Castle escrita por Romanoff Rogers


Capítulo 25
XXV - Eu odeio


Notas iniciais do capítulo

HEYYYYY GUERREIROS
queria só comunicar que eu vou diminuir um pouco o ritmo de postagem, as vezes posso demorar um pouquinho, é só para não estranhar. É que chegando final do ano, minhas notas tão igual ao Mar Vermelho em exatas k k k k k k. E tem concurso em dezembro, então só paciência e não me abandonem que logo logo vem outro!!!

Ai, eu AMEI ESSE CAPÍTULO. VAMO LÁ

■□■□■ leiam as notas finais ■□■□■



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Todo o existente nasce sem razão, prolonga-se por fraqueza e morre por encontro imprevisto.— Jean Paul Sartre

 

Steve

Eu estava a frente dos homens cavalgando, com Sam. Não estávamos andando nem correndo, a viagem não seria fácil. Quase não falei o percurso todo, tentava concentrar minhas mãos na cela do cavalo para elas não tremerem.

Se ele tiver machucado-a, Deus, nada no mundo vai me segurar. Eu o mataria ali mesmo. Só de imaginar suas mãos nela meu sangue fervia e uma sensação ruim me atingia. Tony não está em seus melhores sentidos e eu temia ser algo tão grave que ferisse Natasha.

O nervoso não me largou desde que saímos do castelo. Cruzavamos as árvores, os homens conversavam baixo, as vezes rindo e falando sobre Tony. Outras vezes falavam sobre os amigos que perderam, alguns fofocavam sobre os Romanoff, que estavam por último, todos juntos e conversando em russo para ninguém entender.

Ouvi alguém dizer que gosta de Natasha e lutou ao lado dela na invasão. Isso me fez brotar um sorrisinho bobo, orgulho misturado com ciúmes.

Uma pontada forte me atingiu quando percebi que estávamos chegando.

— Ela vai estar bem. - Sam disse, percebendo que estava prestes a cavalgar que nem um louco.

Depois de mais alguns minutos, chegamos.

— Quero o exército posicionado atrás de mim, formação D4r. - ordenei a Sam, que me ouvia com atenção.

— Steve. - ele me chamou, e eu o encarei. - Se controla. Não arranca o couro dele na frente de um exército.

Engoli em seco, novamente imaginando ela machucada. Não sei se conseguiria me controlar.

O lugar era aberto num campo de mais ou menos 1 km, com um rio violento o cortando no meio. Uma larga ponte de pedra se estendia a minha frente, onde eu teria ela de volta.

O exército ficou em posição. Todos em cima dos cavalos, os Romanoff super irritados formando uma fileira mais a frente, para Tony ver o que irritou.

Chharles estava em cima de seu cavalo, sério e em silêncio como sempre. Eu tinha que parar de admirar como ele é independente, é estranho. Tthomas parecia bravo, mais quieto que o normal, e nem consigo imaginar o que eles aprontaram para deixa-lo assim. Bevvan conversava com Mattheos, claramente cansado e por isso, irritado. Provavelmente não queria que ela voltasse.

Fiquei no cavalo, esperando. Tony se atrasou de propósito, com certeza, babaca. Era a cara dele. E quando o primeiro cavaleiro foi avistado, eu me transformei em ansiedade pura. Me sentia morrer tendo que esperar, e eles se moviam devagar, droga, ele estava fazendo tudo que podia para me irritar, e estava funcionando. Eu me sentia prestes a sair galopando o mais rápido que o cavalo aguentasse.

O Romanogers sentiu minha agitação, se mexendo, como uma besta pronta para correr. Vi Tony em seu cavalo puro sangue preto. Estava com sua armadura vermelha e amarela, eu o distingui de longe pela coroa pomposa em sua cabeça, ao contrário da minha, que era simples. Uma carruagem vinha atrás do exército se posicionando parecidamente com o meu, e ele esperou.

A carruagem parou, abriu as portas, e lá estava ela.

