Questão de Sorte escrita por Hakiny


Capítulo 53
Pesadelos


Notas iniciais do capítulo

Atrasada, porém presente uashauhshsa



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— Você está me dizendo que se eu dormir… — Catherine estava nervosa — … ele morre?

Marcos tinha uma expressão desconfortável em seu rosto. Ele queria dizer a Catherine que aquilo não duraria para sempre, que assim que o garoto se recuperasse, ela poderia descansar, mas diante da ineficácia de todos os seus remédios e tratamentos, não podia dizer tal mentira.

— Tem que ter um jeito… — Josh estava inconsolável — Ele não pode ter lutado tanto para morrer de uma forma tão ridícula!

— Josh… — Marcos tocou o ombro do rapaz — Não a deixe mais desmotivada…

Os olhos do caçador se voltaram para Catherine, a bruxa mantinha os olhos bem abertos, para não correr o risco de dormir.

Os dois rapazes então decidiram sair da sala e dar a bruxa a chance de se despedir.

— Eles são idiotas — Catherine fazia carinho no rosto enfaixado de Ryu — Eu vou ficar aqui acordada até você melhorar…

A bruxa não havia visto direito como o companheiro estava, o ataque de Claire o havia deixado coberto de fuligem, uma massa negra o cobria por inteiro e agora estava cheio de faixas por todo o corpo. Ela se perguntava como poderia estar a sua pele, com todas as queimaduras. Se perguntava se ele conseguiria ter uma vida feliz mesmo depois de tudo. Se ele ao menos poderia viver, depois de ter o azar de esbarrar na bruxa amaldiçoada.

A essa altura a ela já estava chorando.

Quando Catherine era criança, Ivan dizia que ela deveria ser uma boa menina, pois coisas boas acontecem a pessoas boas. Agora ela se perguntava o quão mau conseguiu ser para merecer toda essa desgraça.

— Está tudo bem Cat — A bruxa sentiu a mão de Ryu apertar a sua — Eu estou me sentindo melhor.

Um sorriso floresceu nos lábios da garota e ela abraçou o guardião com toda a sua força.

— Eu sabia que tudo ia dar certo… — A bruxa não conseguia conter as lágrimas de alívio.

— Catherine! — Uma voz distante a chamava.

— Josh? — A garota estava aturdida.

Um solavanco a fez abrir os olhos e encarar a imagem do caçador a segurando firme pelos braços.

— Deixe-a a dormir — Trevor também estava presente na sala — Mais cedo ou mais tarde isso vai acontecer.

— Eu concordo com ele, Josh. — Marcos estava abatido.

— Dê a ela ao menos o poder de escolher isso — Josh se defendia, ainda com a bruxa sob seu domínio.

Aos poucos a conversa revelava a Catherine que ela havia pegado no sono.

Uma olhada rápida para Ryu revelou seu estado precário e a orquídea vermelha se tornando lilás mais uma vez.

Gradativamente a imagem se tornava embaçada e Catherine era incapaz de conter o choro. Ela se afastou de Josh e se encolheu no canto da sala. Lá ela se deixou levar pelo total desespero, chorando alto o suficiente para preencher todo o casarão do Lorde das Trevas.

— Catherine… — Marcos se aproximou — Eu preparei um chá para você.

— Ele vai me manter acordada? — Ela não se deu ao trabalho de mostrar o rosto que estava enterrado entre seus joelhos.

— Ele vai te deixar mais calma — O bruxo estava receoso.

— Pessoas calmas adormecem, Marcos — Catherine estava ríspida.

Josh permaneceu em silêncio. Diante daquela situação ele estava quase tão inconsolável quanto Catherine. Sentia-se culpado por não estar do lado deles no momento necessário, sentia-se culpado por não cuidar bem de seus amigos.

— Esse maldito fedor de híbrido, não para de me incomodar! — Trevor tapava o nariz.

— Trevor! — Marcos se levantou com brutalidade — Isso lá é hora de fazer esses comentários arrogantes?

— Tire esse caçador daqui! — O Lorde das Trevas ordenou.

— Sério? — Josh estava incrédulo.

— Já chega! — Marcos estava profundamente irritado.

— Saia agora! — Com um estalar de dedos, Trevor fez com que Josh fosse engolido por um buraco negro.

— O que fez com ele? — Apesar de ainda estar com o rosto molhado e profundamente fragilizada, Catherine se impôs ao dono da casa.

Em silêncio, o bruxo impuro caminhava em direção a Ryu.

— TREVOR! — Marcos tentava impedir a aproximação do homem — O que vai fazer?

— Resolver isso — Trevor dizia categoricamente enquanto continuava sua caminhada.

