Operação Spemily escrita por Leonardo Alexandre


Capítulo 18
Capítulo 18 - Fogo


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores...
Como foi o começo de semana de vcs? Espero que bom.
Enfim, boa leitura...



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Ezra se levantou do sofá e caminhou a passos pesados em direção à geladeira para apanhar uma cerveja antes de caminhar até a janela a tempo de ver Aria abrir a porta do carro enquanto discava no celular um número que parecia já conhecer de cor. Antes de ir embora, ela ainda ficou cerca de dois ou três minutos conversando com alguém.

O professor bebeu metade do líquido cor âmbar da garrafa de vidro em um único gole e se jogou de volta no sofá, pegou seu celular em cima da mesinha de centro e procurou na agenda um contato salvo há pouco tempo.

“Boa noite, senhor. Pode falar.” — O detetive particular não demorou nem dois toques para atender.

“Ela tá em casa?” — E

“Sim, senhor. Nada de muito interessante até agora.” — Dt

“Tá. Me liga se acontecer alguma coisa. Qualquer que seja.” — Ezra não esperou uma resposta, encerrou a ligação, engoliu o restante da cerveja e largou a garrafa ao lado do sofá, onde se afundou mais no estofado, com uma expressão de raiva presa no rosto.

O detetive já estava sentado há horas no banco do motorista de seu carro com vidros fumê. Desde que estacionara ali ainda com o sol banhando o céu, não houvera movimentação alguma na rua além da saída e chegada da outra adolescente que morava na mesma casa que a garota que deveria vigiar. O tédio o estava consumindo por completo enquanto chegava à metade de seu pacote de batatinhas chips.

Então finalmente a noite ganhou algo de diferente. Uma garota de cabelo preto parou com seu veículo em frente à residência e buzinou. Nem um minuto inteiro foi necessário até a loira surgir, vestindo roupas provocantes que deixavam o corpo que já era quase perfeito por si só ainda mais atrativo.

Imediatamente o detetive ligou para seu “chefe”.

“Senhor, ela está saindo agora com uma morena baixinha. Eu vou começar a segui-las. Com o máximo de discrição, é claro.” – Dt

“Ótimo. Tire fotos. E me mantenha informado.” — E

“Sim senhor.” – Dt

(...)

Depois de rodar por bastante tempo, Hanna admitiu para si mesma que não fazia ideia de que caminho era aquele, então, após um leve suspiro, decidiu perguntar de uma vez. — Pra onde vamos mesmo?

— Pra uma boate. — Respondeu Aria desviando a atenção da estrada por um instante para lançar um sorriso a ela.

— E precisava ser uma boate tão longe? — Replicou arqueando uma sobrancelha.

— É uma boate LGBT. — Explicou enquanto virava para a esquerda. — Tem bastante barzinho LGBT, mas boate só essa em Rosewood.

— Como você sabe disso? — Questionou Hanna com uma expressão confusa.

— Eu procurei. — Respondeu balançando os ombros como se não fosse nada de mais.

— Por quê?

— Porque, Hanna, nós moramos em uma cidade muito pequena. — Aria aproveitou o pouco movimento na rua e olhou para Hanna. — Se não sairmos pros lugares certos, vão ficar encarando a gente com cara de bunda, você sabe disso. Eu só quero poder curtir uma noite de boa com a loirinha mais gostosa de Rosewood sem precisar me preocupar com nada e nem ninguém. Tá a fim?

Vamo nessa. — Hanna sorriu e se inclinou para dar um selinho rápido na morena mais gostosa de Rosewood, em seguida deixando o silêncio agradável tomar conta do veículo mais uma vez pelos próximos cinco ou seis minutos que a viagem durou.

O lugar era bem maior do que Marin estava esperando e tinha uma decoração incrível, realmente muito bonita em diversos tons de roxo e lilás. Porém não teve tempo de reparar nos detalhes, já que assim que entrou, Montgomery a puxou para a pista de dança.

A noite começou normal, mas depois dos primeiros drinks as garotas já se soltaram o bastante para arriscar as coreografias de músicas da Lady Gaga, Rihanna e Tove Lo junto com os rapazes aninamos e super extrovertidos ali.

