Brincadeiras, Erros Mortais escrita por 2Dobbys


Capítulo 6
Capítulo 5




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V

Ficaram a saber que qualquer som que demonstrasse dor, pânico e sofrimento era ampliado para os professores saberem que algo estava a acontecer, ou seja, Mel e Dan ainda estavam bem longe das masmorras, o que fez com que os professores fossem na sua direcção mais uma vez, deixando os restantes alunos com Hagrid mais uma vez. Tudo se estava a repetir…

Ty corria atrás de Line, seguido por Sophie – Line, pára! Onde vais?

Line tinha desatado a correr mal se apercebera de quem tinha sido atacado. Agora nada via à frente que não fosse…

- Line, para onde é que estás a ir? – perguntou Sophie com dificuldade, a arfar de tanto correr.

Mais uma vez, ela não respondeu; não via mais nada à frente. Ela sabia que estavam seguros… as agulhas ainda estavam longe deles. Nada de mal lhes ia acontecer.

Correr, correr… era a única coisa em que pensava. Os outros dois ficaram surpreendidos ao constatar para onde ela se dirigia: a enfermaria. Ficaram ainda mais ao ver a mudança na aura da amiga: uma subtil luz negra emanava dela, principalmente na zona do cabelo escuro ondulado. Mas que…? O que é que ela tem? Ela não repara que vai contra a barreira?

Ao se aproximar da barreira, a luz negra que emanava de Line fez com que esta se despedaçasse, deixando a rapariga escancarar a porta, entrando de rompante seguida pelos outros dois perplexos.

Apenas os gémeos Weasleys lá estavam ainda, semi-acordados. Line foi direita a eles.

- Fred… George… por favor, preciso de falar com vocês… é urgente!

Fred continuava no estado de semi-inconsciência, mas George ficara mais desperto.

- O q-que… Line…? - começou ele sem entender, com voz pastosa.

Line não perdeu tempo. Ty reparou que há muito tempo que não via a amiga tão stressada.

- O que é que aconteceu para aquelas agulhas horrorosas surgirem? O que é que fizeram? Ninguém nos explica nada e só vocês é que sabem o que fizeram… o que é que puseram?

George pareceu ponderar um pouco. Estava tão pálido que Ty e Sophie pensaram mesmo em arrastar Line dali para fora, para o deixar recuperar. No entanto, perceberam o porquê de Line estar a ser tão insistente, ela conhecia-o bem melhor que eles; George era mais forte do que aparentava. Ele conseguia aguentar com aquilo… e era urgente saber com o que lidavam.

- Ajuda-me a sentar… e dá-me um pouco de água por favor. - pediu ele com a garganta seca e fechando os olhos. Já sabia o que vinha aí. Line era muito insistente, ele sabia que ela não se iria embora enquanto não obtivesse a resposta que procurava; ele não a incriminava. Se fosse com ele, provavelmente faria o mesmo.

Enquanto ela o ajudava a sentar-se, compondo-lhe os lençóis e a almofada, reparou melhor no seu estado e no do irmão: ambos estavam pálidos como fantasmas, tinham os braços e pernas cobertos com ligaduras e havia um estranho e subtil cheiro a sangue. Olhando para Line enquanto bebericava a água, viu o desespero em que ela se encontrava – O que é que se passa contigo?

Line olhou-o persistentemente – Isso devia ser eu a perguntar-te a ti! O que é que vocês fizeram?

George suspirou e relatou-lhes, então, o erro que eles haviam cometido.

No final da narrativa, os outros dois amigos de Line estavam em estado de choque, enquanto ela apenas aparentava ter recebido a confirmação.

- Não ficaste surpreendida? – perguntou George intrigado.

- Já desconfiava que tinha sido algo do género… - disse ela pensativa.

George olhou-a preocupado. Ela está com aquela cara…

- Line, nem penses em fazer isso! – avisou-a ele sério.

Ela não conseguiu evitar desviar o olhar – Fazer o quê? – perguntou ela fazendo-se de desentendida.