Por mais que Catherine e Marcos tentassem alcançar o bruxo, eram engolidos e cuspidos por buracos negros, vez após vez.

Marcos conhecia o temperamento imprevisível de seu companheiro, mas não entendia porque ele se incomodava tanto com o moribundo.

Já diante do guardião ferido, Trevor analisava o corpo do paciente com cautela.

— NÃO MACHUCA ELE! — Catherine estava cada vez mais desesperada.

De repente um pedaço do teto acima da cabeça do Lorde se desprendeu, mas antes que pudesse atingir seu alvo, foi sugada por um buraco negro que surgiu em defesa do bruxo.

— Magia discreta, entretanto, fatal. — Trevor sussurrou.

Com um movimento rápido de dedos, o homem fez com que Ryu se virasse de bruços com brutalidade.

Os olhos dele mais uma vez analisaram o corpo do garoto, mas dessa vez ele se manifestou.

— Achei — Trevor sorriu e então começou a entoar uma magia.

Conforme a voz do bruxo crescia, uma luz azulada fluía de suas mãos e tomava o corpo do guardião.

— Ele está matando o Ryu? — Catherine estava desesperançosa.

— Eu não acho… — Marcos estava um pouco perdido — Se ele quisesse matar o seu amigo, já teria feito. Ele está fazendo uma magia grande. Talvez essa seja algo a nosso favor...

Aquelas palavras, transformaram o terror de Catherine em esperança.

De repente, as ataduras que protegiam os ferimentos de Ryu se desintegraram, revelando a pele queimada. No ato seguinte, um símbolo brilhante foi se formando nas costas do guardião. Nem Catherine, nem Marcos conheciam aquele símbolo, mas Trevor sabia exatamente do que se tratava.

No ápice do feitiço, a energia que fluía das mãos de Trevor e que preenchia toda a sala, foi absorvida pela marca nas costas do rapaz. Quando a energia foi completamente tomada, a marca desapareceu.

— Ufah! — Trevor respirou fundo — Quem fez isso não tem menos de 200 anos.

— Isso… o que exatamente? — Marcos se aproximou, agora sem mais impedimentos.

— É um selo… — Trevor alongava as costas — Muito bem feito, diga-se de passagem. Quem fez isso não queria que ninguém desconfiasse do potencial desse garoto.

— Por que alguém colocaria um selo tão poderoso em um humano? — Marcos estava intrigado.

— Humano? — O dono da casa deu uma risada pretensiosa — Vamos, sinta o aroma no ar…

Marcos manteve uma expressão confusa em seu rosto.

— Não sente esse cheiro?

— Não.

— Se esforce… — Trevor encarava o companheiro.

— Não está tentando comparar a nossa sensibilidade a magia não é? — Marcos deu de ombros — Vou chutar que ele é um bruxo!

Catherine ouvia a tudo com um semblante apreensivo.

— Quase… — Trevor deu um sorriso discreto.

— UM HÍBRIDO! — O bruxo estava em choque — Esse garoto também foi vítima das experiências do Minus?

— Naah! — Trevor tinha um tom de desprezo diante da dedução do companheiro — Faz um tempo que eu percebo o enfraquecimento na Barreira de Cione… Apesar de se manter firme por tantos séculos, ela finalmente está dando sinais de queda. Não é mais tão difícil encontrar um híbrido como era há 20 anos atrás.

— O que é essa barreira? — Catherine se aproximou dos dois.

— Ah por favor! — Trevor se mostrava indignado — Como não pode saber sobre isso? Você tem quantos anos? 50?

— Na verdade eu tenho 18… — Catherine olhava com estranhamento para o bruxo.

— Ah isso explica muito — O lorde franziu a testa.

— De acordo com os registros históricos, A Barreira de Cione foi erguida há 500 anos por bruxas muito poderosas — Marcos explicava de forma paciente — Ela têm a função de proteger a sociedade das bruxas do nascimento dos híbridos e também é responsável por manter as bruxas impuras no desconhecido.

— Então é por isso que bruxas e humanos não podem ter filhos? — Catherine estava surpresa — Mas… que mal um híbrido pode fazer a uma bruxa? Quer dizer, a ponto de criarem uma barreira tão poderosa para impedir que eles nasçam.

— Sinceramente, não sei ao certo, Josh foi o primeiro híbrido que vi em toda a minha vida e ele não parece grande coisa — Marcos deu de ombros — Mas se bruxas muito mais poderosas do que eu os temem, quem sou eu para questionar.

— Então a mesma barreira que separa o desconhecido do resto do continente, controla a natalidade dos híbridos… — Catherine estava pensativa — Que magia poderosa.

— Na verdade — Trevor corrigia seu companheiro —,  a Barreira de Cione foi criada há mais de 800 anos para impedir que Ela se liberte e alcance nossa dimensão — ele tinha um tom sinistro em sua voz — Posteriormente ela foi modificada e expandida para novas funções.

