Photograph escrita por Anny Taisho


Capítulo 8
Boas lembranças de outros tempos


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, aqui estou eu de novo, primeiro quero agradecer a todos os comentários, estamos quase com 100 comentário antes do décimo capítulo!! Isso é tão emocionante, cada incentivo de vocês me faz ter vontade de terminar essa história.

Eu fui ver as estatisticas da fic e caramba, tem leitores fantasmas para caramba!! E eu gostaria que essas pessoas também me dissessem o que acharam, não custa nada em amiginhos? Mas apesar de não conversarem comigo espero que estejam gostando!

Ótimo cap para vocês e esse flash back vai ter continuação no futuro!! Kisskiss



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Sakura tinha conversado a tarde inteira com Hinata, elas trocaram telefones, marcaram um jantar e ela havia indicado uma academia muito boa. A médica decidiu que precisava voltar a praticar atividades físicas, andava toda quebrada do trabalho, e aparentemente aquela era a academia que Hinata e o marido também frequentavam. A vida finalmente parecia voltando aos trilhos.

Suspirou dentro do carro e entrou dentro da garagem do prédio. Depois de conversar com a velha amiga tinha se sentido um tanto saudosista sobre aqueles anos da faculdade, apesar de tudo tinha sido um tempo muito bom de sua vida. Entrou em casa e foi conversar um pouco com a filha.

Sarada estava com algumas lesões na pele, aquilo era sinal da doença dela atacando de novo. Como todo cuidado era pouco depois que ela teve de fazer o transplante a Sabaku ligou para o hospital para marcar alguns exames.

— Não se preocupe, Sara-chan, vamos ter tudo sob controle.

— Eu confio em você, mama, mas porque parece tão feliz? Aconteceu alguma coisa boa?

— Na verdade sim. – disse sentada na cama com ela – Eu encontrei uma grande amiga minha da faculdade no shopping hoje! Completamente inesperado e nós conversamos a tarde inteira!

— Nossa, mãe, que bom!!

— Sim, Hinata é uma pessoa tão querida! Eu quero muito apresentar ela para você! Foi a primeira pessoa com quem eu falei quando cheguei de Konoha pra estudar aqui em Tóquio.

— Eu fico contente, mama-chan, é bom você ter contato com gente fora do hospital. Você fazia tantas coisas quando morávamos em Dubai, tinha o hospital, você participava de um grupo de caridade, sempre que dava a gente viajava para algum lugar para velejar ou qualquer coisa divertida.

Passou a mão pelo rosto da filha.

— Você sente falta dessas coisas, não é filha? Eu tenho sido uma mãe péssima ultimamente... Desculpe, eu prometo que vamos voltar a fazer coisas juntas e eu soube que seus tios vão vir para o Japão semana que vem. Podemos fazer uma reunião de família.

— Você é uma mãe ótima e eu vou adorar fazer algo juntas. O Shikadai tinha comentado comigo que a tia vinha esses dias, ela ainda está brava porque ele decidiu morar aqui com a avó para fazer faculdade.

— Bem, Temari queria que ele estudasse na mesma universidade que ela, seu pai e seu tio se formaram, mas o Shikadai tem seus próprios planos. Ele está na Universidade de Tóquio também?

— Sim, mas ele cursa Logistíca. Eu só o vi umas duas vezes para falar a verdade, o tio Shikamaru também está passando uma temporada aqui, ele presta consultoria jurídica para algumas empresas.

— Sim, eu falei com ele recentemente. Sabia que eu conheci o Shikamaru na faculdade, querida?

— Mesmo? Mas ele não se formou em Dubai?

— Ele só terminou o curso em Dubai, ele cursou os três primeiros anos aqui no Japão e passou num processo seletivo de dupla diplomação que a universidade tinha com os emirados. Nós erámos inclusive do mesmo grupo de amigos.

— Nossa! Eu não fazia ideia!

— Ele conheceu a Temari no ano que a sua tia já estava na pós graduação e as coisas aconteceram rápido. Eles se casaram e o shikadai nasceu uns três anos depois, na mesma época que você. Só que eu e seu pai ainda estávamos na China naquela época.

— Quanta coisa aconteceu em... bem... eu vou dormir um pouco, estou me sentindo cansada.

