Equinox escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 11
Capítulo 91


Notas iniciais do capítulo

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30 de dezembro de 2007

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Depois de tomar meu café-da-manhã na cozinha vou até a varanda de casa e encontro Alice à minha espera. É claro que ela sabia que eu ira sair e por isso ela ficou me aguardando aqui fora. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, além de quase ter sofrido um ataque cardíaco por ter me assustado ao encontrá-la inesperadamente, ela começa a dizer:

— Me desculpe por isso, Carol. Eu deveria ter avisado você que eu estaria esperando aqui na sacada. Mas você não deveria ter se assustado tanto assim... Eu não mordo. Ao menos não tão frequentemente... Mas você não deveria ter ficado assim, você quer ser mordia – nossa como minha irmã fala! Parece uma metralhadora de palavras. O mínimo pretexto e ela engata a quinta marcha e acelera disparando como um trem-bala.

E eu não quero ser mordida. Não propriamente. Não quero que mamãe sofra por minha causa, sei como é difícil parar, então eu gostaria que ela fizesse de outro jeito. A marca, a cicatriz, para mim não é importante ou essencial, contanto que eu fique para sempre com ela e papai. Ela pode fazer comigo como Edward fez com Bella.

Injete em mim seu veneno e pronto, ela não precisa se arriscar. Mas qual quantidade seria suficiente? Não se sabe, vamos ter de tentar. Eu me arrisco mais do que ela, eu acho. Ela se arrisca a me perder, mas talvez esse seja o maior risco. Mas não quero que ela sofra mais do que o necessário. Não quero que por minha culpa ela se torne um monstro.

— Tudo bem Alice – digo me recuperando do quase desmaio. - Como você não viu que eu iria me assustar? E se viu porque fez isso comigo? Eu poderia ter morrido de susto.

— Ah, Carol, não seja tão dramática. Eu vi que você não iria morrer coisa nenhuma. Menos, por favor. Você e a Bella, hein? Misericórdia. Nunca conheci duas pessoas tão sensíveis, deve ser algum mal do século... – reviro os olhos porque ela também é do mesmo século que nós duas: o XX. Ela nasceu em 1901 e Bella em 1987 e eu em 1991.

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— Se você não tinha a intenção de me assustar então porque agiu como uma vampira realmente e não como uma pessoa normal?

— Não vamos falar mais disso. Você quer saber da minha história não quer?

— Ah sim – eu digo me acalmando, ela sabe que eu quero saber, mas não precisava ser dessa forma. Mas já que é assim, está bem. - Nossos pais disseram que você não lembrava – então eu não perguntei para não pressioná-la. Sei como é, não gosto de me sentir forçada.

— De fato, eu não lembro propriamente. Você sabe por quê.

— Sim o tratamento de eletro-choque no hospital psiquiátrico. Ai Alice, sinto muito – deixo minhas mãos caírem inertes ao lado de meu corpo. Eu queria abraçá-la. Por pouco não pulei em seu colo, mas ela sentiu a minha emoção.

— Obrigada pela simpatia irmã. Sim, esse tratamento me fez perder a memória e quando eu acordei como vampira não me lembrava de nada. Eu logo tive a minha primeira visão de um rebanho de cervos que pastava e fugiam assustados, pois algum animal os caçava. Não eram animais; eram humanos, tinham a forma humana; mas na verdade eu percebi que eram vampiros.

— Os Cullen! – exclamo eufórica, mais alto do que eu costumo falar. Até fiquei constrangida e ruborizei um pouco.

— Sim, eram eles. Eu vi e não sei como eu soube que não era ali, mas muito longe. Tentei fazer o mesmo que os vi fazerem e me surpreendi como era tão fácil e prazeroso caçar animais. Acho que se eu não tivesse visto os Cullen eu provavelmente teria me tornado uma vampira selvagem, que se alimenta de sangue humano para sobreviver.

Tremo só de imaginar Alice selvagem, como um animal. Predadora e letal. Nada poderia detê-la. Ela seria mais do que um simples animal, muito poderosa e imortal. Nada poderia enfrentá-la. A força animal e a racionalidade humana juntas a tornariam praticamente insuperável. Indestrutível. Irresistível. Fatal.

