Qual é a cor da felicidade? escrita por KayallaCullen, Miss Clarke


Capítulo 15
Um cozinha, um chá e uma conversa


Notas iniciais do capítulo

E com vocês mais um capitulo inédito, espero que gostem.
Beijos e bom final de semana.



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—Pensei que vocês duas iam se matar lá dentro.- Alejandro disse assim que fomos em direção ao meu carro.

—Também achei, mas por incrível que pareça, voltamos a ser amigas.- disse surpresa e  ele tomou a chave das minhas mãos.

—O que está fazendo?- questionei confusa.

—Estou te sequestrando. Luna me ligou e perguntou se você e o Vinicius poderiam dormir lá em casa, e eu disse que sim.- ele disse e sorri.

—A Luna ligou?- questionei desconfiada.

—O que posso fazer se mi hija teve o mesmo pensamento que eu?- ele questionou dando de ombros antes de voltar a falar.- E além do mais, não acha que precisamos terminar a nossa conversa?

—Sim, temos muito o que conversar. Afinal, não somos só nós, agora temos  as crianças.- disse e ele concordou antes de entramos no carro.

Passei em casa para pegar algumas roupas para mim e outras para o meu filho, e deixei um recado para os meus pais com Lizzie, que sorriu assim que me viu ao lado de Alejandro.

—Mamãe.- Vinicius disse e correu até mim  assim que entrei na casa de Alejandro.

—Oi meu amor, o que você andou aprontando?- questionei com meu filho no colo assim que vi seu rosto sujo de chocolate.

—Abuela nos deu bolo de chocolate. O tio Alejandro contou que vamos acampar no quintal?- Vinicius questionou animado e sorri, afinal não via meu filho assim a muito tempo.

—Me contou, mas e você está preparado para o acampamento?

—Não vejo a hora mãe.- ele disse feliz e sorrimos.

—Mi corazón, porque você não mostra o quarto de hospedes para a tia Olívia e para o Vinicius, enquanto vou até a garagem pegar as barracas.- Alejandro pediu a Luna que concordou antes de subirmos.

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Depois que tomamos banho e havíamos trocado de roupas, meu filho e eu descemos para o jantar.

—Eu e a abuela, fizemos uma Paella espanhola em homenagem aos nossos convidados.- Guadalupe disse animada e todos bateram palmas o que me deixou sem graça, mas Vinicius adorou.

Meu filho adorou a paella, que era um guisado de arroz, carne, verduras e frutos do mar, preparados em uma paella, uma espécie de panela espanhola. Esse prato é consumido em ocasiões em que toda a família está reunida e foi criado em Valência, a terra natal dos Castillo.

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—Obrigada por tudo que você e sua família fizeram por nós hoje. Meu filho precisava disso.- sussurrei assim que entramos na cozinha após deixarmos as crianças dormindo nas barracas.

—Não precisa agradecer. Vinicius é uma criança adorável, que não merecia passar por tudo que passou nos últimos meses. Na realidade, nenhum de vocês mereciam passar por isso tudo.- ele disse e concordei.-  Que tal um chá de camomila?

—Você me conhece tão bem.- disse sorrindo, afinal aquele era o meu chá preferido.

—Sempre querida.- ele disse antes de colocar água na chaleira  e colocá-la no fogo.

—Então, você nunca me disse no que trabalha.- disse e ele me olhou confuso.

—Esse é seu jeito de puxar conversa Liv?- ele questionou rindo.

—Eu sei, sou péssima nisso.- disse  e ele sorriu.

—Você é horrível em puxar conversa.- ele brincou e sorrimos.- Mas respondendo a sua pergunta, sou engenheiro mecânico.

—Serio?- questionei surpresa, afinal ele vivia dizendo para todo mundo que era apenas um mecânico.

—Serio. Passei na faculdade depois que você foi para Nova York. Queria contar a você, mas tudo aconteceu.... E não pode.

—Fico feliz que tenha conseguido trabalhar no que gosta.- disse segurando sua mão e Alejandro sorriu, afinal ele sempre gostou de motores.

—Eu também, amo o meu trabalho e a minha empresa.

—Você tem uma empresa?

—Tenho, projeto a maioria dos motores das grandes marcas. Minha empresa fica fora dos limites da cidade.

—Espera, a A. C. Motors é a sua empresa?- questionei me lembrando da grande empresa que havia fora da cidade.

—Sim.- ele disse sem importância e a chaleira apitou, anunciando que a água havia fervido.

—Tudo bem, você parece meio enjoada?- ele questionou desligando o fogo antes de pegar duas xícaras e a caixa de chá no armário da cozinha.

—Acho que estou, afinal não é todo dia que se descobre que seu namorado de adolescência ficou milionário.- disse abismada e ele riu enquanto colocava o saquinho do chá nas xícaras e depois a água.

—Não sou milionário, amor. Só tenho uma condição que me permite ficar despreocupado com o futuro da minha família.- ele disse dando de ombros antes de me entregar uma xícara.

—Palavras de milionário.- disse  e ele suspirou.

—Se soubesse que você iria me olhar de outra forma, não teria te contado nada.- ele disse suave e se sentou do meu lado.- Ainda sou o mesmo Alejandro que você conhece Liv, não importa o meu saldo bancário. Você viu como sou, por acaso me comporto com um milionário?

—Não.

—Então, querida não precisa ficar receosa. Prometo que o ganho não me mudou e jamais irá me mudar. Você confia em mim?- Alejandro questionou olhando em meus olhos.

