Castle escrita por Romanoff Rogers


Capítulo 7
VII - Não há dom sem maldição




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O valor do amor está vinculado a soma dos sacrifícios que estas disposto a fazer por ele. - Ellen

 

Natasha

 

Teve aquela vez que ela ganhou sua primeira coroa com diamantes rosas raríssimos. A vez que o papai nos deu um cachorrinho. Na sua festa de aniversário de 19 anos, quando mamãe deixou a gente sair para beber na cidade, como pessoas normais.

 

Mas eu nunca, em toda a minha vida tinha visto Wanda feliz daquele jeito. Seu sorriso ficava tão natural quanto o vestido de noiva simples colado em seu corpo, tão natural quanto a coroa prateada em sua cabeça.

 

Senti calor, e por um instante pensei que é vontade de chorar. Mas aquela madrugada escondida na penumbra da igreja era a mais iluminada. Eles não queriam que ninguém soubesse do casório, não quero que chegue em Volo Romanoff. Se chegar, sei o que vai acontecer. Fizemos um trato, mas isso não significa que ele vai cumprir.

 

Ela não diz nada, acho que nem conseguiria, creio que sairiam tentativas falhas de palavras de seus lábios. Apenas se contentava em encarar seu reflexo real e feliz, mas ela se vira para mim e tenta:

 

— Não acredito que vou casar antes de você. - cruzei os braços, e seu sorriso aumenta três vezes mais. A criada morena ajeitava seu vestido, e eu deixei MUITO claro que se ela contasse disso pra alguém, ela não teria língua para falar de novo.

 

— Graças a Deus. - Digo, mas no fundo sinto uma ponta de inveja. Eu queria tanto ser como ela. Feliz. Linda. Pura. Ou apenas não ser eu mesma.

 

Seus braços me envolvem, e imediatamente retribuo o abraço. Percebo que ela tremia, e logo ouço soluços. Estava chorando, e eu não sabia se era de alegria ou nervosismo, mas era uma situação cômica. Eu queria estar chorando.

 

— Eu te amo. Você sabe disso, não sabe? - Ela fala, e eu mordo seu ombro. - Ei! Esse é seu jeito de dizer eu te amo, sua maluca?

 

Abro um sorriso, vendo-a limpar as lágrimas e pegar o buquê de flores brancas. Seu vestido é até o chão, sem babado algum e todo liso. Fechado até o pescoço e ombros bufantes de mangas compridas com uma infinidade de pedras painitas marrons cobrindo-as até certo ponto. Estava estonteante, qualquer um podia querer casar com ela agora mesmo.

 

E muitos tentaram. Não dá para contar nos dedos a quantidade de homens que Wanda rejeitou. Eu lembro. Ela fazia um escândalo, fazia-o se recusar a casar com ela. E meu pai a batia, a trancava na torre por dias, mas ela fazia isso por amor. E eu não entendo esse amor de jeito nenhum.

 

— Está pronta? - digo, oferecendo o braço a ela. Wanda Romanoff sorri.

 

— Sim.

 

Conduzo minha irmã até a grande porta da igreja, e a abro. O grande órgão da capela do castelo começa a tocar, e sinto uma lágrima dela cair em mim. Fraquinha.

 

Bucky tentava esconder as lágrimas também, vestido inteiramente de marrom forte, o manto de pelo em seus ombros reluzia a luz da lua que vinha das janelas no teto. Steve estava ao seu lado. Meu olhar parou sobre ele e o vi sorrir. Eu já sorria a mais tempo, olhando ela de relance. Todo sacrifício valeu a pena. Eu faria muito pior para ver ela feliz desse jeito.

 

Já percorremos todo o caminho do altar, e a entrego para Bucky. Ele só tinha olhos para ela. Vermelhos de lágrimas e um sorriso escancarado no rosto.

 

A soltei, deixando-a com ele. Nossos olhares se encontraram, e eu deixei bem claro. Maltrate-a e nunca mais vai ver a luz do sol. Ele sorri, e assente, e espero que saiba que eu não brinco.

 

Steve ofereceu o braço para mim, e eu aceitei, o encarando. Eu sei que ele derrubou alguma lágrima emocionada, mas não precisávamos falar disso.

