Equinox escrita por Angel Carol Platt Cullen


Capítulo 10
Capítulo 90


Notas iniciais do capítulo

Como prometido aqui está mais um capítulo. espero que gostem!



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— Mas porque ela não veio mais perto? – questiono.

— Não sei – responde Bella. – Se ela tivesse se aproximado teria evitado todo o mal-entendido e a conseqüência disso. Mas acho que no fundo ela queria mesmo morrer, mas Irina não podia mais viver sem Laurent. Nossos primos de Denali que me desculpem, até eles de certa forma sabem disso, se analisarem bem a situação irão entender. Quando um vampiro ou vampira se une a outro é difícil para nós ficarmos sem o parceiro. Veja como está Marcus. Você sabe quem, não é Carol?

— Sim, um dos três líderes Volturi, o moreno de cabelos cacheados, parece o mais distante deles... Eu vi a pintura deles que papai tem lá no escritório.

— É por causa da morte da companheira há muitos anos. Todos nós também poderíamos ficar assim se perdêssemos nossos parceiros.

‘Mas retornando ao assunto anterior: É claro que eu lamento a morte de Irina. Foi desnecessário, mas um dos líderes Volturi, Caius principalmente, tinha ‘sede de sangue’ e queria matar alguém. Ele esperava com essa atitude drástica provocar as irmãs, fazendo-as atacarem e assim começar a luta. Porém o que ele queria não aconteceu, pois uma amiga impediu que elas vissem e as deteve enquanto Carlisle explicava que Tanya e Kate não deveriam se precipitar, não poderíamos fazer mais nada, se elas atacassem agora todos iríamos morrer.

Graças a Deus que isso não ocorreu, agradeço mentalmente.

— Mas como Alice pode ver a decisão de Irina antes e avisar vocês o que deveriam fazer?

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— Alice estava observando-a e ela vagava sem rumo por áreas geladas. Alice viu a decisão de Irina porque nos afetaria diretamente, mesmo que não estivesse vasculhando o futuro de nossa prima. Ela estava arrumando os vasos de flor da sala quando de repente deixou um deles cair. Eu poderia ter ajuntado e impedido que quebrasse, mas eu não acreditava que ela tivesse deixado cair. Eu nunca vi um vampiro derrubar nada de propósito, nada.

‘Mas ela não reagiu e o vidro quebrou em milhares de cacos. Alice nos explicou rapidamente a visão que teve de todos os Volturi vindo nos punir. Todos eles, a guarda e até as esposas. Vinham todos.

— Mas porque eles vinham em tantos?

— Para não deixar Volterra desprotegida vieram todos. E por isso também que demorou até arranjarem os preparativos para a viagem.

— O que aconteceu depois que Irina os entregou?

— Assim como nós buscamos testemunhas os Volturi também reuniram alguns vampiros. – me lembro quando meus pais humanos estavam fazendo a escritura da casa e também precisaram reunir testemunhas.

— Para que eles precisavam de testemunhas também? Eles não eram acusados, eles vinham julgar.

— Elas iriam espalhar a notícia de que a punição foi aplicada e a lei cumprida.

— Mas vocês não fizeram o que eram acusados!

— Por isso reunimos amigos para testemunharem na esperança de que isso fizesse os Volturi pararem ao menos pó um minuto para nos ouvir.

— Eles não iriam parar?! Não seria como em um julgamento em que o juiz ouve o réu?

— Não, eles não estavam vindo julgar, viriam apenas executar a sentença. Não imaginaram a possibilidade do que Irina viu não ser verdade. A prova de Aro eram os pensamentos dela, não precisavam de mais nada. A resposta a essa violação da lei era tão automática que já estava decidido. Já estávamos condenados de antemão e não poderíamos nem sequer nos defender.

Me lembro da calma com que meus pais adotivos encararam a audiência para a minha guarda e acusação de meu pai humano. Agora compreendo porque eles estavam tão tranquilos. Já passaram por uma situação parecida e muito, muito pior.

— Mas isso não é justo! – protesto.

— Eles não vinham fazer justiça, mas aplicar a lei - diz Edward. – Eles vinham fazer o que pensavam ser a justiça. A ‘justiça’ deles.

— Justiça é dar chance para ouvir todos. Até os acusados. Mesmo que depois sejam condenados ao menos não podem alegar que foram tratados injustamente.

— Os Volturi não temiam isso Carol, para quem nós iríamos recorrer? Eles são a autoridade suprema de nosso mundo. Não há outra corte mais elevada.

