Qual é a cor da felicidade? escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 17
Inseguranças


Notas iniciais do capítulo

Agora que o nosso casal favorito finalmente está junto, teremos muitas emoções. Se preparem.



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—Não acredito que isso tudo aconteceu em apenas dois dias?- Noah questionou chocado enquanto me ajudava a arrumar as roupas para o meu grande bazar, que seria realizado no salão de festas da prefeitura, uma cortesia da minha amiga Megan.

—E vocês dois já foram para a parte divertida?- Megan questionou colocando um dos meus vestidos de gala em uma arara.

—Claro que não, nos acabamos de começar a namorar. O que ele ia pensar de mim?- questionei e Noah riu.

—Amiga, você está precisando se divertir um pouco, então não demore ou vai acabar atacando o Alejandro.- Noah disse e Megan me olhou chocada.

—Espera, você e o seu marido não transavam?- ela questionou sem acreditar.

—Ele estava ocupado demais transando com a sócia para se preocupar com as minhas necessidades.- disse dando de ombros e ela me olhou como quem pedia desculpa.

—Me desculpe Olívia, se soubesse não teria falado nada.- Megan disse sem graça.

—Tudo bem, não me importo mais com isso. Só acho que as coisas entre mim e o Alejandro devem ir devagar, afinal somos diferentes agora. Há doze anos atrás éramos adolescentes, mas hoje somos adultos, ambos com filhos e cheios de bagagens emocionais diferentes, e antes de qualquer coisa temos que aprender a conviver novamente um com o outro.

—Você tem razão. Vocês são diferentes agora e precisam se conhecer novamente.- Noah disse e concordamos.

—Odeio interromper a conversa gente, mas já está na hora de iniciarmos o bazar.- Megan disse depois que olhou seu relógio de pulso.

—Tudo bem. Estão prontos?- questionei e os dois disseram que sim.

Fiz sinal para Lizzie, que estava perto da porta, pois ela seria a recepcionista, em seguida ela abriu as porta e logo o salão se encheu de pessoas, o que me deixou feliz, afinal poderia conseguir uma boa soma em dinheiro.

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Depois que todos os compradores foram embora, começamos a arrumar o salão de festas antes de conferirmos todo o dinheiro arrecadado com o bazar, e fiquei surpresa por ter arrecadado dois mil dólares.

Esse dinheiro já tinha destino certo, pois compraria ações que renderiam durante alguns anos, e assegurariam a ida do meu filho para a faculdade.

—Parece que cheguei um pouco atrasado para o bazar.- ouvi Alejandro brincar enquanto entrava no salão  assim que havíamos terminado de guardar o dinheiro. -Pelo jeito, o bazar foi um sucesso.

—E como, as mulheres só faltaram se matar pelas roupas exclusivas da Olívia.- Megan comentou e rimos.

—Para vocês verem como investir em roupas caras tem resultado, para um caso de eventualidades. -disse brincando e eles sorriram, mas parei de sorrir assim que vi Alejandro usando terno no lugar das suas roupas casuais e confortáveis. -O que houve com você?

—Nada, me sinto normal. Por quê?- ele questionou confuso antes de Noah e Megan se olharem e começarem a rir nos deixando confusos.

— Você nunca viu o Alejandro usando “roupa de executivo”, e a sua cara foi impagável.- Noah disse rindo e revirei os olhos.

—Odeio ir contra você mi corazón, mas tenho que admitir que foi engraçado.- Alejandro disse  se sentando ao meu lado e revirei os olhos.

—E você foi todo elegante assim aonde?- questionei curiosa.

—Ciúmes amor?- ele questionou brincando.

—Talvez.- disse e ele sorriu antes de me beijar.

—Não precisa ficar, estava na reunião mensal dos acionistas da empresa. É a única parte que odeio do meu trabalho, prefiro ficar no meu escritório desenhando ou na área do laboratório construindo.- ele disse cansado.

—Acho melhor irmos, já está tarde. - disse e todos concordaram.

Noah insistiu para que fossemos na frente, pois ele iria ajudar Megan a fechar o salão e concordei, pois Alejandro parecia exausto.

