Perdas e Ganhos escrita por Lucca, alegrayson


Capítulo 17
Decisões Difíceis


Notas iniciais do capítulo

Pensaram que tínhamos desistido dessa história, não é mesmo? Hahahahaha Ainda não! Continuamos firmes na determinação de levá-la até o final. Só nos faltou um tempinho extra em sincronia lá do Pará até São Paulo.
Recapitulando: Tasha infiltrou Roman na HCI Global. O Tigrão quer conseguir sua liberdade com isso, mas corre perigo já que está no antro das cobras. Remi e Patterson não ficaram nada felizes com a decisão da latina.
Boa leitura.



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No Ginásio de Treinamento

Remi treina descontroladamente no saco de pancadas. Patterson sabe muito bem o porquê dela estar assim.

— Melhor pegar mais devagar. Desse jeito terei que te levar para um hospital quando terminar.

Remi a encara com um olhar feroz que falava mais alto do que qualquer grito o quanto a decisão insensata de Zapata tinha a tirado do sério. Patterson não precisava e palavras. Ela compreendeu a mensagem "você sabe que Tasha não está levando em conta todos os riscos envolvidos ".

Remi puxa o ar e soca forte o saco mais uma vez, mas para de repente. Não era cansaço, nem vontade de  dialogar sobre o ocorrido, por mais que ela precisasse... Tudo aquilo apenas lhe pareceu inútil.

Patterson vai até ela, coloca a mão em seus ombros e fala de forma calma:

— Eu sei como se sente. Eu também estou preocupada. Com tudo isso e com forma como pode terminar. Tasha está sendo racional de um jeito muito arriscado. Infiltrar Roman é uma decisão complexa que não cabia somente à ela.

Remi a encara a loira, deixando de lado definitivamente o saco de pancadas. O tom emocional na fala de Patterson fez com que ela sentisse vontade de se abrir:

— Ela vai matá-lo. Sempre quis isso e vai acabar conseguindo. É uma missão suicida. E eu só posso assistir sem poder fazer nada por meu irmão... Sei que podemos dar apoio remoto e tentar resgatá-lo numa emergência para impedir que algo pior aconteça com Roman, mas é tão pouco. Ele estará sozinho lá. Mandar meu único irmão para a morte quase certa é demais até para uma pessoa treinada como eu.

Patterson a abraça. Era disso que as duas estavam precisando. Um carinho que não era comum no dia a dia das operações do FBI.

— Você não precisa enfrentar tudo isso sozinha. E não vai. Sei que é difícil ter que aguardar o desfecho de longe. Passo por isso toda vez que vocês vão à campo. Mas foco na minha parte do trabalho e tento pensar que através dele estou protegendo a todos vocês. E é isso que vou continuar fazendo: estarei junto com você cuidando do nosso team e isso inclui Roman.

Remi, como por um reflexo, retribui ao abraço. Ela sequer se lembrava de estar abraçada tanta sinceridade com alguém que não fosse Kurt Weller.

— Sabe Patterson, eu acredito em você. Sei o que te move. Quer dizer, tem o voto que fez quando conseguiu um emprego no FBI, mas é além disso... você sente algo especial por Roman e eu posso sentir.

Patterson a olha como se tentasse negar com os olhos, se é que era possível.

— Não, não você está interpretando tudo errado e...

Ela nem precisou terminar. Seu jeito único e totalmente expressivo tinham entregado o que ela tentava a um certo tempo esconder.

Remi pega em suas mãos geladas por causa do nervosismo:

— Eu dou o maior apoio. Você é uma pessoa forte, se encaixa perfeitamente na nossa família.

Patterson ri por um momento.

— Eu não sei como isso aconteceu. E pior, se Roman tiver metade da sua esperteza também já percebeu. Eu estou de mãos atadas.

Remi coloca seus braços em seus ombros e faz um sinal para começarem a andar.

— Temos que focar no momento em como impedir Blake de matar Roman, um mega problema que foi presente de Tasha para nós. Depois tudo ficará mais fácil. Pelo menos agora teremos o resto do dia sem os planos mirabolantes e suicidas de Natasha Zapata.

Patterson concorda com a cabeça.

— O resto do dia não, eu diria que algumas horas ...

Mal terminou de falar e um barulho entrega que não estavam mais sozinhas, alguém tinha entrado no ginásio. Provavelmente outro agente para treinar.

As duas se entreolharam. A previsão de Patterson havia se quebrado.

— Precisamos conversar, Patterson. Sozinhas.

Era Tasha. E o junto com ela tudo que tinha pela frente.