 

O padre começou a falar os votos, mas ninguém prestou atenção, eu notei. Os dois só tinham olhos e ouvidos um para o outro, e eu já estava cansada. Steve estava incrivelmente feliz também. Sei que ele tem uma longa e absurda história com Bucky, são melhores amigos desde que têm dentes. É irmão dele. Então acho que entendo o que ele está sentindo, porque está no meu coração também.

 

— Senhor James Buchanan, pode prestar seus votos. - O padre diz, e ele ri, segurando suas mãos. Eles se divertiam ali em cima.

 

— Eu juro, - sua voz falhou, mas as lágrimas de Wanda não. - com toda minha vida e alma te respeitar, proteger e acima de tudo amar, agora e para sempre. E se eu for, por algum motivo largar-lhe, prometo que nunca estará sozinha. Serei seu anjo da Guarda. Você, princesa Wanda Romanoff, nunca andará na escuridão. Conto contigo para ser minha amada esposa. Aceita-me, do jeito que eu sou?

 

Fecho os olhos, tentando esconder o sorriso que só crescia cada vez mais. Ele a merece, é tudo que eu poderia pedir para ela.

 

— Sim.

 

Não preciso dizer que Wanda soluçava absurdamente, alternando isso com risos e sorrisos. Descontrolada. Bucky precisou abraça-la para acalmar seus ânimos, e se não o fizesse acho que ela começaria a passar mal.

 

— Eu preparei uma coisa linda para falar e eu nem lembro agora. - Ela balbucia, rindo, e Bucky beija sua testa. - Eu juro, James Barnes, ser o melhor de mim, doar-me a você. Destino-te cada batida do coração, e mesmo quando o mesmo parar de bater, você ainda me terá no Paraíso. Conto contigo para caminhar comigo, governar comigo se necessário, aturar sua nora e ser o homem da minha vida. Você aceita?

 

— Com minha vida, sim. - seu sorriso cresceu, refletindo no dela. Ignorei o fato de ela ter falado da minha morte e ter-me dito como insuportável, eu estava emocionada e feliz demais para ligar para isso.

 

O padre os entregou as alianças, dois círculos grossos de ferro polido com o desenho do brasão Romanoff e duas pedras de painita nas pontas. Eles colocam no dedo um do outro, unidos, com o coração batendo ao mesmo tempo. Esperando o padre dar o sinal verde para começar a pegação...

 

— Pode beijar a noiva. - Pronto. Antes do homem grisalho terminar Bucky já tinha agarrado seu rosto e dado-lhe o maior dos beijos, o primeiro como marido e mulher. Minha garotinha agora é casada. O pensamento me fez pensar em homicídio da pessoa do Bucky, mas me controlei. Ninguém melhor que Bucky para casar com ela.
Eles se separaram finalmente, com as mãos unidas.

 

Steve olhou para mim, e só aí percebi que eu o olhava antes. Seus olhos azuis estavam úmidos, suas bochechas levemente vermelhas, e eu vi que ele estava exorbitantemente feliz.

 

(...)

 

Tony

 

— Meus pais estão incrivelmente irritados.

 

— Eu sei, querida. - eu disse, com um sorriso natural e despreocupado, sem largar a mão de Pepper. Andávamos pelo enorme jardim, nossos corpos lado a lado. - Não é o momento certo. Preciso cuidar dessa ameaça enquanto é insignificante, seu papai pode esperar.

 

— Eu posso esperar, ele não. Diz que precisa de uma garantia, uma certeza sólida na qual ele possa se agarrar... Um anel. Como se você fosse sair correndo de mim. - Pepper disse, e eu não consegui conter um riso debochado. - Não precisa rir, eu sei que pode acontecer.

 

— Não. Sem chance. Pepper, eu vou me casar com você e não há nada no mundo que me faça mudar de idéia. - Ela sorriu, parando, adorávelmente corada. Ela é linda. - Eu preciso de você. - e seu sorriso virou uma revirada de olhos.

— Eu realmente achei que você estava sendo romântico...

— Não, eu sou mais agressivo. Selvagem.


Ela faz uma careta, começando a rir. E dessa vez quem revirou os olhos sou eu.

— E... Eu não julgo seu discernimento para encarar ameaças... Mas realmente acha que Natasha e Steve vão se casar?

— Acredito. Tenho certeza. E sei o porquê.

— E... O que seria?