— Certo, querida, eu vou agendar todos os exames. Tudo vai ficar bem.

A rosada sorriu e beijou a testa da filha. Aquilo tinha deixado ela preocupada, a saúde de Sarada era muito mais sensível depois do transplante, eles não podiam se dar ao luxo de deixar que outros órgãos dela fossem afetados.

Foi para o quarto tomar um banho e depois acabou pegando uma caixa antiga de fotos. O reencontro com a velha amiga a tinha deixado muito saudosista. Havia muitas fotos dela com o marido e nova família, mas lá no fundo, bem no fundo, estavam as poucas fotos que tinha guardado do tempo da faculdade.

Flashback On – Konoha, junho de 1996 –

Sakura Haruno era uma brilhante estudante de Medicina da Univeridade de Tóquio que estava na casa dos pais para as férias de verão. A jovem garota sentia-se tão feliz em estar de volta ao lar depois de um ano exaustivo na faculdade. Aquele era seu terceiro ano e como estava com a cabeça cheia.

A melhor parte de estar em casa naquela época do ano era o fato de ser a época do festival de aniversário da cidade. Havia uma quermesse, desfile, quatro dias de pura magia. Tinha chamado todos os seus amigos para irem também, mas infelizmente acabou que todos tinham seus próprios compromissos. Uma pena, ia ser muito divertido e certamente seria ótimo apresenta-los aos pais.

Mebuki e Kizashi Haruno eram um casal divertido. Os dois eram filhos de mestiços e por isso a pequena família deles parecia de estrangeiros. A mãe era loira e olhos escuros, enquanto o pai era ruivo e olhos verdes. Eles moravam numa casa antiga na área rural de Konoha.

Uma casa muito grande para os padrões japoneses que ficava em um terreno amplo onde o pai tinha o pomar de frutas que abastecia a loja que ele tinha na cidade. Mebuki atualmente era enfermeira chefe do hospital da cidade e com isso, eles tinham uma vida bastante confortável.

Sakura não era rica como os amigos que conheceu na faculdade, mas tinha uma condição financeira boa que permitia que eles a mantivessem estudando na cidade grande. Estava voltando para casa em sua bicicleta com um cesto. Adorava ir a cidade passear assim e depois voltar cumprimentando os vizinhos.

Todos que moravam ali eram pessoas muito mais velhas que seus pais, o casal Haruno comprou aquela casa quando recém casados por um preço irrisório. Estava velha, abandonada e ninguém jovem queria viver por lá, havia um monte de fotos sobre como eles reformaram a casa juntos, e transformaram no pequeno paraíso que era hoje.

Ficava perto da montanha e era seu pedacinho de paraíso.

Terminou o caminho até a casa e ficou contente ao ver o jipe do pai parado, ele tinha chegado da loja já. Estava tão empolgada, tinha passado o dia ajudando a fazer a decoração da praça da cidade. Guardou a bicicleta e entrou em casa sorrindo.

— Tadaima, mama-chan, otou-chan!!

— Okaeri!! Estamos na varanda de trás...

Ouviu a voz da mãe vinda de longe. Se não estivesse com tanta pressa e fome, Sakura teria notado que havia mais um sapato guardado na entrada, mas aquilo lhe fugiu completamente. Passou pela cozinha pegando uma das frutas que estava sobre a mesa e foi chegando até a varanda.

— Mama-chan, você não vai acreditar, eu encontrei Inori hoje e ela disse que vai se... – a frase de Sakura foi cortada ao meio e sua maça caiu no chão quando ela viu quem estava sentado com os pais – Sasuke-kun?

A última pessoa da face da terra que imaginava ver em sua casa era Uchiha Sasuke. Ele estava sentado tomando chá com seus pais com seus jeans ragados, camiseta de banda e um óculos escuro na cabeça.

— Eu pensei que tinha dito que nenhum de seus amigos de Tóquio ia vir, filha. – Kazashi disse

— E foi o que eles disseram para mim, Otou.

— Teve umas mudanças de planos e eu resolvi vir, você falou disso o ano inteiro.

Sakura sentiu os olhos dos pais sobre si e apenas sentou-se no chão com eles.