—Sim.- disse e ele sorriu amoroso antes de beijar a minha mão.

—E a mãe da Luna?- questionei assim que tomei um gole do meu chá e ele me olhou surpreso pela minha pergunta.

—Você quer realmente falar sobre a mãe da minha filha?- ele questionou surpreso.

—Claro que quero. Se vamos ficar juntos, acho que mereço saber quem ela é, afinal você sabe quem é o meu ex.- disse e ele suspirou antes de tomar seu chá.

Alejandro demorou alguns minutos antes de voltar a falar, quando ele voltou a dizer algo agradeci por ele entender que eu precisava saber tudo o que tinha acontecido com ele durante esses anos que ficamos separados.

—O nome dela é Nicole Faroush.- ele disse e fiquei sem saber o que dizer, afinal já havia ouvido aquele nome antes.

—Espera, a mãe da Luna é a Nicole Faroush?- questionei surpresa.

—Sim.

—A modelo mais famosa da atualidade?-questionei ainda em choque.

—Sim. Por acaso você conheceu a Nicole?

— Assisti ao desfile dela em um evento de moda em Nova York. Ela é linda.- disse me lembrando de como fiquei encantada com a sua beleza singular.-Como você a conheceu?

—A conheci em uma festa, quando estava em Nova York para apresentar o novo modelo de motor da empresa. Ela era divertida, engraçada, inteligente, me encantei por ela. E depois de vários drinques acabamos passando a noite juntos.- ele disse e o olhei chocada.

—É serio isso? Você foi pra cama com uma mulher que conheceu na mesma noite? Nem parece o garoto que demorou anos para dormir comigo.- disse magoada e ele suspirou.

—Olívia, não me orgulho disso. Odeio admitir, mas só queria esquecer você, e não consegui. E passar a noite com a Nicole não ajudou em nada a te esquecer, me senti horrível. Era como se eu estivesse te traindo.- ele confessou triste.

—Você não estava me traindo Alejandro, eu tinha terminado com você, então não tinha obrigação nenhuma em ser fiel a mim.- sussurrei e segurei a sua mão.

—Minha mente sabia disso, mas meu coração não.- ele sussurrou suave enquanto me olhava nos olhos, e respirou fundo antes de continuar a falar. –No dia seguinte, Nicole sugeriu que nos conhecêssemos melhor, mas disse que não estava pronto para me envolver com alguém e ela concordou. Depois disso só nos vimos um mês depois, quando ela descobriu onde eu morava. Ela veio até aqui contar que estava grávida de mim.

— E o que você fez?

—O que vou te dizer vai morrer aqui, não quero que Luna saiba disso. Apenas, eu e minha mãe sabemos disso, nem a abuela sabe. Me promete?

—Pode confiar em mim, não vou contra a ninguém.- jurei sincera enquanto olhava em seus olhos.

—Nicole não queria a Luna. Ela queria fazer um aborto. Mas após o teste de DNA comprovar que ela estava grávida de mim, tive que pagar uma pequena fortuna para ela não tirar a minha filha. Ela disse que seria a indenização pelos meses em que teria que ficar longe das passarelas.- ele disse e fiquei sem saber o que dizer.

—Eu sinto muito.- sussurrei entre lagrimas, afinal que tipo de mãe seria capaz de ameaçar a vida de um filho ainda nem nascido em troca de dinheiro?

—Está tudo bem. Apesar do que houve com a Nicole, ela me deu o meu bem mais precioso. E Liv, eu amo a minha filha mais do que tudo nesse mundo.- ele disse entre lagrimas ao lembrar da filha.- Não mudaria nada do que houve, ou não teria uma filha maravilhosa.

—Você tem razão. Apesar de nossas aventuras amorosas terem sido horríveis, elas nos deram filhos maravilhosos, e devemos ser gratos a isso.

—Você tem razão.- ele disse suave e sorri antes de beijar a sua bochecha.

—Isso tudo ficou no passado. E não vamos mais falar disso.- sussurrei com a minha testa encostada a sua.

—E sobre o que falaremos agora?- ele questionou sem se mexer.

—Sobre nós dois.- sugeri e ele sorriu concordando antes de nos separarmos.

—E sobre o que falaríamos?- ele questionou antes de tomar o seu chá.

—Sobre quais seriam as suas intenções comigo?- questionei antes de tomar o meu chá e ele riu.

—Minhas intenções são as melhores possíveis . Tudo que quero é fazê-la feliz pelo resto dos nossos dias, continuar de onde paramos há doze anos atrás, Liv. Se  me permitir é claro.- ele disse sincero e concordei.- E você, quais seriam suas intenções comigo?

—Quero amar você da forma que merece. Da forma que não fiz porque fui idiota demais na época para reconhecer o que era amor de verdade.

—Isso parece perfeito Liv. E estou ansioso para começarmos uma vida juntos.

—Eu também, mas como vamos contar as crianças sobre nós?

—Se você quiser, podemos fazer isso amanhã. Sentamos todos e conversamos.

—E se eles não quiserem? Não posso ficar com você se meu filho não te aceitar.- disse com medo e Alejandro me puxou para um abraço.

—Eu sei, também não seria capaz de ficar com você se Luna não quisesse. Mas não vamos fazer suposições, amanhã saberemos a resposta.

—Só espero que eles aceitem.- sussurrei e Alejandro concordou antes de beijar meus cabelos.


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