Wake Up escrita por ahyuga


Capítulo 7
Capítulo 7




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Janeiro de 2014

Daphne entrou em trabalho de parto!

Meu deus, acho que vou enlouquecer se tiver que esperar horas nessa poltrona idiota.

Scorpius é um menino apressado, está duas semanas adiantado, Daphne apostou com Blasio que ele não iria esperar até a data marcada para o nascimento. Eu deveria ter confiado nos instintos dela, eles não costumam falhar.

O médico me proibiu de chegar a menos de dez metros da sala de parto, ele diz que estou nervoso demais e que isso poderia deixar Daphne nervosa, o que não seria bom nesse momento....

Decidi escrever essa carta porque é algo que me acalma, e me manter ocupado enquanto não tenho notícias. Confesso que só tenho coragem de envia-la porque sei que você jamais ira lê-la. Não deveria, mas saber disso me tranquiliza.

A gravidez foi completamente inesperada, uma surpresa que me deixou apavorado.

Eu vou ser pai.

Daphne estava estranha faziam algumas semanas quando fomos juntos até a farmácia comprar alguns testes. Nunca senti tanto medo na vida.... Imaginar que poderia ter uma criança crescendo na barriga dela me deixou em pânico.

E qual não foi a surpresa quando deu positivo e eu desmaiei.

Tive sorte que Daphne nunca contou esse pequeno incidente para o Blasio, ou seria motivo de piada pelo resto de minha vida.

Minha mãe recebeu a notícia quando estava tomando chá.... Sei disso porque ouvi a xícara quebrando, devo confessar que pensei que meus pais ficariam mais felizes quando soubessem que teriam um neto, não que eles não tenham gostado, mas ouvir sua mãe dizendo “Nunca pensei que você seria capaz. ” Com o tom assustado não é exatamente sinal de alegria....

Meu pai deixou a empresa nas mãos de Viktor Krum, lembra dele? Nós brigamos na formatura porque ele queria te chamar para dançar e eu não aceitei muito bem.... O nariz dele nunca mais foi o mesmo depois que quebrei ele naquela noite. Você brigaria comigo se eu dissesse que não me arrependo? Imagino que sim.

 

—–––––––––

Draco parou o que estava fazendo quando notou uma movimentação anormal em direção a sala em que Daphne estava, alguns enfermeiros saíram nervosos, e outros chegavam apressados. Algo estava errado.

Seu primeiro pensamento foi se estava tudo bem com seu filho. Durante todo o pré-natal nenhum problema foi encontrado na criança, ele crescia conforme o esperado e tudo estava em ordem no último exame que fizeram três dias antes.

Daphne reclamava de dores algumas vezes, mas nada fora do normal segundo o obstetra.

Agitado com a falta de informação, Draco largou suas coisas na poltrona e correu em direção do médico que saia da sala.

— Doutor! O que está acontecendo? – O tom aflito transparecia toda a preocupação que ele sentia no momento.

O olhar do médico para o rapaz foi carregado de pena, o que não passou despercebido.

— Estamos tento algumas dificuldades, a criança não está na posição correta e teremos que fazer uma cessaria de emergência.

Sem esperar resposta o médico voltou para dentro da sala, onde apenas os sons dos equipamentos sendo preparados era ouvido por Draco. Que por um momento sentiu como se tivessem tirado seu chão.

O tempo parecia estar debochando de Draco, duas se passaram desde que o médico disse que precisaria fazer a cirurgia e desde então mais nenhuma notícia.

Blasio e Pansy haviam chagado a aproximadamente uma hora e meia e estavam tão apreensivos quanto Draco. Foi com alivio que ouviram uma enfermeira deixando a sala e indo na direção deles.

— O bebê está bem e saudável, logo o médico vira lhe passar mais informações.

Mas todo o alivio que sentiu em saber que seu filho estava bem foi para o espaço quando uma nova equipe entrou correndo na sala, a enfermeira rapidamente voltou para seu posto, e sem esperar convite Draco a seguiu.

Nada poderia lhe deixar preparado para a cena a sua frente.

Daphne estava cercada de médicos, dois trabalhavam em estancar o sangramento em sua barriga enquanto outro bombeava ar para seus pulmões com auxílio de um ambu.

As maquinas apitavam sem parar e ninguém parecia ter notado o homem parado na porta, apavorado.