Remi respirou algumas vezes para tentar conter sua vontade de acertar as contas com Tasha ali mesmo. Mas uma confusão no SIOC não iria ajuda-la a proteger Roman, pelo contrário, se fosse afastada do trabalho isso pioraria sua situação. Então, ela decidiu deixar o local e ir pra casa. Na saída, esbarrou em Zapata propositalmente, mas não parou. O recado estava dado.

Tasha não estava muito receptiva. E ironicamente nem Patterson que sempre tentava acalmar os ânimos de toda a equipe.

— Patterson, senti uma leve exclusão sua ao preferir conversar sobre o ocorrido com Remi e não diretamente comigo.­_ Ela para e se dá conta que deixou transparecer que estava escondida e ouviu uma boa parte da conversa das duas.

— O bom é que seu senso crítico ainda funciona Tasha. Quer dizer.. quando convém... Eu decidi conversar com a Remi porque ela sim me escuta e não faz como você, que só decide sozinha e opta pelo que traz vantagens só pra você e não para toda a equipe. Somos um time Natasha e ...

Nem bem terminou e já foi interrompida

— Agora está me tratando por Natasha? Meu primeiro nome...sem apelidos? Vamos lá, Patterson, podemos agir com mais maturidade aqui. Coloque logo as cartas na mesa: o que eu fiz te afetou tanto pessoalmente? Infiltrar Roman nos coloca a um passo de derrubar a HCI Global e dá a ele uma chance de conseguir um acordo para viver fora daquela cela. Não é um jogo sujo. É um jogo justo onde todos têm vantagens.

— Eu cansei. Apenas isso. Admita, Natasha, que está errada uma vez na vida e eu volto atrás com tudo que disse.

— Admitir o que, Agente Patterson? Ou devo usar seu primeiro nome já que não estamos mais usando a maneira informal? Você quer que eu admita que sou a única pessoa que ainda mantenho uma linha racional de conduta na equipe enquanto todos os outros estão envolvidos demais emocionalmente para enxergarem o óbvio? Que eu sim penso no bem estar da sociedade e quero fazer o meu trabalho da melhor maneira possível? Isso, à propósito, é também o seu trabalho...

— Quer saber, Tasha... _ Patterson respira tentando se acalmar para manter seu desabafo apenas em palavras. _ Se é assim, se eu preciso por em palavras, vamos lá: a SUA decisão de infiltrar Roman não foi pensada a partir de ideais tão nobres assim. Você precisa admitir suas reais intenções por trás disso! Essa missão é arriscada demais para todos nós!

— Arriscada para todos nós ou para o seu namoradinho?

Tasha ri ironicamente e deixa claro que já sabia o que estava rolando há muito tempo.

Patterson a encara firme, talvez pela primeira vez em muitos anos, e bate palmas ironicamente:

— Bom, Tasha. Agora estou vendo mais franqueza da sua parte. Não é a segurança nacional que te moveu a tomar essa decisão, mas a minha vida pessoal que passou a ser a pauta principal do seu joguinho sujo. Qual o seu problema comigo? Porque te incomoda me ver apaixonada por Roman? Vamos jogar nas suas regras então:  eu não trabalho fazendo os negócios imundos da CIA ao qual você se submete. Eu não sou capaz de trair meus amigos e também não escondo segredos que afetarão a vida deles para alimentar meu egoísmo!

— Patterson, eu não acredito que você está insinuando que não quero te ver feliz! Eu me preocupo com você... Olha, quer saber, se o meu trabalho na CIA te incomodava tanto, se escolher o caminho mais rápido para garantir que a justiça seja feita e a segurança de todos garantida é um crime,  pode você mesma executar a prisão._ a latina balança a cabeça desolada_ Estive ao seu lado por anos e ele é só uma pessoa que você mal conhece... Não dá para conversar com você, não enquanto o assunto for o seu querido Roman, não é mesmo? Foi um erro ter vindo até aqui.

Ela começa a andar em direção a saída, mas antes que pudesse virar no corredor, ouve a voz de Patterson:

— Erro é você continuar a achando que suas escolhas não afetam os outros. Somos uma equipe e vamos continuar assim... com ou sem você. Eu não permitirei que ninguém saia ferido disso, Tasha, isso é uma promessa.

Tasha se vira e olha para Patterson. A  loira realmente estava vermelha, como se fosse explodir a qualquer momento. E boa parte disso era por sua culpa.

— Eu entendi, agente Patterson. Tudo o que você disse está anotado, mas não nos relatórios do trabalho. E, por falar em trabalho, saiba que eu farei o meu da melhor forma e, se isso resultar em algum dano, não terei nenhum arrependimento. Aliás, o único arrependimento que vou carregar é ter um dia achado que nós éramos mais do que colegas... E, Agente Patterson, não se preocupe que nossa relação seguirá estritamente profissional dentro SIOC.