Natasha

Desci da carruagem, gemendo de dor. Minha perna doía incessantemente, mas me obriguei a ficar quieta. Não olhei para nenhum soldado ali, senti que eles me incaravam de forma indecente. Meu vestido roxo era simples e eu sentia frio. Fui mancando tentando ficar impassível até Tony, que segurou meu braço com força. Fiz uma careta, com raiva. Agh, como eu queria socar seu nariz empinado.

— Lembre-se do que combinamos. - disse, entre dentes. Com raiva, desviei os olhos de seu rosto roxo de raiva e finalmente o vi.

Meu cavaleiro de armadura brilhante. Nunca fiquei tão feliz de ver Steve. Ele estava parado, esperando, pude sentir sua ansiedade daqui, porque era igual a minha. Só queria voltar para seus braços urgentemente.

Começamos a andar, Tony me forçou a apoiar nele para ser mais rápido. Steve se mexeu também, se movendo rápido. Meu coração batia tão forte que não ouvi meus próprios passos. Um nó se instalou em minha garganta, queria gritar de dor.

Tudo doía e eu me sentia pronta para desmaiar. Mas os olhos dele me encarando me mantiveram no chão.

Deus, ele estava com muita raiva. Sua expressão era a mais sombria do mundo. Vi sua nova barba e senti meu coração palpitando. Tony ao meu lado pareceu meio tenso, e escondia isso com sete chaves. Steve parecia prestes a mata-lo.

Vi meus irmãos ao fundo, também tensos. Todos esperavam num silêncio mortal. O verde em sua imensidão azul era tudo que meus olhos queriam ver. Vi a dor em seus olhos, preocupação, acima da raiva.

Quando paramos, senti o uma redoma de gelo se formando ao nosso redor. Era como se se andassemos naquela ponte ela iria simplesmente ruir, tão frágil quanto aquele momento.

Vi o Yoktir em suas mãos, ele pegou minha dica, encarei-o apreensiva. Estávamos a um metro um do outro. Uma bandeira branca estava na mão de cada um dos reis se encarando mortalmente. Eles estavam prestes a se atacar, tenho certeza. Não consegui deixar de revirar os olhos. Homens.

— Pega essa porcaria de colar logo. - falei, e os dois me olharam. Steve mostrou o Yoktir. Olhei para meu carceireiro. - Só eu sei a senha.

— Abra. Se tentar qualquer gracinha, lembre do que combinamos. - Ele disse novamenre, e me senti arrepiar. Manquei até o espaço entre nós, encarando a dor em seus olhos. O loiro a minha frente estendeu a caixa em minha direção, que tremeu um pouco. Segurei, tremendo também.

Me concentrei na senha, e antes de colocar o primeiro número olhei para ele.

— Tem certrza? - murmurei.

— Absoluta. - ele disse, quase senti sua voz falhar. Coloquei a senha, e num clique o cofre quadrado abriu. Me virei para Tony, devagar, estendendo o colar de ouro para ele.

Seus olhos vidrados pegaram da minha mão, que vi tremer. Estava completamente absorto naquele objeto, e vi o quanto significava para ele. Num movimento subto e que me surpreendeu, ele jogou no chão com força. Vi Steve dar um passo a frente para me proteger, mas mandei-o ficar parado com uma mão.

Era pra ver se não é falso. Pegou do chão, antes de sorrir maliciosamente. Agora quem ficou com uma raiva fulminante foi eu.

— Disse antes e vou dizer agora, vocês se merecem.

O caminho do meu punho foi natural antes de atingir seu queixo.

Instantaneamente ouvi o som alto de todos os soldados de ambos os lados sacando a espada, inclusive Tony. O braço de Steve me envolveu, na mesma hora me fazendo afastar dele, e vi sua espada empunhada em direção a Tony, um centímetro de seu queixo sangrando. Ele apertou a bandeira branca mais forte. Se caísse, já era.

Um silêncio mortal se instalou naquele campo. Não ouvi nem o barulho do rio, ele parecia ter parado. O braço de Steve me manteve perto dele, muito perto. Sua mão não mexeu, e Tony não largava a espada.

— Tony... - ele falou, tentando controlar toda sua raiva.

— O que, Rogers?! - ele gritou, com raiva. Ele parecia alterado novamente. Steve me apertou mais forte. Eu nunca o vi tão bravo em toda a vida. Sua voz ecoou mais grossa e firme que o normal. Todo seu controle se esvaiu.

