Esse fato novo, apesar de parecer mórbido, deixou Castle muito esperançoso além de muito preocupado, pois era grande sua expectativa de sua teoria estar certa, até porque, em nenhuma dos artigos lidos indicava qual o motivo da morte da Emily. Não mencionaram acidente de trânsito ou se ocorrera troca de tiro com criminosos durante o exercício da sua atividade ou mesmo alguma doença e isso era assustador, pois é muito normal se noticiar o motivo que levou um policial ou um Agente do FBI à óbito. Sim, Castle tinha certeza que se tratava de um novo desaparecimento só que se esse fosse o caso, a coisa era ainda mais tensa, pois desta vez ela não deixara apenas um marido; ela também deixara um filho.

A situação, muito possivelmente, devia ser mais séria do que ele imaginava, então, a vontade de encontrá-la aumentou. Ele precisava protege-la.

No entanto, um fato que o deixou mais animado era que em Boston não mais havia um marido esperando por ela, pois este já havia se casado com outra mulher. Havia, sim, um marido em Nova York ansioso para estar com ela: ele, Richard Castle, um marido apaixonado que não via a hora de tê-la novamente em seus braços.

Castle não conseguiu segurar a emoção só de imaginar que a Kate estava viva.

Por conta desta esperança ele resolveu tomar banho e se aprontar para uma possível ligação telefônica de Hayley. Ficou com vontade de ir ao seu escritório.

Castle entrou no chuveiro e tomou um banho maravilhoso e sob o jato d’água, pediu a Deus a bênção de ter Kate de volta. Pediu também serenidade para ouvir todas as explicações dela, desde o seu desaparecimento até o casamento com outro homem e, principalmente, o fato de ela ter engravidado do novo marido, quando ela sabia que esse sempre fora o sonho dele. Pediu a Deus, inclusive, que caso sua teoria estivesse errada, que desse forças a ele para suportar mais este tombo.

Assim que saiu do chuveiro e se enxugou, seu telefone celular tocou. Ele seguiu enrolado de toalha para atender a ligação e qual não foi a sua alegria ao ouvir a voz de Hayley – Rick! Você é um espetáculo! Sua teoria foi certeira! Não existe em nenhum cemitério dos Estados Unidos qualquer sepultura de Emily Durand ou Emily Byrne, como também não há registro de cremação... Nem com o nome de casada ou o nome de solteira, simplesmente porque seu corpo nunca foi encontrado. Isso mesmo que você ouviu, chefe. Depois de muito vasculhar eu descobri um arquivo sigiloso no FBI onde consta que o corpo da Agente Especial Emily Durand nunca foi localizado, razão pela qual, ela foi dada como morta.

— Estou indo até aí agora. – Castle falou revigorado com a notícia.

— Isso, cara! Vamos encontrar Kate!

— Obigada, Hayley! Você é fera!

— Eu sei! – Ela deu uma risadinha e ouviu a risada dele e isso a deixou feliz – Estou te esperando, chefinho. Quando você chegar já devo ter mais informações.

A ligação foi desfeita e rapidamente ele se arrumou para sair.

Tudo levava a crer que o desaparecimento de Emily estava realmente ligado ao seu último caso no FBI de Boston e não LokSat, como foi o caso da Kate. Então, falaria com a Haylei que a pesquisa agora seria sobre os casos que a Emily investigava na época da sua pseudo morte.

Castle pegou um dos porta-retratos da suíte e analisou uma foto de sua esposa e fez a conclusão óbvia – Kate, você pode trocar mil vezes a cor e o corte de cabelo e até de nome e o sobrenome, mas vai continuar sempre a mesma mulher forte e íntegra em busca de justiça, não importando o preço a pagar.

Assim que saiu do quarto chamou por Martha – Mamãe! Mamãe!

— Richard! – Cantarolando, Martha se aproximou dele e ainda com voz musical mostrou toda sua felicidade em ver o filho visivelmente animado – Que maravilha te ver assim lindo e cheiroso, pronto para sair de casa, meu filho. Qual é a novidade, my dear? Pode contar para a sua mãe? – Ela deu um beijo estalado na face do filho e ele devolveu, estalando outro beijo no rosto da mãe.

— Mamãe, eu tive um insight e telefonei imediatamente para a Hayley. Eu fiquei curioso para saber o local de sepultamento da Emily ou o local onde ela foi cremada. – Martha fez um trejeito tenso no rosto ao ouvir o assunto mórbido que o filho falava – Eu falei com a Hayley que se não houvesse essa informação, é porque o corpo não foi encontrado e não havendo corpo, são grandes as chances da Kate estar vida.

— Então... – Martha indagou sem esconder a ansiedade.

— Então, mamãe, a Hayley acabou de me telefonar e avisou que a Agente Emily foi dada como morta, mas seu corpo nunca foi encontrado, portanto, não existe sepultura. – Castle deu dois beijos estalados nas faces da mãe – Dona Martha, a minha Kate está viva.