— Por isso que até os vampiros tem medo deles - concluo.

— É assim que eles preferem que seja. Preferem ser temidos para serem respeitados pelos de fora da guarda e respeitados por admiração pelos que fazem parte do coven.

— Todos os vampiros não poderiam se reunir para derrubá-los se eles forem maus governantes? Porque permitem essa tirania?

— Também fomos acusados de pretender isso – diz papai. – Mas essa nunca foi a nossa ambição. Não queríamos poder, não queríamos mandar e ter o controle sobre o mundo dos vampiros, nós apenas desejávamos continuar a ter o mesmo direito de existir que sempre tivemos apesar da diferença do estilo de vida incompreensível para a maioria da nossa espécie. Pensava que éramos tolerados, mas querer nos erradicar apenas por nossa escolha era demais. Temos tanto direito como eles. Se eles preferem ser como vampiros são, tudo bem, mas deixe-nos o nosso direito de sermos diferentes.

‘Nós nunca pensamos de outra forma a não ser essa. Nosso objetivo era apenas continuar a ter o direito de permanecer vivos.

— Carol, talvez um outro governante não fosse a solução para nosso mundo, teria que ser tão severo quanto os Volturi.  – diz Edward. – É preciso impor certo temor para controlar seres que podem fazer tudo que quisessem. Imagine se não houvesse regras seria o caos. É claro que às vezes os Volturi vão muito além do que seria a justa aplicação da lei, mas geralmente eles fazem um bom trabalho.

— Parece que você os defende, Edward – intervém Emmett.

— Eu sei o que Aro pensa e como é duro e pesado o fardo de controlar nosso mundo. Manter o segredo e a discrição. Na maioria das vezes os Volturi são odiados por manter a rédea curta.

— Eles quase mataram vocês por causa dessa obsessão. Se não fosse o escudo de Bella... – fico triste ao pensar que poderia nem ter conhecido os Cullen. Foi por pouco. Por um triz.

— Shhhhhhhhhhhh, sweetie— Esme me afaga. – Já passou, estamos bem.

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— Eu não posso suportar a ideia de viver sem vocês dois – digo soluçando. Sempre achei que eu fosse uma pessoa azarada, mas eu tive realmente sorte em estar com eles agora. Agradeço a Deus pela minha pequena estrela ter brilhado e salvado minha futura família. – Todos vocês, vocês são minha família agora.

— Oh meu amor – Esme fica tão emocionada com minha sinceridade que me abraça.

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— Mas Edward, apenas os Volturi controlam o mundo de vocês e desde sempre?

— Não Carol, antes deles houve o período dos romenos e também o dos egípcios. Nossos amigos são os que restaram dos grandes clãs que existiam.

— Os Volturi procuraram, procuraram, mas não conseguiram encontrar nenhuma desculpa que permitisse que nos eliminassem. Parece que eles queriam fazer alguma coisa, não queriam voltar para a Itália sem ter feito nada. Não esperavam ter se deslocado com todo o aparato para voltarem sem terem feito nada. Não cometemos nenhuma infração à lei então eles tiveram que aceitar recuar e nos deixar em paz. Perceberam que não havia motivo para fazerem algo contra nós, a justiça que eles vieram aplicar não se fazia necessária.

‘Tudo isso poderia ter sido evitado se apenas Irina tivesse chegado mais perto para se certificar do que estava vendo. Mas acho que ela pensou que poderíamos capturá-la e impedir que ela nos denunciasse se ela se aproximasse. Mesmo que não demonstrasse quais eram seus planos, Edward saberia o que ela estava pensando. Se ela tivesse chegado mais perto teria visto que Renesmee não era o que ela pensou que fosse.

— Esse mal-entendido podia ter acabado com vocês. Mas como os Volturi recuaram?

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— Alice chegou da América do Sul trazendo duas testemunhas que foram fundamentais. Um deles era um hibrido como minha filha e demonstrou que ela não oferecia nenhum perigo de expor nosso segredo. Esse era o principal argumento para eles nos eliminarem.

‘Se não tinvessem certeza absoluta do que minha filha iria se tornar, não poderiam se arriscar a permitir que Renesmee e todos nós continuássemos vivos. Sua existência colocava em risco tudo o que tinham construído. Manter o segredo é a segunda lei mais importante em nosso mundo, Carol.

‘A chegada de Alice com as testemunhas deu a Aro a resposta que esclareceu o que eles temiam que minha filha se tornasse. O hibrido, Nahuel disse que tinha aproximadamente 150 anos, e assim souberam que Renesmee não colocaria em risco nossa existência oculta.

