Equinox escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 31
Capítulo 111


Notas iniciais do capítulo

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Capítulo 111

 De repente uma claridade de faróis de um carro ilumina as janelas e então sabemos que Carlisle está chegando. Claro que mamãe também sente o perfume dele. Logo papai sobe até o quarto e me dá um beijo na testa e depois beija a esposa.

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Ele pergunta ao ver como eu estou e depois que se afasta de mamãe:

— O que aconteceu? – ele pode ver que eu não estou ferida por isso não fica muito preocupado, apenas um pouco para demonstrar interesse.

— Nossa filha foi inventar de varrer lá fora – ela diz com tom de repreensão.

— É verdade filha? – Carlisle olha para mim.

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— Sim - aceno afirmativamente e sussurro. Mesmo se eu não admitisse é visível que é verdade que eu fui limpar o quintal.

— Ela está cansada – informa mamãe, mas nem precisava pois é óbvio que ele já sabe disso. – Eu disse para ela que não precisava fazer tudo hoje, mas ela não quis me ouvir.

— Você deveria ter escutado sua mãe, filha – diz papai.

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Fecho os olhos esperando pelo tapa. Mesmo sendo um vampiro Carlisle pode se concentrar para tentar bater sem muita força e acabar me machucado mais do que gostaria. Se algum vampiro poderia bater em um humano seria ele.

Como eu pude pensar isso, ele jamais me machucaria? Eu é que fui criada acostumada a sempre esperar alguma agressão mesmo que eu não merecesse quando meu pai falava comigo assim. Carlisle não estava bravo, mas parecia. E essa brincadeira me fez ficar confusa. Não gosto de que façam isso. Eu não entendo assim, diz uma coisa, mas quer dizer outra. Porque não falar diretamente?

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— Não tenha medo Carol, não estou zangado com você, nem vou te bater – diz papai triste por eu ter pensado assim.

Ele deveria ter suposto que eu iria levar a brincadeira a sério. Não sou esse tipo de pessoa. Ainda não sei ser assim. Sou muito sensível. Hipersensível. Não sou light.

— Me desculpe, papai.

— Me desculpe também, querida. Eu sei que não é culpa sua as lembranças traumáticas que você tem. Sinceramente me desculpe. Eu não devia ter dito o que disse. Eu não sou como seu pai era, jamais vou agredir você. Eu prometo.

— Nem quando eu for vampira e você puder?

Carlisle me encara por um segundo e eu fico nervosa, mas ele sorri

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— Não, eu nunca bati em meus filhos, eles são adultos e não precisam ser disciplinados. Mas mesmo se eu precisasse educá-los eu não utilizaria o método da violência. Eu sei como é ruim, meu pai era assim severo comigo e eu não faria o mesmo com meus filhos.

Eu suspiro, por causa da infância de papai, mas mamãe entende errado e fica preocupada. Ela não estava tão segura sobre minha recuperação como eu imaginava, se estava vacilante agora ficou ainda mais evidente sua preocupação comigo:

 - Ela vai ficar bem Carlisle? – Esme pergunta ao marido, aflita.

— Sim, meu amor. Ela só precisa descansar.

Assistimos ao jornal juntos e depois enquanto eu vou tomar meu banho eles dois descem para a cozinha para preparar o jantar.

...XXX...

 

19 de abril de 2008

  Assim que eu acordo na manhã seguinte e me espreguiço, Esme percebe manchas vermelhas nas minhas pernas:

— O que é isso filha?

— Picadas de mosquito, mãe. Ai, como coça!

— Não é bom arranhar, criança – diz papai – Vou buscar uma pomada para você ali na farmácia e volto já.

  Se precisar de receita para comprar ele é medico; mas acho que não tem necessidade, pois isso é um artigo básico de primeiros-socorros que todos podem ter em casa.

  Papai estava em casa nesse sábado porque ele trabalha ou no sábado ou no domingo e folga em um desses dois dias.

— Obrigada – antes que eu termine de agradecer ele já desapareceu. Ele realmente é um pai excelente, tão prestativo e dedicado!

— Na verdade filha não são os mosquitos que mordem, são as ‘mosquitos’ fêmeas - me explica mamãe.

— As ‘mosquitas’, por quê?

— Para poder encubar os ovos dos filhotes.

— Com sangue?

— Sim.

— Por quê? – pareço uma criancinha perguntando desse jeito, mas não posso evitar a curiosidade e a vontade de entender as coisas. Nisso eu pareço muito com Carlisle.

Eu sou uma mistura dos meus pais, mesmo antes de conhecê-los eu sempre fui amorosa e curiosa; sensível e inteligente, estudiosa. Como se eu fosse mesmo filha deles. Talvez era para ser e eu só nasci em outra 'família' porque eles dois não podem ter filhos do jeito dos humanos.

Até na aparência exterior eu pareço com Esme e Carlisle. eu era bem loirinha quando criança e agora pareço muito com a mamãe.

— Não sei, acho que assim como nós vampiros elas precisam de um nutriente que só pode ser encontrado no sangue, quer humano ou animal, como é o nosso caso.

— Mas se os mosquitos machos não atacam, eles vivem como?