George suspirou ruidosamente – Às vezes fazes-me lembrar tanto o Harry…

Ela olhou-o penetrantemente – Porquê?

- Porque ele também tem uma tendência incrível para se meter em sarilhos…

Ela retrucou, quase indignada – Eu não me meto em sarilhos! Eles é que vêm ter comigo! Assim sendo, apenas faço o que está ao meu alcance para melhorar as coisas; só quero ajudar!

Ele revirou os olhos – Exactamente! É isso mesmo que ele diz! Nem mais!

Ela corou. Ty apercebeu-se que o Weasley tinha muito bom olho… e tinha mesmo que ter, não fosse a 'vida' dele fazer negócios, mesmo sendo de brincadeiras mágicas.

- Eu faço o que achar melhor para todos.

O ruivo olhou-a de olhos totalmente arregalados – Não me digas que…

- Sim, eu fui falar com o Harry.

Silêncio. Mais silêncio.

- E ele…? – perguntou George curioso.

Line olhou para Ty, pedindo-lhe ajuda em silêncio. O rapaz entendeu logo, puxando uma Sophie curiosa e frustrada para um canto, onde não pudessem ouvir a conversa entre a amiga e o ruivo.

No final da narrativa, o Weasley estava pasmo – Ele… aceitou-te? Acreditou que tu eras minha amiga? Sendo tu dos Slytherin? Mesmo não te conhecendo?

- Bem… sim…

- Uau. – foi a única coisa que o ruivo conseguiu articular.

Line estava a começar a sentir-se desconfortável.

- Então… posso-lhe contar o que já sabemos?

- Sim, sim, claro! Ele é que vai 'salvar' a situação, outra vez… só ele é que pode parar isto…

Line estava farta daquilo – Mas porque é que só ele é que pode resolver a situação?

George olhou-a com cuidado – Não te quero subestimar-te, mas… caramba, ele é o Harry Potter! Podes ajudá-lo com algumas informações, mas no final ele é que tem o poder para acabar com o mal, lembras-te? Ele é que está destinado a fazer frente a este tipo de coisas… se reparares bem no historial dele, vês que ele não teve um único ano normal aqui em Hogwarts. Além disso…

- CARAMBA GEORGE, EU SEI PERFEITAMENTE O "HISTORIAL" DELE, TÁ?

Todos olharam Line com choque. Ela não estava a agir normalmente, e aquela aura estava a formar-se outra vez…

- Line, acal…

- NÃO ME DIGAS PARA ME ACALMAR SOPHIE KING! – rugiu ela apontando o dedo indicador ameaçadoramente para a amiga, que se aproximava. Os seus olhos estavam negros como breu, com um brilho perigoso; a expressão era… que expressão era aquela? Line nunca ficara tão fora de controlo.

Sophie não costumava ficar tão acobardada, muito pelo contrário, costumava retorquir sempre que podia, mas o facto é que ela estava demasiado chocada com a súbita mudança de comportamento da amiga

Ty apercebeu-se de algo que antes não tinha reparado: aquela nova expressão de Line… ela estava-se a mostrar mais do que alguma vez fizera. Ela estava a guardar para si algo que lhe doía, algo que ela se recusara terminantemente a contar todos aqueles anos, mesmo aos seus melhores amigos, mesmo a ele… ela estava prestes a desabar.

Aproximou-se dela em passadas largas, antes que ela o repelisse, e pôs as suas mãos nas fontes da amiga, de cada lado da cabeça, juntando as testas. Ela parecia à beira de um ataque de asma.

- Line, controla-te! – disse ele sério. Baixando o som, acrescentou – Sei que escondes alguma coisa; não sei o que é, se não me contas deves ter uma boa razão para isso, não me interessa mas… por favor!

A rapariga estava a desfazer-se. Soluçava com dificuldade, ouviam-se as tentativas de respiração. Estava desesperada, embora ninguém percebesse o porquê.