—Posso dirigir se você estiver muito cansado.- sugeri  preocupada, pois o cansaço de Alejandro era visível,  mas ele sorriu negando enquanto me conduzia em direção a uma Mercedes preta o que me deixou confusa, afinal aquele não era o carro usual do meu namorado.

—É o carro da empresa, nunca venho dirigindo para casa depois de um dia cansativo de reuniões. Mi mamá me mataria se dirigisse cansado.- ele explicou vendo o questionamento em meus olhos e concordei. Afinal ,o pai de Alejandro  morreu em um acidente de carro, pois o mesmo acabou dormindo  ao volante, em decorrência do cansaço, resultando em um acidente fatal.

Entrei no carro sem dizer uma palavra, pois me sentia desconfortável.

Era como se o homem que eu amava havia se transformado em outra pessoa, uma que já havia convivido duarente oito anos e sabia o resultado desse relacionamento. Um resultado que não me agradava nenhum pouco saber de antemão.

—Amor, o que houve?- Alejandro questionou preocupado assim que se aproximou de mim e percebeu o quanto eu estava tensa.

—Nada.- disse sem olhar nos seus olhos.

—Liv, querida você está fazendo aquela coisinha com o nariz.- Alejandro disse suave e gemi derrotada.- Porque está com  raiva?

—Não estou com raiva, só estou cansada.- disse e ele me olhou desconfiado.

—Alejandro, vou precisar parar para abastecer.- o motorista disse interrompendo nosso contato visual.

—Claro Diogo, pode nos dar alguns minutos?- ele pediu e Diogo concordou antes de estacionar o carro e sair.

—Pois bem Olívia, agora que estávamos sozinhos, pode me dizer por que está com raiva.- Alejandro pediu paciente.

Pensei durante alguns minutos tentando decidir se contava ou não a ele, e acabei decidindo falar, pois não queria destruir o nosso relacionamento que estava apenas no começo.

—Ver você desse jeito, e isso tudo me assustou.- disse apontando para ele e depois para o carro que estávamos.

— Porque já fui casada com um homem assim e sei como isso termina, e não quero sofrer de novo. Pois dessa vez será pior, porque eu amo você de verdade, e se me fizesse passar por aquilo tudo tenho certeza que meu coração não vai agüentar.- solucei assustada  com a possibilidade e Alejandro me puxou para os seus braços enquanto eu chorava sem parar.

—Olívia, não sou seu ex-marido.- Alejandro disse olhando em meus olhos assim que consegui controlar meu choro.- Jamais faria você ou o Vinicius passar por tudo aquilo que o Luciano fez. Essa roupa, esse carro ou a minha empresa não me definem. Eu largaria tudo isso se você me pedisse, tudo que quero é ficar com você, mi amor.

—Não quero que você largue nada por mim. Afinal, você não gosta do que faz?- questionei com a voz chorosa.

—Gosto querida.- ele sussurrou enxugando as minhas lagrimas.- Mas eu amo você, mas do que uma empresa.

—Só me prometa, que nunca irá esquecer quem você é. Que nunca irá deixar tudo isso lhe corromper.- implorei desesperada, pois precisava da sua sinceridade para seguirmos em frente.

—Eu prometo.- Alejandro jurou enquanto olhava em meus olhos e acreditei em suas palavras.

—Obrigada por prometer, e me desculpe por isso. Não devia ficar associando você com o Luciano. Vocês são duas pessoas completamente diferentes.- disse envergonhada.

—Tudo bem, isso é normal. Você sofreu demais nos últimos meses, e eu entendo. Não estou chateado.

—Jura?- questionei meio incerta.

—Eu juro Liv.- ele disse carinhoso e acariciei seu rosto com carinho antes de beijá-lo.

Assim que nos separamos em busca de ar, me encostei no banco e Alejandro colocou sua cabeça em meu ombro me permitindo acariciar seu cabelos de leve, algo que ele adorava.

—Senti falta desesperadamente disso durante esses doze anos.- ele sussurrou sonolento e sorri antes de beijar seus cabelos.

—Não precisa mais sentir, não vou mais me afastar de você .- sussurrei e ele gemeu satisfeito antes de fechar os olhos.

Tive certeza que Alejandro pegou no sono, pois assim que o motorista entrou e começou a colocar o carro em movimento, ele nem se mexeu.

