Perdido em outro mundo escrita por Lilian T


Capítulo 17
O Primeiro-Ministro


Notas iniciais do capítulo

Olá de novo.
E aqui estamos nós para mais um capítulo na sequência da fanfic.
Quer saber o que vai acontecer?
Ora, então é só ler o texto aí em baixo!
Boa leitura.



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Harry Potter estava parado junto à porta traseira do camburão, diante da residência do Primeiro-Ministro.

Os oficiais Markov e Campbell o ladeavam, mantendo-o sob sua vigilância, enquanto Turner permanecia junto a retrovisor do motorista, observando Seu colega, o oficial Statham falar com um guarda da entrada.

O garoto desviou o olhar dos policiais e contemplou a casa do ministro.

As paredes azuis e os detalhes brancos das janelas fechadas eram exatamente iguais as que existiam em seu mundo, ainda que parecessem mais desgastadas e um tanto quanto sujas. E mesmo que grandes rachaduras fossem evidentes aqui e ali em sua fachada, era quase inacreditável saber que a antiga mansão aguentara tantos ataques aéreos durante tantos anos de guerra.

Harry se lembrou de ter lido sobre o prédio em um dos livros de história enquanto ainda estava na casa dos Parker, em Windshill.

Depois da destruição do Palácio de Buckingham, após o fim da monarquia em 1834, aquele era o aquele era um dos edifícios mais notórios de Londres, senão o mais importante.

Assim como acontecia em seu próprio universo, aquela não era apenas uma casa, mas também a principal sede do poder administrativo do país. Em seu interior, o Primeiro-Ministro realizava a maioria de suas reuniões particulares e, portanto, todas as suas decisões importantes eram tomadas naquele lugar.

Seus pensamentos retomaram para a rua, quando percebeu que Statham fazia sinal para Turner.

O oficial deu um aceno positivo com a cabeça e logo depois, foi até Harry e o agarrou pelo colarinho, impelindo-o para frente, com um puxão.

O garoto acompanhou-o em direção a entrada da mansão e galgavam os degraus acima até a porta de madeira escura. Atravessaram-na sob o olhar vigilante do guarda e avançaram pelo hall.

Enquanto caminhavam para o interior da mansão, um homem surgiu de uma portas ao lado, vindo de um saguão e juntou-se aos três. Harry piscou, pois sabia bem quem era.

Tratava-se de um homem muito semelhante à um Comensal da Morte chamado Avery.

— Hughes...

— Que bom que chegou, Statham — disse ele, avançado ao lado do Inquisidor, sem muita emoção. — Ele está em reunião, mas está quase terminando. Vou levá-los até o gabinete em que devem aguardar. Sigam-me...

Ele tomou a dianteira e Statham o acompanhou. Harry sentiu Turner empurrar suas costas, apressando-o e apertou o passo. Hughes guiou-os até a escadaria, a qual subiram andar acima com passos decididos e apressados. Tomaram o rumo de um corredor em direção a ala norte da mansão, em falar entre si.

Harry ouviu o som de uma conversa, em algum cômodo não muito distante.

Apurou os ouvidos e descobriu que era vinda de uma porta mais à frente, logo à direita, que dava para outra sala particular. Estava aberta quando passaram por ela.

— Acredito que margem de lucro será superior ao trimestre passado...

O garoto achou uma das vozes familiar e olhou de relance para dentro.

Havia algumas pessoas dentro da sala, apenas duas delas estavam dentro de seu campo de visão. Todavia, o vislumbre delas foi o suficiente para fazer Harry estacar.

Mal pode acreditar que também estavam ali.

De pé, segurando uma xícara de chá e falando para o grupo, havia um homem elegante idêntico à Lúcio Malfoy.

Harry parou diante da porta, encarando-o com a boca aberta por um instante suficiente para que ele notasse sua presença ali. O duplo do Sr. Malfoy parou de falar e fitou-o com um ar superior.

Um membro do grupo, que estava sentado em uma cadeira no lado oposto da sala, levantou-se para espiar o quem interrompera conversa, fazendo o queixo de Harry cair ainda mais ao ver quem era: Belatriz Lestrange — ou pelo menos uma mulher exatamente igual à ela, ainda que suas feições não tivessem a mesma loucura que a prisão de Azkaban dera ao rosto da Comensal.

Eles o encararam friamente um segundo, antes que Turner desse uma estocada dolorosa as costas de Harry, obrigando-o a se afastar dali.

— Vamos — ordenou, fazendo com que o garoto alcançasse novamente a dupla a frente.

Harry seguiu adiante, com a cabeça baixa e os olhos fixos no chão.

A cada passo que dava, sua cabeça parecia produzir um zumbido incomodo.

Snape, Dolohov e Rookwood... Travers, Avery, Lúcio e Belatriz...

Desde que fora preso, o garoto encontrara com cópias de meia dúzia de Comensais da Morte. Os rostos deles repetiam-se sem cessar em sua mente e as palavras do Prof. Dumberton de repente o invadiram com um peso esmagador:

"Em uma realidade com versões idênticas as que estão em seu mundo é natural que as mesmas pessoas convivam umas com as outras..."