— Mas então como você soube da sua vida?

— Eu soube da minha história através do vampiro que queria matar Bella. Ele disse que antes, muitos anos atrás, em 1920, havia encontrado um sangue com o cheiro tão bom quanto o dela. James explicou o que aconteceu que impediu que ele saboreasse o banquete. Antes de ele me matar eu o vi chegando e alertei o jardineiro do manicômio, meu amigo, que também era um vampiro e ele decidiu me transformar, mesmo a chance sendo muito pequena de que eu completasse a mudança. Ao menos iríamos tentar. Ele me deu a única chance que eu tinha, mesmo a custo tão elevado...

— O que aconteceu com seu amigo?

— Infelizmente ele não sobreviveu. James o matou. Ele sabia que poderia acontecer isso, mas mesmo assim meu amigo quis me dar a única chance, por menor que fosse, de sobreviver. Foi um gesto muito nobre o que ele fez, mesmo sabendo, porque eu o avisei, que ele iria morrer.

— Mas por quê? Não adiantava mais, era tarde demais.

— Sim, eu já estava passando pela transformação, mas James fez meu criador pagar por ter tirado dele uma refeição tão apetitosa. James é um sádico, seu prazer é perseguir e depois ver o medo que provoca em suas vítimas. Mas ele não conseguiu me vencer e não soube lidar muito bem com a derrota. Meu sangue era ainda mais apelativo para ele do que o de Bella, pois eu era a cantante dele. Como Bella era a cantante de Edward.

— E eu sou a da mamãe.

— Sim.

— Mas todas as histórias de cantante terminam em morte? – penso nas duas vezes que Emmett disse. E que Esme quase me atacou, se não fosse Bella eu estaria morta.

Bem, eu vou ter que ‘morrer’ mesmo para me tornar uma vampira como eu quero. Mas há o risco de que eu morra de verdade e não sobreviva à mudança. Geralmente só não conseguem passar pela transformação pessoas muito velhas ou bebês muito novos, jovens e adultos conseguem.

— Não. Bella sobreviveu e está aí para provar. Eu também consegui viver depois – se bem que para alguns não estamos tecnicamente ‘vivos’. E você vai conseguir também. Esme não vai mais avançar em você, ela ficou muito mal pelo que fez e jamais fará isso novamente. Só em pensar que ela poderia ter te matado a deixa desgostosa consigo mesmo. Ela se despreza.

— Não quero que ela fique assim... Mamãe – chamo por ela e sei que ela pode ouvir de qualquer lugar da casa, isso se ela estiver em casa.

— Estou aqui filha. O que foi? – ela aparece e logo em seguida Carlisle vem também.

— Não quero que você se sinta mal por minha causa, mãe. Não aconteceu nada quando você quase me atacou.

— Isso porque Bella me segurou, mas poderia ter acontecido o pior. Eu ficaria muito mal se fizesse alguma coisa que a machucasse ou a matasse. Não me perdoaria.

— Eu perdoo você, mamãe. Você é uma vampira e isso poderia acontecer algum dia sendo eu sua cantante ou não. Meu sangue seria apelativo para você de qualquer forma – Nossa! Minha frieza me surpreende. Desde quando eu virei suicida? Acho que desde que eu tentei me matar há alguns anos.

— Carol! – Esme começa a falar, mas Carlisle intervém.

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— Rosalie sabia disso, ela fez de propósito  – diz papai e acaricia o ombro da esposa. – ela não podia ter machucado você, Carol. Ela sabia que Esme iria socorrer você ao ouvi-la gritar. Ela fez de propósito, pois sabia que seu sangue era tentador para Esme. - A culpa não foi sua. Rose usou você para atingir sua mãe.

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Ela me odeia tanto assim! Por quê? Eu não fiz nada contra ela. Ela que toma como ofensa pessoal o fato de eu querer ser uma vampira, mas cada um tem o direito de fazer suas escolhas e o que quiser da própria vida, não tem? Ela não manda na minha vida. Se eu não decido, muito menos ela! Mas eu serei uma vampira, eu já fiz essa escolha quer ela aceite ou não.