— Wanda. - Não podia evitar, sempre que diziam o nome dela eu lembrava de como todo mundo pode trair todo mundo. E agradeci por Pepper não saber disso. Me recompus rapidamente, e tentei pensar numa piada para desviar esse assunto. Não saiu nada.

— Não entendi.

— Bem... Se ela está no castelo, quer seduzir Steve, o que pra falar a verdade não é a coisa mais difícil do mundo...

— E como você sabe?

— Vamos deixar isso quieto e continuar a história. - eu pisquei, e ela riu. - E bem, ela nunca faria isso por livre e espontânea vontade. Então Volo mandou. E a única coisa que faria ela se submeter ao pai é Wanda.

Meu coração apertou de novo, mas fingi que não.

— Bem, não tive a oportunidade de conversar com ela... Mas parece uma mulher fria.

— Ela é uma guerreira sensacional, já derrotou inimigos maiores que ela... Na guerra dos Tytons contra os Romanoff ela matou o rei Tyton em pessoa. - Pepper assentiu.

— Depois de ele matar o irmão dela.

— Mas foi com as mãos. - sorri, quase sentindo orgulho. Natasha é minha amiga, eu a adoro. Mas não hesitaria em lutar contra ela. Acho que ela também não.

— Nossa. Steve é gentil, acho que não entendi o que nutrem um pelo outro, os dois são tão diferentes.

— Se os conhecesse entenderia. Aposto que vão acabar transando. - Pepper me olha, com uma sobrancelha erguida e não consegue conter um riso pelo nariz.

— Sempre sendo indelicado quando se trata da vida dos outros. - pisquei pra ela, e vi um guarda se aproximando. Focamos nele, esperando-o falar. Se esse maguinho de meia tigela não tiver chegado ainda, eu juro que vou dormir.

— Senhor, o Barão está aqui.

— Obrigado. - meu coração começou a palpitar, e Pepper percebeu, colocando a outra mão no meu braço. Se acalme.

Fomos eu e ela andando para dentro, comigo aumentando o passo nervoso a todo instante. Desço as escadas com o braço acanhado a Pepper, e logo ouço a risada animada do homem a minha espera.

— Majestade. - se virou para mim, e assim que chegamos ao pé da escada, e fez uma reverência respeitosa. - Duquesa Potts. - ele beijou sua mão, e ela continuou com os olhos doces sem expressão.

— Barão Zemo. - cumprimentei, ficando tenso no mesmo instante. Eu estava nervoso, e ele sério. Aquele sorrisinho como se soubesse de algo que eu não sei. Eu odeio isso. A situação pode ficar muito séria. - Por favor, venha.

Ele assentiu, os olhos azuis e mágicos me encarando como se soubesse todos os meus segredos. Ele sempre faz isso. Um homem inoportuno para muitos reis, o único que une os três reinos. E os mais especiais sabem de seu dom.

Na época que meus pais morreram me recusei a chama-lo. Não queria contato com bruxaria. Mas agora, minhas mãos estão atadas, e meu reino em perigo. Algo aconteceu, algo que ninguém me contou, e espero descobrir isso hoje.

Eu contei a Pepper. Disse quem o Barão é de verdade, descendente do antigo rei dos três reinos, que repartiu Avenger em três. Seu pai abdicou do nome da realeza, e se rebaixou a Barão. Doido.

E tem um dom. Um dom que já fez muitos queimarem.

Seu famoso sorrisinho de canto apareceu novamente, e eu revirei os olhos. Ninguém me chama de você, apenas ele, que era para ser maior que eu. Não contestei.

— Foi roubado.

— E quer descobrir quem foi. - ele riu, sem parar de andar um segundo. - Um pensamento limitado, Rei Stark.

— Não queremos envolvimento direto com isso, queremos dizer. - Pepper falou, e ele a lançou um olhar como se ela fosse uma formiga.

— Sabemos que tem um preço. - abri a porta dos meus aposentos para ele entrar, e é o que ele fez, analisando tudo devagar.

— Engraçado. - foquei na janela, para tentar esquecer o quanto o sotaque nortenho dele me incomoda. É exatamente o mesmo que o de Wanda. Natasha tinha também, mas o destruiu, não sei como. Queria que fizesse com ele também. - Seu pai sempre o desencorajava a seguir com as invenções. - Seus dedos percorrem minha mesa de trabalho, enquanto ele andava dramaticamente pelo quarto. Pepper apertou meu braço com mais força, e espero que ela sabia que se precisar vou defende-la. - E procurava desenvolver seu senso. O sangue real em suas veias. O sangue que não tem medo de achar justiça.

