September Song escrita por wizardry


Capítulo 8
Too blind to see what's really here


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, semana que vem não vai ter capítulo! Sorry!
Estou meio ocupada essa semana, mas vou dar meu máximo pra conseguir postar logo.



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Scorpius passou o jantar me provocando e eu deveria estar espantada com a habilidade dele fazer isto sem que qualquer pessoa percebesse. Talvez Albus fosse o único ali que entendia o que cada palavra que saia da boca daquele garoto significava, afinal eles eram melhores amigos, mas meu primo estava tão acostumado a nos ver prestes a destruir um ao outro com palavras muito piores que não dava mais atenção e, geralmente, saia nos deixando com nossos problemas.

"Eu vou ver se..." Como sempre, meu primo buscava uma desculpa para sair de nossa presença.

Outra vez, Albus fugiu e não conseguimos impedi-lo. Nosso pratos estavam cheios e vovó só iria permitir que saíssemos quando eles estivessem vazios.

"A comida da sua avó é maravilhosa." Scorpius comentou de maneira gentil.

"Ah, como se..." Eu estava prestes a arrumar outra briga quando percebi que não era por maldade que ele dizia aquilo. Na verdade, Scorpius estava se deliciando com a comida e até mesmo lambia os dedos após colocar o frango de volta no prato. "É óbvio, Malfoy. Se não fosse, não iria estar a familia toda jantando aqui."

"Agora entendo o porquê do seu peso."

"É, eu sabia que estava demorando muito para começar..."

Minha tristeza fez com que ele risse deliciado. Era como se ele amasse me ver brava, soltando palavras rudes aos quatro ventos. Porém, dessa vez, uma atitude diferente fez com que meu cérebro parasse de pensar e meu coração desesperado começasse a bombear mais sangue para oxigena-lo.

"Quer que eu pare, Weasley?" Perguntou baixo, próximo a meu rosto, como se estivéssemos compartilhando um segredo.

Tudo o que eu queria era responder que sim, mas desde quando eu pedia para que ele parasse de me perturbar? Algo dentro de mim amava aquele jeito irritante. No entanto, eu ainda precisava ir contra minha vontade e... Uma mão quente pousou sobre meu joelho. Agradeci mentalmente por ter colocado calça porque eu desmancharia se aquilo fosse sobre minha pele.

"Eu..."

"O que você quer?" Prosseguiu a provocação, subindo sua mão um pouco mais.

"Tire. Suas. Patas. Nojentas. De. Mim." Cada palavra saia com dificuldade e entre elas uma pausa para formular a que viria a seguir. Falar com ele tão próximo era difícil e, apesar de nunca termos nos tocado desta forma, eu sempre soube disso. Nossas brigas sempre terminavam com rostos vermelhos de raiva tão próximos que tudo que eu conseguia pensar depois era o quanto queria que ele tivesse me beijado.

Antes que ele pudesse ousar outra coisa, tomei a liberdade de retirar a mão dele de mim e me inclinei com um sorriso no rosto, simulando uma risada. "Eu não sou uma das suas vadias, ok? E isso se chama assédio." Sussurrei.

Levantei da mesa com fogo saindo de meus olhos. Como ele podia pensar que podia simplesmente colocar as mãos sobre mim como se fossemos íntimos? Não éramos assim e jamais conseguiríamos ser algo mais dos inimigos. Brigávamos o tempo todo, discordávamos até quando sabíamos que a opinião do outro estava certa... Nunca encostávamos um no outro, principalmente se fosse para... Bom, você sabe. Aquilo estava completamente errado.

Vovó protestou com a minha fuga repentina da mesa, porém dessa vez eu iria ignorar. Corri para o banheiro. Precisava me recompor. Eu estava vermelha e assustada. Será que Scorpius havia bebido com meus primos? Não, ele não faria o que fez nem se estivesse bêbado. Joguei água em meu rosto, uma ou duas vezes, e respirei fundo. Minha mente estava tentando me pregar uma peça, me fazendo acreditar que as coisas que eu imaginava em minha mente antes de dormir estavam se tornando reais.

Tudo bem, repeti mentalmente, o mundo ainda é o mesmo. Era óbvio que Scorpius ainda me odiava e eu deveria sentir o mesmo por ele. Um verão juntos não iria mudar o que sentíamos um pelo outro. Eu poderia simplesmente sair daquele banheiro e agir como se nada tivesse acontecido. Scorose, como diriam minhas primas, não era real.

Apenas vinte minutos depois consegui me controlar, mas ainda haviam borboletas em meu estômago e não em um bom sentido. Estar com borboletas no estômago era na verdade uma coisa horrível, constrangedora e desconfortável. Basta fechar os olhos e imaginar. Não é muito melhor do que vomitar lesmas.

Respirei fundo. Não era eu a garota do coração de leão? Então eu iria levantar a cabeça e...

"Rosie!" Lucy me chamou no andar de cima no momento em que me coloquei para fora do banheiro. "Você precisa ver isso."

Nada do que Lucy me mostrou era realmente importante. Eram apenas teorias mirabolantes daquela mente imaginativa que ela tinha. Sendo assim, sentamos no quarto vazio com três livros abertos e tentando compreender coisas que nem mesmo Dumbledore seria capaz. Naquele momento, fiz meu casulo – talvez até literalmente, visto que me enrolei em um cobertor de modo que apenas meu rosto ficava de fora – e mergulhei naquele mundo que minha prima me convidava a visitar, mas não gostaria de estar ali.

Algumas horas depois, mamãe bateu na porta a minha procura.

"Rosie, você vai conosco?" Perguntou com aquela aparência cansada de quem havia trabalhado intensamente durante o dia. "Seu pai já esta roncando na poltrona do vovô"

Eu estava sendo tentada naquele momento. Poderia ir embora, me livrar de Scorpius e todos problemas que poderia ter... No entanto, eu neguei.

"Prometi a Lucy que não iria deixar ela sozinha até Louis voltar..." E como todo Weasley, eu estava disposta a cumprir minha promessa, mesmo que isso pudesse esgotar minha paciência.

"Está bem." Mamãe sorriu. Eu amava aquele sorriso. Era ainda melhor que o beijo de boa noite, aquele que veio logo em seguida, quando ela se aproximou com cuidado para não pisar na bagunça que havíamos feito e depositou um beijo em minha testa. "Se cuide, ok? E não deixe o Malfoy te aborrecer."

"Você está falando como o papai agora." Comentei, fazendo com que ela risse.

"Alguém precisa fazer o trabalho dele quando ele está parecendo um porco na sala." Dessa vez, eu quem estava rindo.

 


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