Brincadeiras, Erros Mortais escrita por 2Dobbys


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

peço milhentas desculpas pela demora.

presentinho de ano novo!!! ^o^

bjooooooooo



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X

Line acordou subitamente, assustada. Ainda estava na enfermaria, mas não era nisso que pensava.

- Shhh, calma, está tudo bem… - sussurrou uma voz reconfortante que ela conhecia de ginjeira.

- Ah, és tu… o que estás aqui a fazer? Não devias estar lá em baixo?

- E conheces alguém que me dê ordens? – disse enquanto surgia um sorrisinho cínico na sua boca - Um verdadeiro Slytherin não obedece a regras que não sejam as suas… - mas voltou a ficar de semblante sério - Estava preocupado contigo…

Line sorriu. Aquele rapaz era mais do que aparentava para todos… e ela era das poucas pessoas que o conhecia verdadeiramente. Ela sabia que ele guardava aquele segredo da sua verdadeira maneira de ser, embora não tivesse a certeza absoluta do porquê. Ele sabia que ela tinha também um grande segredo dentro dela, fortemente encerrado, mas também não fazia perguntas. Eram sinceros um com o outro, o que lhes valeu uma amizade estranhamente forte e segura. Raramente eram vistos juntos, mas de vez em quando, escapavam-se durante a noite apenas para conversarem na Sala Precisa.

Os seus devaneios foram interrompidos quando a voz dele voltou a falar – Mas tiveste um pesadelo? Ou foi apenas mais uma enchente de memórias?

Ele sabia que não era a primeira vez que lhe acontecia aquilo. E como sempre, a resposta era sempre a mesma, em conjunto com um encolher de ombros:

- São apenas memórias…

E ele sabia que não eram apenas memórias. Eram memórias com receios, medos, sentimentos em turbilhão, conhecimento que precisava de voltar a ficar enterrado no seu subconsciente... mas toda a situação adversa que viviam nos últimos tempos não ajudava… e ela sabia que ele sabia disso. No entanto, respeitavam o espaço de cada um, por mais curiosos que estivessem. Eram faces diferentes da mesma moeda. Muitas das vezes ficavam em silêncio, apenas aproveitando e desfrutando da companhia um do outro. Era uma ligação semelhante à que ela tinha com Ty, mas enquanto que com ele andava sempre, com este rapaz a história era ligeiramente diferente… ele necessitava de estar longe dela durante a maioria do tempo, e ela dele. Para o bem dos dois.

Suspiro ruidoso.

- Line, eu sei que não são apenas memórias… eu nunca falei acerca deste assunto contigo, mas estás a definhar! Há algo que te está a destruir, e eu quero saber o que é! Quero ajudar-te!...

- Se alguém te ouve dizer isso interna-te em St. Mungus… - brincou ela – A tua reputação vai por água abaixo…

Ele quase que resfolegou – Por isso é que não ando ao pé de ti… não quero que os teus amigos deixem de falar contigo por pensarem que foste influenciada por mim… que te levei por maus caminhos…

- Sim, o Ty iria ficar em estado de choque… e o Harry… - desatou às gargalhadas.

O rapaz fez rapidamente um feitiço silenciador, com ar ofendido – Mas como é que de repente te dás com o Potter-Cabeça-de-Vento? Ele não tem nada dentro daquele crânio de papel. Espanta-me como é que a Granger se dá com ele… não têm nada em comum!

- Talvez tenham em comum o facto de te odiarem… - mas vendo a expressão cabisbaixa do amigo, ficou com um tom mais suave, tal como quando quer que os outros se sintam melhor – Tu gostas mesmo dela, não é Draco?

O loiro desde-sempre-e-eternamente-inimigo-do-Potter, orgulho da família Malfoy, o Príncipe dos Slytherin, o adorador de Puros-Sangue e trocista dos Sangues de Lama, era um rapaz normalíssimo, simples (dentro dos possíveis), que aprendera desde cedo a ser um grande actor perante a sociedade, aparentando ser quem não é, apenas para ser respeitado como qualquer Malfoy: com medo provocado e enraizado nas outras pessoas. Além disso, amava a sua supostamente grande inimiga: Hermione Granger. Sempre tivera de a fazer sofrer mais que aos outros, não para ganhar prazer com isso, mas para a proteger.

- É, parece que sim… porque é que não me fazes o que te pedi?

- Draco, eu não te vou apagar a memória apenas para ver se esqueces a Granger! Eu ainda acredito que pode haver esperança.

- Mas tu vives no mundo real?! Ela odeia-me! Eu supostamente também a odeio! E cheguei a desejar isso mesmo… ela consegue ser insuportavelmente irritante de tão sabichona que é…

- Mas vocês têm coisas em comum… se tivesses a oportunidade de falar com ela civilizadamente…

- Line, não é possível haver conversas civilizadas entre nós. Não pode haver, nunca! É por isso que consigo arranjar forças e paciência em quantidades industriais para aturar a Pansy. Se o meu pai chega a desconfiar sequer que eu gosto da… Hermione… - suspiro – Eu nem quero imaginar o que ele faria. És a única em quem confio…

- Eu sei, e agradeço por isso… - e deram as mãos, cúmplices. Mais uma vez caíram no silêncio significativo já habitual.

Passado um tempo, já ela estava a cair no sono de novo, Draco volta à carga – Line… vais-me contar o que se passa?

