Equinox escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 34
Capítulo 114


Notas iniciais do capítulo

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Capítulo 114

5 de maio de 2008

Naquela noite Carlisle está me examinando mais uma vez, Esme saiu, pois tinha que ir ao supermercado fazer algumas compras e nos deixou a sós. Eu iria com ela como todas as vezes se eu não estivesse doente. Eu não tenho mais medo de ficar sozinha com ele e eu pergunto:

— Papai, esqueci de perguntar hoje de manhã, segundo o diagnóstico que você fez, quando poderei ir para a escola?

— Talvez na sexta-feira, na melhor das estimativas.

— Não gosto de faltar aulas sem motivo.

— Você tem um motivo, filha. Você não está em casa só porque não tem vontade de ir para a aula, nó não permitiríamos que você faltasse tanto. Você está doente, não esta ‘matando aula’. Só porque sou eu quem assino seu atestado não quer dizer que não vale. Eu estou confirmando que você está doente, não estou mentindo só porque cuido de você aqui em casa e não no hospital. – meus pais teriam a desculpa perfeita se quisessem realmente me tirar da escola. Mas eles jamais fariam uma coisa tão monstruosa dessas - Você prefere ir para o hospital?

— Não papai – ele sabe que eu não gosto muito do ambiente. Uma reação humana muito normal. O instinto é mais forte em algumas pessoas do que em outras, sabemos ainda que inconscientemente que lá podemos pegar alguma doença. Evidentemente que a higiene em um hospital é bastante rígida, mas ainda assim o instinto permanece. – Não quero ocupar um leito e tirar o lugar de alguém que precise e não possa ser cuidado em casa. Eu tenho o privilégio e a honra de poder ficar aqui porque tenho um pai médico.

  Carlisle sorri orgulhoso da minha confissão espontânea:

— Eu também fico feliz de poder cuidar de você. Fico preocupado com você quando não estou em casa. O pensamento fica aqui.

— Papai, não. Você precisa cuidar dos outros pacientes também, não se inquiete por minha causa. Mamãe pode cuidar de mim enquanto você não está.

— Fique tranquila, querida, não se exalte. Nossa mente pode pensar em várias coisas ao mesmo tempo e eu não fico mal se penso em você. Ainda posso fazer meu trabalho com perfeição, não se preocupe – ele me acalma ao me ver sobressaltada.

— Ai papai eu estou com tanto medo. Não quero morrer. Fico agoniada quando meu nariz fica entupido e tenho que respirar pela boca...

— Já sei, você precisa de mais descongestionante – Carlisle levanta e pega um xarope para mim.

— Tome, querida. Vai se sentir melhor – ele abre o frasco e derrama o líquido vermelho (!) no copo medidor.

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Porque todo xarope tem sabor de cereja? Será que quem inventou o xarope gostava tanto de cereja? Nada contra, eu até gosto, mas não tem outro sabor não?

— Obrigada papai– tomo o xarope e logo sinto meu nariz escorrer e pego o lenço.

O barulho é tanto que me deixa encabulada:

— Desculpe papai.

— Não precisa se desculpar de nada, criança.

— Na verdade, o melhor mesmo era não ter pegado essa doença. Eu não queria ficar assim. Não queria que você e mamãe tivessem que me ver desse jeito.

— Querida, não se preocupe você é humana e isso poderia acontecer mais cedo ou mais tarde.

— Bella nunca ficou gripada quando vocês se conheceram?

Não tenho nada contra ela, como pode parecer porque sempre falo dela. Isso é porque ela era humana quando minha família a conheceu e nenhum outro filho era humano por tanto tempo antes de mudar. Evidentemente que todos eram sim humanos antes de serem transformados em vampiros, é claro, não poderiam ser transformados se não fossem humanos. Mas Bella foi diferente, ela escolheu ser vampira, ela sabia o que queria. Como eu também sei o que quero.

— Não, mas ela quase sofreu hipotermia uma vez com meu filho Edward em uma barraca durante uma tempestade de neve. Ele se afastou o máximo que podia, mas ela ainda batia os dentes de tanto frio.

Eu me lembro e acho que foi por isso que mamãe ficou tão preocupada comigo naquele dia de inverno nos EUA.

— Mas como ela sobreviveu? Ela sobreviveu, não é?

— Sim, é claro. Ela resistiu porque nós não somos os únicos seres sobrenaturais que ela conhecia. Acho que também por isso ela nunca ficou gripada. Mas como eu dizia, ela se recuperou porque Jacob que é mais quente se deitou com ela no mesmo saco de dormir.

— Coitado do Edward, imagino a situação! – se permitisse teria que aguentar os pensamentos petulantes de Jacob, e se recusasse estaria arriscando a vida de Bella.

— Não foi fácil, ele podia ver tudo que Jacob pensava e ele não pensava coisas sutis... Mas Edward não queria perder Bella e estava disposto a esse pequeno sacrifício.

— Jacob teve coragem de pensar besteiras sabendo que meu irmão poderia ler e ficar irritado?

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— Na verdade foi bem pior, Jacob chegou até mesmo a pedir que Bella tirasse a roupa. Seria melhor assim.