Harry sentia as pernas estremecerem conforme seguia pelo corredor. A súbita compreensão do que o aguardava deixava-o aflito.

Eles chegaram ao gabinete, um cômodo elegante e organizado, decorado com móveis e quadros antigos, relíquias de tempos há muito passados.

Turner fez Harry se sentar em uma cadeira em frente à mesa do escritório, mas tanto ele quanto Statham esperaram de pé, logo atrás dele, em uma postura firme e digna. Mal parecia que um deles havia torturado um adolescente poucas horas antes.

Assim que se acomodaram, Hughes os deixou, fechando a porta atrás de si ao sair.

Harry ficou encarando a madeira lustrosa da mesa enquanto aguardava, a boca seca e as mãos suando enquanto apertava o tecido grosso da calça.

A espera pareceu imensamente longa, ainda que apenas alguns minutos tivessem transcorrido desde que se sentara ali. E quando, por fim, a porta se abriu novamente, ele respirou fundo reunindo toda sua coragem.

— Primeiro-Ministro.

— Senhor...

— À vontade oficiais — respondeu uma voz masculina.

O Primeiro-Ministro atravessou a sala em direção a cadeira de espaldar do lado oposto da mesa e assim que em fim se posicionou diante de dele, Harry ergueu os olhos lentamente e fitou seu rosto.

De todas as pessoas que havia se deparado naquele mundo até o momento, a visão daquele homem foi a única dentre todas que não o espantou, pois o garoto já suspeitava que estaria ali. Esperava encontrá-lo. A presença de seus servos o denunciara.

Voldemort não exibia a máscara disforme que se tornara seu rosto depois de anos de Magia Negra. Ao contrário, preservava o rosto bonito e carismático de Tom Riddle, agora um adulto e a figura mais importante e influente do país.

Sua face não era de encovada como um crânio, nem sua pele tinha o tom branco de giz. Seu nariz não eram apenas duas fendas como as de uma cobra e suas pupilas não eram traços verticais. Suas feições eram simétricas e bem feitas, com um ar saudavelmente pálido e o porte de quem fora um atleta na juventude.

Era o que Voldemort deveria ter se tornado: uma duplicata perfeita do próprio pai.

Ele sustentou o olhar do garoto por um instante. Em seguida, sorriu-lhe de forma amigável.

— Então você deve ser o jovem Harry — disse ele, sua voz educadamente baixa e clara, muito diferente do tom agudo e frio que o garoto conhecia tão bem. — Sou o Primeiro-Ministro, Thomas Ryder.

O garoto se aprumou na cadeira.

— Eu sei quem é.

— E sabe porquê está aqui, Sr. Parker? Ou seria Sr. Potter?

Harry permaneceu em silêncio.

O Primeiro-Ministro fez uma pausa curta para dar-lhe a chance de responder e continuou:

— Eu mandei trazê-lo porque ouvi relatos muito interessantes à seu respeito, senhor...

—... Potter.

Harry hesitou um instante antes de responder, mas decidiu que devia usar seu verdadeiro sobrenome. Não queria envolver mais os Parker naquela loucura.

— Potter — repetiu ele, recostando-se em sua cadeira, com um sorriso simpático.

Harry remexeu os dedos enfaixados de forma inquieta sobre o tecido calça.

Já havia se dado conta de que as pessoas naquela realidade tinham o mesmo caráter daquelas que viviam em seu próprio mundo.

E ele conhecia bem Voldemort. Não apenas pelo fato de tê-lo enfrentado mais de uma vez, mas também porque Dumbledore passara metade daquele ano letivo mostrando-lhe as memórias das fraudes e tramoias praticadas por Tom Riddle.

Então, quando mirava o homem diante dele, sabia bem que por trás de sua expressão compassiva e seu sorriso cativante e seus modos afáveis, havia um ser sem escrúpulos, disposto a qualquer coisa para conseguir o que desejasse.

Não seria enganado por aquela duplo dissimulado.

— Você foi encontrado com documentos falsos, Sr. Potter — continuou Ryder com voz mansa. — E durante o interrogatório, contou uma história realmente intrigante ao oficial Statham, segundo o relatório que recebi...

— Então ele deve ter lhe dito que eram mentiras — comentou Harry.

Por alguma razão, não achava uma boa ideia que Ryder descobrisse a verdade sobre o lugar de onde viera. No entanto, o Primeiro-Ministro parecia ter uma mente muito mais crédula do que seus Inquisidores, pois afirmou:

— Sim. Mas ao contrário do oficial Statham, eu não acredito que sejam mentiras, Sr. Potter. Teria de ter muita criatividade para inventar tal fantasia, além de uma grande estupidez para contá-la no meio de um interrogatório formal. E francamente, quando olho para você, não creio que este seja o seu caso.

Harry ficou encarando-o.

— Por que estou aqui? — indagou, por fim.

O ministro fez sinal mínimo para o oficial Turner, que abriu a porta e deixou a sala.