Algumas horas (e várias bebidas) depois, nenhuma das duas se lembrava do significado da palavra “inibição” ou da palavra “pudor”. Por isso, quando a batida sensual de Dance For You começou a soar na boate, Aria não teve um pingo de vergonha de virar Hanna de costas e colar o corpo dela ao seu, segurando-a com firmeza pelos quadris e fazendo-a rebolar ao ritmo ditado pela voz de Beyoncé enquanto beijava-lhe o pescoço devagar.

— Loving you is really all that's on my mind And I can't help but to think about it day and night I wanna make that body rock Sit back and watch. — Cantou com os lábios quase colados ao ouvido dela, deixando-a completamente arrepiada.

Marin jamais havia sentido nada tão intenso quanto o desejo de beijar Montgomery naquele momento. Não houve espaço entre pensamento e ação, quando percebeu seus dedos já estavam embrenhados nos cabelos negros e, ainda de costas, devorava aqueles lábios com um sabor doce e alcoólico no beijo mais indecente de sua vida.

E era bom. Céus, como era!

Nenhuma das duas sabia ao certo como foram parar no carro, só que estavam lá, no banco de trás. Hanna vestia apenas o sutiã na parte superior do corpo e havia um par de mãos pequenas e macias descendo por seu abdômen com a intenção de encontrar o botão de seu shortinho jeans.

Só neste momento, um raio de sanidade perpassou sua mente embriagada. — Calma! Não tira ainda.

— O que foi? — Aria parou de imediato, franzindo o cenho em confusão.

— É que... Nós nunca fizemos isso antes. — Se já não estivesse vermelha pelo esforço, Hanna ficaria vermelha de vergonha. —Quer mesmo isso? Ou só tá bêbada demais?

— Que pergunta, hein loirinha? É claro que eu to a fim mesmo! Faz dias que não paro de pensar em você. Nua com a pele se arrepiando ao meu toque. — Aria respondeu mordendo o lábio inferior. — Ah, como eu quero isso! Estar bêbada só me dá a coragem que preciso pra tornar o meu desejo ardente real. E tira a minha paciência pra dirigir até um hotel. Eu preciso te sentir agora.

Aquelas simples palavras fizeram Hanna sentir um pulsar mais forte entre suas pernas e o impulso de puxar Aria para recomeçar o beijo foi incontrolável.

(...)

Já passava do meio dia quando o detetive particular entrou no barzinho xexelento de beira de estrada sujo, fedorento, muitíssimo mal frequentado e, principalmente, longe de qualquer pessoa importante que pudesse vê-lo com seu cliente.

— Bom dia, senhor. — Cumprimentou seu “chefe” ao encontrá-lo em uma das mesas mais discretas dali, mesmo sabendo que uma resposta grosseira era bem provável.

— Oi. — Ezra respondeu, seco. — O que tem pra mim?

— Certo, senhor. — O detetive sorriu sentando de frente para ele, e tirou um envelope de dentro da valise preta que trazia consigo. — Essas foram as fotos que eu consegui tirar essa madrugada.

Depois de rasgar o papel amarelo claro, o professor começou a analisar as fotografias, com um xingamento diferente para cada uma. — Vadia. Pistoleira. Cadela. Piranha. Puta. Vaca. Vagabunda. Meretriz. Sapatão asquerosa. Desgraçada.

Estar acostumado com aquele tipo de reação fazia com que o detetive continuasse a agir com bastante calma e frieza, como se nada de mais estivesse acontecendo. — Já passava das seis e meia quando as adolescentes finalmente pegaram no sono depois de muito gastar energia. Foi quando saí e revelei o filme.

— Essa vadia de merda vai me pagar. — Ezra murmurou entredentes, ainda olhando as fotos com as narinas inflando de ódio.

— Ela lhe pagar não me interessa. O senhor queria provas. Elas estão aí. Agora o meu pagamento. — Respondeu, por fim fechando sua valise.

Ezra puxou a carteira do bolso, pegou as notas e jogou-as em cima da mesa com força, em seguida levantou e saiu dali pisando duro. O detetive não se importou. Seu trabalho estava bem feito.


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Notas finais do capítulo

Eita, eita! Parece que temos dois tipos de fogo por aqui...
Jessica tem razão, hein? Aria tá se saindo uma garota de muita atitude Kkkkkkkkkkkk *aquela carinha*
Vejo vcs amanhã...
xoxo
Atenciosamente, Leonardo A. Guedes.



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