Complicated escrita por NathyYellow


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ♥



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Somebody else round everyone else

Watching your back, like you can't relax

You're trying to be cool, you look like a fool to me

Naquela noite ela teve sonhos estranhos, para variar, via-se novamente no submundo, mas dessa vez ela estava esmagada em pedras como Obito, se lembrava de estar com raiva, os olhos avermelhados em cima dela, Helana chorando. Um sinto muito dito por alguém de longe e então, luz. Ela estava nos Elísios, era simplesmente lindo apesar de nunca ter estado ali.

Ela se sentia... Bem. Tranquila. Pela primeira vez sem se preocupar com nada. Sentiu alguém pegar no seu ombro e se virou arregalando os olhos. Leo.

— Leo! — Ela correu até o rapaz e o abraçou, o engraçado da morte, era que ele estava exatamente como ela se lembrava da ultima vez.

— Você cresceu, Celine. — Ele falava rindo a abraçando de volta. Era horrível, mas ela tinha esquecido antes o som da voz dele.

— Bem... É... Fazem cinco anos desde aquele dia, eu... Eu sinto muito. Eu não consegui... Eu devia... — Ela o apertava no abraço controlando inutilmente as lagrimas.

Se calma, niña, va a quedar todo bien. No fue tu culpa.— Celine ergueu o olhar para ele confusa ao mesmo tempo brava, ele ainda a chamava de niña.

— Não sou mais uma garotinha para me chamar assim. — Ela fingiu estar brava, mas sorriu tristemente no fim. — Mas já acabou não é? Eu estou aqui... Eu... Morri não foi?

Leo riu a olhando levando a mão ao rosto dela devagar e limpando as lagrimas.

— Sabe que não morreu. Ainda não chegou a sua hora, mas eu queria te dizer isso, está tudo bem. Ouviu? Não foi sua culpa, não precisa se martirizar... E principalmente, você não precisa ter medo de se aproximar do jeito que éramos de ninguém, nem de se apaixonar.

— Apareceu aqui para bancar o mestre Yoda comigo? — Ela brincou, mas riu junto com ele daquilo.

— Você sabe que eu estou certo. — Ele piscou para ela. — Eu sempre estou.

— Agora parece mais você. E eu... Ninguém, nunca vai substituir você, Leo.

— Você tem um coração grande, não precisa me substituir, mas não tenha medo, você vai conseguir superar aquilo que jogaram em você. Lembre-se disso, Regina.

Leo dizia e começava a desaparecer assim como tudo ao redor dela, como se estivesse numa pintura aquarela e as cores fossem todas derretendo ao redor, ela correu até o garoto apenas para o ver desaparecer.

Acordou num pulo, gritando o nome dele. Truce levantou junto com os olhos arregalados as visíveis olheiras que ela possuía, Celine levou a mão a boca sem graça.

— Cê! Você ta bem? Teve um pesadelo? Precisa de alguma coisa? Água? Calmante?

Celine balançava a cabeça negativamente, ela sentiu o rosto molhado, e tirou a mão da boca passando debaixo dos olhos.

— Não. Relaxa, não foi... Um pesadelo. Foi um sonho bom na verdade... Minha mente tirando onda comigo para variar. — Ela deu um sorriso sem graça e triste, Truce tinha aquele olhar, que iria começar um discurso motivacional ali, mas preferiu continuar. — Leonardo. Foi com ele, ele veio bancar o mestre Yoda nos meus sonhos e no fim era o mestre dos magos e desapareceu antes de explicar. Como eu disse, minha mente está me zuando, ainda está cedo, acho melhor voltarmos a dormir. — Celine disse voltando a se cobrir e virando para parede fechando os olhos.

Ela sentiu um beijo no rosto junto com uma tranquilidade que sabia de onde vinha, acabou dando um leve sorriso, murmurando um “obrigada” para Truce.

— Se precisar pode chamar. — Ela falou baixo antes de voltar a própria cama, Celina só assentiu antes de aproveitar daquela calma para voltar a dormir mais um pouco.

Sem sonhos com mortes dessa vez ou algo parecido. Ela acordou sem lembrar bem do que fora o ultimo sonho que tivera, o sol já estava a pino, devia ser meio dia ou algo parecido, ela arregalou os olhos, nunca tinha dormido tanto assim. E nem deveria. Ficaria mal acostumada.

Ela foi tomar um banho e se trocou, ela encarava o celular que mal usava e pensou numa ideia, uma ideia idiota.

Ela ligou para o pai mortal, saber se ele estava bem, nunca ligava, ele tomaria um baita susto.

Ela esperou um pouco chamar, a secretária dele, Roberta atendeu, para variar.

— Escritório Michael Specter Strom, quem gostaria?

— Celine. A filha dele. — Ela respondeu calmamente, ouviu a secretaria com tom de desdém.

— Querida a filha dele não...

— Regina Celine Lopez Strom. E se não passar para o meu pai, eu vou ter que ficar atormentando ele no celular dele, e sabe como ele não gosta disso, então Roberta, por favor, da para passar para ele?

— Jesus garota, não precisa de tudo isso. Já vi que é você mesma, vou transferir a linha.