— Se você ousar encostar nela novamente, VOCÊ ESTÁ MORTO! - Ele gritou, completamente irado, e tive certeza que até os soldados ouviram. Tony ficou sério, totalmente desestabilizado pelo modo que Steve falou. Até eu tremi. Olhei seus olhos azuis, e me senti diferente naquele instante. Acho que foi naquele momento encarando o homem que eu passaria o resto da minha vida com que a tragédia mais bonita aconteceu.

Tony sorriu, antes de guardar a espada, mas Steve não se mexeu. Ele estava bem mais calmo. Tirou um papel do bolso e o encarou por alguns segundos, impassível. Abriu-o, antes de enfiar sua ponta na espada de Steve, que estava firmemente empunhada na direção dele. O papel ficou pendurado e se não estivesse tão nervosa teria me perguntado o que era.

— Seu pai olharia pra você e teria vergonha do rei fraco que você é. - e começou a andar para longe, ainda nos encarando. Quando estava longe o suficiente, se virou e foi embora.

Não esperei para agarrar o rosto de Steve e beija-lo. Nossos lábios se uniram com uma ardência desesperada nunca vista antes. Meu corpo foi espremido contra sua armadura, me curvei para trás, sentindo sua língua investindo contra a minha.

Me separei dele, que passou os dedos pelo meu rosto, com dor nos olhos cheios de lágrimas. Ele queria dizer tantas coisas.

Não consegui dizer nada antes de sentir minhas pernas falhando. Ele me pegou no colo rapidamente, já saindo dali. Eu finalmente estava em seus braços e me senti segura novamente.

(...)

Tony segurava seu pescoço firme, erguendo-a contra a parede. Nenhum ar chegava a seus pulmões e uma dor nunca antes sentida fazia seu coração sangrar.

Seus olhos estavam parados nos corpos aos pés de Tony. Wanda. Bucky. Clint. Tthomas. Chharles. Naara. Todos mortos.

Os olhos dele estavam negros. Completamente controlado pelas sombras.

— T-Tony... por.. favor... n-nós so...mos amigos...

— Eu não sou o Tony.

Ele sacou a espada violentamente, antes de investir contra ela com uma rapidez e ódio nunca vistas.

Steve

Ouvi Natasha gritar e acordei, desorientado. Me levantei num pulo, indo até a ruiva deitada na cama, completamente assustada e sem saber onde estava. Era o primeiro sinal de vida que ela dava em vinte e três horas.

— Nat, eu estou aqui. - Segurei seu rosto, antes de me sentar na cama ao seu lado. Seus olhos assustados encontraram os meus e me senti queimar por inteiro. Meus olhos se encheram de lágrimas por vê-la assim. - Você está segura, meu amor. Ninguém vai te machucar mais.

Ela continuou me encarando, se acalmando aos poucos. Ela finalmente se mexeu para encostar na minha mão, fechando os olhos.

— Steve. - minha ruiva disse, me abraçando forte, o que eu retribui na mesma hora, fazendo questão de inalar seu cheiro e aperta-la contra mim para nunca mais perde-la.

— Nunca mais vão te tirar de mim, meu amor, eu prometo. - eu murmurei, acariciando seus cabelos.

— Eu achei.. que você não viria. - ela disse, me fazendo olhar para ela de olhos arregalados.

— Nat, eu nunca te deixaria para trás. - eu estava abismado. - Nada no mundo faria eu parar de tentar te encontrar. - segurei seu rosto, fazendo-a olhar para mim e entender a urgência das minhas palavras. - Eu sempre vou atrás de você. Eu... Você sabe. - sorri, contagiando-a, e ela me beijou.

Foi um beijo calmo e cheio de saudade, para dizer o que não conseguiamos. Uni nossas testas, fazendo-nos ficarmos perto um do outro.

— Não conseguia parar de pensar em você. - a ruiva disse.

— Nem eu. - falei. - Ainda mais porque todos os seus irmãos estão aqui. - ela revirou os olhos.

— Que pesadelo. Manda eles embora, diz que eu morri.

