Equinox escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 41
Capítulo 121


Notas iniciais do capítulo

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Capítulo 121

08 de outubro de 2008

Saio do escritório de papai correndo, mas paro abruptamente quando chego perto da escada. Desço os degraus com muito cuidado me segurando no corrimão.

Esme e Carlisle aparecem de repente já no primeiro andar e olham para mim:

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— Porque você desce assim filha? – questiona mamãe.

— Eu não gosto de escadas... Mas, como vocês dois já estão ai embaixo se eu acabei de deixá-los no quarto? - olho para trás perplexa. Eu não deveria estar assim chocada, mas não pude evitar ficar admirada.

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— Pulamos ali – papai me indica a sacada em frente do quarto.

— Porque filha, aconteceu alguma coisa? – Esme vem correndo ao meu lado.

— Tenho medo de cair, minha mãe humana caiu da escada uma vez. E eu quase cai um dia.

— Oh! - os dois exclamam ao mesmo tempo em compreensão.

Eles sabem que eu sou descoordenada, mas não fazem disso piada. Afinal, a culpa não é minha, eu nasci prematura.

— Ainda bem que quando eu for uma vampira não vou ter problemas de equilíbrio.

— Você é descoordenada, mas tem uma ótima dicção, filha. Seu inglês é excelente – Esme transborda de orgulho maternal.

— Obrigada, mamãe. Pelo menos isso vai ser resolvido logo que eu me tornar imortal.

— Certamente – diz papai.

Chego ao último degrau da escada e cambaleio na hora de sair. Mamãe e pai me seguram antes que eu me dê conta de que fiquei tonta.

— Da próxima vez não abaixe tanto a cabeça, filha – diz papai.

— Odeio escadas! - elas não têm culpa, mas são sim a causa de meu mal estar.

— Desculpe querida – pede mamãe.

Ah que ótimo a magoei. Peço desculpas imediatamente, pois sinto como se tivesse me machucado:

— Tudo bem. A casa foi projetada para vocês, pessoas que não tem problema de coordenação motora. Eu que peço desculpas por ser assim. E também por ter ofendido você.

— Não me senti ofendida, eu estou bem querida, não se preocupe comigo. Você está bem?

— Sim, já estou melhor. Acho que o frio ajuda com a tontura.

— Ah claro – diz Carlisle.

— Vamos para a cozinha, querida? – pergunta mamãe.

Pego sua mão estendida para mim. O cheiro aqui embaixo está ainda mais forte e dá água na boca.

— O aroma está delicioso! Você cozinha muito bem, mãe. Mesmo que não possa comer.

— Eu assisto programas de culinária e posso sentir o cheiro da comida que preparo – ela responde.

Mesmo assim é incrível e isso não tira nenhum pouco seu mérito. Até acrescenta mais pois ela nem precisaria se esforçar para aprender a cozinhar, ou re-aprender.

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Esme me ajuda a sentar em um dos bancos e só me solta quando tem certeza que eu estou bem. Ela prepara um prato e coloca diante de mim.

— Prontinho, aqui está!

— Assim eu vou ficar mal acostumada. Posso me servir, mãe. Você já teve o trabalho de fazer.

— Tudo bem querida, não é incomodo algum.

Ela já me conhece tão bem! Ou é apenas a memória impecável de vampira.

— Mamãe... - Eu digo entre uma colherada e outra. Após engolir é claro, pois é feio falar de boca cheia.

— Sim, querida?

— Eu e papai estávamos vendo o álbum de fotografias...

— Sim eu vi quando fui lá em cima te chamar.

— E eu vi o desenho dos seus pais; meus avós - digo ainda hesitante se ela vai aprovar que eu os chame assim. Mas ela não se incomodou. Ela sabia que eles passariam a ser também meus avós quando ela me adotou. - Você que fez? – Não que duvide que ela seria capaz, mas só para ela saber que eu sei.

— Sim, fui eu que fiz o retrato deles.

— Você desenha muito bem, mãe.

— Obrigada sweetie; eu sou também arquiteta e desenhar é um hobby.

— Eu fiquei admirada com o tanto que eu pareço com a vovó. Se você me permite a ousadia, claro.

— Não é atrevimento nenhum, querida. Claro que já sabia, desde o momento em que a vi pela primeira vez. Mas agora termine de comer depois vamos terminar de ver as fotos.

Carlisle foi rapidamente até o escritório e antes que eu tivesse sentido sua ausência ele já estava de volta com o livro na mão.

...XXX...

 

Depois do almoço voltamos ao escritório de Carlisle apenas eu e mamãe, pois papai teve que ir trabalhar. Esme continua a me mostrar as fotos da família e ao virar a página em que paramos vejo um retrato dela e de papai como se eles ainda fossem humanos. Os olhos de Carlisle são azuis da cor da bondade, quase iguais aos do meu avô humano.