— Kido, eu até entendo a sua perseverança em querer encontá-la, mas é preciso você se conscientizar de que ela não é mais a “sua” Kate, meu amor... Ela tem um novo nome, um novo marido...

— Um marido que casou com outra mulher apenas seis meses depois da pseudo morte da esposa, mamãe. Mamãe, ela é minha e eu vou encontra-la, custe o que custar e ainda vou investigar se esse tal do Nick não está por trás deste desaparecimento dela.

Martha levantou um pouco os dois braços, pedindo ajuda Divina – Ah, meu Deus! Espero que você esteja certo e espero também que ela ainda o ame... E ainda espero que você e ela não corram perigo e se entendam.

— Amém! – Castle clamou.

— E espero que o Nick não esteja envolvido no desaparecimento dela, Richard.

— Eu também espero, mamãe.

— Tem outra coisa muito importante, meu amor. E o filho deles? Você também tem que considerar isso. Atualmente o menininho mora com o pai e já chama a atual esposa do pai de “mãe” .

— Ah, mãe. Isso é o mínimo. O que eu estou mais interessado é emencontrá-la e quero olhar bem nos olhos dela e ver se ainda tem o mesmo amor de antes e se eu identificar isso, mãe, assim que eu a encontrar, eu vou mover céus e terra para convencê-la a voltar para casa comigo. Óbvio que temos muito o que conversar, pois muitas coisas aconteceram na vida dela, e para cada coisa ela tem que ter uma explicação..., mas isso é assunto para depois... Temos que ver também o lado jurídico da coisa, pois ela mudou de nome...  Meu advogado vai provar na justiça que ela desapareceu de Nova York por motivo de força maior e que para sobreviver ela se viu obrigada a obter uma nova identidade, etc, etc, etc e já que o Nick já formou uma nova família, com certeza não vai se importar de ela voltar para mim, até porque eu casei com ela muito antes dele, ou seja, meu casamento é anterior ao dele. E por fim, Kate vai conseguir a guarda do filho porque ela não o abandonou. Ela foi sequestrada... Ah, mãe, não sei mais nada... Meu advogado vai fazer isso de olhos fechados... Só sei que eu vou ser o homem mais feliz do mundo em ter a minha Kate de volta. E eu te juro, mãe, que não vou me incomodar nem um pouco em criar com ela o filho dela como se fosse meu... Vou dar amor e carinho a ele porque ele é inocente e não pediu para nascer... E não faça essa cara de assustada, mamãe, porque eu não estou louco. Pode acreditar. E ele deve ser um bebezinho fofinho, mãe. Prepare-se para receber um netinho, dona Martha.

— Richard, muito cuidado com suas emoções e suas atitudes, meu amor. Não haja por impulso. Você nem sabe de tudo o que aconteceu. Vá com calma, querido! Se e quando você a encontrar, vocês têm muito o que conversar. – Martha o advertiu, preocupada com o filho, pois ele estava em êxtase.

Jogando um beijo no ar para a mãe, Castle saiu de casa animado para encontrar com sua assistente e sua filha.

Assim que chegou ao escritório ele viu que Hayley e Alexis fizeram um dossiê encorpado sobre tudo que dizia respeito a Agente Emily Durand, seu novo nome, e tudo o mais que a Hayley já lhe adiantara por telefone.

— Muito bem, garotas! – Castle elogiou Hayley e Alexis – Vocês duas são excelentes! É como eu havia imaginado. Tudo levava a crer que o desaparecimento de Kate, ou melhor, da Emily, está realmente ligado ao seu último caso. Então, a pesquisa agora será sobre os casos que ela investigava na época da sua pseudo morte. Será que vocês conseguem entrar na página da Emily no FBI, para investigar isso?

— Não podemos poder fazer isso de forma convencional, pai, mas a Hayley consegue por meio de um “método pouco ortodoxo”... – Alexis avisou.

— Mas e os riscos que isso envolve, Hayley? – Ele indagou visivelmente preocupado.

— Sem essa, Rick! – Ela piscou o olho para o chefe – Fique tranquilo!

— Então, tudo bem. – Castle concordou.

Alexis se levantou, pegou sua bolsa e se dirigiu ao pai – Papai, eu não vou poder ficar. Vou para a faculdade. Tenho Pós-Graduação a tarde inteira. A aula de hoje é presencial.

— Ah, claro, filha! Boa aula!

— Já estou terminando a Pós de Criminologia e em breve vou entregar o TCC que, aliás, já está bastante adiantado e meu Orientador disse que está ótimo.

Castle abraçou a filha parecendo uma criancinha e a encheu de beijinhos. – Essa é a minha abóbora! – Ele a elogiou todo contente e a ruivinha saiu sorridente.

Continua...