Questão de Sorte escrita por Hakiny


Capítulo 7
O Cavalo


Notas iniciais do capítulo

Hoje vai ter 3 capitulos! Mais um porque eu tava devendo e o terceiro porque eu tenho leitores que gostam de ser indenizados por esperar demais hahahha
Boa leitura!



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— Não precisamos de mantimentos, Cat! — Ryu estava impaciente.

Os dois tomaram café com a família que os acolheu e logo em seguida saíram para a cidade. Ryu queria seguir viagem, mas Catherine se opôs.

— Eu preciso de chocolates! — A bruxa poderia ser facilmente confundida com um dependente químico.

— Não precisamos de chocolate. — Ryu tentou segurar o braço da garota, mas ela escapou com a destreza de um gato.

Ele a perderia de vista se um letreiro escrito “loja de doces" não brilhasse tanto ao longe.

Ele não teve tempo de chegar até a pequena loja, pois Catherine já estava saindo do estabelecimento com as mãos lotadas de sacolas.

Era incrível a facilidade que ela tinha em gastar dinheiro com coisas desnecessárias.

Os dois caminharam por algumas horas até chegarem a próxima cidade.

— Cat, espere aqui! Vou procurar um lugar barato para nos hospedarmos. — Ryu comunicou a companheira.

Catherine acenou positivamente com a cabeça, como uma criança obediente.

Ryu não precisou andar muito, uma estalagem muito próxima dali, possuía bons preços e uma estrutura razoável. Com um bom papo ele conseguiu negociar até o café da manhã.

— O que é isso? — Já de volta aonde havia deixado a bruxa, não podia acreditar no que estava diante dos seus olhos.

— Um cavalo oras… — Catherine acariciava a cabeça do animal — Ele se chama Tommy.

— Você comprou um cavalo? — O rapaz estava incrédulo.

— Sim! — Catherine estava saltitante — Eu pretendia comprar uma carroça também mas eu acabei gastando o resto do meu dinheiro com essa cela.

A cela a qual Catherine se referia era uma das mais luxuosas que Ryu já havia visto.

— O seu dinheiro acabou? — A expressão incrédula não saia do rosto do guerreiro.

— Quase. — Catherine retirou algumas moedas de uma bolsa que carregava consigo.

— Isso fica comigo! — Ryu arrancou as moedas da mão da garota

— EI! — A bruxa tentava recuperar o dinheiro do garoto, sem sucesso — Esse dinheiro é meu!

— Não, Catherine! — A voz de Ryu era tão forte quanto um trovão — Esse dinheiro é nosso!

— Do que você está falando? — A garota parecia não compreender as palavras do garoto.

— Eu compro comida para NÓS DOIS, eu acabei de pagar uma estalagem para que NÓS DOIS pudéssemos dormir e você vem agora com esse papo de seu dinheiro? — O garoto encarava a garota com tanta intensidade que ela recuou — Desde que saímos de Otium você só gasta dinheiro com doces e… Cavalo! Se quer trabalhar com essa individualidade eu te entrego o seu dinheiro, mas vai ter que se virar sozinha daqui em diante.

Catherine quis protestar, mas as palavras de Ryu eram tão reais que ela se sentiu envergonhada.

— Acho que estamos entendidos! — Ele concluiu antes de sair.

Em silêncio Catherine apenas seguiu o garoto até a hospedaria.

Aquele fim de tarde foi regado por chuva e trovões. Ryu e Catherine dividiam o mesmo quarto, mas a bruxa passou todo o tempo sem falar com ele.

Deitada em uma cama do lado oposto do quarto, ela passou as últimas horas olhando para a parede.

O humor do garoto piorou depois de ser obrigada a pagar por um local para o cavalo passar a noite por conta da chuva.

Na tentativa de afastar aqueles pensamentos, Ryu pegou a espada que havia ganhado de Ivan e passou algum tempo admirando-a.

“Escolha um objetivo e essa espada o perseguirá com a intensidade da sua vontade.”

A voz do homem ecoava em sua cabeça. Ele não se deu ao trabalho de perguntar o que aquilo significava, mas agora sentia uma certa curiosidade. O que aquela arma tinha de tão especial?

— Eu comprei o Tommy para carregar a minha bagagem. — Você passou tanto tempo reclamando disso… Eu só queria não ter que causar tantos problemas.

— Vocês causou problemas maiores do que me fazer carregar a sua bagagem. — A voz de Ryu era ríspida.

A noite terminou ali, sem mais nenhuma palavra.

O som de um barulho vindo de fora do quarto pôs fim ao sono do garoto.

Ele olhou lentamente para a janela e viu um sol mais forte que deveria. Olhou para o lado e viu os lençóis de Cat arrumados e sua cama vazia. Já eram 9 da manhã e ele dormiu mais do que esperava.

Correu para a recepção da estalagem em busca de informações sobre a garota desaparecida.

— Ela tomou café e saiu bem cedo com o cavalo. — O homem informou.

Ryu pensou na possibilidade de ela ter desistido da viagem e voltado para Otium, se sentiu culpado por ter sido tão duro no dia anterior. Mas as bagagens ainda estavam lá em cima, não combina com ela deixar as coisas para trás assim.

Mal havia organizado sua mente, quando ouviu um trotar de cavalos do lado de fora estalagem.

Correu para fora e como esperado se deparou com Catherine, mas muito diferente do que ele imaginava ela estava acompanhada por dois homens.

— Onde esteve? — Ryu a ajudou a descer do cavalo.

Em silêncio Catherine retirou de sua cela um saco cheio de moedas e entregou para Ryu.

Os dois homens fizeram o mesmo.

— Esse é o Rick e esse é o Bob! — Catherine segurou a mão dos dois novos amigos com um largo sorriso no rosto — Conheci eles na casa de jogos da cidade.

Ryu ficou completamente paralisado. Os homens de quem Catherine falava tinham facilmente o dobro do seu tamanho e seus rostos eram tão grosseiros que ele se sentiu intimidado.

— A Cat pagou minha fiança! — O tal Bob de manifestou.

— E ela também pagou o agiota que estava na minha cola. — O Rick acrescentou.

Os dois homens estamparam sorrisos largos em seus rostos enquanto se mostravam extremamente agradecidos a bruxa.

— Ah que isso! — Catherine demonstrava uma falsa modéstia — Não precisam agradecer! Obrigada por me acompanharem até aqui rapazes!

— Cuide bem dela, Ryu! — Bob deu um tapa de leve no ombro do garoto.

— E para de ser tão ranzinza! — O outro homem o encarou.

Ryu sentiu um frio na barriga, estava claro que Catherine havia desabafado com os novos amigos.

— Adeus rapazes! — Catherine acenou para os homens que já estavam longe — Não cometam mais crimes!

Depois de alguns segundos em silêncio, observando os companheiros sumirem de vista Catherine se virou para Ryu e comentou com um sorriso em seu rosto:

— Eles são uns amores né?

— Claro… Fofos… — Ryu ainda estava incrédulo.


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Notas finais do capítulo

Até daqui a pouco



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