Celine abriu um sorriso esperando ele atender, já preparava-se para ouvir a bronca ou o que fosse.

— Regina? — Ele atendeu, a voz calma e divertida.

— Celine. Sabe  que detesto o primeiro nome, pai. — Ela falava com calma.

— Eu sei. Era para confirmar, você não se meteu em problemas de novo, não é? Não é comum você ligar... E faz um tempo desde que deu sinal de vida.

— Que mentira, eu mando cartas todo o mês para você e para minha mãe, enfim... Eu liguei para dizer que estou nos Estados Unidos, de novo. E... Só para saberem disso, mas não pretendo fazer visitas tão cedo, mas achei uma... Espécie de universidade publica, não se preocupe com dinheiro.

— Então realmente decidiu tomar jeito na vida dessa vez e parar...

— Pai...

— Não me venha com pai. Você passou três anos na Argentina, fazendo sabe-se lá o que, e quando me da noticias era que estava na prisão. E então a prisão explode, e eu tenho que mover o mundo para que não seja tido como foragida, então me faça o favor, eu quero te ver aqui em um mês. No máximo, Regina. Entendeu? E não ligo para o que esteja fazendo ou como, ou quem, se não aparecer aqui, vai ter sérios problemas, você deve essa a mim e a sua mãe.

— Eu sei, mas não é tão simples como...

— Eu não quero saber se é simples ou não. Mesmo que sua mãe tenha me traído com um qualquer, você  ainda é minha filha, e ainda vai me obedecer, estamos entendidos? Ou eu vou ter que mandar gente atrás de você?

—... Eu estarei aí, antes do que imagina, só não vou poder ficar muito. — Celine desistia de brigar, aquela tinha sido mesmo uma péssima ideia. — Sinto muito, pai. — Ela desligou o telefone suspirando e saindo para fora deixando o aparelho no quarto, mesmo que ele mandasse pessoas atrás dela nunca poderia rastrea-la.

Ao menos não no acampamento. Só a mãe sabia quem ela realmente era e no que tinha se metido todo esse tempo, as expulsões, as fugas, não podia suportar a ideia de algo ocorrendo com eles.

Ela estava com a mente longe quando entrou no refeitório, se sentia absolutamente sem fome naquele momento, por isso optou só para se forçar a tomar uma vitamina ali. Em meio aquelas conversas ela viu Janis conversando com Dário, outras duas garotas estavam ali, enquanto ele falava, Celine decidiu se aproximar sorrateiramente para ouvir do que era aquilo.

—... Eu considerei cair fora e abandonar as duas lá, mas minha consciência não me permitiu e eu tive que ficar lá pra protegê-las, porque eu sabia que elas não conseguiriam sozinhas. No fim quase mataram elas, tiraram meus poderes, mas mesmo sem eles eu detonei com as três — Ele dava uma pequena risada—. Pena que caiu uma gota de suor no chão. Mas foi fácil no fim, elas não sobreviveriam sem mim.

— Caraca bicho. Você estourou a boca do balão com elas. O que disseram depois?

— Ah você sabe, elas ficaram totalmente agradecidas, até acho que uma delas tem um amor incubado por mim, mas fazer o que? Não culpo, eu salvei a vida delas e ainda incrível como eu sou é quase irresistível.

Celine se aproximou e colocou a mão no ombro dele com um sorriso grande, ela sentia quando ele gelou ali, e olhou para as garotas.

— Ele foi mesmo incrível lá, Helana deve mesmo ter se apaixonado por você, mas infelizmente, eu meio que não entro em relacionamentos para você. Acabando com as três Erínias, sozinho. — Ela dava um sorriso cínico, mas sabia que as quatro batatas não iria sacar. — Muita areia para o meu caminhãozinho, vou dizer para Helana sobre como você é incrível. Talvez consiga um encontro com ela. Vai ser perfeito.

— É... Sozinho mesmo, a Cê tava lá, eu salvei ela também. Mas... Não precisa falar com ela, como eu disse ontem, to meio fora da pista de relacionamentos.

— Oh, que pena, vocês ficariam tão fofos vendo animes juntos. Bem, vou deixar você continuar contando, como é foda e como carregou a missão nas costas. O que seria da minha vida sem ele. — Ela não queria, mas deu um pequeno choque nele, talvez quisesse, mas foi sem intenção, e o soltou não esperando resposta.

Ela seguiu para fora e um vento forte abriu a porta e a bateu atrás de si, estava irritada, como pode sequer pensar que o achava divertido? Aquele idiota sem noção. Mentindo para os outros daquela forma, achava que depois de tudo ele talvez não fosse tão babaca. Como estava enganada. Ele sempre seria um imbecil. Um imbecil que era melhor manter distancia, antes que se aproximasse mais do que aquilo.

Ela foi para o campo de treino para descontar a raiva, era claro que achou o irmão ali parado, fazendo movimentos perfeitos, céus, ela queria dar um soco na cara dele.

Talvez não fosse na cara dele que queria dar o soco, mas ele a chamou para treinar, um treino sem poderes.