— Ela? — Catherine estava curiosa.

— Não começa com isso, Trevor… — Marcos levava a mão ao rosto.

— EU TINHA REGISTROS HISTÓRICOS QUE COMPROVAM A EXISTÊNCIA DELA! — Trevor estava revoltado — A mansão da minha família tinha uma cópia de todos os documentos presentes nos 7 santuários!

— Quem é “ela”? — Catherine demonstrava impaciência.

— Um conto de fadas que as bruxas antigas contavam para assustar as crianças mal criadas — Marcos respondia de forma simplista.

— Ela é a uma bruxa imortal… — Trevor encarou Catherine — Que vendeu a alma para os demônios em busca de mais poder.

— Bruxas imortais não existem! Assim como demônios! — Marcos se irritava — Existem bruxas que buscam a imortalidade e por conta disso se dispõe a sacrificar vidas inocentes. Seu amigo, Vincent Chermont, é um ótimo exemplo disso…

A feição de Trevor se fechou ao ouvir tal heresia. Preferia a morte a ser amigo de um ser asqueroso como o tal conde.

— Não que eu discorde de seus sentimentos… — Catherine estava curiosa — Mas por que odeia tanto o Conde Vincent?

— Esse desgraçado tem culpa por boa parte da minha fama por aí — O bruxo tinha uma expressão carrancuda — Há algumas décadas, antes mesmo de Vincent Chermont ser inventado, Valentin Lafaiete sequestrava e matava crianças em diversas aldeias da região, depois implatava falsas memórias na mente dos moradores, os levando a crer que eu é quem fazia aquelas barbáries…

— Isso trouxe inúmeros problemas para nós e também aumentou o ódio das pessoas por bruxos impuros — Marcos completou.

O semblante de Trevor se abateu por completo e sem dizer mas nenhuma palavra, ele se retirou do cômodo.

— Lorde Trevor! — Catherine correu ao encontro do bruxo — Você esqueceu de uma coisa…

— O que? — O bruxo tinha uma expressão indiferente em seu rosto.

— O meu amigo… — A garota estava receosa — Você não o matou… né?

— Ah! — O homem estapeou o próprio rosto como quem havia se lembrado de uma torta no forno. Em seguida estalou os dedos e um buraco negro surgiu no teto, logo depois Josh despencou no chão violentamente.

— Desgraçado! — Josh se levantou com um salto — Para que maldito inferno você me enviou?

— Para uma dimensão que eu criei para meditar — Trevor explicava — Senti-se mais relaxado?

— EU VOU MATAR VOCÊ! — Josh tinha fúria em sua voz.

— E há quem diz que meditar é bom para todo mundo… — Trevor dizia com descaso enquanto se retirava da sala.

— Josh! — Catherine segurou firme o braço do companheiro e o arrastou até o quarto onde Ryu estava — Ele vai melhorar!

A bruxa saltitava como uma criança.

— Como? — O caçador estava incrédulo.

— O Trevor o salvou… — Catherine estava empolgada — Ele é um bruxo tão poderoso! Espero um dia conseguir ser tão forte assim!

A expressão desconfiada de Josh foi substituída por alívio. Em parte pela recuperação do amigo que temia perder, em parte pela animação de Catherine, com quem estava bastante preocupado.

— Parece um bom momento para você descansar — Josh sorriu para a garota — Pode deixar que eu cuido dele!

Catherine assentiu positivamente com a cabeça, beijou a testa de Ryu e em seguida correu em direção as escadas.

Da primeira vez que havia tentado dormir, não havia se preocupado em sequer trocar de roupas, mas talvez o alívio que havia conseguido com a melhora de Ryu, a fez se sentir digna de um banho.

Enquanto se livrava da roupa suja, admirava um dos banheiros da mansão. O bom gosto de Trevor era inquestionável, no entanto, faltava um pouco de atualidade em sua decoração. Mas não podia se esperar muito de alguém que vivia recluso há tantos anos. No momento que ligou o chuveiro, Catherine sorriu ao sentir as gotas quentes tocarem a sua pele.

“Antigo, mas não pré-histórico” pensou.

A mármore alva abaixo de seus pés se tornava escura, conforme a água lavava todas as impurezas que a floresta negra havia deixado em seu corpo. Ao acariciar o rosto, percebeu que não havia sinal de dor ou de lesão em sua testa, sua rápida regeneração estava mais afiada do que nunca. Estava feliz que Ryu agora também poderia contar com essa vantagem, talvez isso o impedisse de ficar tão perto da morte novamente.

Catherine suspirou, gostaria que Ryu não precisasse dessa vantagem. Por que ele sempre precisava estar em constante perigo?