— Não posso fazer isso. - ri, beijando seu rosto. Aquilo tinha nos aproximado de um jeito quase estranho, ela não se importou de eu estar tão perto e muito menos eu. Ficar sem ela como um clareamento, para me mostrar que não sou bom nisso. Ficamos em silêncio, encarando um o olho do outro até ficar estranho.

— Acho que devo ir falar com eles, então. - ela disse, tentando se levantar, e assim que apoiou a perna machucada seu rosto se contorceu numa careta de dor, seguido por um gemido alto.

— Hey! Calma aí. - disse, fazendo ela se deitar. - Você não vai andar por um tempo.

— O que? Não! Não posso ficar sem... treinar, sei lá, eu tenho muitas coisas pra fazer...

— Não tem não. - cruzei os braços. - Você só vai sair dessa cama quando Tony Stark estiver morto.

— Steve! - eu ri, ajeitando seus cabelos atrás da orelha. Ela ficou séria, me fazendo ficar também.

— Eu fiquei... presa. Esse tempo todo. Não aguento ficar aqui.

Meu coração se partiu em um milhão de pedaços e suspirei, me sentindo impotente.

— Desculpe por ter perdido você. Nunca mais vai acontecer. Me desculpa.

— Não foi culpa sua. - ela disse, segurando minha mão.

— Eu senti tanto sua falta. - Eu falei, fazendo-a abrir um sorriso quase imperceptível. Mas eu sabia bem lê-la. - Não quero que você vá embora nunca mais.

— Não quero ir. - ela disse. Vi que era verdade em seus olhos. Tive esperança e criei coragem. Meus dedos alcançaram o anel na cabeceira, e seus olhos pararam no objeto que dei pra ela. Prata e diamantes.

Ela não conseguiu me olhar, eu notei. Parecia nervosa, perdida, com medo. Não sei exatamente do que, mas quando estavamos juntos ela sempre estava com medo.

— Eu... - ela começou, mas eu interrompi.

— Eu não ligo. Se você acha que não merece ser feliz. Eu não ligo. - ela finalmente me olhou, o que me fez respirar fundo para continuar. - É nosso dever nos casarmos. Eu tenho que casar com alguém.

Vi a decepção em seus olhos.

— Eu podia ter escolhido qualquer outra pessoa, mas meu coração escolheu você. Não tem mais volta pra mim. É o que eu mais quero no mundo. Não me importo com seu passado, se quiser não pergunto. Não ligo pros seus parentes psicopatas. - ela sorriu. - Eu quero você.

Vi seus olhos cheios de lágrimas, e ela olhou para baixo. Ah, droga.

— Eu... Não devia ter dito assim, você acabou e voltar... eu... - Falei, esfregando os olhos, e me odiei. Acho que tinha assustado ela. Fiz menção de me levantar, mas ela me segurou. Colocou meu rosto entre as mãos e beijou o canto da minha boca.

— Eu não era feliz a muito tempo, mas.. dói meu orgulho dizer isso, mas você mudou isso. - ela disse, respirando fundo. Escolhia as palavras com cuidado. - Eu não sou como as outras garotas. Não sei... fazer isso. Relacionamentos.

— Você é melhor que as outras garotas. - ela deu um sorrisinho, adoçando o olhar para me fitar. Isso me deixou doido. Deus, eu amo tanto essa mulher.

— Eu sei.

Sorri.

— Eu não quero te magoar nem.. te iludir. Não quero me magoar. Se eu fosse escolher alguém pra amar... seria você. Você me entende e me vê de um jeito tão bonito que nem eu me vejo. Mas... Eu não sei se sou capaz de sentir essas coisas.

— Nat...

— Tenho medo de você perceber que eu não sou isso tudo que você acha. A verdade não é bonita, Steve. - franzi as sobrancelhas, pronto para argumentar, mas a porta abriu.

— Ah, meu Deus, Asha. - A voz de Tthomas me fez virar a cabeça. Ela sorriu, vendo o irmão cruzar o quarto. Ele abraçou-a calorosamente, me fazendo erguer as sobrancelhas em surpresa. Até ela se surpreendeu.