— Mamãe, a culpa não foi sua. Se eu não fosse humana...

— Carol, eu poderia ter matado você!

— Mas não me matou, mãe.

— Por pouco. Graças a Deus, Bella estava lá. Ela ainda é um pouco mais forte por ter pouco mais de um ano de idade.

— Não se preocupe querida, eu não vou deixar que você faça algum mal à nossa filha – diz Carlisle para Esme.

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— Carlisle, você não poderá ficar conosco 24 horas por dia.

— Eu prometo que vou me cuidar, mãe. Não vou me machucar perto de você. Eu sei que já é muito difícil para você estar comigo enquanto ainda sou humana. Por isso eu queria ser uma vampira logo. Não gosto de fazer você sofrer – o problema é que eu tenho tendência a me beliscar para espremer as espinhas dos meus ombros, então não vai ser fácil resistir. Mas vou me esforçar.

— Daqui um ano filha – diz papai. – Você tem que terminar o estudo primeiro.

— Mas eu vou fazer o ensino médio mais milhares de vezes, porque preciso me formar lá no Brasil primeiro?

— Para não levantarmos suspeitas quando virmos embora definitivamente – explica Carlisle.

— Entendi – na hora não fez tanto sentido, mas hoje eu compreendo melhor.

— Filha, não pense que você ser humana tira minha culpa. Eu já deveria estar melhor no autocontrole. O que eu fiz foi injustificável – Esme ainda se lamenta.

— Não, mãe. Não fique assim.

— Nenhum de nós pode resistir quando encontra sua cantante, isso é compreensível – diz papai.

— Você poderia resistir se encontrasse querido.

— Eu já encontrei minha cantante uma vez.

— Quem? Quando? – Esme pergunta com um pouco de ciúmes. Por que ele nunca falou disso? Aí tem! - Por que você nunca me disse?

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— Nunca surgiu o assunto. Ora Esme porque você acha que eu tive que ir embora de Columbus às pressas?

— Eu nem sabia que você tinha saído depressa porque demorou ainda alguns meses até eu conseguir andar e ir até o hospital levar um bolo que eu fiz em agradecimento para você. Fiquei muito abalada quando soube que você não estava mais lá. Agora eu sei que você não poderia ter comido mesmo...

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— Você fez isso Esme? Você é uma pessoa tão linda, só mesmo você faria isso. Isso é natural e faz parte de quem você é. Por isso que eu te amo. Quão afortunado sou de ter você ao meu lado meu amor! Fico admirado e honrado que você tenha me aceitado.

— Eu que me sinto felizarda por você ter me escolhido dentre todas as mulheres que você conheceu ao longo dos séculos.

— Nenhuma delas me chamou a atenção como você, meu amor. Eu não me interessei por nenhuma mulher antes de você porque você ainda não tinha nascido.

— Eu nasci para você. Gosto de pensar assim.

— Eu me encantei pela sua coragem, mesmo sendo tão jovem você era confiante, ousada e ao mesmo tempo amorosa e feliz. Tudo que eu sonhava numa esposa mesmo sem saber conscientemente. Mas eu não podia transformá-la você era ainda muito jovem, mesmo que a idade não importaria - papai tinha 23 anos e mamãe 16, não era tanto assim. Antigamente as mulheres se casavam novas e com homens mais velhos. Mas se bem que Carlisle deveria dizer que tinha 30 anos aproximadamente, quase o dobro da idade de Esme...

‘Eu tive que fazer um esforço enorme para deixá-la. Eu não esperava reencontrá-la depois de 10 anos, mas talvez eu iria procurá-la inconscientemente eu havia pensado nisso. Mas o destino a trouxe para mim.

— Eu cai quase em seu colo, querido!

— Ao menos eu estava certo que você era corajosa, pulou de um penhasco mesmo ainda sendo humana.

— Eu não o culpo, no entanto por ter acontecido o que aconteceu comigo durante os anos em que você me deixou. Você não poderia ter adivinhado.

— Eu não deveria ter ido para tão longe, se eu tivesse vigiado você mesmo sem você saber. Eu não teria permitido que Charles fizesse o que ele fez...

— Ele também me deu uma coisa boa. Meu filho. Mas não se culpe por isso querido.