A essa altura, Catherine observava a sua imagem refletida no espelho. Uma pequena cicatriz no ombro a fazia lembrar de quando foi ferida por Ryu. Por mais que aquilo o dilacerasse, ela jamais o culpou, como poderia culpar alguém que estaria disposto a dar a própria vida para salvá-la. Ela também queria ser capaz de protegê-lo

Já no quarto que havia sido disponibilizado para ela, a única roupa disponível era um pijama masculino. Não poderia ser considerado o traje mais elegante que já havia visto, mas certamente estava entre os mais confortáveis.

Deitada, Catherine se aconchegava debaixo dos lençóis. O colchão era macio, os tecidos eram delicados mas nada parecia suficiente para permitir a ela uma boa noite de sono.

— Não é novidade para ninguém que amar uma bruxa é a perdição de um homem.

As palavras de Hector pareciam sussurrar no seu ouvido.

Será que o Ryu realmente a amava? Ela gostaria de acreditar nisso. Gostaria de poder estar feliz com isso. Mas sabia que isso seria um pesadelo… seria, para ele, a sua própria perdição.

Em Tandem, a cidade que possuía o santuário em sua fronteira, Lya era atormentada por pesadelos.

Seus pesadelos eram na verdade, lembranças da época em que vivia com os rebeldes que se opunham ao governo de Otium. Um enorme grupo de humanos que lutavam para derrubar aquele governo de bruxas e erguer um chefiado por humanos. Eles acreditavam que a forma de vida que os humanos levavam era deplorável, em contrapartida, os bruxos viviam um cotidiano luxuoso. Em teoria, a luta era nobre e por muito tempo se manteve assim, mas em um determinado momento da história, diante de seguidos fracassos, os rebeldes passaram a esquecer completamente de seus princípios. Crianças bruxas eram sequestradas de seus lares, posteriormente eram treinadas e induzidas a lutarem contra o governo. Muitas eram usadas em atentados terroristas, como foi o caso da pequena Lya.

Há 13 anos atrás depois de fugir do centro da cidade, onde era esperado que ela fizesse seu primeiro atentado com vítimas, uma garota raquítica e de expressão abatida caminhava desconfiadamente pelo salão de uma enorme igreja. Ela jamais havia estado dentro de uma, mas havia ouvido falar que era para aquele lugar que as pessoas iam quando perdiam as esperanças., quando estavam desesperadas, ou quando queriam perdão por suas transgressões. Naquele momento, ela tinha em si todos esses sentimentos e anseios.

O local estava vazio, o que era normal naquele horário, isso deixou a garota mais confortável para fazer a sua prece.

Ela então se acomodou em um banco e iniciou suas orações. Pediu perdão por aquilo que não foi capaz de fazer, pediu perdão por cogitar a ideia de fazê-lo, pediu uma saída para aquela situação, pediu para que nunca precisasse machucar pessoas inocentes.

— Então você é a tal bruxa explosiva que anda colocando medo na monarquia — Um garoto alto, bem vestido e extremamente branco surgiu de trás de uma cortina vermelha que ornamentava o local — Achei que fosse ao menos mais alta ou mais velha.

Lya estampou em seu rosto uma expressão de pânico. De onde aquele estranho havia tirado aquela informação? Havia “terrorista” estampado em sua testa?

— Eu sou telepata.

Naquele momento, Lya abriu seus olhos lentamente e viu a imagem de Kai a encarando. Era o que ele sempre fazia quando ela era atormentada por pesadelos, invadia a sua mente e depositava lembranças do dia em que eles se conheceram, o último dia em que foi obrigada a ser quem não era.

— Sente-se bem? — O bruxo perguntou.

— Não é sua função monitorar meu sono. — Lya estava um pouco envergonhada.

— De fato — Kai deu de ombros — Mas como eu não consigo dormir, não me custa nada.

— É muita prepotência acreditar que o dia que eu te conheci é a melhor lembrança para pôr fim aos meus pesadelos — Lya se levantou da cama e caminhou até uma pequena copa próximo dali.

— Eu dou a você o que tenho a oferecer — Kai sorriu — E esse foi melhor dia da minha vida.

Lya engasgou com o chá que estava tomando. Mesmo já estando casados há tanto tempo, ela ainda se surpreendia com as manifestações de afeto de Kai.

— Por que não consegue dormir? — A bruxa desconversou.

— Também tenho tido pesadelos — Kai suspirou — Mas diferente de você, que sofre pelo que podia ter feito, eu sonho com as coisas que eu fiz. Com todas as pessoas que eu torturei e as que matei.


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Notas finais do capítulo

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A vida ta corrida, mas amo estar aqui ♥



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