— Isso é um abraço..? - ela zoou, sorrindo, e o abraçou de volta.

— NUNCA MAIS FAÇA ISSO! - ele socou seu braço com força, e ela arregalou os olhos.

— Au!

— Você é muito burra, sabia?

Ela bufou, cruzando os braços.

— Pro seu conhecimento, eu caí de dez metros de altura no fogo e depois fui sequestrada, dá pra pegar leve?

— Garota? - ele cruzou os braços. - Você já foi arrastada no chão em uma floresta por 200m por um cavalo. Já ficou dois dias espionando o castelo dentro de um pântano. - arregalei os olhos, e Natasha me encarou, batendo na testa. - E não aguenta fogo e um Stark que já some?

— Okay, Tthomas. - ela cruzou os braços. - Eu sei que ficou preocupado comigo, pode parar.

— Com você uma ova! Mas tive que aguentar o Bevvan planejando ser rei por uma semana, você se preocupou comigo? - ele sorriu, graças a Deus aquele papo era brincadeira.

— Eu estou pouco me lixando pra você, menino. - Ela se deitou mais na cama, tocando a testa.

— Está tudo bem? - perguntei.

— Estou tonta. - Ela disse, olhando para frente.

— Deve ser o peso de ser uma tonta te afetando. - Ele disse, rindo, e ela revirou os olhos.

— Ela está aqui? - uma vozinha fina ecoou lá fora. O rosto de Natasha se iluminou completamente.

A porta se abriu, revelando Naara, de vestido rosa com um sorriso no rosto.

— TIA NATASHA! - gritou, adentrando o quarto como um furacão pink e literalmente se jogou em cima da ruiva, que fez uma careta de dor, tentando não ficar brava. Mas com ela tão feliz seria impossível.

— Minha princesa, você está tão grande! - ela sorriu, colocando-a em seu colo.

— Bevvan disse que logo terei peitos. - ela disse, e Natasha arregalou os olhos.

— Naara, pelo amor de Deus, não repete o que o Bevvan fala, já te disse. - Mattheos entrou no quarto, encarando a filha, mas seus olhos desceram para Natasha.

— Sestra. - cumprimentou, sério, mas vi que por dentro ele estava feliz por te-la de volta.

— Brat. - irmão, no idioma ancestral de Romanoff.

— Ele encostou em você? Alguém naquele lixo de reino encostou em você? - Perguntou, tocando seu ombro.

— Está tudo bem, Ttheos.

— Não, não está. Ele sequestrou minha rainha. - ele disse, claramente bravo.

— Eu sei. - ela cruzou os braços.

— Quem te sequestrou?! - Naara perguntou, assustada. Natasha sorriu.

— Indoda ebiphethe ibhegi izamile ukundisusa, kodwa ndayibulala. - Natasha disse, e Naara arregalou os olhos.

— Homem do saco? - Tthomas murmurou, provavelmente entendendo algo do que ela disse.

— Ubulele umntu ebhegini! Ungoyena mntu ngumakazi. - ela sorriu, e Natasha beijou sua bochecha.

Olhei a cena, encantado. Não entendi absolutamente nada que disseram, mas a cumplicidade entre elas me fez sorrir. Ela me olhou, dando um sorrisinho meio envergonhado por eu esta-la encarando o momento com uma cara de apaixonado.

— Por que não deixamos a Asha descansar? - a voz de Chharles pega todos nós de surpresa.

Ele estava parado na porta, de braços cruzados e um sorrisinho pequeno no rosto. Acho que nunca havia visto ele sorrir. Natasha encarou o irmão de modo indecifrável, ela parecia ter sentido muita saudade dele. Pelo que sei, ficou quatro anos sem dar notícias.

— Aah, não! Ela já dormiu demais, quero brincar! - Naara disse, pulando no colo dela, que novamente fez uma careta de dor.

— O tio Chharles tem razão, Naara. Vamos deixar ela um pouco, ok? - Mattheos pegou a filha no colo. - Ela lutou muito, olha a cara de acabada dela.

— Ah, tá bom. Quando eu crescer quero lutar igual a tia Nat. Você vai deixar?- ela sorriu, divertida, e Natasha tentou conter o sorriso emocionado mas falhou miseravelmente.

