Papeis, livros, eu-lírico e eu te amo escrita por Tia Lina


Capítulo 21
Como guarda chuva no temporal


Notas iniciais do capítulo

Olááááááááááá enfermeira! Tudo bem com vocês? ^^

Eu juro juradinho que me esforcei pra evoluir com essa história, mas, olha... Fica cada dia mais difícil resistir a essa fofura desses dois Ç_Ç Mas eu também juro que tem algo relevante escondido nesse capítulo, mas acho que acabou ficando tão sutil que nem sei se fará efeito Ç_Ç E eu queria saber quem vai na CCXP dia 08 de dezembro pra conhecer Sebastian (aquele muso inspirador, incrível e maravilhoso e delicioso e muito amor dessa minha vida). Quem sabe não podemos nos encontrar por lá, não é mesmo?

E agora o que interessa

BoA leitura ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/750633/chapter/21

— Estava me perguntando... o que são todas essas tatuagens?

Bucky ainda estava com a xícara nos lábios quando Steve questionou. Fazia alguns minutos desde que se levantaram e algumas horas desde que o pai do loiro saíra para o trabalho e, a seu pedido, tomavam o café na mesa – o que pareceu ser surpresa para Steve e o que intrigou Bucky, que tipo de pessoa toma café da manhã na cama? Ele se perguntava. Pousou a xícara na mesa e os olhos nas marcas em seu braço esquerdo, fazia quase dois anos que aqueles desenhos estavam ali e ele acabara se acostumando com eles, chegava até a esquecê-los em seu dia a dia. Quando voltou os olhos para Steve, este o encarava em expectativa.

Riu soprado e apoiou o braço sobre a mesa, levantando a manga da camiseta que Steve emprestara a fim de que os desenhos ficassem visíveis ao loiro. Agora Steve podia ver com clareza o lobo que vira parcialmente na noite anterior, junto a uma rosa dos ventos e alguns rabiscos que não pareciam ter significado algum para si. Não havia cores, somente inúmeras linhas pretas que pareciam se entrelaçar e criar formas que certamente faziam todo o sentido do mundo aos olhos do Barnes. Steve desviou os olhos dos desenhos e os pousou nos esverdeados de Bucky, aguardando a resposta.

— Fiz a primeira tatuagem pouco depois de minha avó ter falecido. Meus pais ficaram bem surpresos quando disse que queria uma tatuagem de presente de aniversário. Essa tribal foi o primeiro desenho que fiz. – Apontou para alguns dos rabiscos logo acima de seu cotovelo.

Havia linhas angulares misturadas a linhas curvilíneas que se encontravam em algum ponto, parecendo formar uma espiral ou algo do tipo. Continuava a não fazer sentido para Steve, mas ele achou que seria grosseria perguntar o que tudo aquilo significava. Bucky riu soprado, parecendo entender sua dúvida.

— Minha família tem um forte laço com a nossa herança genética, esta tribal é o desenho que representa essa herança. Meus antepassados traziam desenhos parecidos com este em alguma parte do corpo para indicar de quem eles vinham e que posição social ocupavam. Minha avó era muito conectada a esta herança genética e eu quis desenhar algo que a mantivesse comigo, como uma espécie de marca visível que não se apaga. – Bucky sorria de um modo completamente diferente e Steve não conseguia parar de observar aqueles traços novos que se revelavam aos poucos. – O lobo veio logo em seguida, mais para representar esse laço familiar que trago comigo do que qualquer outra coisa. E então a rosa dos ventos junto com o resto da tribal.

— E a rosa dos ventos? O que ela representa para você?

— Um lugar para voltar quando estiver perdido outra vez. – Até mesmo seus olhos brilhavam de um modo diferente.

— E agora? Você acredita que se encontrou?

— Não. – Deu de ombros. – Mas acabei encontrando você no meio do percurso e agora estar perdido não parece mais ser tão importante assim.

— Mas você não acha que deveríamos nos preocupar em nos encontrarmos primeiro? – Steve arqueou uma sobrancelha.

— Não é como se eu não estivesse mais procurando, agora é mais como se tivesse encontrado alguém para caminhar comigo, entende? É como não estar mais sozinho nessa estrada cheia de bifurcações.

— Agora você não precisa mais caminhar sozinho na chuva? – Steve sorriu.

— Definitivamente não.

— Certeza?

— Sim, porque eu sei que você sempre carrega um guarda-chuva. – Bucky sorriu também.

— Essa foi, definitivamente, a coisa mais fofa que você já me disse. Foi a coisa mais fofa que eu já ouvi na minha vida. – O sorriso de Steve aumentou. – Tem certeza de que não tem ideia de como manter um relacionamento? Ou estava só escondendo o jogo?

— Acho que nunca saberemos. – Bucky deu de ombros e voltou a tomar seu café.