Tasha se vira novamente e prossegue andando.

Patterson permanece imóvel como se concordasse com o que acabava de ter escutado. Ela sabia que decisões difíceis teriam que ser tomadas e era uma das piores coisas que teria que decidir.

Saguão Principal do SIOC

Weller bufou ao ouvir de um agente junior que a Srta. Doe já tinha ido pra casa. Ele estava procurando por ela há cerca de meia sem sucesso. Durante o resto do dia, tinha dado tempo e espaço para ela processar tudo o que aconteceu.

Ele dirigiu até o apartamento tentando afastar a esperança de que ela estivesse lá.  O apartamento tinha sido a casa dela um dia. As últimas noites que tiveram lá poderiam ter reacendido essa noção de lar. Talvez ela soubesse que não estava sozinha, que ele estaria ao seu lado para enfrentar os dias difíceis que acompanhariam essa missão de Roman infiltrado na HCI Global.

Entrou fazendo algum barulho para sinalizar sua chegada, mas silenciou em seguida tentando ouvir qualquer sinal da presença de Remi. Nada. Ele riu de sua própria ilusão. As cervejas da Pensilvania geladas foram o único alívio naquele momento. A primeira garrafa o acompanhou até a sacada. Ele olhou para a cidade como fez tantas e tantas meses durante sua vida ali. A Big Apple e álcool entorpeceram seus problemas pessoais por anos, muito antes de Jane...

Jane. Depois dela, tudo mudou. Olhar NYC era trazer tantos momentos e tantos lugares de volta das profundezas de suas lembranças: o incidente na Times Square, a primeira vez que a viu lutando em Chinatown, quando ela salvou sua vida na Estátua da liberdade. Deus, e isso foi só o primeiro dia! Ele riu ao pensar que NYC agora aquecia seu coração por tudo que ele viveu ali com Jane.

E essa cerveja? Até nisso Jane penetrou. Ele recordou dela à sua porta oferecendo sua cerveja preferida e dizendo “Não é estúpido que você esteja se sentindo sozinho... E realmente não há nenhuma razão para nós dois ficarmos sozinhos em casa quando eu tenho essa incrível cerveja da Pensilvania. Ouvi dizer que são as melhores.” Havia algum lugar nele que ela não tivesse tocado e transformado? Ele sugou a cerveja até a última gota degustando em cada gole o quanto seu sabor lembrava ela.

Droga, droga, droga! Não era Jane agora. Era Remi. Por que ele insistia em procurar a conexão entre as duas? Seria um erro ir atrás dela como também seria um erro tentar qualquer contato quando ela estava tão brava... Mas ele já havia sacado o celular e acho que um erro a mais não pesaria tanto assim. Inútil se iludir ao ponto de achar que ela tenderia uma ligação, então digitou:

“Só preciso saber se você está bem.”

Básico. Curto. Talvez ela compreendesse.

Ela visualizou. Não respondeu.

Ele sempre respeitou seu tempo e seu espaço. Foi assim que ele e Jane construíram as bases de seu relacionamento pouco convencional, mas tão adequado aos dois. Mas era Remi e o irmão dela na linha de frente da batalha. E o bebê...

Minutos depois ele estacionava em frente à casa segura e tocava a campainha.

Ela não atendeu.

Ele tocou novamente.

Nada.

Ele mandou uma mensagem no celular: “Sou eu.”

Ela abriu a porta:

— Vai se foder, Weller! _ disse e se virou voltando pra dentro da casa.

Kurt respirou e respirou. Se qualquer outra pessoa no mundo o tratasse assim, ele simplesmente daria as costas. Mas não era qualquer pessoa na sua frente. Algo que ele aprendeu sobre Remi nos últimos meses é que, quanto mais ela se sentisse afetada pela situação, mais agressiva era. E a porta ainda estava aberta, talvez ela não desejasse que ele se afastasse tanto assim.

— Eu precisava ver como você estava._ ele começou e ela bufou. _ Sei o quanto Roman representa para você e o quanto deve ser difícil ter simplesmente que esperar sem saber como ele está. Passei por isso toda vez que você foi para a Sandstorm.

— Você vai ficar aí na porta falando como um andarilho que pede esmolas?

— Eu vou embora logo, Remi. Só preciso saber se você está bem.

— Então deveria perguntar isso aqui dentro.

— Mas você não me convidou pra entrar.

Remi se virou pra ele assumindo uma docilidade repentina:

— Boa noite, Kurt. Por favor, entre e feche a porta._ ele fez o que ela falou. Remi continuou gesticulando para mostrar a si mesma _ como o senhor pode ver, estou bem. Era só isso?