— Claro que não, sua tia é uma desmiolada que faz o que dá na telha e vai acabar morta. - Mattheos sorriu, saindo com a filha.

Ela cruzou os braços, deixando pra lá. Porque ela sabia que é verdade.

Tthomas beijou o topo de sua cabeça, saindo, e fui atrás. Ela parecia precisar conversar sério com Chharles.

Natasha

Ficamos em silêncio encarando um o outro. Eu tinha tantas coisas pra dizer que elas entupiram minha garganta e agora nada saia.

— Você me abandonou! - falei finalmente, e ele abaixou a cabeça.

— Eu sei. Me desculpe. Não consegui ficar perto do papai por mais nem um segundo.

— Ninguém suporta ele, Chharles. Mas eu nunca deixaria Wanda sozinha com ele. Nem Tthomas. Nem você.

Ele sorriu, com os olhos parados em algum ponto aleatório do quarto. Pras outras pessoas era estranho conversar com alguém que não te encara, mas depois de décadas eu já havia acostumado, é claro.

Conversar com ele é a melhor coisa do mundo, ninguém me ouve e me entende como Chharles. Ele pode ser frio e quieto, mas alguém cego possuí muitos outros meios de perceber o mundo e principalmente o sentimento dos outros. Ele sempre sabia o que dizer.

— Eu sou inútil, Natasha. Me viro mas sou inútil. Se papai fosse te bater o que eu poderia fazer? Nada. Achei melhor ir embora. Era uma pessoa a menos pra você se preocupar.

— Você é tão idiota. - cruzei os braços, desviando os olhos de seu rosto. Eu nunca conseguia ler sua expressão. - Quatro anos, seu filho da puta. E não podia nem mandar uma carta?!

— Me desculpe. - ele disse, e ficamos em silêncio. Eu queria tanto abraça-lo, mas eu estava chateada de verdade.

— O que você fez nesse tempo? - falei, depois de longos minutos.

— Viajei pelo reino, fui para alguns lugares que lia nos livros de geografia. Tipo o lago Rushman. Acabei voltando para os monges nas montanhas. E lá não tem serviço postal. Aprendi muito mais.

Ele se levantou.

— Olha só.

Meu irmão super pálido encostou na parede gelada, repirando fundo. Segundos depois seu toque foi para o chão, ele parecia absurdamente concentrado. Seus passos rápidos foram até a maçaneta, onde ele tocou, novamente respirando fundo.

— Steve entrou aqui enquanto você não estava. Ele e mais 4 criadas diferentes, uma delas voltou para pegar o lustra pisos que ela deixou sem querer bem aqui. - ele apontou para a cômoda ao seu lado.

— Como fez isso?! - arregalei os olhos, vendo-o fazer uma reverência em agradecimento ao meu espanto.

— Segredo de monge. - se sentou novamente perto de mim, e mexeu a cabeça na minha direção. - E eu não gosto do Steve.

— Chharles. - revirei os olhos. E essa agora.

— Eu não confio em alguém sem um lado sombrio. Eu sinto que ele vai te magoar.

— O que? Chharles, seus monges não podem prever nada, pare com essa bobagem. Ele é uma boa pessoa, diferente de todos que estamos acostumados em Romanoff. É isso, ele é diferente porque não é do nosso país. Mas estou mais feliz com ele que sozinha lá.

Ele ficou em silêncio.

— Você gosta dele.

— Ah, você também! - que saco, isso já estava me irritando.

— Eu posso ler as antigas vibrações das coisas, acha que não posso sentir os sentimentos de alguém? Seu coração bate tão forte quando eu digo o nome dele que posso ouvir sem fazer esforço.

— Chharles, eu odeio que me leia desse jeito e você sabe! - falei, realmente brava.

— Eu vi o beijo que você deu nele. Você não beijava Barton assim. - arregalei os olhos. Aquilo foi a gota d'água. - Não confie nele.

— Você está irritado porque ele me apoia, ele estava aqui pra mim quando eu precisei e você não! Você ficou fora por quatro anos, abandonou a gente, não fale como se eu fosse a mesma pessoa.