Ela sabia do que ele estava a falar. Mais uma vez, suspirou – Hás-de saber… tal como tu proteges a Granger ao andares às turras com ela e companhia limitada, eu protejo-vos a todos ao guardar o meu segredo… se te contasse… - abanou a cabeça, como que a afastar uma ideia horrível - Acredita, é melhor assim…

Draco estava exasperado. Sim, ele não era bem o que as pessoas pensavam, mas algumas manias eram bem genuínas e verdadeiras. A única pessoa que não gastava tão rapidamente o seu já carente stock de paciência era Line.

- Mas eu detesto ver-te assim! Diz-me o que posso fazer…

- Se te disser… prometes que não fazes perguntas?

- Ok, o que quiseres. – respondeu ele demasiado rápido para ter percebido o que implicava para a sua curiosidade a condição que ela lhe havia imposto. Ele só percebeu quando viu o sorriso misterioso que lhe surgira na cara.

- O teu pai fala das ‘reuniões’ lá em casa?

- S-sim… - respondeu um Draco com ar confuso - mas o que é que…?

- Concordaste com as minhas condições, por isso não faças perguntas. – cortou ela – Preciso que utilizes o teu talento de actor para convenceres o teu pai a convencer o ‘chefe’ dele que se vier é o melhor para todos eles… tens de o convencer disso…

- O que…? Mas do que é que estás a falar?!?

- Draco, não me faças perder a paciência… - disse Line sonolenta a esfregar as têmporas. Estava cansada, precisava de dormir urgentemente – Apenas faz o que eu te pedi, se queres ajudar-me…

- Ok… - disse o loiro sem expressão. Mal Line se aconchegara numa boa posição, caíra imediatamente no sono. Ele estava a juntar algumas peças do puzzle.

- É claro…! De que outra forma poderias conhecer o santo Potter? Aposto que ele está com algum plano para salvar o dia mais uma vez e…

Line grunhiu algo como “nhãum é ‘anto nhem ’alva o diã…”. Draco gargalhou. Só mesmo a Line para dar a entender que o cabeça-rachada não tinha complexo de herói… e talvez nem fosse apenas isso… Line sempre parecia saber mais do que os outros, embora nem sempre o demonstrasse. Será que ela se uniu a ele e ao bando para encontrar uma solução para aquele terrível problema? Bem, seria difícil com o Potter já tendo rotulado todos os Slytherins (graças à sua pessoa) como… bem, para ser civilizado, digamos que não muito boas pessoas. De certeza que ele não iria confiar numa Slytherin… ou iria?

Olhou para uma Line adormecida, pensativo. Se ela tivesse falado com ele… aí o caso mudaria de figura… aí de certeza (ou quase, já que ele ainda duvidava que existisse algo de minimamente inteligente e perspicaz naquela cabeça aluada) que ele iria confiar nela; ou pelo menos iria mantê-la debaixo de olho. Não, de certeza que confia nela plenamente… de que outra maneira é que ela o chamaria de ‘Harry’? Já tinha o mínimo de confiança com ela, isso era certo… mas… pela maneira como a amiga lhe tinha feito o pedido… até parecia que a ideia tinha… surgido dela!?

Era bem capaz… mas então… não seria a Granger a mente brilhante do grupo? Ou mesmo Dumbledore? Sim, não havia dúvida que sem o velho nada se fazia, principalmente tudo o que metia em risco a segurança do seu precioso protegido… ele tinha o nariz metido nisso de certeza; ainda para mais sendo Director… mas ultimamente andava com um ar meio desesperado, como se não encontrasse a solução para o problema… mas então…

Lembrou-se. E se o Potter fosse tal e qual como a Line num aspecto em particular? Sempre se apercebera que o Potter fazia tudo para salvar os amigos… Line sempre quis deixar os amigos fora de confusões, embora nem sempre isso acontecesse…

Bingo! O Potter está a fazer algo (finalmente!) sem os seus preciosos amiguinhos para não os comprometer… é claro que tem a ajuda do santo barbudo do Director, e a Line… não sei como, mas ela sabe de algo que mais ninguém sabe ou sequer desconfia… aposto que o Dumbledore não consegue entrar na mente dela… haha, é a minha menina! Estou orgulhoso dela… no entanto, algo o fez confiar nela para se aproximar do Potter, o que não imagino o que possa ser… e que ideia é que ela teve que mais ninguém conseguiu percepcionar? Preciso de falar com o meu pai, saber o que foi falado na última ‘reunião’.

Voltou a olhá-la. Ela dormia profundamente, agora. Draco depositou-lhe um beijo casto na testa, fazendo o mínimo de ruído para não acordar a amiga enquanto saía. Não conseguiu evitar pensar que Hermione ficaria surpreendida pela rapidez de raciocínio e a sua lógica inegável. Teve de fazer um esforço para que o pensamento se dirigisse para Line de novo.

Ele sabia que mais cedo ou mais tarde ela iria ter de lhe contar o plano; apenas não o fazia agora para o proteger. Tipicamente Line Nelini! Ah, e Potter também… por enquanto, ia fazer o que ela lhe pedira… só esperava que o pai não o conhecesse tão bem como poderia supor.

Draco estava tão embrenhado em pensamentos que não ouviu o ligeiro silvo de algo fino e pontiagudo a cortar o ar na sua direcção…


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Notas finais do capítulo

muahahahahaaa *risada maléfica*

eu sei, isto não se faz, e blábláblá... mas o que hei-de fazer?! é mais forte que eu! xD

até ao próximo cap!!!



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