— Eu não sou seu inimigo, Remi._ ela revirou os olhos_ E você não pode me culpar por algo que foi decisão da Tasha.

— Eu não entendo essa sua equipe “perfeitinha”, Weller. Vocês disseram que vidas importavam, que a missão não estava acima das pessoas. Mas colocaram a vida do MEU IRMÃO em risco. Ele não é um ser humano pra vocês? Ele ajudou a derrubar Crawford, mesmo assim acabou naquela cela à espera de um black site até ser mandado para o matadouro.

— Você tem todo o direito de estar preocupada e decepcionada. Eu também estou. E também não concordo com as possibilidades sombrias que foram colocadas para Roman... Mas tem coisas que não estão ao meu alcance.

— Tão diplomático, como sempre! E nada muda._ ela insistiu no tom adocicado porque sabia que sua falsidade o atingiria.

— Infelizmente diplomacia não resolve todos os problemas. Mas a força também não. Se você tentasse ajudar Roman a fugir de lá, acabaria num black site com ele.

— O que faremos agora: um brinde à minha incapacidade?

Kurt sentia vontade de socar uma parede toda vez que Remi jogava com falsidade e ironia. Mas se ela ainda não tinha o colocado pra fora, era um bom sinal. Então continuou:

— Você se alimentou?

— Não estou com fome.

— Os últimos acontecimentos tiram o apetite de qualquer um, mas o bebê precisa que você se alimente. Você tem algo saudável pra comer aqui?

— Eu passei os últimos dias no seu apartamento, então acho que pode encontrar a resposta sozinho.

Kurt pegou o telefone e pediu algo via delivery. Não haviam muitas opções saudáveis, mas antes isso do que ela ficar sem comer. Os dois aguardaram a comida chegar em silencio, sentados no sofá enquanto Remi trocava inúmeras vezes o canal da TV. Após o jantar, Remi disse:

— Pronto, Sr. Weller. O seu filho está alimentado. Agora eu vou descansar.  Tenha uma boa noite. _ e subiu para o quarto deixando-o plantado no balcão da cozinha.

Kurt ficou parado por alguns segundo tentando assimilar aquilo. Ela não pediu que ele saísse. Ela queria que ele ficasse? De qualquer forma, ele teria o “não dito” à seu favor e usaria isso. Após lavar os pratos, acomodou-se no sofá para uma noite desconfortável. Não seria diferente se ele estivesse na sua cama, distante de Remi, sentindo o peso daquele dia.

Contrariando todas as suas expectativas, ele adormeceu e só se deu conta disso quando sentiu o chacoalhão dela em seu braço. Ainda a meio caminho da vigília total, perguntou:

— Está tudo bem?

— Tem que haver algo que eu possa fazer. Talvez resgatá-lo e trazê-lo de volta.

— Infelizmente, eu duvido que ele concordaria._ Kurt disse se sentando no sofá_  Ele aceitou a proposta da CIA porque quer sua liberdade de volta. Vamos dar todo apoio que ele precisa pra que saia dessa vivo e possa reconstruir sua vida depois. Você conseguiu sobreviver à Sandstorm...

— Porque ele estava lá por mim. Você disse que foi Roman quem encobriu todas as minha falhas para Shepherd e depois me ajudou quando fui descoberta. Eu preciso estar lá por ele quando for necessário.

— Quando você se infiltrou na Sandstorm, tudo era desfavorável: seu psicológico, sua falta de memória...

— Ele é tudo que me restou...

— Você tem muito mais que apenas ele. Existe uma família inteira aqui por você. Por vocês. Eu, Avery, o bebê. Isso não diminui a importância de Roman nem o torna substituível, mas eu só quero que você entenda que nenhum de vocês dois vai enfrentar isso sozinho.

Ele se deslocou para o canto, dando lugar para ela no sofá. Ela sentou-se rígida e distante, mas deixou a mão a meio caminho da dele. Kurt não exitou em encontrá-la e deixar seu polegar acariciar suavemente as tatuagens da mão dela. Os minutos foram se arrastando com os dois em total silêncio, mas milímetro após milímetro a distância entre eles foi desaparecendo. Acabaram deitados juntos no sofá. Ela adormeceu primeiro. Só a gravidez justificava essa entrega ao sono nos braços dele, Kurt sabia. Ele beijou o topo de sua cabeça e se permitiu dormir também. Amanhã não seria um dia fácil. Remi não despertaria feliz depois de tudo. Kurt sabia.


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Notas finais do capítulo

E então, gostaram? Faltou algum detalhe que gostariam de ver nessa história? Comentem! Sugestões e críticas são bem vindas.
Muito obrigada pela leitura.



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