— Bem, Harry... Posso chamá-lo de Harry?... Bem, depois que o oficial Statham constatou irregularidades em seus documentos, ele ordenou uma pequena investigação à seu respeito antes de prendê-lo. Um de nosso agentes o seguiu, Harry, até a casa de um velho conhecido meu... Diga-me, como está o Alfonso Dumberton?

O estômago de Harry afundou. Ryder continuou:

— Soube que a saúde dele anda fraca. É uma façanha admirável um homem conseguir atingir à idade dele nos dias de hoje. Mas o fim chega para todos, tanto que ele não teve receio de entregar-lhe um livro absolutamente ilegal.

— Não sei do que está falando — o garoto mentiu, ainda que soubesse que era inútil.

— Que tal não mentirmos um para o outro, Harry? Tornará as coisas mais simples para todos — propôs Ryder, mirando-o com indulgência. — A polícia encontrou o livro em sua mala. E lembre-se que foi seguido. Nossa agente constatou que conseguiu o livro depois de sua visita à Dumberton.

Harry estava se perguntando como poderiam ter tanta certeza, quando ouviu o som da porta se abrindo novamente e os passos de duas pessoas entrando. Turner voltara e estava acompanhado.

— Você? — exclamou Harry, ao ver a mulher loira se aproximar.

Ele não a conhecia.

Vira-a apenas uma vez, no dia anterior, quando ela de escorregar na calçada congelada, lançando as compras do mercado pela neve afora. Harry aparara sua queda e ela acabara rasgando a mochila de Ronald. Só agora entendia que aquilo fora apenas um estratagema para descobrir o conteúdo da mochila que ele carregava.

— Eu o trouxe para o senhor — disse ela, satisfeita, parando ao lado da cadeira do garoto e estendendo o pesado livro que carregava consigo.

— Obrigado — agradeceu Ryder, ao apanhar o livro. E acrescentou: — Harry, está é a oficial Alissa Campbell. Você já deve ter conhecido o irmão dela, o oficial Adriel Campbell.

 Harry franziu o cenho para a mulher, que exibia um ar triunfante, como se tivesse prestado um grande serviço para o Primeiro-Ministro. Ryder, por sua vez, depositou o grande livro sobre a mesa e percorreu os dedos cumpridos pela capa dura.

— Fui informado sobre toda esta situação, assim que os objetos chegaram à perícia — disse ele. — Mas apenas para esclarecer à todos nesta sala, diga-nos onde encontrou este livro, oficial Campbell?

— Em uma mala, em um quarto de hospedaria, senhor — respondeu Campbell, prontamente.

— E ela pertencia a este menino?

— Sim, senhor, Primeiro-Ministro — afirmou com convicção. — Fomos enviados para apanhar os pertences do garoto a mando do oficial Statham, que estava investigando-o. Já sabíamos que estava em posse do livro, pois eu mesma havia visto carregando-o em uma mochila após deixar a casa de Alfonso Dumberton, senhor.

— E achou algo a mais na mala do garoto, oficial? — continuou, mirando o volume.

— Sim, senhor. Encontramos uma caixa que continha objeto bastante um peculiar. Levamos para análise e comprovamos que se tratava, de fato, da esfera descrita em um dos capítulos do livro.

Harry sentiu olhar dos presentes recair sobre ele. Voltou a fitar a mesa sem enxergá-la realmente e engoliu em seco.

— E trouxeram a esfera? — inquiriu o Primeiro-Ministro.

— Trouxemos, senhor. Está aqui — disse Turner, aproximando-se e colocando a pequena caixa sobre a mesa, ao lado do livro. — Eu estava presente, quando a encontramos junto aos pertences do garoto.

— E havia mais alguma coisa?

— Só um pergaminho antigo em branco, senhor. Não conseguimos obter evidências de nenhuma possível mensagem oculta nele. Ainda assim está guardado nos arquivos.

"Droga, apanharam o Mapa do Maroto também!", pensou Harry, aflito. Como faria para recuperá-lo?

— Meu irmão também confiscou um pequeno pedaço de madeira talhado que o menino carregava sempre consigo. Também está guardado com os demais provas do caso.

"Então minha varinha estava junto com o mapa. Ainda bem que não se desfizeram dela", refletiu ele, por um breve instante de alívio.

Foi o suficiente para atrair a atenção de Ryder.

— Acredito que não negará que estes objetos estavam com você, meu jovem. Disto todos aqui sabemos. Agora só quero que me responda: Aquilo que disse ao oficial Statham durante o interrogatório é verdade ou não?


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Notas finais do capítulo

É... Aposto que não esperavam por essa!
Então, eu achei muito estranho ninguém ter me perguntado onde estava Voldemort nessa história toda. Bem, ninguém perguntou, mas eu respondi mesmo assim: Estava governando como Primeiro-Ministro.
E sim... Ele acreditou na história do Harry.
Porque Thomas Ryder acreditou e Severo Statham não, vou revelar no próximo capítulo, o último da 1ª temporada. Mas não se preocupem, pois a fanfic não irá parar.
Tenham uma boa semana e até lá.
Bye!



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