— Estamos perdendo ela. – Um dos médicos se afastou da mesa, voltando com desfibrilador em pouco tempo.  – 200!

Foi então que uma enfermeira notou a presença de Draco e correu tentando o tirar da sala.

— O senhor não pode ficar aqui.

— A minha mulher....

— Estamos fazendo o possível, mas o senhor precisa sair.

A enfermeira colocou as mãos sobre o peito de Draco, o empurrando para trás enquanto o mesmo se debatia tentando se soltar.

— Daphne.... DAPHNE!

 Draco foi segurado pelos braços por um segurança e carregado para fora da sala, mas ainda conseguiu ouvir o tom alterado do mesmo médico que tentava reanima-la.

— 360! Afasta!

Completamente atordoado, Draco se deixou levar e caiu de joelhos no chão. Seu peito se comprimia pelo medo de ficar sozinho novamente, Blasio se aproximou, tentando levanta-lo.

— Eu vou perder ela Blas. – A voz sussurrada em nada lembrava o tom animado de mais cedo. – Vou perder ela também….

Incapaz de responder o amigo, Zabini apenas o levou para as cadeiras, Pansy olhava para a porta da sala sem acreditar no que estava acontecendo. Ela havia falado com Daphne no dia anterior, haviam combinado de fazer uma viagem juntas assim que Scorpius pudesse ficar sozinho com o pai…. E agora…. E agora essa viagem nunca aconteceria.

—–––––––––

Os dias que se seguiram ao nascimento de Scorpius tiveram sua alegria encoberta pelo luto.

Narcisa havia pego o primeiro voo para Califórnia depois que soube do que acontecera, assim que chegou ao aeroporto e viu Blasio a esperando, soube que seu filho estava novamente mergulhado em dor.

Segundos os médicos, assim que Daphne entrou em trabalho de parto foi verificado que sua pressão arterial estava alterada, durante todo o processo uma equipe estava monitorando a situação, porém assim que Scorpius nasceu, o quadro se agravou, evoluindo para eclampsia e causando uma parada cardiorrespiratória. Debilitada pela perda de sangue, Daphne acabou não respondendo as tentativas de reanimação e teve óbito informado às 21h32min.

O choque de ver sua esposa sendo levada sob um lençol branco para o necrotério ainda era visível no rosto de Draco, que agora encarava a incubadora onde seu filho ficaria pelos próximos dois dias.

Segurando a pequena mãozinha que apertava seu dedo com força, Draco se sentiu o homem mais importante do mundo.

— Agora seremos apenas nós dois, garotão. – Respirando fundo, ele voltou a sussurrar para a criança. – Você nunca ficara sozinho. Eu prometo.

Um bebê sem mãe, seria difícil, mas Draco daria um jeito. Nunca deixaria Scorpius só, nunca o faria sentir o que ele sentia naquele momento.

—–––––––––

Março de 2014

Nunca imaginei que seria tão difícil cuidar de uma criança. Apesar de Scorpius ser muito calmo, não o queira ver incomodado.... É traumatizante.

Estou trabalhando em casa nesses meses, e vou ficar assim mais algum tempo, não vou deixar meu filho nas mãos de babás, não quando eu mesmo posso cuidar dele. Daphne estava planejando deixar sua galeria fechada até ele completar cinco anos, não posso ficar todo esse tempo longe do escritório, mas posso me esquivar o máximo que conseguir.

Meu pai está me ajudando com o trabalho, ele faz algumas visitas na firma e aproveita para ver o comportamento dos funcionários.

Já minha mãe vem todos os dias me visitar e ver como estão as coisas.... No início ela não queria me deixar sozinho com Scorpius, mas conforme fui pegando jeito ela passou a confiar mais em meus dotes como pai.

Não querendo me gabar, mas meu filho é lindo. Ele puxou muito pouco da Daphne, o que me deixa triste as vezes, tem os cabelos loiros e olhos cinzas, como todos os Malfoy’s, mas diferente de mim ele tem os lábios mais cheinhos, o que é uma graça.

Eu ainda tenho medo de deixa-lo cair, ou de fazer algo errado e acabar o machucando. É tão pequeno....

Você me ajudaria a cuidar de um bebê que não é seu?

 

—–––––––––

Cubra meus olhos

Cubra meus ouvidos

Diga-me que essas palavras são mentiras

Tears Of An Angel – RyanDan


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