—Srta. Collins, chegamos a sua casa.- Diogo disse depois de um tempo e olhei para Alejandro que dormia profundamente em meu peito, o que me deixou com  pena de acordá-lo.

—Acho melhor irmos para a casa do Alejandro, posso voltar de taxi.- disse suave enquanto olhava para o motorista.

—Nada disso, Alejandro me demitiria se fizesse isso. Vou deixá-lo na casa dele e depois a deixarei em seu casa.- Diogo disse e concordei, pois não queria prejudicá-lo.

Assim que chegamos na casa de Alejandro pedi para Diogo ir tocar a companhia, para que Guadalupe ou a Abuela abrissem a porta, enquanto acordava Alejandro.

—Amor, está na hora de acordar.- sussurrei suave em seu ouvido e ele gemeu contrariado antes de aconchegar mais a mim o que me fez rir.-Alejandro, já estamos na sua casa.

—Ele pegou no sono?- Guadalupe questionou assim que abriu a porta do carro e viu o filho totalmente inconsciente agarrado a mim, o que me deixou corada.

—Ele ainda tem o sono pesado?- questionei preocupada e ela sorriu concordando.

—Vai ser uma longa noite.- Abuela disse suave antes de rimos.

Pois nas poucas vezes em que dormi na casa de Alejandro quando éramos adolescentes, descobri que meu namorado possuía o sono pesado, um que era quase impossível acordá-lo. E quando Alejandro se aconchegava a mim, parecia que ele ficava em coma.

Tentamos acordá-lo de todas as formas possíveis e nada sortia efeito, e o fato de tê-lo dormindo em meu peito já estava cobrando seu preço, pois Alejandro era pesado demais.

—Vamos puxá-lo de uma vez Diogo. Alejandro já deve está machucando Olívia, afinal ele é pesado.- Guadalupe disse preocupada comigo, afinal já estávamos naquela situação a meia hora.

—Isso não vai funcionar, me deixem tentar do meu jeito.- pedi me lembrando de algo e elas concordaram.

Devagar, acariciei as costas de Alejandro antes de beijar seu rosto e sussurrar em seu ouvido um bom dia meu bem. Algo que sempre fazia quando ele se agarrava a mim daquela maneira.

—Bom dia mi vida.- Alejandro sussurrou abrindo os olhos ainda meio sonolento, o que fez todos respirarem aliviados.

—Até que fim, pensei que teria que chamar um guincho para soltá-la.- Guadalupe disse seria e Alejandro piscou confuso tentando entender o que estava acontecendo.

—Eu apaguei, não foi?- Alejandro questionou envergonhando olhando em meus olhos enquanto se soltava de mim.

—Foi.- disse dolorida, pois todo o meu lado direito estava dormente.

—Me desculpe amor, não fiz por mal. Eu te machuquei?- ele questionou  preocupado comigo.

—Está tudo bem, você estava cansado. Pensei que já tinha passado esse seu sono de “coma”. –brinquei tentando deixá-lo menos culpado.

—Isso só acontece quando estou cansado demais, e seu cafuné misturado com o seu perfume me fez relaxar automaticamente. E você ainda usa o mesmo perfume?- ele questionou surpreso.

—Sim, sempre amei esse cheiro.

—Eu sei, eu também amo seu cheiro.- Alejandro disse e corei com seu olhar intenso sobre mim.

—Vocês dois podem continuar a conversa depois. Olívia está cansada e dolorida, e você também deve estar cansado hijo.- Guadalupe disse interrompendo o olhar de seu filho.

—Su madre tem razão, mi nieto. Se despeça da sua namorada e vá para a cama antes que você durma de novo.- Abuela disse e Alejandro concordou pedindo um minuto a sós.

—Tem certeza que não te machuquei?- ele questionou preocupado assim que sua avó fechou a porta nos dando privacidade.

—Eu estou bem, só um pouco dolorida. – disse massageando o meu ombro direito.- Quando foi que você ficou tão pesado desse jeito?

—Eu cresci Liv. E além do mais eu malho, afinal preciso assustar os futuros namorados da minha filha.- ele segredou e sorrimos.