Steve continuou sorrindo por um momento, até se lembrar que sua xícara de chocolate quente ainda o aguardava na mesa e, muito provavelmente, se transformara em chocolate morno àquela altura. Tomou um longo gole enquanto observava o Barnes partir cuidadosamente as torradas e passar geleia antes de coloca-las na boca. Era engraçado assistir ao Barnes ingerindo alimentos e bebidas, ele pensou nisso naquela primeira vez em que se sentaram no Molasses e, agora que conviviam há mais tempo, poderia dizer que realmente era muito peculiar. Porque Bucky parecia ser outra pessoa sentado à mesa, parecia ser alguém da realeza ou algo do tipo.

Ele se movia com cuidado e delicadeza, com movimentos sempre muito fluídos e floreados. Era como assistir à primeira bailarina de Bolshoi em uma apresentação exclusiva bem ao alcance das mãos. E enquanto mastigava, o movimentar de sua mandíbula e lábios pareciam complementar o de suas mãos e se encaixar de um jeito curiosamente fascinante. Era aquilo ou Steve estava muito ferrado, porque Bucky parecia cada dia mais encantador aos seus olhos. Percebeu que a xícara estava à meio caminho da boca quando Bucky chamou sua atenção, perguntando se ele não iria tomar mais de seu chocolate quente. Steve sorriu e assentiu, tomando mais um gole de seu chocolate, agora quase frio.

— Você fica para o almoço? – Steve questionou assim que se levantaram para lavar a louça que sujaram (porque é claro que Bucky queria lavar a louça e é claro que Steve não permitiria).

— Não acha meio enjoativo? Quer dizer, passar muito tempo juntos não é enjoativo pra você?

— Chocolate, Bucky.

— E o que supostamente isso significa? – Bucky uniu as sobrancelhas.

— É algo que consumo todos os dias, às vezes bem mais de uma vez por dia, no entanto estou bem longe de me enjoar. Você é como chocolate.

— E isso nos deixa empatados sobre aquele assunto de “coisa mais fofa que já ouvi”. – Bucky sorriu contido. – Eu gosto da sua companhia e me diverti muito até agora, mas eu queria muito terminar minhas leituras. – Ele se sentiu um pouco envergonhado por assumir em voz alta. – Desculpe ser tão frustrante para você, mas eu disse que não era a melhor companhia do mundo. Eu não sou uma boa ideia.

Steve riu soprado e segurou suas mãos, selando demoradamente cada uma delas antes de encará-lo com um sorriso.

— E que livros pretende ler hoje?

— A Montanha Mágica e O Homem sem Qualidades, além de terminar O Morro dos Ventos Uivantes pela nonagésima quinta vez. – Revirou os olhos ao final.

— Bom, não há muita coisa que eu possa fazer quanto à Montanha Mágica, mas tenho os dois últimos livros em casa, o que significa que você poderia ficar e ler onde quiser. – Steve sorriu um pouco mais. – Eu não me incomodo em te ceder um espaço para que leia, eu gosto de te assistir enquanto lê.

— Isso soou quase psicótico, você sabe disso, não sabe? – Bucky arqueou uma sobrancelha.

— Agora é tarde demais para pular do barco.

— Esse barco já está navegando há um tempo, seria meio cansativo nadar de volta até a praia agora. – Ele riu soprado e Steve selou os lábios, puxando-o pela mão até um espaço que se parecia com um escritório.

Bucky ficou fascinado com a estante de livros que ocupava uma parede inteira, existiam títulos ali que ele queria muito ler e que ainda não tivera oportunidade de adquirir. Passeou com os dedos pelas lombadas enquanto lia os títulos e autores, reconhecendo vários dos seus favoritos e outros dos quais ouvira muitas críticas boas. Desistiu de A Montanha Mágica ao encontrar Cem Anos de Solidão, então voltou para sua busca pelos outros títulos. Encontrou-os um tempo depois, cada qual em um dos lados da mesma prateleira. Olhou para o Rogers, que o admirava do batente da porta. Sentiu um aperto na boca do estômago por pensar nos momentos de abandono e estacou no lugar onde estava, observando os livros em suas mãos.

— Você não precisa ponderar sua decisão, Bucky, venha, vamos para a sala, a luz é melhor lá.

— Mas e você?

— Eu tenho alguns deveres para terminar e também tenho um livro começado que gostaria de finalizar, então não tem muito o que possa ser feito. – Deu de ombros. – Eu só queria um pouco mais da sua companhia.

— Acho que isso eu posso fazer por você hoje. – Bucky sorriu, se aproximando para roubar um selar do Rogers antes que ambos seguissem para a sala.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Só queria dizer algo importante aqui pra vocês hoje, que é

Namore alguém que permita que você seja você mesmo, e que doe tempo para que você também faça uso do seu próprio tempo da maneira como quiser (e não esqueçam de retribuir toda essa maravilha que a outra parte fizer por você)

Espero vê-los em breve, meus caramelinhos ♥ Muito obrigada por serem tão maravilhosos ♥ Obrigada pela companhia e pelo apoio, vocês são preciosos demais ♥ Até o próximo e XoXo ;*

P.S.: Eu só queria que vocês vissem isso aqui porque vocês merecem ♥ https://twitter.com/GoliaSalles/status/1063174467311071232



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Papeis, livros, eu-lírico e eu te amo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.