Equinox escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 36
Capítulo 116


Notas iniciais do capítulo

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18 de junho de 2008 – Wednesday

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Estou no quarto deitada na cama ao lado de Esme quando de repente me ocorre uma questão:

— Mãe porque eu não posso ir junto com você quando você vai caçar?

— Carol, é muito perigoso; eu não quero arriscar levando você junto.

— Você não tem medo que eu a veja como vampira de verdade se eu a vir caçar?

— Não, eu sei que você sabe que eu sou. Mas eu não quero correr o risco de machucá-la. Você sabe que para caçar nós precisamos deixar nossos instintos nos levarem. Perdemos intencionalmente o controle, a razão, e seria difícil estando você tão perto... Nem quero pensar no que poderia acontecer. Você é muito preciosa para mim, sweetie.

— Então eu tenho o sangue doce? Sempre pensei que tenho porque os mosquitos adoram me picar.

— Eles, na verdade, elas picam todo mundo. Mas claro que algumas pessoas parecem sofrer mais do que outras. Você parece ser um desses alvos de picadas mais frequentemente.

— Até você mãe, não quero que me interprete mal, mas é verdade; até você tem dificuldade porque eu sou sua cantante não é verdade?

— Exatamente, filha. Entendo o que você quer dizer e não me sinto ofendida, é apenas a verdade e não há como fugir disso. Eu me esforço para não atacá-la e não posso arriscar fazer isso num momento de descuido enquanto vou caçar.

— Eu sei disso mamãe e eu agradeço todos os dias quando acordo. Se estou viva ainda é por sua causa, porque você conseguiu se controlar e Deus deu forças para você fazê-lo.

— Eu também fico muito satisfeita e orgulhosa de mim mesmo por cuidar bem de você, querida.

— Você é a melhor mãe do mundo Esme.

— Obrigada, sweetie. Sou mãe e cuidar é um instinto materno básico, mas também sou uma vampira. Ao que parece o instinto maternal supera o instinto vampiresco, mas eu jamais vou baixar a guarda perto de você. Não enquanto você for humana.

— Eu estou aqui falando de Deus, mas eu sou humana e acredito nEle, mas você acredita mamãe?

— Só porque eu sou uma vampira não quer dizer que não tenha fé. Aliás, porque você acha que somos bons vampiros?

— Eu penso sim que vocês acreditavam em algo maior, no bem, mas não necessariamente em Deus. Vocês foram humanos, é claro, mas poderiam ter perdido a crença ao se tornarem vampiros.

— Eu pessoalmente acredito em Deus filha. Assim como seu pai, nunca vi algo em todos esses anos que me fizesse duvidar de que Ele existe. Ao ver seu pai, você entende, acredito ainda mais.

— Carlisle é muito bom. Através dele eu posso ter uma ideia de como Deus é.

— Exatamente, querida. Eu acredito no julgamento e sei que nós vampiros seremos julgados de acordo com o que fizermos com nosso tempo distendido. Por isso eu acredito que vale a pena ser uma vampira vegetariana. E é mais ou menos assim que todos nós pensamos, porque todos somos cristãos.

— Se papai é Anglicano, quer dizer que todos nós temos de ser? Você é mamãe?

— Eu sou, mas por minha própria vontade, não porque ele impôs. Edward é Católico, ao menos quando humano ele era, por isso é tão difícil para ele lidar com o que somos.

— Eu também.

— Sim, mas você tem uma concepção diferente. Lembre-se que seu irmão viveu há um século.

— Eu imagino que o vovô não iria gostar de mim. Se Carlisle fosse como o pai dele...

—...ele perseguiria vocês dois. Isso que você imagina? Mas fique tranquila, Carlisle não é religiosamente intolerante como o pai dele era. Se ele fosse poderia ter forçado Edward a se converter. Além de fisicamente ele o obrigaria a mudar religiosamente também.

— Eu sei. Mas ser Anglicano não é muito diferente de ser católico, não é mamãe? A diferença é basicamente reconhecer o papa, não é?

— É sim, filha. Por isso a Igreja Anglicana se reconhece como cristã e ao mesmo tempo protestante.

— Mas e meus outros irmãos qual era a religião deles?

— Emmett, Rosalie e Bella eram todos luteranos. Jasper não se recorda e Alice provavelmente era presbiteriana assim como ela descobriu que era sua família de acordo com suas investigações.

— E você, mãe?

— Eu era católica.

Meu queixo cai:

— Uau! Assim como eu.

— Acho que o meu sogro não iria gostar muito de ter uma cunhada católica. Mas eu não era muito praticante em meus últimos anos de vida humana, Charles, meu ex-marido, não gostava que eu fosse à igreja. Eu ia sozinha porque ele não queria ir junto comigo, mas isso o deixou muito furioso e ele me bateu um dia quando eu cheguei em casa. Depois desse dia não fui mais para a missa, mas rezava e fazia minhas orações em casa mesmo.

— Eu acho que se vocês pedissem, eu também me tornaria anglicana. Quero dizer, vocês poderiam me impor, mas eu aceitaria de bom grado.

— Você é maravilhosa, sweetie.

— E seus pais, como eles foram com você mamãe?