— Eles se alimentam da seiva das plantas – são ‘vegetarianos’! Como os Cullen.

— Mas então porque as fêmeas não fazem o mesmo?

— Elas têm de chocar os ovos, como eu disse antes, meu bem.

— De certa forma suas espécies tem mais em comum do que com sanguessugas, como ouvi Jacob dizer um dia.

— Você ouviu?

— Sim. Ele tem um linguajar muito feio. Não gostei.

— Era muito pior antes de minha neta nascer. Ele nos chamava parasitas também.

— Vocês não são parasitas porque parasitas vivem dentro de outro ser e vocês não fazem isso!

— Nem todos vivem dentro, os carrapatos vivem grudados em suas vítimas.

  Nesse momento Carlisle chega:

— Pronto aqui está – ele diz abrindo a caixa da pomada.

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— Quer que eu passe, querida? – mamãe pede.

— Pode deixar que eu faço isso – acho que fui um pouco rude e Esme fica com uma expressão perplexa. Por isso explico que não estou rejeitando-a - Não é nada pessoal, eu nunca tive tanta atenção mãe, e tive que aprender a me virar sozinha.

— Não tem nada de mais filha. Eu estou bem; eu sei que você é muito sensível às reações das pessoas ao seu redor. Você não está com medo de mim, está?

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— Não, mãe. Não é isso. Para provar que não tenho medo, você pode passar então.

  Esme sorri com minha permissão. Ela queria fazer isso, mas não queria me obrigar. Ela nunca cuidou de uma criança e eu não seria tão má não permitindo a ela esse prazer.

  Faço uma careta enquanto ela desliza a mão pela minha perna:

— Está sentindo dor, sweetie? – pergunta alarmada.

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— Não, mãe. Eu estou bem. Seu toque é reconfortante você não esta me apertando, na verdade eu mal percebo - Eu sei o cuidado que ela tem e não quero que ela pense que não está conseguindo.

Sinto como se ela fizesse uma massagem em mim.

— Então porque a careta?

— Porque arde um pouco, mas quando você passa a mão não dói mais. Acho que é também por causa do toque gelado.

— Você gosta do frio?

— Sim. Eu prefiro o inverno que o verão. Não gosto da sensação de ficar melada de suor. E também porque os mosquitos saem mais quando está quente. Minhas pernas ficam parecendo uma peneira cheia de buracos.

— Isso vai acabar, querida.

— Os mosquitos não picam vocês não é, mãe?

— Não, por três motivos. Os animais têm instintivamente aversão a nós e não se aproximam. E também mesmo se nos mordessem não iriam conseguir devido a nossa pele dura como mármore e também porque nós não temos sangue.

— Você não tem sangue, mãe?

— Não, filha. Só aquele que bebemos.

— E o sangue de vocês? Quando vocês eram humanos tinham com certeza.

— O nosso sangue provavelmente foi todo consumido assim como o sangue animal que ingerimos. Por isso os vampiros recém-criados são ligeiramente mais fortes do que os mais velhos porque ainda tem o seu próprio sangue em seus corpos.

— E agora como vocês vivem se não têm sangue?

— O veneno desempenha a maioria das funções do sangue em nossos organismos sem precisar que o coração bata para que circule. Penso que seja mais uma irradiação para que o que ingerimos chegue a todas as partes e fortaleça todo o corpo.

— Mas o veneno não congela tudo?

— Parece que não. O sangue não flui apenas nas veias e artérias, mas também está presente nos tecidos e nos órgãos.

— Sei, o próprio sangue é um tecido.

— Exatamente, querida. E também acho que o sangue não é congelado na transformação porque não faria sentido congelar se já temos nosso alimento a disposição.

— Mas vocês se alimentam de sangue animal, não é?

— Sim, filha. Por isso que saímos para caçar logo que a transformação se completa. Os vampiros tradicionais não precisam fazer isso porque não tem de condicionar o paladar.

— Condicionar?

— Estamos habituados a ingerir o sangue de animais, mas essa não é a dieta que deveríamos ter. Fomos criados para ingerir sangue humano, por isso temos que nos acostumar com o sangue dos animais.

— É diferente o sangue humano do animal? Não é tudo sangue?

— Tem uma ligeira diferença. Animais carnívoros têm um sangue com gosto mais palatável para nós do que os herbívoros. Você vai entender a primeira vez que caçar.

— Será que eu vou conseguir caçar?

— Claro que sim, querida. É instintivo e fácil. É o único momento em que nos deixamos levar pela parte irracional e cedemos o controle.

— Porque animais carnívoros têm esse gosto diferente para nós, quer dizer, vocês?

— Porque os seres humanos também são carnívoros. São ovovivíparos, vocês chamam. Porque comem carne e vegetais.

— Quer dizer que uma pessoa vegetariana tem um gosto menos apelativo?

— Sim, geralmente os animais herbívoros têm um cheiro não muito agradável para nosso olfato aguçado. Mas uma pessoa vegetariana ainda poderia ser atacada por um vampiro se ele quiser apenas pelo fato de ser uma pessoa. A dieta não interfere tanto assim.

Fico em silêncio, pensando em tudo que mamãe disse enquanto ela termina de passar o creme em minhas pernas.

...XXX...


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