- Não consigo respirar… não consigo respirar! – dizia ela em pânico. Aquela aura tornava-se cada vez mais espessa. – Ele não vai conseguir sem a minha ajuda, não vai… eu sei qual a única solução, eu sei… mas ninguém vai aprovar… eu sei a solução, eu sei… sem a minha ajuda não vai conseguir… não vai…

Todos pensavam no mesmo: Que coisa estranha é essa que emana dela? Como é que ela sabe o que fazer? Que magia estranha é que ela tem?

Todos estavam alarmados. Ty tentou manter a cabeça fria, olhando-a nos olhos.

- Line, controla-te!... controla-te! Controla os teus sentimentos, controla a tua mente, não te deixes vencer por o que quer que seja que te perturba… tens de ajudar o Potter, ele não vai conseguir parar esta chacina sozinho… precisa de ti! Respira… acalma-te… acalma-te…

Aos poucos, a respiração foi regularizando. Os dois amigos estavam de joelhos no chão, pela segunda vez naquele dia. Há qualquer coisa de estranho aqui… pensou Ty qualquer coisa que não bate certo… ela nunca reagiu assim a nada!

Line estava com os olhos tapados pela franja espessa e negra.

- Eu… - começou ela baixinho, como que pedindo desculpa.

Ty sorriu, aliviado. Nunca tivera tanto receio de nada em toda a sua vida.

- Esquece, nós compreendemos. Não precisas de dizer nada… - assegurou-lhe ele.

Ela olhou-o timidamente e percebeu que ele sorria com alívio. Desviando o olhar para Sophie, encontrou-a com uma expressão imperscrutável.

- Sophie…? – chamou timidamente.

Sophie observava a amiga. Esta parecia outra pessoa, nada comparada à Line que ainda há pouco gritava de raiva, dizendo coisas incoerentes. Esta parecia uma autêntica criança arrependida por ter feito alguma asneira.

- O que é que se passou contigo…? – perguntou Sophie debilmente. Ainda estava em estado de choque.

Line suspirou, derrotada – Eu hei-de… não… vocês hão-de perceber quando não houver outra alternativa… apenas quando não houver outra alternativa. Por favor, esperaram sete anos… não me podem fazer um favor e esperar mais uns dias? Por favor…

Ty e Sophie olharam-se. Que alternativa tinham? Embora Line estivesse estranhíssima, era amiga deles. Se aquilo que ela escondia a magoava assim tanto, mais valia fazer-lhe a vontade. Além disso, ela tinha dito que dentro de dias saberiam de tudo… ou algo do género.

- Muito bem, Line. Esperamos. Mas o que querias dizer com o saberes qual era a solução para toda esta situação? Porque é que o Potter não iria conseguir parar isto sem ti? O que é que sabes que mais ninguém sabe?

Line ficou muda por momentos, ponderando no que dizer – Irão saber a seu tempo. Por favor, não mo façam dizer agora…

- Tudo bem – conluiu Ty – Esperamos até que a altura seja a mais adequada.

George não sabia o que dizer; estava completamente chocado com a atitude da amiga, nunca a vira agir assim. Será que ela…? Não, era impossível. Ele devia estar a delirar… era melhor voltar a cair no sono.


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Notas finais do capítulo

N.A.: Antes de mais: a Line conheceu-os antes de Hogwarts começar, e por isso é que ela diz que se passaram sete anos e não seis, como seria suposto...

Agora...
Demorou mas chegou! Agora, quando escreverem o review (sim, vou estar à espera...), gostaria que me dessem o vosso palpite sobre o que acham da Line, o que é que ela pode ter assim de tão grave que tenha de esconder dos amigos e de onde é que o Harry a conhece embora nunca a tenha visto antes (haha, acho que vai ser difícil...
mas dou uma pista: está tudo interligado! e é agora que vocês dizem em coro: "que bela pista! não podias ter dito nada mais proveitoso?" e a minha resposta de má: "Não!")...


Bjooooo



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