— Meus pais não foram tão maus como o pai de meu marido, eles eram apenas mais tradicionais, podemos dizer. Minha mãe era carinhosa comigo e papai era mais distante, mas afetuoso do jeito dele, hoje eu percebo. Você pode imaginar que eles eram ruins por terem obrigado a me casar, mas não. Ninguém sabia como Charles iria ser comigo. Ter obrigado a me casar foi o único 'erro' que meus pais cometeram, mas era assim naquela época, os pais escolhiam os esposos para as filhas.

— Infelizmente eu não posso dizer o mesmo. Eu sei que meus pais eram apenas humanos e por isso não eram perfeitos, e não é justo compará-los com você e Carlisle. Mas mesmo admitindo que são passíveis de falharem, eles erraram muito mais vezes do que pais humanos poderiam, eu imagino. como posso perdoá-los? Não posso.

— É verdade, querida. Eles fizeram tanto mal a você, não sei como Deus permitiu. Eles não deveriam. Mas ao menos somos gratos a eles porque se não fosse por causa deles nós não teríamos você.

— Mesmo com tantos traumas e complicada como eu sou, vocês gostam de mim e me aceitam como eu sou?

— Claro que sim sweetie! Vamos consertá-la e depois você será cuidada e bem-tratada como sempre mereceu.

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— Obrigada, mamãe – abraço Esme com o rosto transbordando de lágrimas.

— Oh meu anjo! Não chore mais, não quero mais ver você triste.

— Não estou triste mãe, estou feliz. Mas se você não quer me ver assim, não choro mais, me desculpe. Nunca gostei de chorar mesmo.

— Oh querida! – Esme afaga minhas costas e eu adormeço em seu colo.

...XXX...

 

19 de junho de 2008

Pergunto para Carlisle quando tomo meu café da manhã antes de ir para a escola:

— Pai, você acha que o fato de eu já ter provado sangue humano pode deixar mais difícil para eu resistir quando eu for uma vampira?

Ele foi pego de surpresa com a minha pergunta mas logo se restabelece e responde:

— Acho que não. Vocês humanos não são preparados para ingerir sangue. Não tem necessidade de beber para sobreviver. Isso não faz parte da dieta de vocês, pode ficar tranquila filha.

— Obrigada pai. Mas Bella também tomou sangue, não é verdade?

— Sim, foi necessário quando ela estava grávida de Renesmee, ela precisava se alimentar para ficar bem. Porém isso deixava as duas mais fortes. Não dava para não alimentar uma sem alimentar a outra, as duas estavam ligadas.

— Entendo, papai.

— Mas mesmo tendo bebido sangue humano doado antes de se tornar uma vampira, Bella não teve problema para resistir ao cheiro de sangue humano. Ela foi excepcional, na verdade conseguiu fugir daqueles homens que estavam no lugar errado na hora errada quando Edward a levou pela primeira vez para caçar.

— Isso pode ser diferente comigo, ela tem um super autocontrole. Eu não sei se poderei resistir... – essa parte de ser uma vampira recém-criada me preocupa.

— Eu também tenho e sua mãe também tem autocontrole; pode ser digamos uma característica 'genética hereditária'.

— Mas essa habilidade é adquirida com o tempo e esforço, não é simplesmente herdada.

— Não vou mentir para você filha, sim tem em grande medida influência do esforço de cada um. Mas eu acredito que deve ter uma base ao menos um pouco de qualidade genética. O vampiro que me atacou deveria ter alguma capacidade maior de resistência e passou para mim. Como nossa filha você certamente vai herdar essa característica.

— Tomara. Mas e minha sobrinha?

— Ela pode sobreviver se alimentando de sangue e de comida humana. Ela prefere sangue, melhor se puder beber sangue doado. Ela foi condicionada – admite Carlisle envergonhado. – Eu tentei persuadi-la a caçar assim como nós, apenas animais, mas ela só aceita ir por causa de uma disputa com Jacob para ver quem consegue a maior presa.

— Os olhos dela não mudam de cor porque ela toma sangue humano.

— Verdade, não acontece como conosco que temos os olhos dourados quando acabamos de caçar e escuros quando temos sede. Os vampiros que matam pessoas tem olhos vermelhos, você sabe, por isso não se percebe facilmente Renesmee como nós. Para ela é ainda mais fácil se camuflar com os humanos. Castanho é uma cor de olhos comum, a mais predominante na espécie humana.

— Sério pai? – ele assente. – Se Bella tivesse os olhos azuis ou verdes como humana que cor Renesmee poderia ter?

— Os olhos de Edward eram verdes quando o conheci. Então talvez Renesmee poderia ter os olhos verdes. Mas ela tem os olhos castanhos da mãe, porque essa cor é dominante sobre o gene verde ou azul que é recessivo.

— Isso eu sei, essa parte de biologia, genética eu adoro!

Carlisle me afaga os cabelos:

— Minha garotinha esperta! Eu tenho muito orgulho de você, sabe disso.

Enrubesço constrangida.

— Mas você tem os olhos quase da mesma cor que sua mãe tinha. Até mesmo quando fica envergonhada vocês parecem.

Quer dizer que se mamãe e papai tivessem uma filha teria os olhos castanhos como eu? Pois os olhos de Esme eram castanhos quando ela era humana, e os de Carlisle azuis. Eu podia e poderei realmente passar como filha deles!

...XXX...


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