‘Depois disso os italianos (na verdade os líderes são gregos, mas os Volturi são chamados italianos porque vivem na Itália e a maioria da guarda é de lá) não tinham mais pelo que nos punir, éramos completamente inocentes e eles tiveram que reconhecer isso e ir embora. Após eles terem desaparecido, eu ainda mantinha o escudo em torno de nós por precaução, mas Edward disse que eles foram mesmo embora, todos nós podíamos relaxar.

‘Então aconteceu, gritos e uivos irromperam na clareira. A transformação na atmosfera era quase palpável, a tensão anterior foi substituída por uma imensa felicidade. Todos se cumprimentando, beijando e abraçando.

‘Nossos improváveis aliados, os romenos foram embora antes mesmo que tivéssemos terminado de comemorar. Achei que eles estivessem decepcionados com o desfecho, mas eles sabiam desde o começo que nós não queríamos lutar e só nos defenderíamos se os Volturi nos atacassem, nós não atacaríamos primeiro. Porém Edward me disse que eles ficaram quase tão satisfeitos com a covardia dos Volturi como se tivessem os enfrentado e derrotado. Eles sabiam desde o principio que nossa intenção não foi jamais um conflito.

‘Os demais também partiram logo. Nossas primas de Denali precisavam de tempo para assimilar a morte da irmã e o clima de felicidade aqui não ajudava no processo de luto. Elas e os outros clãs partiram também. Só ficaram mais um pouco os recém-chegados sul americanos. Pensei que eles talvez fossem junto com as amazonas, mas não foram.

‘Estávamos aqui mesmo nessa sala, Nahuel ficava me observando tanto que eu imaginava o que ele estava pensando. Será que ele estava olhando para Renesmee? Ele não podia ficar alheio ao fato de que minha filha era a única meio-vampira que não era irmã dele. Eu esperava que Jacob não pensasse nisso também.

‘Edward estava contando a batalha de seu ponto de vista privilegiado, analisando tudo que aconteceu na clareira. Ele disse que resumindo eu fui o principal motivo para o desfecho que pretendíamos. Isso me deixou constrangida e escondi meu rosto no cabelo de Renesmee. Apenas Jacob não parecia me ver de modo diferente e isso ajudava, para ele eu seria apenas Bella.

— Mas você foi mesmo determinante Bella! Aceite. Você deveria ficar feliz por ter podido salvar todos. Eu lhe agradeço.

— De nada, Carol. É claro que eu fico feliz em ter protegido toda a nossa família e nossos amigos também.

‘Então eu e meu marido fomos para o chalé e levamos nossa filha para dormir. Foi um longo dia para todos nós, principalmente para ela. Seus pequenos ombros suportaram tanto... Renesmee merecia ser criança. Seriam mais seis anos e meio até ela ser adulta. Eu não pensaria em disputas por mais alguns anos.

‘Edward me explicou que Nahuel não estava olhando para Renesmee, mas sim para mim. Ele imaginava como poderia ter sido se o pai dele também tivesse ficado ao lado da mãe. Ela poderia ter sobrevivido como eu. Isso me fez sentir pena dele, mas meu marido disse que agora ele percebe que não é totalmente um monstro, ele está começando a se perdoar.

— Eu compreendo o que ele sentia, também levei anos até superar a morte de minha mãe – diz Carlisle. – Agora eu não acho mais que fui o responsável.

— Querido, não foi sua culpa – Esme afaga o braço do marido.

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Eu imagino como isso deve ter marcado profundamente papai e deve ter influenciado na vontade de se tornar médico. Ele não quer pensar que nasceu apenas para matar.

Hesito um pouco antes de falar, pois não quero que eles entendam mal, não quero ofendê-los:

— Pode perguntar Carol – incentiva Edward.

— Se existem lobisomens... E o Chupa-cabra?

— Deve ser alguma lenda sobre nossas amigas amazonas.

— Existem vampiros na Amazônia?

— São três mulheres.

— Não creio que elas foram tão descuidadas, parece que essa lenda surgiu por obra de algum recém criado, pois existe em grande parte da América Latina – diz Esme.

— Mas um recém-criado atacaria apenas animais? Não creio – retruca Carlisle.

Mas ele era um recém-criado praticamente quando descobriu esse estilo de vida ‘vegetariano’. Quase reviro os olhos.

— Bem, de qualquer forma você não precisa ter medo porque eu e seu pai jamais deixaremos um bicho desses atacar você – assegura mamãe.