— Que imagem é essa? – índico perguntando curiosa.

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— É um desenho que eu fiz inspirada nas descrições de meu marido de qual cor eram seus olhos e o tom da pele – responde mamãe. – Jamais saberemos a cor exata, talvez violeta dependendo da luz do dia – lamenta ela cabisbaixa.

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As outras fotos do álbum eram algumas em preto e branco como eram no princípio as imagens capturadas pelas câmeras antigamente, outras eram coloridas com tinta e pincel no estilo aquarela, até chegar aos retratos de família atuais com cores e detalhes bem nítidos.

Fiquei surpreendida que eles aparecessem nas fotografias, pois a lenda diz que vampiros não possuem reflexo nos espelhos e portanto, racionalmente, não deveriam ter imagem que pudesse ser capturada pelas câmeras. Isso se eles fossem mesmo fantasmas; mas eles são pessoas, cadáveres animados, quer dizer com anima, com alma. (Não em decomposição como zumbis. Nem imagino como estaria Esme e muito mais Carlisle. Ela estaria cheirando mal ainda talvez, e ele estaria um esqueleto.)

O fato deles saírem em fotos significa que vampiros tem corpos sim, mesmo que seja mais claro, quase transparente de tão branco (ainda mais do que eu que me protejo do sol e por isso sou tão clara); mesmo que o corpo deles fosse mais tênue, menos concreto, não tão duro, ainda assim eles possuiriam corpos físicos e seriam passíveis de ser registrados pelas máquinas fotográficas ou de vídeo.

Esme percebe meu espanto e como eu estou pensativa:

— Você não esperava que aparecêssemos em fotografias não é, querida?

— Eu... bem.... eu não sei o que eu esperava. Acho que estou um pouco surpresa. Ao menos essa parte da lenda não é verdadeira.

— Podemos nos movimentar tão rápido que os humanos não conseguem nos ver, essa é a origem dessa lenda. Os Volturi ajudaram a propagar essas estórias fantasiosas e falsas sobre os vampiros, mas eles não conseguiram acabar com a lenda que diz que nos alimentamos de sangue humano.

'Aliás, é por isso que as pessoas não acreditam que existem vampiros que não se alimentam de sangue humano. Como se para nós fosse impossível existir de outra maneira que não matando pessoas. Felizmente seu pai descobriu que esse não era o único modo de sobreviver e por isso caçamos animais para nos alimentar.

— Ainda bem que papai descobriu esse modo de vida. Acredito que se eu me tornasse vampira sozinha como ele, também iria procurar viver de uma forma menos assassina. Não suporto a ideia de matar alguém. Não entendo a guerra. Por isso quero pedir para você e papai que, por favor, não me deixem atacar ninguém quando for uma recém-criada.

— É apenas esse o seu medo filha?

— Sim, meu único medo é não ser uma boa vampira Cullen e ser incapaz de me controlar.

— Não se preocupe, querida. Nem eu, nem seu pai vamos deixar que você faça mal para ninguém. Somos responsáveis e temos que cuidar dos vampiros que criamos.

— Eu não quero dar trabalho.

— Não se incomode com isso, querida; nós sabemos o que esperar pois já tivemos que lidar com três recém-criados: Edward, Rosalie e Emmett. Bella é e foi uma vampira excepcional.

— Eu não serei assim - digo abaixando a cabeça contrita.

— Não se preocupe querida, nós estamos preparados. Sabemos que não podemos esperar que você seja como Bella, ela foi exceção. O normal é que sejam tempos mais complicados mesmo. Não se sinta obrigada a nada, mas não deixe de se esforçar para cooperar conosco está bem?

— Sim mamãe - é claro que eu vou fazer tudo que puder.

— Se você estiver com medo podemos adiar, querida.

— Não, mãe, não quero deixar para depois. A dor não vai ser diferente quanto mais tempo eu esperar. A única coisa será que eu vou envelhecer, e isso não quero.

— Carol, você tem apenas 16 anos, não está velha. Se você está velha então eu e seu pai somos anciãos.

— Antigamente a expectativa de vida das pessoas não era tão grande como hoje. Até mesmo em diversos países é diferente.

— Mas hoje a medicina evoluiu muito para aumentar a qualidade e a expectativa de vida, e você não vai ficar muito diferente se quiser esperar mais um ou dois anos. Eu não vejo mal nisso, para mim seria até melhor. Eu não quero perder esse som – Esme aproxima a cabeça de meu peito. Sei que não seria necessário, mas ela fez isso para enfatizar o que estava dizendo. Eu sei que ela não vai esquecer o som do meu coração porque ela tem uma memória perfeita.

— Mamãe, mas apenas por causa disso. Não é melhor não ter medo de me perder?