— Acha que tenho medo do senhor, Barão? Perdão, não tenho. - falei, e ele não se ofende. Não era minha intenção, mesmo.

— Não de mim. Do que eu posso fazer. Com quem eu posso falar.

As sombras. As forças que servem as bruxas. E os bruxos como ele. Ele se comunica com as sombras, presentes onde tem luz. Pode saber qualquer coisa, e isso o tornava tão poderoso quanto Deus. Mas ele ocultava isso, e me pergunto o que plajena. O que se passa em sua cabecinha maléfica e inteligente. Fria e calculista. Mas agora, eu precisava de justiça.

— Faça.

— Tony. - A voz de Pepper ecoou quase inaudível, e eu respirei fundo.

— Tenho que fazer isso. Vai ficar tudo bem. - ela fechou os olhos, soltando o braço do meu. Ele sorriu, cruzando os braços.

Tirei a coroa, e a coloquei sobre a mesa. Tirei o manto, que vai para a cama. A espada segue o mesmo caminho, e meus olhos tentavam focar. Mas eu estava com medo. Fraco. Como meu pai diria. Mas estava mesmo.

— Qual o seu preço?

— O preço delas, majestade. - revirei os olhos, cruzando os braços. Queria que achasse que eu não ligo pra elas, é melhor que admitir medo. - Nada. Mandaram eu não cobrar nada da vossa majestade.

Nada é de graça. Minha mãe dizia isso sempre. E sei que custará muito caro, mas não agora. Já foi. Eu estou nisso, vou trazer finalmente justiça para meu pai e minha mãe, tarefa que falhei todos esses anos.

— Começe. - Ordenei. Ele assentiu, antes de fechar a primeira cortina.

— Me ajude. - ele disse, e Pepper fecha as cortinas restantes. Ficou tudo escuro. Isso me deixou incrivelmente nervoso, e senti uma mão tocar meu ombro. Pularia de susto se não soubesse que é Pepper.

Ele revirava sua maleta, e fez questão de fazer isso no escuro para ter certeza que não veríamos o que tem dentro.

— Está tudo bem, Barão?

— Perfeitamente, majestade. Não acho as velas. Ah, sim, achei.

Do nada, uma chama se acendeu na primeira vela, iluminando parte do quarto.

— Tire a camisa. - ele pediu, e eu dei de ombros. Não era prudente eu fazer isso antes da noite de núpcias, mas sem chance alguma mandaria Pepper sair daqui e me deixar no escuro com um lunático. Se eu dissesse que ela estava me protegendo, ela riria com certeza.

Fiquei só de calça e botas, e observamos nós dois ele fechar a mala e acender outras doze velas. Treze. Por que treze? Ele as reúnem em um círculo no chão, e eu me arrepiei. O quarto ficou frio derrepente. Ele já estava segurando um pote de um líquido viscoso e negro, já murmurando algumas palavras em outro idioma.

Enfiou o dedão na tinta e proferiu as palavras como se rezasse o terço. Ele tocou o dedão em meu peito, e na mesma hora senti um solavanco, me fazendo fechar os olhos e senti falta de ar. Algo passou sobre meus pés. Pepper se afastou um pouco, observando o círculo de velas com uma cara assustada. Ele começou a desenhar vários símbolos, escrevendo sob meu peito, e as velas passaram a tremular. Elas estão vindo.

As sombras deslizavam pelas paredes iluminadas como manchas irregulares dançando por toda a sala e uma a uma, achavam seu caminho e paravam no círculo de velas, formando lá um abismo. Ele proferia as palavras de olhos fechados, escrevendo de negro em minha pele. Fez isso pelas minhas costas, braços. E por fim, fez um x em minha testa. Minhas mãos tremiam, eu sentia um frio absurdo e condenei o ato de aceitar fazer isso.

— Sentem. - Ele fala, por fim.

— Pepper... Se não quiser ficar aqui...

— Eu quero. - ela fala, com firmeza, como se não estivesse com medo. Sei que está, e conti um sorriso por permanecer mesmo assim.

