Eu não queria ser um super-herói escrita por Maga Clari
Notas iniciais do capítulo
Galera, eu sei que Thor é de outro universo mitológico, mas achei que seria engraçadinho colocar ele aqui. Vou explicar o papel dele na história no próximo capítulo quando ele disser o que estava fazendo ali
Olha, eu não queria que você conhecesse a minha família.
Pelo menos, não naquela hora.
Minha vida é mais bizarra do que você possa imaginar, Parker. Mortais precisam lidar com o tio do "pavê" nas festas de família (uma pena você não ter irmãos, porque você seria esse tio), com as primas bem-sucedidas e os parentes que brigam por causa de esportes e política. No meu caso, é um pouco mais complicado do que isso.
— Thalia Grace, quantas vezes é preciso repetir as regras pra você entender? Eu juro que eu mesma vou picar a mão na sua cara se isso se repetir!
Inconfundível, não é? Essa é a Clarisse La Rue. Minha adorável sobrinha. A menina mais educada e prestativa que existe.
Só que não.
— Ei, fica na sua, valeu? — respondi, sem paciência nenhuma, cruzando os braços.
— Quem é o pirralho? — foi a vez de Dionísio, que já estava em sua vigésima taça de vinho — Foi o senhor que derrubou nosso esconderijo, foi?
— É... Não, senhor — você respondeu e pensei que fosse desmaiar de tão aterrorizado que você estava — Não sei o que aconteceu, senhor.
— Thalia — ele virou para mim — O moleque tem autorização para entrar aqui? É mortal, não é?
Respirei fundo, fechando os olhos e tentando não surtar de vez. Simplesmente peguei sua mão e fui nadando entre meus familiares malucos, na esperança de sair dali o mais rápido possível. Foi quando o meu pai apareceu.
— Aonde a senhorita pensa que vai?
— Ah, não, fala sério!
— O que esse mortal faz aqui? — ele cruzou os braços e não parecia possuir qualquer intenção de se mover.
— É... Senhor? — você pigarreou um pouco e eu notei a gagueira — Meu nome é Peter Parker. Eu e a sua filha...
Zeus estreitou os olhos, curioso com sua a insolência. Eu poderia rir, mas estava muito irritada.
— Nós... é...
— Somos amigos, papai.
— Amigos — ele tinha aquele tom de desconfiança costumeiro.
— Sim — confirmei.
— Desculpa, senhor, eu nem sabia de nada, eu só vim passear com a Thalia e de repente BOOM tudo aconteceu muito rápido, mas olha só, eu posso não ser um semideus, ou deus, como o senhor — você acrescentou e aquela risadinha ridícula reapareceu — Mas eu sou um super-herói!
Essa foi a pior parte. Eu queria me enfiar num buraco e nunca mais sair. O que é irônico, porque eu já fui uma árvore. Mas essa é outra história.
O lance é que você fez uma pose tentando parecer solene, mas não deu certo. Primeiro, porque você tropeçou nos seus pés. Segundo, porque meu pai não tem senso de humor. E terceiro porque... bem, porque a versão do tio do pavê que eu tenho tinha surgido de repente. Ele nos viu de costas e deu tapinhas nos meus ombros, animado:
— Thalia! — o grito dele interrompeu o momento de vergonha nacional e a já aguardada pergunta veio em seguida: — E os namoradinhos? Ah, oi — ele subitamente notou o meu pai — Como vai, Zeus?
— Poderia estar melhor — papai estreitou os olhos novamente, e ao fazer menção de ir-se embora, virou para nós dois — Essa conversa ainda não acabou, está ouvindo?
E então, o tiro de misericórdia:
— Ei, você não é o menino-aranha?
— Vo-você me... me reconheceu? NÃO ACREDITO! THALIA, THALIA, O THOR ME RECONHECEU!
Para acabar de vez com a humilhação, você se jogou no tórax desnudo de Thor e pôs os braços ao redor dele, apertando-o como se fosse um ursinho.
Thor caiu na gargalhada, meu pai revirou os olhos e eu queria sumir. A parte boa é que ninguém acreditou que você fosse uma ameaça. A parte ruim é que nem a jaqueta foi capaz de me seduzir depois daquele momento.
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