, pode ir tranquilo!

Deixo a casa rumo à delegacia e como imaginava, está um caos. Vários grupos de policiais e detetives conversam. E a pergunta geral é: Quem matou o tenente Pierce?

Um dos policiais me aborda.:

—Detetive Espinoza. Temos uma provável testemunha do assassinato do tenente. Mas, ele não faz nenhum sentido!

— Vou interroga-lo!

Antes de entrar na sala de interrogatórios, esbarro em Ella, que vem saindo do laboratório com uma expressão atônita.

—Dan, podemos conversar?

— Sim, venha comigo.

Entramos na antiga sala do tenente. 

—Você não vai acreditar no resultado da análise das digitais da arma do crime. São do próprio Pierce! E essa arma, nunca tinha visto algo assim. – Ella mostra a arma dentro do pacote escrito evidências.

Dan analisa – Estranho... Já vi uma arma parecida com esta antes... – Mas não consegue se lembrar. De todo modo, vou interrogar a testemunha.

Quando chego à sala de interrogatórios, vários policiais e detetives estão por perto.

—Detetive Espinoza, a testemunha está pronta para ser  ouvida.

Entro na sala e encontro um homem pálido, que se move para frente e para trás, com o olhar distante.  Duvido que vou conseguir tirar algo deste homem. Onde está Lúcifer quando mais precisamos dele?

— Sr. Jackson? Conte-me o que viu!

(se  balançando) – O Sinerman..  ia atirar contra aquele cara, Lúcifer, acho... Mas a detetive não deixou, entrou  na frente do cara. Ele não teve coragem de atirar, mas ela sim. Deu um tiro no Sinerman que caiu, mas não ficou ferido,  a detetive foi atingida por um dos capangas, o tal Lucifer a pegou nos braços, parece que ela tinha desmaiado. Isso deixou o Sinerman muito irritado, porque ordenou que atirassem contra eles.

E de repente, aquele cara começou a gritar e... apareceram asas das costas dele, que usou como um escudo, protegendo ele e a detetive. Cara... Nunca tinha visto algo assim! Atiramos com tudo, armas pesadas, estávamos em vários homens, uns 5 ou 6 acho, mas só conseguíamos atingir as asas.  E de repente, no meio daquela confusão de tiros, o cara sumiu como fumaça!

Dan se levanta, abismado com tudo. E como, para sua surpresa, o homem falou tudo de uma vez.

— E então, o que houve depois?

—Aí é que começa a loucura. O Sinerman estava nos dando ordens, para que procurássemos pelos dois, quando aquele homem explode literalmente pelas portas, com suas asas bem machucadas. Estava no inicio da escada, fui atingido por uma das asas. Bati a cabeça e apaguei por alguns instantes, acordei a tempo de ver o tal Lúcifer confrontando o Sinerman. Vi vários companheiros caídos e enquanto os dois começaram a lutar, aproveitei e escapei. Corri por dois quarteirões e acabei desabando no chão exausto. Depois disto, não sei o que aconteceu por lá.

— Isso é loucura! Lúcifer é um homem como qualquer outro. – E pensando melhor – Rico, arrogante e extremamente irritante, ainda sim um homem.

—Não.. Não, detetive! As penas! Elas ainda devem estar por lá!  Ele perdeu várias durante o tiroteio! Procure!

Saí e deixei o homem para trás, pedindo a um dos policiais que o conduzisse a uma cela. Passei no laboratório para pegar Ella. Era loucura, eu sei, mas iria checar essa história de asas.

—Ella? Está ocupada?

—Não... Estava terminando de analisar algumas provas. Lembra que te falei que haviam várias penas ensanguentadas no local do crime? Veja! – E me entrega uma grande pena branca, ensanguentada, que se encontrava junta a outras no pacote de evidências. Calço uma luva e analiso a pena.

—Como essa pena foi parar na cena do crime? Vi várias espalhadas, a principio não me chamaram a atenção, acabei ficando intrigada e resolvi trazer ao laboratório. Não me parece ser de uma pomba, por exemplo, são bem grandes.

Fico de boca aberta. Será que o homem está falando a verdade? 

—Temos que encontrar Lúcifer! Você vem?

—Claro! Vamos!