—Tem certeza que você está bem?

—Tenho não se preocupe. Só preciso descansar um pouco assim como você. - disse e ele concordou .

—Eu te amo. Não importa a distância, do céu até a lua.- sussurrei e ele sorriu antes de nos beijarmos.

—Dá terra até o mar, eu sempre vou te amar.- Alejandro sussurrou  suave e beijou a minha testa

antes de  me desejar boa noite.

Depois que nos despedimos, Alejandro saiu do carro e em seguida Diogo entrou.

—Pronta para ir para casa Srta. Collins?- ele questionou e concordei.

Assim que cheguei em casa tudo o que queria era tomar um bom  banho quente e me jogar na cama, pois estava exausta e dolorida. Parecia que eu havia carregado o peso do mundo em meu peito.

—Você demorou filha.- meu pai disse assim que saiu da cozinha com um copo de água na mão.

—Desculpe pai. Alejandro veio direto da empresa me buscar, e ele acabou dormindo no meu peito, e não queria me soltar por nada.- expliquei e ele me olhou suave.

—Talvez querida, o fato dele ter se agarrado a você dessa forma mesmo inconsciente , demonstra que ele esteja com medo.- ele disse e pisquei confusa.

—Pelo que, pai?

—Liv, filha, Alejandro está com medo de você abandoná-lo de novo.

—Eu jamais faria isso pai.

—Eu sei querida, mas acho que temos que conversar.- ele disse e concordei antes de nos sentarmos no sofá.

—Vou lhe contra algo que jurei não contar, mas acho que você precisa saber.- ele disse suave enquanto olhava nos meus olhos.- No dia em que você mandou a mensagem terminando com o Alejandro,  ele foi atrás de você em Nova York e a viu beijando o Luciano. Ele ficou tão transtornado que pegou o primeiro taxi que viu pela frente e foi para a casa do Douglas, mas ele estava sem rumo e o amigo não sabia como ajudá-lo. Então, Douglas e Megan o trouxeram até aqui. O que não é nenhuma surpresa, afinal amava aquele garoto como um filho, e ainda continuou amando. Nunca tinha visto alguém daquele jeito, Alejandro parecia em choque. Ele não parava de chorar e tremer, sua mãe e eu passamos a noite toda ao lado dele, pois garantimos a Douglas e Megan que cuidaríamos dele. No dia seguinte, quando ele parecia mais calmo, conversei com ele e lhe disse algo que jamais vou esquecer. Eu disse: Ás vezes achamos que algumas pessoas são a nossas felicidade, mas ai coisas ruins acontecem para nos mostrar que elas não são o nosso felizes para sempre.

E assim que ouvi aquelas palavras comecei a chorar, pois minha mãe havia me dito tais palavras quando estava sofrendo pela traição de Luciano, só que ela nunca havia me revelando para quem meu pai as havia dito.

—Eu sou uma pessoa horrível pai. Fiz o Alejandro sofrer muito e nem me preocupei com isso, fui mesquinha e cruel, porque só me importei comigo mesma.- disse entre lagrimas e meu pai me abraçou de lado.

—Você não é horrível filha. Só lhe contei essa historia porque achei que devia saber, o que aconteceu quando Alejandro soube do termino. E querida, ele transformou toda dor em força. Ele se tornou um homem admirável, bem sucedido, um pai incrível e um ser humano integro. E se hoje, você dois estão juntos de novo, é porque pertencem  um ao outro. Houveram alguns contratempos sim, mas depois de tudo, vocês se encontraram e continuam  tão apaixonados quanto antes.- papai disse acariciando meu cabelo.- Só queria que você soubesse a outra versão para não repetir os mesmos erros.

—Eu sei pai, e obrigada por me contar.- agradeci suave e ele sorriu antes de beijar a minha testa.

—De nada querida, agora vá descansar porque você está exausta.

—Boa noite pai.

—Boa noite filha.- ele disse me dando um ultimo beijo antes de eu subir.


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Notas finais do capítulo

Imagens do capitulo:

Alejandro:
https://br.pinterest.com/pin/337981147030552648/

Carro:
https://i.pinimg.com/originals/1d/7d/52/1d7d525092556800fa433f5fc8af737d.jpg



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