— É, eu falei, mas você nem avisou que vinha, Sasuke-kun.

— Não? Eu jurei que tinha mandado um email. – e ele de fato tinha mandado.

— Eu não abri o email desde que cheguei. Mas que... bom que veio, como achou nossa casa.

— Eu vim de trem e perguntei na estação pelo endereço que você tinha dado para gente e eles me mandaram para loja do seu pai e ai ele me deu uma carona.

— Nossa, que aventura! E vai então ficar com a gente para o festival?

— Você me deixou curioso falando disso o tempo todo.

O coração de Sakura estava para sair pela boca. Sasuke tinha falado que ia esquiar ou qualquer coisa assim com alguém, era inusitado ele estar ali. Sabia que os pais iam acabar fazendo perguntas, mas por enquanto tentou não ter um surto. Eles ficaram na varanda conversando até dar a hora do jantar, Mebuki foi fazer a comida e chamou o marido para ajudar a picar as coisas.

E então eles ficaram sozinhos.

Sasuke deu aquele sorriso cretino e passou a mão pelo cabelo.

— Parece que vai me fuzilar com os olhos, Sakura.

— Eu queria era te dar um tiro! O que veio fazer aqui?

— Eu já disse, ver o que de tão bom tem aqui que você gosta tanto.

— Você vomitou no chão do meu dormitório duas semanas atrás, não deu mais o ar da graça da faculdade e me comunicou que ia para algum lugar esquiar...

— E a senhorita não estava me ouvindo direito, porque eu disse que ia para a festa de aniversário do meu Tio-avô Madara. Só que eu notei que ele é um velhote e que minha presença lá não ia fazer diferença.

— E veio dar o ar da graça na casa dos meus pais?

— Foi você quem chamou.

Sakura o fuzilou com os olhos e se aproximou dele falando baixo.

— Olha aqui, esse lugar é muito especial para mim! E você vai se comportar muito bem ou eu vou tratar de acabar com essa sua vida! Nada de bebida, nada de drogas, nada de criar confusão! Esse aqui é meu lugar especial, sasuke!

— Eu só vim ficar com você. – e aquela foi a primeira frase que ele disse que não soou como o ápice da cretinice –

— Certo! Mas se comporte! E você não tem nada que não te faça parecer um rebelde, minha mãe deve estar achando que você é algum delinquente.

— Na verdade não, mas sua mãe vai ver como eu sou um cara muito legal e vai parar de me olhar com aquele olhar assassino.

— Acredite, se você pisar fora da risca Dona Mebuki te acerta uma vassourada sem nem se importar de você ser um Uchiha! E eu vou rir muito!

— Agora eu entendi de onde vem esse seu lado passivo-agressivo e ele continua uma gracinha. – passou a mão pelo rosto dela – Desculpe pela coisa do vômito no seu dormitório, eu não queria te dar trabalho.

Sakura olhou para os lados tentando escapar da intensidade do olhar dele. Sasuke era um cretino que sabia bem se fazer de bom moço. E o lado bom moço dele era ótimo de conviver. Acabou sorrindo e beijando o rosto dele.

— Bem vindo a Konoha, Sasuke-kun, o meu pedacinho do paraíso.

Dentro da cozinha Mebuki estava de mal humor, ela farejava um mal elemento quilômetros de distância. Virou olhando o marido.

— Não tinha nada que ter trazido esse pivete aqui, a Sakura não pareceu feliz em ver ele.

— Para mim ela só pareceu surpresa. Relaxe, Mebuki, ele é só um garoto.

— Não, não é... eu sinto isso!

— E eu prefiro ver esse garoto de perto se ele significa tanto para nossa Sakura. Ela vive sozinha agora, nós estamos quase que fora da vida dela e eu prefiro que ela traga partes da vida dela lá aqui para casa do que nós ficarmos sem saber nada.

A mulher soltou a faca e olhou o marido. Kizashi parecia um cuca fresca, mas ele era mais esperto que isso. E ele tinha lá sua razão.

— Eu vou dar umas vassouradas se esse pirralho pisar fora da linha.

O homem riu.

— Eu não vou te impedir se ele merecer! Mas sabe, acho que ele não passa de um garoto com marra, Sakura não ia se meter com alguém que não fosse no fundo uma boa pessoa.