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Depois que se separam depois do beijo mamãe pergunta:

— Eu era sua cantante? – os olhos de mamãe brilham.

— Sim.

— Mas então não foi difícil me morder?

— Foi, mas não tanto quanto seria se você não estivesse quase morrendo. Sem saber você acabou me facilitando. Eu não poderia transformá-la se você não tivesse pulado daquele precipício.

— Nem você conseguiria?

— Não. E foi por isso que Edward não se arriscou a morder Bella. Nenhum vampiro pode resistir ao sangue de sua cantante.

— Então mamãe, mais um motivo para você não me morder quando quiser me transformar. Vai ter que ser uma injeção como meu irmão fez. Eu não me importo, não quero a cicatriz da mordida no pescoço. Não que eu não gostaria, mas não quero que você se torne um monstro por minha causa, mãe.

— Eu já sou um monstro, querida. – ela vira para olhar Carlisle. – Desculpe, querido.

— Eu sei, eu entendo – papai abaixa a cabeça. – Eu é que peço desculpas por ter transformado você sem pedir.

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— Você sabe o que eu quis dizer, eu não quis ofendê-lo meu amor. Eu também teria escolhido viver para sempre com você se eu soubesse que iria ter que me transformar em vampira. Eu só não queria ter feito o que fiz com a nossa filha. Tantos anos que eu nunca avancei em alguém e foi acontecer justamente agora e com quem eu não queria! Me desprezo por isso.

— Mãe, não. Por favor, não fique triste. Se você fica triste eu também fico por ver você assim.

— Oh querida – ela afaga meu queixo delicadamente com a ponta dos dedos.

Alice pigarreia para chamar a atenção:

— Não quero estragar o momento, mas eu ainda tenho muito a contar.

— Sim, irmã. E a sua mãe humana, você lembra dela?

— Depois que eu li os jornais antigos me voltaram imagens dela na mente. Eu tentei avisá-la e evitar que ela morresse, mas não consegui. Meu próprio pai matou a esposa. Ele queria se casar com outra mulher. Eu sabia disso, mas ninguém imaginava que fosse verdade então meu pai me internou no hospício.

— Você tinha irmãos, Alice?

— Só uma irmã, o nome dela era Cynthia. Eu a adorava. Ela era minha bonequinha, pois era nove anos mais nova do que eu (está explicado porque ela adora vestir os outros!). Nós não éramos ricos, minha família era  de classe media, mas tínhamos uma vida confortável. Minha infância foi feliz, agora eu me recordo de alguns momentos. Eu gostava de andar a cavalo no Alabama, na fazenda da minha avó. Claro que minha mãe não aprovaria se soubesse, então eu montava escondido dela.

— Mas e quando você viu Jasper?

— Eu o vi depois de alguns meses dessa nova vida. Eu o vi ainda no exercito e depois vagando sem rumo. Eu sabia que ele ainda não estava pronto e eu tinha que esperar o momento certo. Esse dia foi 29 de agosto de 1950, naquele bar nos encontramos pela primeira vez. E o resto você sabe.

Jasper aparece por trás da esposa e lhe dá um beijo. Eu sorrio ao ver.

Não me importo de ficar ‘segurando vela’. Agora que Edward se casou essa tarefa é minha. Como eu não me imagino casando farei isso pela eternidade toda. Eu não me incomodo gosto de ver os outros felizes.

De repente me lembro do que eu queria perguntar para Alice, não posso perder a chance enquanto ainda estamos aqui nos EUA:

— Mas Alice... Então você me viu antes que eu chegasse por que? Pelo que eu entendi tem que haver uma decisão para que você possa ver o futuro.

— Esme tinha decidido adotar mais uma pessoa.

— Isso significa que você me viu por causa dela?

— Sim.

— Obrigada, mamãe.

— Oh sweetie, não precisa agradecer. Você é tão fofa como sempre quis ter uma filha assim. Mas também seu pai aceitou que trouxesse você, se não fosse Carlisle permitir eu não poderia.

— Obrigada papai.

— De nada criança, não me arrependo de ter aceitado você é linda!

Abaixo a cabeça e enrubesço.

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