Eu não queria ser um super-herói escrita por Maga Clari


Capítulo 5
Presente de grego


Notas iniciais do capítulo

Oie! Como estão?
Mais um capítulo procês :3
Beijos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/761448/chapter/5

Olha, até que você ficou bonitinho com a jaqueta nova.

Nunca passou pela minha cabeça que uma simples peça de roupa pudesse transformar um mortal imbecil num cara quase atraente. Eu disse quase porque, vamos ser sinceros, Parker, é só você começar a falar que todo o charme vai embora. É o tom de voz misturado com as trezentas mil besteiras que saem da sua boca.

No entanto, eu precisava admitir que você, logo depois da transformação, depois que parecia um de nós, aí sim, Parker, aí sim me deixou caidinha. Não foi ao descobrir sua identidade secreta. Até porque eu nunca sequer soube da existência de um homem-aranha. Sem ofensas. Na verdade, nunca ouvimos nada a respeito dos Vingadores ou dos Agentes da S.H.I.E.L.D até você me falar.

Herói, para mim, e para todos os meus familiares, contaríamos nos dedos. Hércules, Édipo, Teseu; até o cabeça de alga do Perceu Jackson. São esses os heróis que conhecemos. Thor, talvez. Mas tudo que eu sabia sobre o deus do martelo é que ele havia se engraçado com uma mortal, como sempre, e esquecido de proteger o mundo. Típico! Mas aranha? Quem diabos havia ouvido uma única palavra sobre um homem-aranha? Pareceu-me até uma boa piada.

— Estou falando sério — você disse, convicto de sua graaande importância. Estávamos tomando um lanche na estrada, e nessa hora meu irmão Ares havia nos deixado a sós — Eu luto com o Hulk, e o Homem de Ferro, e o Pantera Negra, e o….

— Espera, espera, espera — pus a mão em sua boca, para que parasse de falar — Quem são todas essas pessoas?

Então, seu rosto se arregalou de terror.

— Vo-você nunca ouviu falar no Homem de Ferro? Ou no Pantera Negra? Não, pera, você só pode estar brincando…  Nem o Hulk?! Impossível morar em Nova York e nunca ter visto um cara verdão e gigante!

— Não moro em Nova York — disse simplesmente, bebendo o mikshake. Seu olhar era de total descompreensão — Passo o tempo todo no acampamento meio-sangue, treinando.

— Acampamento meio o quê?!

— Meio-sangue, Parker. Você foi sincero comigo, não foi? Pois estou apenas devolvendo o favor.

— Foi mal — a risadinha, a risadinha vinda das profundezas do tártaro pra me irritar — Dá pra ser mais clara, Punk? Não sou lá muito fã de enigmas. Seja curta e grossa, essa é minha língua, é assim que falamos no Bronx.

E aí, você fez uma pose muito esquisita, talvez achando que fosse me seduzir, ou algo assim. Graças aos deuses, Ares retornou antes que ficasse ainda mais constrangedor. Eu o conhecia o bastante para entender que o sorriso que ele tinha no rosto trazia novidades.

— Ah, oi, Ares — notei sua animação esvair-se de imediato ao ser interrompido — Mal o vi sair.

— É, eu sei, eu sei. Deixei os pombinhos de propósito. Mas foi por uma boa causa.

— É mesmo? — perguntei, curiosa para descobrir o que ele estava escondendo de nós — O que tem aí atrás, Ares?

— Ah, aqui? — ele fez de conta que nem dava importância, mas não tirou os olhos de você — Considere um presente. Pelo menos, a minha bênção você já tem, mortal. Te achei engraçadinho.

Então, meu irmão mais velho jogou uma sacola na mesa. Era uma jaqueta de couro preta, bem parecida com a minha.

— O que está esperando, garoto-aranha?

— É Homem-Aranha — você corrigiu-o, arrancando-lhe gargalhadas.

— Não importa, Parker — fingi irritação, empurrando-lhe a sacola — Veste logo isso, por favor! Ah! Não acredito… Olha só pra ele, Ares, não está uma gracinha?!

E foi nessa hora, Parker, foi nessa hora que comecei a gostar de você. Não por causa de uma jaqueta idiota. Mas pelo jeito que olhou pra mim, quando percebeu que eu o observava.

E aquela maldita risadinha.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!