— Sim, querida. Se fosse necessário eu e seu pai poderíamos agir em qualquer imprevisto.

— Mãe, eu não quero deixar para depois, quero fazer o que precisa ser feito. Vou enfrentar o que preciso enfrentar, não será diferente amanhã do que é hoje. A não ser que você queira esperar, ou que eu espere mais. Você, acredito, já fez sua parte, agora é comigo. É minha vez.

— Oh meu bem! Eu sei que você quer que isso seja o menos difícil possível para mim, mas ainda assim será muito doloroso ver você sofrendo e saber que eu provoquei.

— Mamãe, não se culpe. Eu quero. É minha vontade e minha decisão. Eu que fiz essa escolha. Eu quero fazer isso. Não quero que você e papai sofram sempre preocupados que algo possa acontecer comigo. Vocês sabem quanto a vida humana é frágil, podemos morrer por qualquer motivo por mais banal. Eu não quero que vocês dois tenham que se preocupar comigo.

Ainda mais que a ameaça constante de meu pai é um perigo real. Assim como vampiros podem matar vampiros, humanos também podem matar humanos.

— Oh sweetie! Se houvesse uma forma menos dolorosa de ficarmos juntas para sempre. Eu não queria que você tivesse que passar por isso.

— Não se preocupe mãe, eu vou conseguir.

— Sei que a maioria das pessoas passa pela mudança, mas eu não queria que você tivesse que sentir dor.

— A dor é uma parte, é o preço que preciso pagar e vou pagar para ficar para sempre com você e papai.

— Querida, não precisa ser corajosa.

— Preciso. Eu aceito ter de suportar a dor da transformação para nunca mais correr o risco de ficar longe de vocês dois. Agora vocês são a minha vida, e não posso mais me imaginar viver sem vocês. Antes eu não vivia, eu sobrevivia.

— Filha, você parece muito mais madura do que uma adolescente.

— Talvez eu tenha amadurecido à força.

Esme assente.

— Nós vamos cuidar de você. Nunca mais você vai se sentir abandonada nem rejeitada. Não vai faltar amor.

— Não me falta amor aqui mãe, eu sei do que você é capaz. Todo amor e carinho que você e papai sentem por mim é o que eu quero. Você vai me dar, já me deu, uma família como eu sempre sonhei.

— Ah, Carol, se tivesse algum jeito e fosse possível de alguma maneira, acredito que o meu marido aceitaria, nos tornarmos humanos para viver com você.

— Obrigada, mãe; mas e meus irmãos?

— Eles são adultos e poderiam viver sem nós.

— Mamãe, não quero que você precise escolher entre eu e sua família. Eu que vou entrar para sua família. Você me salvou, é o mínimo que eu posso fazer. Minha vida lhe pertence. Quero que seja definitivo e para sempre.

— Filha... – Esme iria protestar alguma coisa, mas eu a interrompi.

— É melhor assim, mãe. Que eu precise me tornar uma vampira por vocês dois. Vocês não estão me obrigando, eu quero fazer isso. Eu não imagino passar apenas alguns anos com você e papai, se eu quisesse só isso poderia continuar humana e não precisaria me tornar vampira. Mas eu quero viver muitos séculos com vocês.

— Ah sweetie! Eu jamais poderia negar transformá-la depois de ouvir tudo que você sente por nós. Não apenas o que você disse hoje, mas seu comportamento todos os dias desse último ano. Você é hoje uma garota diferente daquela menina que eu encontrei na primeira consulta. Não há como retribuir tanto carinho, mas a melhor maneira é dando a você o presente da imortalidade.

Não é a vida eterna, - porque só Deus pode nos dar, mas eu ainda tenho esperança que Ele nos conceda, apesar de sermos vampiros, mas por sermos bons vampiros e não matar, afinal não matarás é um dos dez mandamentos – porém é melhor do que viver constantemente com medo de morrer. Ao menos, no meu ponto de vista. Porque tenho que ser punida pelo pecado dos outros? Isso não é justo.

Esme continua:

— Para mim é sim um presente, uma dádiva. Tudo que eu sempre quis aconteceu depois que eu acordei. Tenho o marido que eu sempre quis, a família grande e ainda maior que sempre desejei, estou realizada, estou feliz. E porque não lhe dar a mesma oportunidade que eu tive? Não posso recusar dar a você essa chance de ser feliz como eu sou. Eu te amo tanto para compartilhar para sempre com você as alegrias dessa vida.

— Obrigada, mãe; é isso que eu sonho. Serei eternamente grata. Literalmente.

Terminamos de ver o álbum e descemos para a cozinha onde Esme prepara um lanche para mim.

...XXX...


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Notas finais do capítulo

Trilha sonora:
White demon love song, The killers.
~~estamos perto da transformação de Caroline (mais dois ou três capítulos)



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