— A gente fica burro quando é jovem e tem um monte de hormônios.

— Nossa garota é melhor que isso...

Piscou o olho para esposa e voltou a cortar os legumes.

FlashBack Off

Sakura sorriu vendo as fotos, ela tinha tido uma vida bastante feliz. Konoha era seu esconderijo e talvez por isso voltou para lá quando Gaara morreu. Aqueles eram tempos tão bons e tão simples... Bem a parte com Sasuke não tinha sido tão simples assim, mas ainda sim foi uma época boa de sua vida.

Hinata contou animadamente para o marido sobre o reencontro com Sakura. E Naruto ficou feliz, ele gostava de ver a esposa empolgada. Hinata dava aulas de literatura japonesa em uma faculdade na cidade e ultimamente ela parecia um pouco entediada.

— Eu chamei ela para jantar com a gente! E indiquei a academia que vamos para ela, então acho que logo vocês vão acabar se vendo.

— Isso é ótimo, Hina, e que louco... a gente mexendo nas fotos esses dias e parece que a vida resolveu trazer para gente um pouco daquele tempo.

— Sim, eu fiquei quase em choque. Mas eu fiquei triste quando ela me disse que está viúva, dava para ver o coração partido dela enquanto me falava isso.

— Ow... de fato isso é chocante, mas e quem era o marido dela?

— Ele se chamava Gaara, ele é uma família importante em Dubai. Sabe aquela empresa petrolífera SUNA & CO? Ele era o CEO.

— Caramba! Mesmo? Isso sim é chocante! A Sakura se casou com um dos homens mais bem sucedidos do mundo.

— Sim e ela tem uma filha da idade do Bolt! Engraçado que ela me mostrou uma foto, mas a menina se parece muito pouco com ela, na verdade, ela me lembra alguém que conhecemos.

— Deve se parecer com pai. – deu os ombros e respirou – Hina, você não imagina o que aconteceu no trabalho hoje.

— Algo ruim com aquela reunião importante? – passou a mão pelo ombro do marido preocupada –

— Quase! A tradutora que contratamos foi atropelada, sim Hinata, atropelada! Eu não sei nem quantificar o tamanho do nosso azar!

— E ai? Tiveram que cancelar a reunião?

— Quase, mas ai a estagiária nova, eu falei dela... A garota simplesmente fala mandarin. E salvou nossas cabeças.

— Não acredito! Uma garota de 18 anos que fala mandarin?

— Eu também fiquei de cara, querida, mas ela fala e muito bem. Aquele bastardo do Sasuke agora quer ela como estagiária dele.

— Não creio! O Sasuke é um porre às vezes, agora que você acertou sua vida no setor com a estagiária nova...

— Pois é, mas você o conhece, ele não vai dar para trás. Eu fico com pena dela, a menina é tão boazinha e o teme vai deixar ela tomando rivotril. Mas e o presente para o seu pai?

— Hima e Bolt compraram um bonsai lindo de uma árvore de cerejeira. Como eu não tinha pensado nisso antes? Desde que se aposentou meu pai passa o tempo todo cultivando os bonsais dele.

— Esses dois dão uma dupla esperta! – passou a mão pelo rosto – Cadê eles? Essa casa está um silêncio...

— Foram para casa do Neji jogar vídeo game com os primos.

— E Bolt foi de moto?

Hinata bufou.

— Foi, mas pelo menos quando está com a Himawari eu sei que ele é muito cuidadoso.

— Eu não entendo esse garoto as vezes, mas dos males o menor, com a Himawari ele sempre é muito responsável.

— Devia tomar um banho e relaxar, eu vou terminar o nosso jantar.

— Certo. – beijou a esposa de leve – Você marcou um dia específico para jantar com a Sakura?

— Na verdade não, ficamos de ir nos falando. Ela é a nova diretora do Grande Hospital de Tóquio e tem uma rotina muito puxada.

— Me avise quando marcarem, o Shikamaru está na cidade devíamos chamar ele também.

— Perfeito, querido! Um reencontro da faculdade!

— Vai ser ótimo, com certeza. Eu volto logo para colocar a mesa.

Continua...


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