— Mas isso seria um absurdo! – começo a tossir de tanta indignação.

Isso seria uma violência! O que ele pensava fazer? Ele queria estuprar a minha irmã se aproveitando do momento e da fragilidade dela? Que absurdo! Duvido que se ela tivesse tirado a roupa ele iria se controlar... Cachorro. Pervertido. Nojento. Tenho asco desses homens, que nem mereciam o titulo de homens, nem são homens, são animais. No caso do Jacob ele é mesmo um lobo. Pulguento miserável! Seria melhor para quem, idiota? Para ele evidentemente. Cafajeste!

Carlisle levanta e vai até a escrivaninha, que agora serve de prateleira de medicamentos e pega para mim outro xarope. Ele é medico, então posso confiar que ele não está me dando os remédios fora da ordem prescrita por ele mesmo a cada 4 ou 6 horas dependendo do tipo.

Tomo o outro liquido e minha garganta fica melhor. Até meus pulmões respiram sem tanta dificuldade. Desse jeito vou ficar boa mais rápido do que o previsto. Talvez poderei ir para a aula já na quinta-feira.

Me lembro que o filho da mamãe, Collin, também sofreu dos pulmões e por isso morreu apenas dois dias depois de nascer. Coitada da Esme! E ainda mais por me ver sofrer dos pulmões também, deve ser horrível para ela. É compreensível o quanto ela ficou arrasada e por isso pulou daquele precipício. A sua razão de viver tinha morrido e ela não tinha mais motivo para viver. Sinto a sua dor porque consigo me colocar no lugar dos outros. Sinto tanto por ela! Me compadeço por  todas as mulheres que perderam um filho. De qualquer idade, quer tenha nascido ou não.

Uma lágrima escorre dos meus olhos, Carlisle percebe e pergunta aflito:

— O que foi filha, sente alguma dor?

— Não, pai. Não se preocupe, eu estou bem. Estava pensando em Collin.

— Ah! – ele não pode chorar mais, mas sei que sente tanto a perda da mamãe como ela. – Meu filho adotivo. Esme lhe contou que eu o adotei assim que soube da sua existência?

— Não, ela só me disse que o nome dele foi escolhido em sua homenagem.

— Isso foi um gesto muito lisonjeiro da parte dela, me sinto pai dele também, de certa forma, mesmo sem tê-lo conhecido. Fui ao cemitério com Esme algumas dezenas de vezes. Um dia levaremos você lá para conhecer seu irmãozinho... Se eu pudesse ter salvado ele...

— Não se culpe, querido. Você não poderia fazer nada naquele tempo. Sua intenção é que vale e demonstra o quanto me ama e desejaria me ver feliz – Esme diz chegando em casa.

— Poderíamos ter ele agora conosco. Eu queria poder pegar ele no colo.

— Jamais imaginei que você quisesse fazer isso, meu amor.

— Eu queria poder ser pai – papai olha para baixo pesaroso.

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— Eu não sei se eu preferiria que meu bebê tivesse sobrevivido Carlisle, é muita dor para fazer uma criança ter de passar pela mudança. Se nos que somos adultos mal conseguimos suportar, imagine quanta crueldade seria submeter um bebê à isso. Seria uma covardia. Seria muito egoísmo. Além disso, eu queria que meu filho crescesse e se ele fosse um vampirinho ele não iria evoluir. Ele seria um bebê ainda, uma Criança Imortal. Você realmente faria isso por mim, querido? Correria esse risco?

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— Claro meu amor, faria tudo que estivesse ao meu alcance por você. Te daria a lua se me pedisse.  – Esme não duvida que o marido seria mesmo capaz, ele lhe deu uma ilha de presente. Carlisle vai ao encontro da esposa e lhe dá um caloroso beijo que faz meu coração acelerar ao ver.

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— Carlisle, como está nossa filha? – pergunta Esme quando os dois se afastam.

— Ela vai ficar bem, querida - papai olha para trás em minha direção.

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— Podem ir, eu vou ficar bem – levanto o rosto que abaixei ao ver os dois se beijarem tão ardentemente. Se até eu fiquei com calor, imagine eles!

—Tem certeza, sweetie? – Esme questiona.

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— Claro que sim, podem ir se divertir. Papai já me deu os remédios. Eu estou mesmo ficando com sono... Boa noite, aliás ótima noite – pisco um olho, travessa.

— Caroline! – Esme finge indignação. Mas eu sei que ela também quer e ficaria ruborizada se pudesse.

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— Para que esconder se o desejo é tão evidente, querida? Até a nossa filha já sabe.

Mamãe vem até a cama e me dá um beijo de boa-noite e volta para ficar ao lado de papai.

— Estaremos no quarto ao lado se precisar é só chamar – diz papai.

— Fiquem tranquilos eu grito se precisar, mesmo que minha garganta arranhe.

— Você não terá que se esforçar, atenderemos imediatamente. Boa noite, querida! – diz mamãe.

— Boa noite, filha.

— Vão em paz.

Esme e Carlisle se dão as mãos e desaparecem instantaneamente.

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Eu fico com um sorrisinho celestial de anjo nos lábios e adormeço assim, contente.

...XXX...


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