— Agora eu estou segura, graças a Deus que sobrevivi até ano passado. Não sei como.

— Realmente – diz Rosalie. – Existe um bando de vampiros na Argentina.

— Rose – repreende Esme – Não assuste sua irmã.

— Ela tem que saber quantos vampiros existem.

— Eles são um grupo isolado, como eu disse a maioria dos nossos prefere viver ao norte – garante Edward.

— Mas também em locais frios – expõem Rosalie.

— Os Argentinos vivem muito ao sul, não se arriscariam a ir até onde Carol mora – diz Alice.

— De qualquer maneira como sua mãe disse, nós não permitiremos que nada de mal aconteça com você, criança – me re-assegura Carlisle.

Bocejo de sono.

— Hora de dormir! – exclama Bella. – Boa noite.

— Boa noite – antes que eu termine a frase ela e meu irmão já desapareceram.

— Quer que eu leve você para o quarto? – pede mamãe.

— Claro.

Imediatamente Esme me pega no colo e num piscar de olhos estamos no meu aposento:

— Foi tão rápido... – reclamo.

— Faremos isso mais vezes, sweetie, não se preocupe – responde docemente mamãe afastando as cobertas com uma das mãos, sustentando todo o meu peso sem dificuldade em apenas um dos braços, e me colocando na cama.

Esme me cobre e beija minha testa:

— Boa noite querida.

— Boa noite mamãe. Boa noite papai – falo mais alto para que ele posa me ouvir do outro cômodo.

— Boa noite criança – ele aparece ao lado da esposa.

Carlisle também me dá um beijo na testa:

— Durma bem, nós estaremos cuidando de você.

Adormeço logo, pois eu estava com muito sono. Não tenho nenhum sonho. Dormi apenas, sem nenhuma visão onírica. Foi apenas um sono de repouso.

...

Depois que Bella terminou de contar para mim tudo que aconteceu ano passado, meus irmãos ficaram me vigiando discretamente para que eu não tivesse pesadelos. Hoje eu sei disso mas naquela época eu não percebi nada estranho nos cuidados que meus pais tiveram comigo.

Esme e Carlisle sempre ficavam por perto quando era hora de dormir. Bem, na maioria das noites era mamãe quem me fazia companhia enquanto papai estava no trabalho. Isso era bom para mim apesar de que eu deveria sentir medo por ficar assim tão vulnerável perto de Esme - nem acordada seria muito diferente sempre era frágil para ela e ela tinha que ter muito cuidado comigo ; mas eu não sentia medo, confiava que mamãe conseguiria se controlar e que nada ruim aconteceria. Eu não a estava testando me expondo de propósito. Sempre houve risco, claro, fazia parte. Nenhuma relação entre vampiro e humano está isenta de certa quantidade de perigo.

E para ela também era bom que eu fizesse companhia, ela ficava muito sozinha por muitos anos quando Carlisle ia para o hospital. Eu me sentia bem por poder diminuir um pouco que seja a falta que ela sentia do marido. Sei que jamais eu poderia subistituir e essa nunca foi minha intenção. Eu gosto de vê-los juntos. Posso ficar para sempre contemplando-os. Eles são tão fofos!

Se bem que eu dormia e dessa forma eu não fazia bem minha função. Mas Esme gostava de me ver adormecida, Agora ela entendia perfeitamente o fascínio do filho em ver Bella dormindo. (Ela falava enquanto dormia e eu não, mas isso não importa porque mamãe sabe o quanto eu a amo. Ainda bem que não, pois eu poderia revelar algo constrangedor, apesar de que Edward pode ler minha mente e ficar sabendo do que for que eu estiver pensando)

Jasper e Edward estavam cuidando de meu sono para que eu não tivesse nenhum sonho ruim. Felizmente eu não tive nenhum nem durante os dias em que fiquei nos EUA, nem depois que voltei para o Brasil.

Eu nunca fui daquele tipo de pessoa que tem pesadelos quando assiste um filme de terror, apesar de eu não gostar de gênero de filme por outro motivo. Não gosto de ver alguém sofrer, nem em filme que é uma ilusão e nada disso é real, mas eu sinto, sou muito sensível. Não gosto de ser feita de boba nem que tirem proveito dos meus sentimentos.

Também não tive o tipo de pesadelos que minha irmã tinha quando ainda era humana. Os sonhos dela eram arrepiantes e ainda mais porque pareciam reais. Alguns eram até sonhos premonitórios. Sinistro!

...XXX...


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Notas finais do capítulo

fotos do capítulo 90:
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