Ele ficou sério por alguns segundos, digerindo o que eu disse. Mas sorriu.

— Mamãe nos ensinou que os únicos que podemos confiar são da família. Tirando Bevvan, claro. Até o papai é melhor que confiar cegamente num estrangeiro do jeito que você faz. Me pergunto quando você ficou ingênua desse jeito.

— Sai! - gritei, e ele se levantou, travando o maxilar.

— Me desculpe. - sei que foi da boca pra fora.

— Sai logo! - gritei, irritada. Ele obedeceu, saindo, e abracei meu corpo, antes de fechar os olhos com as mãos.
Ele não sabe do que está falando. Eu mudei. Pra melhor com Steve. Ele não me conhece a quatro anos.

Steve disse que me ama. Eu quero tanto acreditar nisso. Quero tanto que seja verdade. Mas ao mesmo tempo ouvir isso me deixa completamente enjoada. Eu não suportaria estragar seus sentimentos puros. Eu queria tanto ser amada que simplesmente abri espaço para ele o fazer e me esqueci que pessoas como eu não são feitas para o amor. Tapei os olhos com as mãos, e fiquei assim por um tempo.

— Odeio que ele disperdice a vida comigo, mas é o que tenho que fazer pelo meu reino. - ouvi a voz de Steve e arregalei os olhos.

O loiro cruzava o quarto devagar, com os olhos num papel. Corei de vergonha, droga. Ele olhou para mim, sorrindo. O papel que Tony deu para ele.

"Odeio que ele disperdice a vida comigo, mas é o que tenho que fazer pelo meu reino.

Odeio ficar longe dele mas também não suporto meu coração agindo como uma criança quando está perto.

Ainda mais o jeito que ele me conhece e abaixa minhas guardas.

Odeio como ele dança comigo e mexe no meu cabelo. Como ele me abraça e o fato de eu não conseguir me controlar com suas mãos em mim.

Odeio seus olhos azuis que lêem minha alma como papel e seu jeito de me olhar.

Como as outras garotas babam nele e seu péssimo jeito desleixado em batalhas que sempre o faz ficar machucado.

Odeio seu beijo que me deixa nas nuvens e seu abraço que me protege de tudo.

Eu o odeio tanto.

Odeio quando ele chora.

Odeio quando ele me deixa irritada.

Odeio quando ele é amoroso comigo.

Odeio quando ele beija meu rosto.

Odeio quando ele me pede em casamento.

Odeio não querer recusar.

Odeio ainda mais o fato de não conseguir odia-lo.

Nem um pouco.

Nem um segundo."

Eu já tinha fechado os olhos tão firme que as lágrimas presas neles doíam. Senti Steve sentar ao meu lado, e devegar segurar minha mão. Não abri os olhos, dando um sorrisinho envergonhado e só cheguei para o lado indicando para ele se deitar comigo. Droga, Stark. Eu tinha escrito aquilo dentro do livro da Bela Adormecida e ele achou, corno.

Senti seu corpo deitando colado a mim e seu braço passando pelas minhas costas e o outro por cima, e me aconcheguei nele com a testa debaixo do seu queixo.

— Eu também te odeio, moranguinho. - ele disse, com a voz rouca. Ele usou meu apelido de infância. Ouvi risos de criança, cheiro de bolo e música. Eu queria tanto ficar com ele que era desesperador.

Talvez desse certo.

Talvez eu pudesse ser feliz com ele.

Talvez eu conseguisse aprender a amar. Porque eu tenho o melhor professor do mundo.

— Meu cavaleiro de armadura brilhante. - dei esse apelido a ele quando tinha seis anos, e Steve sorriu, acariciando meus cabelos bem do jeito que eu odeio.


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Notas finais do capítulo

Já dizendo que foi inspirado em Dez Coisas Que Odeio em Você sim!!!!!! Hehehehehe me digam por favor do que acharam da releitura!!!!!!!!!

ai meu romanogers
comentem!!!!! Favoritem!!!! CADÊ AS RECOMENDAÇÕES QUE NÃO TO VENDO??????

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É @Romanoff.Rogers4 , copia e cola lá, me segue!!!