Obedecemos, formando um triângulo ali. Se não tivéssemos que dar as mãos, tudo bem.

A quem eu quero enganar, tudo bem é o cacete, tudo em mim tremia e o medo passou a corroer minhas mãos. Mas me forcei a ficar impassível. As luzes das velas cessavam no centro, fazendo uma escuridão repentina e assustadora formar um abismo. Um abismo frio, e eu soube que essas eram as sombras.

— Sombras... - Ele começa, e sua voz ecoa diferente, como se estivesse possuída. - Sombras do passado... Sombras que tudo vêem... Sombras. Nos mostrem quem roubou o colar.... Revelem a verdade absoluta e inquestionável verdade. A verdade que se esconde nas sombras.

Assim que a última palavra foi dita, eu desmaiei, batendo com força no piso de pedra.

(...)

Abro os olhos. Estava escuro. Quente. No jardim. Me sento devagar, olhando ao redor. Dois guardas se aproximam, e logo percebo que não me vêem.

— O embaixador Romanoff parte pela manhã, nossas ordens é montar a formação I no portão logo que amanhacer. - O outro assente, continuando a andar, e passam por mim despreocupados.

É a noite antes do colar sumir. Me levanto num pulo, ignorando a dor, e começo a andar rapidamente até o antigo esconderijo na fonte com a estátua do meu pai. Ela estava lá, intocada. Então eu sentei, e esperei. Os guardas faziam ronda dando espaços de cerca de um minuto e meio de falta de segurança. Quem quer que tenha feito isso, é muito bom.

E foi num desses espaços que na janela a cima de mim, um corpo foi arremessado, parando pouco antes de acertar o chão, mas mesmo assim me joguei para o lado esperando me livrar do impacto.

Um homem alto, de capuz e botas de couro preta, amarrado numa corda do último andar. Uma corda da exata cor da parede, o desgraçado pensou até nisso. Ele se danou a correr antes de eu me levantar, e entrou silenciosamente na fonte, já mexendo no santuário.

Eu já estava em seu encalço, entrando na fonte, e nesse momento percebo o arco e flecha em suas costas.
Assim que vejo seu rosto, tenho certeza.

General Clint Barton.

Espião fiel dos Romanoff.

— Maldito seja Volo Romanoff. MALDITOS SEJAM TODOS OS ROMANOFF. - eu bradei, sentindo a raiva crescer. Meu peito formigava de ódio enquanto eu o via invadir meu lugar sagrado. O monumento em homenahem a eles. Onde estão suas cinzas, onde estão seus últimos resquícios aqui na terra, e esse desgraçado roubou da minha mãe.

Roubou de mim. E pagará por isso.

Num solavanco me sinto ser sugado desse acontecimento, e acordo gritando no quarto. Pepper grita também, assustada, e Zemo me encarava com a sobrancelha erguida.

— O passeio foi bom?

— Clint Barton. - Pepper ergue as sobrancelhas. Me viro para Zemo. Eu não estava mais com medo, o ódio me consumia. - Elas podem me contar o que aconteceu naquela noite?

Zemo hesitou. Estava de pé, encostado na mesa com uma expressão sombria. Sem seu sorriao habitual.

— Você sabe que sim. Mas... Quando envolve morte... Morte de alguém... O preço é maior. Está disposto a vender o que elas quiserem?

— Não ligo. Quero saber exatamente o que aconteceu.

— Tony. - Pepper falou, abraçando o corpo. Estava nervosa, isso tinha realmente mexido com ela. - Você não vai fazer isso.

Encaro-a, triste. Eu não queria que fosse assim.

— Elas pediram... - Ele fecha os olhos, como se ouvisse sussurros. - Seus sonhos. Querem seus sonhos em troca de tudo que aconteceu naquela noite. Você vai saber toda a verdade, nenhum fato a menos. Coisas que nem imagina.

— Feito. - Me levanto, ainda sentindo aquela dor na cabeça. Vi Pepper derrubar uma lágrima. Ele me ergueu uma faca, e assim que a seguro me aproximo do círculo de velas. Cortei minha mão, e observei o sangue começar a escorrer.

— Diga, eu aceito a verdade escondida nas sombras.

Respiro fundo. Uma gota de sangue cai no abismo escuro.

— Eu aceito a verdade escondida nas sombras.

Elas me dizem algo. "Tudo vai mudar."

 


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