— Só força física e velocidade, nunca se sabe quando vai ficar sem os poderes não é?

— É, vai que você é julgado e fica sem poderes. — Ela falava aquilo num tom ácido, Jason não perguntou, e nem ela deu a chance conforme girava e batia com as espadas na dele.

Era boa. Era extremamente boa, podia não ter uma técnica sofisticada, mas anos contra monstros e na rua lhe deram uma boa noção sobre velocidade e usar o que tinha ao seu favor, por isso, e por estar com extrema raiva naquele momento, foi a primeira vez que conseguiu vencer o irmão numa melhor de três.

Aquilo a teria deixado de bom humor se o infeliz não aparecesse em seguida. Ela o encarou com um sorriso quase irônico, fitando os olhos vermelhos dele, não estava perto de estar cansada.

— Achei que edgys das sombras não treinavam no sol.

— E eu pensei que você lutava melhor do que isso aí, eu vi pelo menos umas três aberturas, ta claro que seu irmão deixou você ganhar.

— Então porque não vem aqui e tenta, ou tem medo de perder para mim? Afinal, já que você lutou contra três Erínias sozinho, o que é uma pobre semideusa? — Ela falava mais alto, as pessoas começavam a prestar atenção nos dois.

— Celine...

— Agora não, Jason. — Ela cortou antes dele a repreender. — Vamos, o que diz?

— Eu disse ontem, você não ganharia de mim nem se eu deixasse.

— Não deixe. Parece que você está esquivando, Dariozinho. Sem poderes, eu e você no mano a mano. Ou foi um monte de besteiras que disse a mim ontem, chamueyro?

Ele já puxou a adaga grande que usava e se aproximou do meio da arena a olhando em posição defensiva.

— Quando quiser princesa. — Ele fazia um sinal para se aproximar.

Regra numero 1: Nunca vai para cima de alguém quando se esta com raiva dessa pessoa. As chances de dar merda aumentam em 95%.

Não deu merda no primeiro movimento, nem no segundo. Mas era claro que Dário também era bom, não importava o quanto ele exagerasse ele tinha neutralizado mesmo uma delas sem poder algum.

Por isso ele a desarmou e venceu aquela primeira rodada, tinha obviamente aquele sorriso do “eu te avisei”. E por isso ela ignorou toda a raiva de tudo que sentia naquele momento, e se concentrou.

Pegou as espadas de volta e não respondeu as provocações, analisou cada movimento que ele fizera antes e o que tinha visto anteriormente na missão, lembrava-se de cada detalhe.

Ela girou o corpo, sabia que ele era forte, mas ao mesmo tempo, ela tinha mais alcance que ele, o que significava que ele teria que chegar mais próximo do que ela precisava.

E dessa vez ela usou aquela vantagem, não reparava na plateia que tinha parado para assistir uma luta de dois filhos dos grandes, ela podia ver Jason e Percy ao fundo trocarem olhares. Dário parecia estar levando mais a sério aquela vez, porque ela não via o sorriso petulante entre seus golpes, nem o olhar desafiador, era sério. E era para ganhar.

Mas dessa vez, Celine havia levado a melhor, com um movimento mais curto e inesperado, ela bateu no pulso dele e lhe deu uma rasteira o fazendo ficar desarmado e caído no chão com a ponta da espada em seu pescoço. Ele ficou irritado.

— Ultima rodada com força total, foda-se essa merda de sem poderes.

— Uma luta real? É isso o que você quer, princepizinho de mierda? — Ela tirou a espada do pescoço dele e se afastou e fez agora com a mão um sinal para ele vir para cima. — Então vem.

— Já chega vocês dois! — Percy e Jason acharam melhor intervir, Nico apenas encarava de longe. — O treino de hoje era sem poderes, então se quiserem continuar e sem usar os poderes, ou podem deixar isso para amanhã. Quando estiverem mais calmos. — Jason falou olhando de um para o outro.

Era claro que impedir uma disputa entre ambos não era uma boa ideia, mas deixar aquela luta acontecer seria uma péssima ideia. Celine guardou as espadas.

— Então é um empate, e decidiremos isso amanha. Total força, eu e você Dário, e para não dizer que sou injusta, as 16hrs. Está bom para você?

— Só cuidado para não sair chorando quando eu te vencer.

— Isso não vai acontecer. — Ela dizia e as pessoas se dispersavam dali enquanto ela foi andando para fora da Arena.

Precisava de um tempo sozinha e aquela luta não tinha ajudado guardar sua raiva não era a melhor forma, e naquele momento não estava a fim de ver ninguém.

Por isso passou o resto do dia na praia, no mar especificamente, apesar de tudo, era uma das coisas que mais gostava de fazer, ficar na praia o dia todo no mar, por isso quando saiu, já era de noite novamente. Ela voltou para a irmandade para tomar banho e para o refeitório para comer, apesar de que não fizera aquilo. Tinha que se policiar para comer, mas naquele dia, não queria mesmo. Por isso novamente, pegou um suco e saiu, para os telhados do chalé mais de noite, onde não tivesse que ouvir nada sobre aquele confronto de ninguém.


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